O ramo brasileiro dos Cavalcanti e sua presença nos documentos da Biblioteca Nacional de Florença

O ramo brasileiro dos Cavalcanti e sua presença 
 nos documentos da Biblioteca Nacional de Florença 




Primeira tentativa de contextualização de documentos enviados por Marcelo Bezerra Cavalcanti de Florença, documentos por ele localizados na BNF e que estão relacionados a Giovanni di Giovanni Cavalcanti (c.1535 - depois de 1588) - irmão de Filippo di Giovanni Cavalcanti, patriarca da família Cavalcanti migrado para o Brasil no sec.XVI. 

PARTE I


Mostra inicial dos documentos enviados da Biblioteca Nacional Central de Florença (BCNF) pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti em meados do ano de 2013, documentos transcritos do CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845- FIRENZE).

Documentação mais completa apresentada ao fim do trabalho, também já disponibilizada por Marcelo Bezerra Cavalcanti em http://cavalcantis.webs.com/archiviodistato.htm
    Deste material consta uma carta de Bartolomeo Cavalcanti enviada de Roma em 26 de agosto de 1556 ao Duque de Parma e Piacenza, em Parma - carta fotografada abaixo e em grande parte codificada em números. 


 Biblioteca Nazionale Centrale di Firenze
Carteggi Vari 506, 30
Mittente: Cavalcanti, Bartolomeo
Destinatario: [Ottavio Farnese] duca di Parma e Piacenza
Lettere numero 1 
Data: Roma, 26.VIII.1556
Provenienza Acq. Pregliasco 1994
numero ingresso 5036037

      Marcelo Cavalcanti reproduz ainda outros documentos e lembra:
Pagina 1– Filigrana -(La filigrana èilmarchio di fabbrica della cartiera produttrice e rappresenta uno dei riferimenti più importanti per la datazione e la localizzazione della carta e per la ricostruzione della storia dei codici manoscritti) 


Pagina 1: Filigrana G.C.Gini


 • Pagina 2, Filigrana assinatura G.M.  


Pagina 3 - registros de uma «Academia» (?), «Accademici e Altro del Piano»:
   Nome citados entre outros de uma lista: Giovanni Cavalcanti, Bernardo Cambi, Filippo Mannelli, Ruberto Ridolfi, Piero Capponi, Frescobaldi...

Pagina 4 - Nota di Nomi propri in Lingua Pianigiana - Nome de XII mesi che son casate che icalsuna haveva un senatore

Pagina 549 - Lettere di Giovanni Cavalcanti a Bernardo Cambi ed altri – 

codice CCCXVII, cat 1-124.
Genaio - Scaracchio  Cavalcanti
Febbraio - Badiponi Pucci
Marzo - Afrifio Miniati
Aprile - Corinello Mei
Maggio - Labcone Brucellai
Giugno - Pisignomi Barbaderi
Juglio - Simpofio Masi
Agosto - Ciavereo Pitti
Settembre - Baverese Mannelli
Ottobre - Ambracetto Altoriti
Novembre - Graocrolto Gucciardini
Dicembre - Piane Cambi

Nomi di Casati
A
Arzanali - Di Cante
S
Scaracchi - Cavalcanti

Nome proprii d Huomini
Aulo - Giovanbattista
Crispo - Domenico
Gnco – Giovanni     
                           (continua em Anexo)

  Como estas listas são muito longas, ao fim deste artigo apresentamos as mesmas listas completas e comentadas por nós, numa tentativa de decodificação. Estas listas são seguidas ainda de duas cartas escritas por Giovanni di Giovanni Cavalcanti ainda outro documento de sua autoria).
       



PARTE II 


Tentativa inicial de contextualização desta documentação enviada e publicada por Marcello Bezerra Cavalcanti em http://cavalcantis.webs.com/archiviodistato.htm

    


    Os documentos dos “Accademici e Altro del Piano”, localizado na BNF, seriam referidos, aparentemente, a uma academia literária criada em meados do  sec.XVI com o objetivo de sistematizar a linguagem toscana - a exemplo, pouco mais tarde, dos “Accademici della Crusca”, desenvolvida  de modo claro a partir de um grupo de intelectuais anti-medici e  que em 1612 publica a primeira edição do “Vocabulário degli Accademici della Crusca”. 
    Um dos principais fundadores da “Academia del Piano” teria sido  Iacopo Pitti (1519 -1589)  de família de muito ricos banqueiros agora em decadência,  político de posição liberal e  senador em Florença, autor entre outras obras de uma conhecida “Istorie Florentine”. A Academia, aparentemente dedicada a leituras de autores  neo-platônicos, traria este nome por Iacopo fazer etapas, paradas, próximo de Ripoli - por “adunarsi che faceva nel piano di Ripoli, suburbio de Firenze”, segundo informações do “Dizionario General de Scienze, lettere, arti, storia, geografia” (Turino, 1863, pg. 589). Iacopo Pitti foi ainda autor entre 1570 e 1575 de uma “Apologia de' Cappucci” – defesa da posição de sua facção política contra acusações dos “ottimati” Guicciardini. (Comentários sobre da obra de Iacopo Pitti e suas posições políticas liberais em contraposição aos Guicciardini, consultar Enciclopédia Italiana Treccani. Este trabalho enciclopédico, sério, cita ainda sobre Iacopo Pitti bibliografia no Archivo Storico Italiano, s. 1ª, I (1842), e IV, ii (1853). Cfr. A. Giorgetti, Il Dialogo di Bartolomeo Cerretani fonte delle "Istorie fiorentine" di J. P., in Miscellanea fiorentina di erudizione e storia, I (1886); E. Fueter, Geschichte d. neueren Historiographie, 2ª ed., Monaco-Berlino 1925”).
  
     Ainda que propondo mais criteriosas e aprofundadas análises ideológicas e jurídicas  sobre as posições políticas expressas por Jacopo Pitti em sua obra,  acreditamos que seria mais proveitoso neste trabalho a realização de cuidadosa análise desta documentação da “Accademi de Piano”  -  e mesmo nova tentativa de decodificação -  apresentando porem inicialmente  breves informações sobre o contexto social e econômico florentino,  ocasião tumultuada da vida republicana em que esta documentação é forjada.  Ainda descrever a atuação política concreta da família Capponi neste período, atuação que certamente estará ligada a esta documentação, pois a família Capponi por longo tempo albergou e protegeu estes documentos, conforme indica o próprio catálogo da Biblioteca florentina (CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845 - FIRENZE).


a) Breve contexto do século anterior e as atividades anti-medici e republicanas desenvolvidas especialmente pela  família Capponi no século XVI.
   
        Pela crise econômica dos anos 1340 causada pelo não pagamento de dívidas contraídas pelos reis ingleses para suas guerras, os banqueiros florentinos haviam tido grandes prejuízos. (A respeito consultar especialmente Holmes, G.A. -“Florentine Merchants in England, 1346-1436”, The Economic Review, New Series, Vol 13, No. 2, 1960, pg. 163. Para a compreensão da política externa da Toscana já no século XVI, consultar Garcia, Eladi Romero - artigo “La Toscana em Tiempos de Cosme I (1519-1574) - Analisis Bibligrafico”, PDF. O autor organiza ampla bibliografia) Porém os banqueiros florentinos da família Medici, com fortuna comercial e bancária nova não haviam sido atingidos pelos prejuízos, quando casas comerciais e bancárias tradicionais, como os Riccardi, Bardi e Peruzzi, haviam sido seriamente abaladas. 
    Entretanto, a primeira oposição política ao grande poder alcançado pela família Medici já se dera por ocasião da revolta dos “ciompi” nos fins dos anos 1300, artesãos lutando por sua representação, Salvesto Medici como “gonfaliero”.
      As reações à supremacia dos Medici e sua preponderância, sentida já como ilegítima, estarão no século seguinte, séc. XV, associadas à emigração sistemática das famílias mais antigas e prestigiosas de Florença após tentarem apear Cosmo di Medici do poder nos anos 1433/34. (5) 
   Ramos de banqueiros Acciaiuoli haviam contestado os Medici desde 1396. Donato di Iacobo Acciaiuoli em 1396 quase condenado à morte, confinado em Barletta (Nicolau Maquiavel - História de Florença, 2ª edição Musa, 1998, pg. 179, também ”Full Text of the Cambridge Modern History”, ed. Eletrônica. Ainda Albuquerque, Cássia e Cavalcanti, Marcelo Bezerra e Doria, Francisco Antonio – “Cavalcantis: na Itália e no Brasil” - Ed. eletrônica on line, 2010, pg. 20).              
    O “grande” Palla Strozzi, os Albizzi e mesmo ramos de Cavalcanti em 1433 e 1434, haviam contestado o grande poder obtido pela família Medici e por este motivo igualmente deixado a cidade.     
         Palla di Noferi Strozzi nos anos 1433/34, com outros, tramara um golpe que prendeu e exilou Cosme de Medici - o Velho. Palla Stozzi era humanista e mecenas.  Mas com a volta de Cosme , Palla aborreceu-se com sua cidade e não mais voltou, indo para Pádua - e pela península italiana originando outros ramos genealógicos. (Nicolau Maquiavel, História de Florença, pg. 225). Também Zanobio Acciaiuolli que esteve na assembléia que determinou o exílio de Cosme em 1433 teve bens arrestados.  (Doria, Francisco Antonio - tabela genealógica Acciaiuoli 1, pdf.)
       Os próprios Cavalcanti - Domenico, Jacopo e Cante di Antonio - haviam estado contra Cosmo, o Velho, acompanhando Ormanno e Rinaldo degli Albizzi (Cavalcanti, Sylvio Umberto – “Se Chiamavano Cavalcanti” - ed. eletrônica on line, ano 1433, citando como fonte Giovanni Cavalcanti, Storie Florentine.)    
     Sobre estes episódios contestadores de 1433/34, comenta Nicolau Maquiavel:
             “E o partido inimigo desterrou... muitos outros cidadãos, em tal quantidade que foram poucos os lugares na Itália que não receberam exilados e muitos fora da Itália os que ficaram deles repletos. Assim pelo incidente Florença, não somente se privou de homens de bem, como de riquezas e indústria.” (No sentido factual, a obra de Nicolau Maquiavel, História de Florença, é clássica. Se em seu objetivo aparente pretendia louvar os Medici, em suas entre linhas ela é bastante crítica. Citação da 2ª edição Musa, 1998, pg. 225)
          Filippo Strozzi, o Velho, somente em 1466 - e já muito rico - retornará de Lion para simbolicamente reconstruir sua casa em Florença com mais pompa - pretendendo assim rivalizar-se ainda contra os Medici.  
        Mas a contestação teórica e literária ao grande poder monopolista dos Medici  exercida por um Cavalcanti do ramo napolitano - Giovanni Cavalcanti, autor da “História de Florença” nos anos 1440 - sequer havia arranhado o prestígio ou o crescimento financeiro desta família poderosa de banqueiros. Giovanni Cavalcanti havia denunciado em sua obra a degenerescência da República comandada pelos Médici, tornada um sistema de clientelismo e dependência econômica (Cavalcanti, Giovanni – Istorie Florentine, vol.II, Tipografia all insegne di Dante, 1838, Firenze. Giovanni Cavalcanti, napolitano, escreveu sua “História de Florença” nos anos 1440. O historiador brasileiro Evaldo Cabral Mello em Um imenso Portugal: História e Historiografia, Ed.34, 2002, pg.159, afirma: ”Giovanni Cavalcanti descrevera o regime de Florença em termos de um processo de degeneração das instituições republicanas o qual consistiria na substituição do sistema de relações políticas entre cidadãos, único capaz de garantir seu funcionamento virtuoso, por relações privadas de clientelismo e dependência que levavam inevitavelmente ao despotismo. Não fora outra a técnica de Cosmo, o Velho para se manter no poder, que não exerceu diretamente, mas manipulavam através aliados e testa-de-ferro, colocados nas posições chaves.” O historiador John M. Nagemy, citando as próprias observações de Giovanni Cavalcanti, desenvolve a mesma argumentação em A History of Florence, 1200-1575, Wiley Blakwel, 2008, pg.253).
      Lorenzo e Juliano de Medici já nomeados “Príncipes do Estado” em 1469, financeira e politicamente absolutos, adulando os segmentos populares e captando capitais para concorrer com os grupos florentinos em finanças, comercio ou produção se viam, portanto, em situação extremamente confortável - com uma riqueza de origem nova financiando artistas, colecionando obras de arte, embelezando a cidade e gastando nababescamente. 
       E nesta situação tem início, de fora e mesmo de dentro da própria família, os questionamentos políticos mais severos à atuação dos Medici dominantes. (Sobre estas famílias insubmissas e o grande poder econômico e político adquirido pelos banqueiros Médici em Florença, consultar Nicolau Maquiavel em sua obra História de Florença Consultar também já nossos trabalhos interpretativos, especialmente “Medici X Cavalcanti”, publicado em 2011 no 4sherad, texto com todas a fontes criteriosamente citadas nas notas 5, 6, 7, 8,9).     

    – Famílias florentinas e especialmente a familia Caponni no contexto do século XVI
  
    Após a Conspiração Pazzi (1478), quando o grande Lorenzo saíra ferido e Giuliano de Médici fora assassinado - a primeira metade do século XVI especialmente irá conhecer dois momentos de apeamento dos Médici do poder: o período da chamada Primeira República (1495-1512) e o da Segunda República (1527/30).     
    Neste período conturbado, mas ainda de grande exuberância cultural em Florença – observamos que as famílias florentinas Alammani, Soderini, Machiavelli, Capponi, Strozzi, Cavalcanti e muitas outras, haviam  se envolvido  decididas  na luta pela defesa do próprio sistema Republicano que pressentiam ameaçado pelos Médici. 
    Assim, ao proteger por dois séculos estes documentos que agora nos vêm às mãos, acreditamos que a família Capponi pretendesse deixar um registro palpável e significativo das revoltas políticas e conspirações que seus membros lideraram, e dramaticamente vivenciaram pela Republica de Florença - revoltas e conspirações em que vários deles se envolveram e foram especialmente punidos, como de resto várias outras famílias, e por várias gerações.     
    Foram os Capponi família não tão antiga, mas politicamente muito atuante em Florença desde no século XIV. Ricos, ligados à produção de seda, participaram como liderança da chamada Primeira Republica de Savanarola, atuando por seu membro de maior prestigio Pier Capponi.  Com o fracasso deste período de franca Republica e  novo Médici empoderado, em 1513 Agostino Caponni fora condenado à morte por conspiração contra este Giuliano Medici. Ainda posteriormente em 1527 voltam eles a participar da Segunda República, contestadora e quase radical, agora pelo seu líder Nicolo Capponi. 
    Nicolo Capponi republicano decidido, mas não radical, havia sido amigo íntimo de Mainardo Cavalcanti, pai de Bartolomeo (Baccio) Cavalcanti. Pai e filho Cavalcanti, como sabemos haviam seguido as posturas políticas já avançadas de Nicolo durante a os difíceis episódios do cerco de Florença, na Segunda Republica. Em 1527 Nicolo Capponi fora, portanto, também apoiado por este ramo dito “Cavalleschi” da família Cavalcanti, por Giovanni di Lorenzo Cavalcanti (ramo que depois virá para o Brasil), e ainda pelo casal Strozzi - o banqueiro Filippo Strozzi e sua esposa Clarice, da própria família Medici.  Nicolo era cunhado de Filippo e assim teria ficado responsável pela guarda da pequena Catarina de Medici, que permaneceu neste período convulsionado como sua refém (Para melhor entendimento destes fatos sugerimos a leitura de nossos artigos sobre o Cavalcanti italianos, em especial “Medici e Cavalcanti” citado e também “Giovanni de Lorenzo Cavalcanti e seu filhos”, de 2012, com fontes, publicado no blog http://.blogspot.com/). 
     Em 1530, com o fracasso deste famoso episódio de insubordinação e cerco militar, episódio francamente republicano e quase radical em Florença, seguem-se ainda episódios contestadores contra a família Médici, agora mais uma vez dominante: a trágica tentativa de tomada de Montemurlo em 1537; a em defesa da Republica da cidade vizinha de Siena (1554/55); especialmente  a derradeira conspiração Pucci e Ridolfi de 1575 - episódios de insubordinação nos quais jovens descendentes da família Capponi estiveram sempre envolvidos. Após este ultimo episódio de contestação em Florença, no ano de 1575, sofreram os Capponi desta geração especial e decidida perseguição exterminadora por parte dos Medici, já herdeiros de Cosimo I. (mais informações e detalhes da atuação dos Capponi neste período, consultar Torres, Rosa Sampaio - artigos “Conspiração Pucci & Cavalcanti”, especialmente a 2ª parte, “Conspiração Pucci & Rodolfi”, publicados no blog www.rosasampaiotorres.blogspot.com/ - ainda o artigo “Medici X Cavalcanti”, publicado no 4shared, ambos com todas as fontes rigorosamente referidas).     
    Lembramos que, entre os cerca de vinte cidadãos florentinos de famílias de renome oficialmente incriminados na Conspiração “Pucci e Ridolfi” do ano de 1575, cinco deles eram ainda membros da família Capponi, por vários de seus ramos. 
  Portanto, a família Capponi havia se colocado em contraposição a preponderância da família Médici pelo menos durante um século, por várias gerações do mesmo prenome Piero – e um desses Piero tem seu nome na lista apresentada no Anexo, citado em código como “Luinto Coicodrillo”.
     Especialmente Piero di Alessandro Capponi, como seus parentes, ao fim do século se demonstrara determinado republicano e após a conspiração de 1575 foi tenazmente perseguido pelos Medici, tendo peregrinado por toda a Europa - da Polônia à Inglaterra, sendo alcançado na França muitos anos depois - já em 1582 – e aí apunhalado por um mercenário dos Medici. Muito benquisto pela rainha inglesa Elizabeth I, Piero Capponi teria sido até mesmo sepultado em Londres.  O historiador Jean Boutier, no seu artigo “Trois conjurations Italiennes: Florence (1575), Parme (1611), Gênes (1628)” in Melange de l´ Ecole française de Rome, Italie et Méditerranée, T. 108, n 1, 1996, pg. 319-375 pdf, de forma notável acompanha a caçada dos vários Capponi depois desta conspiração de 75, mas não chega a registrar a morte deste Piero. A morte de Piero Capponi é por nós confirmada, entretanto, em Diaz, Furio – Il Gran ducado di Toscana, I Medici, UTIET, 1976, pg. 232 e também Murphy, Caroline P. – Isabelle de Medici, Murder of a Medici Princess, Oxford Press, 2008, pg. 292. A morte de Piero é também referida por Carta, Paolo – La Republique em Exil, XV, XVI siècles. ENS, 2002, pg.115. Este ultimo autor cita Piero Capponi como florentino protegido pela corte francesa de Catarina de Medici. Sachetti, Franco e Capponi, Gino em La Villa di Marignolle, Universidade de Michigan, Marcílio, 2000, pg. 30, comentam as boas relações de Piero Capponi com a Rainha inglesa e seu sepultamento em Londres.          
      Lembramos que dois outros membros da família Capponi, por este episódio de 1575, foram até muito mais tarde perseguidos – alcançados, finalmente, pelos sicários dos Medici: Ugoccione Capponi e Ruperto di Piero Capponi. 
      O assassinato de Uguccione Capponi, alcançado por sicários dos Medici fora do Estado, no ano avançado de 1597, referida por di Ricci (di Ricci, Giuliano- Cronaca (1532-1606) vol. 17, Ricciardi, 1972, pg. 212). Data que coincide com a informada em tabela de autoria de Jean Boutier. Já o assassinato de Ruperto di Piero Capponi ocorrida na França, quando o grão–duque Ferdinando já havia assumido o poder e, formalmente, já o teria mesmo perdoado – assassinato ocorrido, portanto, bem mais tarde, em 1605 (Boutier, Jean – artigo citado, pág. 337, sua fonte P. Litta e Passerini / Sobre o abrigo dos Capponi na corte francesa e a relação dos exilados republicanos florentinos com Catarina de Medici discussão em Paolo Carta – La Republique en Exil - XV e XVI siècles. ENS, 2002, pg. 115 

     A participação desta família Capponi, tão atuante na luta anti-medici, é significativa nas listas em código desta confraria secreta dos Accademici del Piano pela presença de Piero (de Alessandro?) Capponi, indicado com o codinome de “Luinto Coicodrillo” - a familia com um todo, como “casati”, recebendo o codinome “Iuliani”.

   Nesta introdução comprovamos, portanto, a longa e dramática trajetória contestadora dos Capponi em luta por ideais republicanos relativamente avançados, nitidamente anti-Médici – família que teria todo o interesse em guardar e proteger esta documentação da Academia e sua memória – inclusive listas, cartas e documentos que sugerem uma ação conspirativa disfarçada, como bem indicam os perigos concretos por que esta família passara durante um século. 
   

b) Outros nomes de pessoas e famílias (“casati”) florentinas por nós já identificadas em perigosas atividades conspiratórias republicanas e anti-Medici, que constatamos incluídas nestas listas e documentações em código:  


     Analisada a longa e dramática trajetória de luta da família Capponi ainda suas infrutíferas fugas mesmo após a conspiração de 1575 – num segundo momento constatamos surpresos, a presença nestas listas em código dos “Accademici e altro del Piano” de numerosas outras personalidades e famílias que já tínhamos identificado em nossos vários trabalhos anteriores, como envolvidas e penalizados nas perigosas atividades anti-medici neste século XVI.
    
    Surpresos, observamos elementos e famílias (casati), com freqüência já apresentados e referidos em nossos vários trabalhos já editados sobre a família Cavalcanti ainda na Itália, dedicados às conspirações anti-medici ao fim do século XVI - famílias desde o começo do século punidas pelos Médici com decapitações, degolamentos, assassinatos e perseguições sistemáticas por toda a Europa.
     
    Fato que indica, desde logo, como primeira hipótese que esta Academia, aparentemente uma academia voltada para prazerosos assuntos literários, traduzida “Academia do Plano” (no sentido de planície), fosse na verdade uma organização de fachada, já uma sociedade portadora de nítido  cunho anti-medici - grupo mesmo de apoio, pelo código estabelecido para correspondência e documentação, à ação contestatória e Republicana que envolveu tantos “fuoriusciti” - por fim já espalhados pela Europa.  
    
     Encabeçando a primeira lista dos decodificados anteriormente, aparece um membro da família Cavalcanti, do ramo “Cavalleschi” e brasileiro - Giovanni di Giovanni Cavalcanti - seu nome mesmo colocado no topo, referido em código como “Gneo Scaracchio Dittatore”.  A família Cavalcanti, como um todo, indicada na “Lista di Casati”, que relaciona as famílias aos seus códigos respectivos, como “casata” Scaracchio. 
    Por nós logo constatado que este Giovanni di Giovanni Cavalcanti seria o quinto filho de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo brasileiro, já mesmo nascido durante o auto-exílio da pequena família na Inglaterra. A possibilidade de existência de um  irmão caçula do patriarca brasileiro Filippo di Giovanni Cavalcanti, fora por nós já referida no trabalho “Giovanni di Lorenzo e seu filhos”, editado em agosto 2012. 
    Sobretudo, fato ainda mais importante - estes documentos ,que incluem duas cartas e pelo menos dois outros textos da autoria deste jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti, seriam a primeira indicação da participação de pelo menos um dos filhos do comerciante de artes e diplomata informal, Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo Cavalleschi que vem parar no Brasil, em concretas atividades anti-medici e tratativas conspiratórias em Florença, no século XVI. (Mais detalhes no texto adiante, dedicado especialmente à atuação política de Giovanni di Giovanni Cavalcanti e sua família ampla)
    
    É verdade que o ramo “Cavalleschi” dos Cavalcanti já tinha sido por nós identificado na luta anti-medici a partir da atuação do patriarca deste ramo. Como diplomata informal e mecenas, Giovanni di Lorenzo Cavalcanti atuara na segunda Republica buscando atrair o apoio de seu antigo amigo, o rei inglês Henrique VIII, para a causa florentina.  Giovanni di Lourenço Cavalcanti nesta segunda Republica havia colaborando com sua parentela ampla dos Mainardo Cavalcanti e buscara o apoio do rei inglês, tentando atraí-lo por sua atividade de mecenas ao retomar projetos artísticos para o seu mausoléu. (Nosso trabalho “Giovanni di Giovanni Cavalcanti e seus filhos” foi publicado em 2012 e está fundamentado inclusive nas informações de Cinzia M. Sicca- artigos “Consumption of art between Italy and England in the first half of tht sixteenth century: the London house of the Bardi and Cavalcanti”, “Renaissance Studies”, vol. 16, pg. 163-201, junho de 2002 e “Pawns of international finance and politics: Florentine scultors at the court of Henry VIII, Renaissance Studies, vol. 20, no. 1 2006. O nosso artigo “Rebeca ao Poço” versa sobre suas atividades de mecenas na Segunda Republica) O ramo “Cavalleschi”, dito brasileiro, também referido nesta luta anti-medici pela chegada ao Brasil do filho mais velho de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti no ano de 1560 - Filippo di Giovanni Cavalcanti - fidalgo sempre lembrado pelas fontes orais da família como fugido de Florença em virtude da descoberta da “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559 e por temer as conseqüentes perseguições Medici.
     Lembrando que a Conspiração de 1559 fora até mesmo liderada pelo parente colateral do ramo “Cavallereschi”, Bartolomeo di Mainado Cavalcanti, já então notório atuante pela Republica, com a colaboração de importantes e ricos “fuoriusciti” que agiam a partir da corte francesa de Versailles e o concurso da família Farnesi do ducado de Parma.  O apoio do Ducado de Parma, agora ainda mais comprovada pela carta de Bartolomeo codificada em números e datada de 1556, e que se encontra entre esta documentação, já apresentada acima. Bartolomeo mantinha contatos com o cardeal Farnesi em Florença desde 1551. O cardeal Farnesi em 1555 teria aliciado o cortesão de Cosimo I, Pandolfo Pucci. A família Farnesi aparece citada, desde logo, nesta documentação sob o código Scatizzi (Mais alguns detalhes sobre esta Conspiração de 1559 no item a seguir. Preferimos denominar o episódio conspirativo de 1559 como “Conspiração Pucci e Cavalcanti”, como também a denomina o romancista Cesar Trevisane em seu livro “La Conjura di Pandolfo Pucci”, Florenze, tip. De Monnier, 1852. A evidente liderança de Bartolomeo neste episódio é defendida em nosso artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559” editada já 2010, com todas as fontes aí indicadas. Sobre a vinda, ou melhor a fuga, de Filippo di Giovanni Cavalcanti para o Brasil, consultar nossos trabalhos específicos sobre ele e ainda o relativo “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559”, citado e editado em http://rosasampaiotorres.blogspot.com. Mais informações sobre os Cavalcanti do ramo brasileiro, no artigo recém editado “Giovanni di Giovanni Cavalcanti e sua família ampla”. Sobre as relações de Batolomeo Cavalcanti com a casa Farnesi consultar nosso ensaio “Bartolomeu di Mainardo Cavalcanti” editado recentemente pela revista portuguesa incomunidade.com/ Ed.38, set. 2015, na mídia eletônica. Sobre a atuação de Bartolomeo também Moise, Filippo – Storia della toscana della fondacione di Firenze, Perv. Batelli e Compgni, 1848, Firenze, pg. 250 e Napier, Henry E. – Florentine History from the earliest authentic records to the... vol. V, Edward Moxon, London, 1847, pg. 205, que cita a participação do cardeal Farnesi na conspiração e sua presença na corte de Cosimo I, desde 1551).
   Na primeira lista já decodificada nota-se, colocado logo após o nome de Giovanni di Giovanni Cavalcanti (em código Gneo Scaracchio Dittatore), o do escritor e senador Jacopo Pitti (1519-1589) - também em código Gaio Ciaverco Pontífice Máximo. Iacopo Pitti político e escritor já foi referido acima como um dos fundadores desta Academia.  Sua família apesar de não ter tradição na luta anti-medici neste século é tida tadicionalmente como rival econômica dos Médici - a família aparece referida na “Lista das Casati” sob o código Ciaverei. Sobre Iacopo Pitti e sua família iremos nos alongar mais adiante, no item relativo às famílias aparentadas e tidas como aliadas dos Médici. 
    Na continuação da análise destas listas, encontramos cada vez mais nomes de personalidades e famílias já por nós conhecidas, a maioria delas citadas em nossos vários trabalhos anteriores - personalidades e famílias sempre comprometidas contra os Medici nas lutas republicanas e anti-medici desde o fim do século anterior, passando muito ativos pela Primeira e Segunda Republicas, pelo episódio de Montemurlo, ainda em luta pela Republica de Siena. Ao fim do século, ainda atuantes na “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559 e na “Conspiração Pucci e Ridolfi” de 1575 - conspirações que detidamente havíamos estudado.
    Entre os inúmeros nomes de elementos e famílias (“casati”) citados com codinomes respectivos, além de Giovani di Giovanni Cavalcanti, “Gio ou Gnco”, encontramos o de seu parente de linha materna, Filippo Mannelli, em código referido como “Tiberio Ciaverco”; da família Ridolfi, Ruberto como Fausto e Fausto Imperiere”; os Frescobaldi, casati “Doralice”; os Pucci, Radiponii; os Antinori, Bambolini; os Martelli em código Balenci; além das importantes famílias de poderosos e decididos banqueiros florentinos, sempre atuantes em ações anti-medici: os Strozzi, os Albizzi, os Gondi, del Bene, Nasi - famílias todas citadas em listas e indicadas em código, famílias sobre as quais muito havíamos pesquisado e que já há muito nos havíamos referido.    
    Também famílias com membros em fuga pela Europa e até para locais longínquos. E, caso dos Manelli, parentes maternos dos Cavalcanti que também vêm parar até mesmo no Brasil. Os Manelli citados em código das “casati” como Raveresi. 
   Entre conspiradores que haviam parado em lugares distantes citamos o jovem líder da conspiração de 1575 - Pierino Ridolfi - cuja família aparece em lista em código como os Imperieri - fruto de tantas estirpes importantes - um Strozzi-Medici-Ridolfi longamente caçado por toda a Europa e que se havia refugiado com outros conspiradores até mesmo na Polônia. Atravessando as terras do Império Piero foi, em 1577, alcançado na Germânia, com morte na fortaleza de San Moriz - não sabemos se decapitado ou enforcado.(Ver algumas fontes nos comentários das listas em código das ”casati” em Anexo, ou nos nossos artigos já indicados)
      Presentes, ainda,na “lista di casati” famílias que já havíamos identificado como comprometidas oficial e especialmente na Conspiração Pucci Ridolfi de 1575, punidas na violenta repressão que se segue – famílias como os acima citados Ridolfi; como os Frescobaldi, os Martelli, Antinori, Altoviti – com membros a apartir desta ocasião punidos e severamente perseguidos. Famílias que detalhadamente comentaremos nas listas completas e em código, reproduzidas no Anexo. Estes nomes de famílias conspiradoras citadas constam, muitos delas, também do trabalho do historiador Jean Boutier relativo à conspiração Pucci e Ridolfi de 1575, trabalho que mesmo ampliamos e contextualizamos nos nossos artigos “Conspiração Pucci e Cavalcanti - parte final, Conspiração Pucci e Ridofi de 1575”, publicado em dezembro de 2010 e “Medici X Cavalcanti”, publicado na mídia eletrônica pelo 4shared, em 2011.  

    Nesta documentação, agora enviada da BNF constam ainda duas cartas escritas pelo nosso jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti (Gio ou Gnco) - nascido cerca de 1535 – uma delas enviada de Paris e datada de 1560.
       Nesta carta de 1560 - carta ilustrada e graciosa enviada de Paris- relatando uma visita a Inglaterra e à corte da rainha Elizabeth I, observamos referências a nomes de personalidades conspiradoras já muito tradicionais na luta republicana e anti–Médici - como os Alammani, família referida nas listas deste código como Velusii, ou de extrema simpatia intelectual republicana como Piero Vettori, correspondente do também famoso republicano Nicolau Maquiavel. Além de vários outros nomes de conspiradores mesmo punidos, referidos nesta carta em código. 

     O Alammani citado nesta carta de Giovanni seria provavelmente Nicolo, referido como messer Alammani, que sabemos viveu em exílio na França e ao fim teria ido a Florença para participar da conspiração de 1559, parente de Luigi Alammani (1495 –1556). Luigi Alammano fora "fuoriusciti" célebre, estadista e intelectual republicano que desde a década de 1520 esteve exilado na corte francesa, já falecido na ocasião desta carta. Luiggi havia se exilado na corte de Francisco I e lá se tornara notável poeta - cantor do exílio florentino, por extensão o poeta do exílio por excelência.  Político e estadista, Luiggi participou da Segunda Republica.  Também Francesco Alammani esteve envolvido na conspiração de 1575 em Florença e será mesmo assassinado na França em 1578 por mercenários Medici, depois de três anos de perseguição, sob protestos diplomáticos veementes de Catarina de Medici (Assunto comentado em Torres, Rosa Sampaio – artigo “Conjuração Pucci & Cavalcanti”, especialmente a 2a parte, “Conspiração Pucci & Ridolfi”)
 O intelectual Piero Vettori referido pelo jovem Giovanni, nesta carta, gozava da simpatia da rainha inglesa - foram humanista, escritor e filólogo (1499 – 1585), adversário dos Médici e depois do fracasso da segunda Republica se retirara para sua Vila em S. Casiano Val de Pesa. Aceitou cargo em 1538 para lecionar grego e latim no Studio florentino, cargo que exerceu até o fim da vida.  Seu mais famoso trabalho, a apresentação da “Poética de Aristóteles”. Na lista em código a família Vettori aparece como os “Rododaphni”. 
    Também a família Cambi referida em código como “Pioni”, era desde o século XIII aliada dos Cavalcanti, naquele século sócios na importante e histórica casa bancária Cambi-Cavalcanti. As duas cartas do nosso jovem Giovanni di Giovanni eram mesmo dirigidas a Bernardo Cambi, na lista em código referido como “Agiarco Pione senatore”. 
   Nestas listas de código também a família ilustre do jurista republicano Francesco Guichiardini, sob o codinome Graveroti, é freqüentemente referida. 
   
    Acreditamos, neste item do trabalho, termos apresentado um resumo destas listas e documentos, ressaltado mesmo a ligação destes documentos da Academia com personalidades e famílias florentinas em franca atuação anti-medici ou republicanas no fim do século XVI, listadas como “casati”. Algumas delas com elementos de produção filosófica e teórica, a maioria agindo, entretanto, de forma eminentemente prática – punidas por decapitações e degolas, ou perseguições mobilizadas pelos Médici que já extravasavam as fronteiras mesmo da Toscana, atingiando cortes e cidades européias em regiões distantes. (Muitos mais detalhes sobre as numerosas casati e elementos envolvidos nesta documentação ver nossos comentários ás próprias listas em Anexo) 
     

c) Comentários específicos sobre o jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti do ramo brasileiro que consta numa das listas já decodificadas colocado em primeiro lugar sob o código Gneo Scaracchio Dittatore - recuperação do seu perfil histórico, com comentários mais detalhados relativos às suas cartas e às atividades anti-medici já desenvolvidas por seu pai, irmãos e família ampla. 
    
  Neste item aprofundamos informações e fornecemos mais detalhes  pessoais sobre Giovanni di Giovanni Cavalcanti (c1635- + depois de 1588), do ramo brasileiro, irmão do patriarca brasileiro Filippo di Giovanni Cavalcanti.      
     Acrescentamos ainda informações sobre sua família ampla para melhor contextualizá-lo. Notado, desde logo, que o jovem assina documentos aparentemente como líder nesta Academia e duas cartas com o codinome “Gio” e “Gnco”.
    Este jovem Giovanni, repetimos, teve sua existência percebida há pouco tempo por genealogistas da família, na Itália e no Brasil, como o filho mais moço de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti - o ilustrado comerciante de artes, diplomata informal e mecenas que apoiou a Segunda Republica e atuou procurando o apoio do rei Eduardo VIII, seu antigo protetor, e que dá origem ao ramo brasileiro por seu filho mais velho, Filippo di Giovanni Cavalcanti, migrado para Pernambuco. 
    Na TabelaGenealógicaCavalcanti do genealogista Antonio Francisco Doria, o jovem Giovanni já havia sido identificado numa carta do inglês sir Edwald Stanfford como um irmão de Guido di Giovanni Cavalcanti, e que teria se correspondido em 1587/1588 com o filósofo Giordano Bruno. Esta indicação foi confirmada à autora pelo próprio Francisco Antonio Doria via e-mail em 9/7/2010 e por telefone em 3/1/2011, entretanto sem que fosse conseguida pela autora a localização e a data precisa desta carta de sir Stanfford.  Giovanni di Giovanni Cavalcanti já tinha também sua existência também indicada na TávolaCavalcanti do genealogista italiano Silvio Cavalcanti, possivelmente a partir da mesma fonte referida.  
    Sabedores desta informação prestada por Sir Edward Stanford e já com aprofundados conhecimentos sobre a vida de sua pequena família em auto–exílio, informações comparadas aos novos documentos recebidos logo concluímos: 
   - com o exílio definitivo do comerciante de artes e mecenas Giovanni di Lorenzo Cavalcanti na Inglaterra depois do fracasso da Segunda Republica (1530), um seu filho caçula de mesmo prenome, Giovanni di Giovanni, não mencionado por documentações tradicionais anteriormente, aí teria nascido próximo ao ano de 1535 - depois da chegada à Inglaterra também de sua esposa Generva Manelli e de uma pequena filhinha. A chegada da esposa de Giovanni di Lorenzo e da filhinha à Inglaterra documentada por um importante recibo de translado, datado de 1534. (Sobre o auto-exílio da pequena família depois da Segunda Republica com fontes todas indicadas, e já a sugestão do nascimento deste filho Giovanni, por nós já mencionado, consultar o artigo ”Giovanni di Lorenzo e seus filhos” no mesmo blog, editado em agosto de 2012).
         Em trabalhos nossos anteriores, especialmente no artigo “Giovanni di Lorenzo e seus filhos”, ficara comprovado que os filhos mais velhos de Giovanni di Lorenzo, Guido e Schiatta, haviam permanecido na corte inglesa por muitos anos, mesmo depois da morte do pai em 1542 – e a partir de 1546 já com nova licença comercial obtida para a casa Bardi – Cavalcanti comerciaram a partir da Inglaterra.   Antes de voltarem definitivamente ao continente, estes dois jovens cortesãos exerceram na corte inglesa, até 1563, também as mesmas atividades paternas: “doublés” de eruditos comerciantes de arte e diplomatas informais. As várias atividades comerciais, ligadas à diplomacia informal, exercidas por Schiatta e seu irmão Guido na corte inglesa são comentadas por Mann, Julia de Lacy e outros – Textile history and economic history, Manchester University Press, 1973, pg. 40, e também K. Bartlett -artigo “Papal Polici and the English Crow 1563-1565”, Sixteen Century Jornal XXIII, Vol. 23, n. 4, 1992, pg.643-659, onde existe referência a uma carta do irmão Guido di Giovanni Cavalcanti enviada de Londres, em 1563, para Ginevra [sua mãe ou irmã?] em Florença, reportando negociações entre a Cúria romana e a Inglaterra para melhorar as relações religiosas entre os dois estados. O genealogista Sylvio Umberto Cavalcanti já percebera estes seus dois outros irmãos em Londres, a partir de 1546, comerciando pela casa Bardi Cavalcanti.
   Mas sugerimos, a partir do conhecimento desta nova documentação e da leitura da própria carta do irmão caçula Giovanni di Giovanni, nesta documentação da BNF – carta datada de 1560 e enviada de Paris - que este filho, recém identificado, possa ter mesmo voltado ainda bem novo da Inglaterra para Florença com a mãe e a irmã, em data não sabida, mas provavelmente após a morte de seu pai em 1542. Já que sua mãe, Ginevra Manelli é citada por fontes genealógica brasileira como enterrada em Florença, na Igreja da Santa Crocce em 11 de abril de 1563. (Fonte www.geni.com/, site coordenado por Felippe de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda, IV. E há também um carta do irmão Guido para sua mãe, ou irmã em Florença de mesmo nome Generva, enviada de Londres em 1563 para Florença, referida por K. Bartlett -artigo “Papal Polici and the English Crow 1563-1565”, Sixteen Century Jornal XXIII, Vol. 23, n. 4, 1992, pg.643-659, carta referida acima, neste texto). Mas afirmamos que a volta do jovem Giovanni di Giovanni ao continente (Florença?) antes mesmo dos irmãos é certa - já que ele teria empreendido próximo de 1560 uma viagem, do continente à Inglaterra, passando por Flandres. Ele próprio, na referida carta escrita ao amigo Bernardo Cambi, relatado com detalhes as emoções desta sua viagem por mar. 

     Como observamos, seus irmãos são percebidos pela historiografia atuando na corte inglesa, nesta ocasião. Mas ressaltamos que o irmão mais velho do clã, Filippo di Giovanni Cavalcanti, patriarca do ramo que vem para o Brasil, não é citado por fonte alguma de nosso conhecimento como participando em qualquer atividade comercial ou outra na Europa. Sobre ele, até sabermos de sua passagem pela Espanha e sua saída por Portugal em 1560 para o Brasil - completo e suspeito silêncio.
    
     Na tentativa de analisar a citada carta de Giovanni di Giovanni dirigida a Bernardo Cambi, carta enviada de Paris datada de outubro de 1560, temos esta interessante descrição de sua viagem, saído de Paris para a Inglaterra - calculamos com uns vinte e cinco anos – e aí aparentemente à espera de um companheiro que nomeia em código como “Lucintoldo Giambarda”, para a realização de algum contato com a rainha inglesa e talvez um arranjo matrimonial deste companheiro com a rainha inglesa Elizabeth I. O código Lucintoldo Giambarda refere Iacunm Bacciolto Gondi - que identificamos como membro da família Gondi, de importantes banqueiros estabelecidos na França atuando contra os anti-medici. 
    Apesar da pouca idade, Giovanni se deslocava, como se percebe, com a desenvoltura de um prático cortesão como seu pai e seus irmãos - movimentando-se entre Paris, Flandres, a corte inglesa, de volta à Paris e depois ainda à Lyon - cidades onde se refugiavam e se concentravam com freqüência os "fuoriusciti” - os florentinos que sabemos exilados ou em fuga. A cidade de Lyon é referida como local de envio de outra carta sua escrita em 1561 constante nesta documentação.  
      Assim sendo, podemos supor que o jovem Giovanni fosse também um "fuoriusciti", um refugiado florentino em muito oportuna viagem para a Inglaterra deslocando-se aventurescamente a serviço de cortes nas proximidades do ano de 1560 - e na corte inglesa de Elizabeth I já manifestando de forma clara suas simpatias pelo regime republicano. 
   Seria sua situação e de seu amigo Gondi uma oportuna fuga para a Inglaterra, visando melhor proteção naquela ocasião? 
   Seu pai, falecido no ano de 1542 ainda em auto-exílio, certamente havia tentado criar seus filhos na Inglaterra, protegidos da vida política conturbada em Florença – cidade onde os duelos ocorriam ao menor pretexto e as conspirações anti-medici eram freqüentes.   Mas, a que tudo indica, não teria ele podido evitar o envolvimento dos filhos nos acontecimentos políticos pró-republicanos de sua época e de sua geração.  

     Por esta carta escrita por Giovanni, datada de outubro de 1560 de Paris, temos a primeira notícia concreta de que seu irmão mais velho - o referido Filippo, estaria então de passagem pela Espanha - ocasião mesmo da descoberta da conspiração em Florença contra os Medici (outubro de 1559), momento que antecede as dramáticas punições aos nela envolvidos.  Momento que corresponde à sua saída pouco depois, certamente em fuga, da Europa por Portugal.
     Assim sendo, temos que o jovem Giovanni di Giovanni no mínimo seria bom conhecedor das tramas e dos bastidores da luta republicana relativa às conspirações desta época. Em sua carta ele refere um membro da família Alammani, então com ele em exílio em Paris, provavelmente Nicolo Alammani – exilado que sabemos estivera envolvido no ano anterior em atividades na corte em Versailles relativas à conspiração de 1559. 
   Giovanni nesta carta reporta especialmente conversas muito amenas, bastante íntimas e simpáticas com a rainha inglesa, refere o grande teórico republicano Pier Vettori, sua família referida nestes códigos como Rododaphni. Citados por ele, nesta ocasião de conversa com a rainha, outras personalidades ainda de republicanos ou de comportamento anti-medici a ela simpáticos - nomes referidos abertamente ou em código.  Em código é citado um “Gaio”, já decodificado como Iacopo Salviati (ou seria Lorenzo di Iacopo Medici [Salviati?], decapitado em 1559?); também messer Bartolommeo (certamente o já conhecido conspirador Bartolomeo Cavalcanti), e ainda um “Iusquinino”, possivelmente um jovem da família Venturi, que sabemos preso nesta ocasião - o código dos Venturi, “Iulquini”. Acrescenta Giovanni di Giovanni que a rainha “fatto esaltare il nostro Gaio sino al cielo...”
   Contextualisando esta carta , lembramos mais alguns detalhes dos episódios ocorridos em Florença, nesta ocasião em 1559, que poderiam também ter referência com os comentários feitos pelo jovem Giovanni com a rainha inglesa:     a conspiração 1559, como sabemos, fora em verdade liderada por Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti, parente do ramo “Cavallereschi” [mesmo referido na carta como messer Bartolomeo ], e especialmente tramada a partir da corte francesa, tendo o cardeal Farnesi em Florença mandado o cortesão Pandolfo Pucci pedir ao seu irmão Otavio Farnesi, Duque de Parma, armamentos para explodir o trono Cosimo I em celebração religiosa, símbolo de justa rebeldia.  (Detalhes em nosso artigo sobre esta Conspiração, texto e nota 30 -  fonte Napier, Henry E. - Florentine History, vol.V, Edward Moxon, London, 1847, pag. 205. Também neste texto,  acima item b , mais algumas informações sobre a conspiração de 59 ). 
     Descoberta a conspiração, como punição, o cortesão Pandolfo Pucci foi mesmo degolado; o parente Puccio Pucci, magistrado dos oito, decapitado.  Também do mesmo modo sacrificado Stolto Cavalcanti do ramo “Ciampoli” da família, ainda Lorenzo di Iacopo Medici (Salviati?) [citado na carta?].  Desta conspiração o irmão mais velho do patriarca Giovanni di Lorenzo, Filippo di Giovanni Cavalcanti, provavelmente teria também participado - conforme afirma longa e repetida tradição oral da família no Brasil. Conseqüentemente, em 1560 Filippo estaria, [como o seu irmão caçula Giovanni mesmo reporta nesta carta], de passagem pela Espanha e pouco depois saía de Portugal embarcando para o Brasil - em fuga. (fontes citadas em nossos vários trabalhos) 
   Acrescentamos que também em 1559, ano anterior à redação desta carta, os dois outros dois irmãos de Giovanni, Guido e Schiatta, ainda na Inglaterra, haviam acabado de auxiliar na corte inglesa a assinatura do tratado de Cateau – Cambresis em abril de 1559 - tratado de paz entre a França, o Sacro Império Romano e a própria Inglaterra. 
    O tratado de paz de Cateau-Cambresis teve reflexos na Toscana, e pôs fim no mesmo ano de 1559 a denodada e trágica resistência da Republica Popular de Siena - episódio de influência simbólica na luta republicana e igualitária posterior, episódio ressaltado pelo historiador italiano Simoncelli e em nossos trabalhos – luta na qual o próprio parente Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti, por sua sinceridade republicana, havia participado como representante francês em sua fase inicial (54/55). Na empreitada para este tratado os dois irmãos Cavalcanti foram favorecidos, mesmo financeiramente, pela rainha inglesa. (Sobre estas atividades informais diplomáticas de Schiatta e seu irmão Guido na corte inglesa notícias com detalhes em Mann, Julia de Lacy e outros - Textile history and economic history, Manchester University Press, 1973, pg. 40). 
  Lembramos que poucos anos depois, o segundo irmão deste ramo brasileiro, Schiatta, já sob a proteção da duquesa de Parma – igualmente uma aliada de Bartolomeo Cavalcanti na luta anti-medici - será encontrado em atividades comerciais inocentes para esta corte em Flandres no ano de 1563. (informação de Schiatta em Fladres colhida no artigo de Sergio Buarque de Holanda “Os projetos de colonização e comércio toscanos no Brasil ao tempo do grão duque Fernando I (1587-1609), in revista de História n.71, pg.104), 
    Ainda neste mesmo ano de 1563, talvez já não coincidentemente, fontes históricas registram que seu terceiro irmão, Guido, chegará à Versailles vindo da corte inglesa com encargo diplomático e carta da rainha Elizabeth I, mas já possivelmente também a serviço da corte francesa. Chegaria a convite de sua prima Lucrecia Cavalcanti, a filha do conspirador Bartolomeo, neste mesmo ano de 1563 falecido para, a que tudo indica, substituí-lo e atuar em nova rodada de tratativas ainda impulsionadas por Catarina de Medici de Versailles - tratativas que irão desembocar mais adiante nas conspirações anti-medici finais, a Conspiração Pucci e Ridolfi em Florença de 1575.   Todas estas nossas afirmações tem suas fontes indicadas em nossos vários trabalhos, especialmente “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, o recente “Rebeca ao Poço”, ainda “Bartolomeo Cavalcanti”, “Conspiração Pucci e Cavalcanti”, especialmente parte final. Lucrecia e seu esposo, o importante banqueiro florentino das famílias Albizzi e Del Bene, (esta familia indicada no código como Menachini) continuavam muito influentes na corte da rainha francesa e Guido aí irá ocupar, inicialmente, o posto de “Maestro d´Ostello”- cargo no passado ocupado pelo próprio Bartolomeo. Fará trajetória de sucesso naquela corte, onde chega a ocupar o cargo de Ministro de Estado.
   Ressaltamos: Paris - especialmente a corte de Versailles - e a cidade de Lyon, de onde as cartas de Giovanni foram enviadas, eram na época centros importantes de “fuoriusciti”- refugiados que com o apoio da rainha francesa Catarina de Medici aí faziam seus núcleos conspirativos - cidades onde ocorreram também vários assassinatos de republicanos florentinos, que nelas buscam abrigo após atuar na Toscana.  
   Não desconhecemos, entretanto, que a nível superficial e paralelamente, ocorriam nesta mesma ocasião na Europa já conflitos e lutas políticas e religiosas - contra os huguenotes na França, e mesmo na Inglaterra onde a Rainha Elizabeth I já se colocava, então, como chefe da igreja anglicana. 
     Nesta carta de outubro de 1560, Giovanni di Giovanni cita um Turnen ou Turner, provavelmente William Turner (1508 –1568) inglês reformador calvinista, grande físico e naturalista, que ele afirma havia sido recebido na corte francesa com honras, acrescentando suas próprias considerações a respeito - conflitos que já envolvem o rei de Navarra, igualmente referido por ele: “non pochi de Signori principali di questo Regno erano per esser contro a questa nuova religione cosa che riesce vana al tutto veggendosi il re di Navarra e gli altri già comparsi alla corte, tal che questo capo principale viene finito.”        
    Por esta carta se percebe que Giovanni di Giovanni auxiliou uma aproximação de seu companheiro Gondi visando um casamento para Elizabeth I – o código “Lucintoldo Giambarda” referido a Iacunm Bacciolto Gondi - membro, como já comentamos da família dos poderosos banqueiros florentinos Gondi, estabelecida na França e nesta ocasião ainda ativamente conspirando para a conspiração de 1559. 
    Seria este Iacum Gondi também um fuoriusciti, um fugitivo? Giovanni reporta mesmo ter Gondi sofrido uma tentativa de assassinato numa briga em caminho. Também reafirmamos , que  Giovanni di Giovanni  reporta  esta visita à Inglaterra nas proximidades do  ano de 1560 ou um pouco antes, a  carta datada de outubro de 1560 quando ele já estaria  de volta de Londres para Paris  – ocasião ainda em que os envolvidos na conspiração de 1559, em Florença, estavam sendo severamente punidos ou já  em franca debandada, como seu irmão Filippo.   (Atuando no mesmo “metier” como diplomata informal, há indicações bibliográficas de que seu terceiro irmão, Guido, já bem mais tarde, em 1571, tenha também agido no sentido de estabelecer negociações para um possível casamento desta mesma rainha inglesa, ele então já prático diplomata informal a partir da França. Ver bibliografia citada por Ramsay, G.D - The City of London in Internations Politics - F. J. Levy, A semi-profissinal diplomat: Guido Cavalcanti and marriage negociations of 1571. Bulletin of the Historical Reserch, XXX (1962), pg.211-20. Não consultado. É verdade que Elizabeth I sempre foi refratária a idéia de casamento, como parece já perceber nesta carta o próprio Giovanni di Giovanni.
    Devemos finalmente ainda ressaltar - tanto a rainha francesa quanto a inglesa, manifestavam já na época simpatias pela causa republicana, fazendo mesmo a leitura de intelectuais precursores republicanos modernos como Maquiavel e Pier Vettori - este referido abertamente na carta de Giovanni - ainda Catarina da França prestigiando e abrigando abertamente os republicanos Alammani (um deles referido em aberto na carta di Giovanni). 
   Assim sendo, reafirmamos mais uma vez que nestas cortes foram apoiados e protegidos numerosos republicanos foragidos da luta Toscana, entre eles Bartolomeo Cavalcanti, citado pelo primeiro nome na carta, que havia desde os anos 1530 se estabelecido em Versailles e mais tarde na corte de Padua, onde vem a falecer; até mesmo o conspirador da família Caponni nesta geração, Piero di Alessandro Capponi, provavelemnte o Piero citado neste código, que assassinado na França será sepultado na corte inglesa - outros inúmeros fugitivos exilados mesmo na Polonia depois de 1575 (entre eles citados Luca e Bernardo Soderine, Domenico Alamanni, ver fontes adiante na Conclusão) 
     Não sabemos por quanto tempo o jovem Giovanni di Giovanni terá ainda permanecido como “fuoriusciti” na França.
    Por sir Stanfford apenas sabemos que em 1587/8, excelente missivista, teria ainda se correspondido como o filósofo Giordano Bruno.
       Mas seu irmão Guido Cavalcanti, o terceiro dos irmãos, comprovadamente irá permanecer em definitivo na corte francesa a partir de 1563 - de início ocupando o posto de “Maestro d´Ostello” - cargo no passado ocupado pelo parente Bartolomeo. A partir de 1572, Guido di Giovanni Cavalcanti, com suas habilidades de diplomata informal, função que desde muito jovem a exemplo de seu pai e irmãos exercera na Inglaterra, será elevado a Ministro e Conselheiro Real, colaborando com a diplomacia francesa relativa à Florença, e não sabemos em que medida envolvido nos negócios de Estado e assuntos conspiratórios anti-medici da rainha francesa na Toscana. (nossos artigos, ainda Medici x Cavalcanti, nota 124) 
       Sempre muito bem recebido na corte, e com prestígio ressaltado, Guido Cavalcanti foi também aí reconhecido como poeta - o segundo poeta Guido da família (nossos artigos, ainda “Medici x Cavalcanti”, nota 125). Comenta sugestivamente o historiador literário:
       “The Cavalcanti reappear now and then in later european history: and especially we hear of a second Guido Cavalcanti, who also cultived poetry and travelled to collect books for the Anbrosian Library” (Alighieri, Dante - The early Italian Poets (1100-1200), Dante Gabrielli Rosseti, 1861, pg. 204 nota).
     A Biblioteca Ambrosiana se localiza em Milão. Sugerimos que as suas viagens de Guido a esta cidade em busca de livros, por sua proximidade com Florença, pudessem ser pretexto para encontros e contatos com conspiradores florentinos.  Não podemos, entretanto, confirmar se Guido teria ligações com seu parente Nicolo di Bastiano Cavalcanti que foi comprometido nos tumultos de 1575 e enforcado em Florença, neste ano. Ou se de algum modo esteve ligado à “Conspiração Oracio Pucci e Ridolfi” de 1575. Sabemos que Catarina de Medici acompanhou os episódios ocorridos desta época em Florença ainda com extrema e suspeita atenção - mesmo tentativa de intervenção, conforme observamos em nossas pesquisas já expostas no nosso artigo “Conpiração de 1559, 2ª Parte - Pucci e Ridofi de 1575.” 
    Um resumo das comprovadas atividades anti-medici da família Cavalcanti como um todo nesta documentação em código os Scaracchi, será ainda apresentado na lista “Nomi di Casati”, em Anexo, como os nossos comentários. 
    
d) Presença nestas listas em código de famílias e elementos amigos ou aparentados da família Medici, mas que observamos em nossas pesquisas atuando, igualmente, contra estes seus próprios parentes prepotentes. 
     
     Nesta documentação é relacionado Iacopo Salviati, em código Gaio Plutonico senatore. 
   Um Iacopo Salviati, sabemos, foi filho de Giovanni Salviati e Helena Gondi, neto de Alemmano Salviati - o sobrinho do arcebispo Francisco Salviati, punido e morto no mesmo dia conjura Pazzi em 1478. Jacopo, mesmo assim casado pelo grande Lorenzo para pacificação das famílias com sua filha Lucrecia Medici. E Iacopo teve com ela inúmeros filhos, entre eles Maria Salviati - a própria mãe de Cosimo I de Medici.       
    Os Saviati, portanto, família traumatizada no seu relacionamento com os parentes Medici desde esta conspiração de 1478 na qual os Salviati atuaram como lideranças, conspiração em que havia foi morto Giuliano di Médici, e o próprio Lorenzo di Medici saíra ferido.  
    Depois das lutas de Siena, ainda o descendente Alessandro Medici Salviati, muito jovem, quase um adolescentes preferiu morrer a se retratar ante Cosimo I, sendo justiçado na prisão de Livorno como traidor. Alessandro era neto de Lucrecia Medici-Salviati e bisneto do grande Lorenzo, que havia pretendido esta pacificação com os Salviati (artigo Conspiração Pucci e Cavalcanti, nota 17). 
  Mais tarde Lorenzo di Iacopo Medici [ Salviati?, outro bisneto ?] é decapitado por participar da Conjuração Pucci & Cavalcanti de 1559.  Seria ele filho de Iacopo Salviati indicado neste código, ou o próprio? Não pudemos confirmar este fato nas genealogias Medici e Salviati consultadas. (Ver mais sobre o assunto “casata” Salviati na lista anexa dos códigos)

      Também Clarice Medici, casada para pacificação entre as famílias com o banqueiro Filippo Strozzi, optara pela República no ano de 1527 em Florença. Seu marido, de família antiga rival dos Medici, banqueiro de papas à época e tutor de Catarina de Médici chegou mesmo a se suicidar, temendo os castigos e possível tortura de Cosimo I de Medici após Montemurlo. Seus filhos, Medici-Strozzi estiveram também em luta republicana aberta em Montemurlo - e pelo menos um deles, Piero Strozzi, morto na guerra pela República Popular de Siena em 1554/55. Os Strozzi aparecem na lista em código como os Scapiglioni. Apesar da cruel repressão, já “fuoriusciti” na corte francesa, ainda teria estado envolvido nas conspirações florentinas nas proximidades do ano 1558, entre outros, Roberto Strozzi (fonte, Settimane delo Studio - Arte e Religione nella Firenze dei Médici, Cità di Vita, 1980, pg. 26). 

      Também família Pitti, já comentada anteriormente - aliada e apenas tida como competidora dos Médici - é referida nestes documentos sob o codinome Ciaverei.  
      Membro da família Pitti, Iacopo Pitti consta na primeira listagem pelo código Gaio Ciaverco Pontífice Maximo. Escritor, historiador e político (senador) tido como liberal, Iacopo Pitti teria sido um dos fundadores desta Academia de aparência meramente literária. Sobre ele, sua obra, e seu casamento na família Gaddi, também nesta lista sob o código Adomolchi, sugerimos a leitura dos nossos comentários na lista dos nomes já decodificados. 
   Observamos que devedora em seu crescimento aos Médici, a família Pitti nunca havia sido observada em concreta atividade anti-medici, apenas episodicamente referida por sua rivalidade e competição.
    Mas temos notícia de que no passado, Luca Pitti, que devera mesmo seu poder econômico aos Medici, posteriormente se tornara concorrente dos próprios Medici e poderia ter tramado contra seus patronos e contra Piero di Médici nas proximidades do ano de 1464 (Agnolo Acciaioli, falecido 1467, teria sido exilado por ocasião da conspiração de Lucca Pitti contra Piero de Medici. Doria, F.A. - “Acciaioli e Caeht”, mídia eletrônica, pdf). Os Pitti pretenderam mesmo construir um grande palácio, o Palazzo Pitti, capaz de suplantar o Palazzo Medici-Riccardi.    

    Fonte enciclopédica, entretanto, comenta: 
“It has been said that Pitti wished to become first citizen and dictator himself, but history and his actions do not support this theory. After the death of Cosimo in 1464, although he supported a return to strict and stronger form of republicanism, he later supported Piero di Cosimo de' Medici who ruled Florence from 1464 to 1469. Pitti's prosperity declined from 1464, following the death of Cosimo, his patron. Pitti died in 1472, work on his grand palazzo had stopped in 1465, and he was not to see it completed. However the family survived the upheaval following the overthrow of the Medici's power in 1494, and the tyrannical and puritanical rule of Girolamo Savonarola. Retaining some limited power and influence the family continued to reside at the Palazzo Pitti until finally in 1549 failing fortunes compelled Pitti's descendant Buonaccorso Pitti to sell the palazzo to the Grand Duchess of Tuscany, wife of Grand Duke Cosimo I who re-enforced, the restored but hitherto wavering, power of the Medici in Florence in 1537”.
    A influência da família Pitti, portanto, decaia pós 1464 e em 1549 o palácio deixa de ser construído.  Seus descendentes vendem-no para Cosimo I de Medici neste ano.
  Mesmo assim, os jardins da casa dos Pitti que aparecem nestas listas referidas sob o código de Portino di Baco - o atual e belíssimo Giardino di Boboli – pela sugestão do nosso próprio pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, por e-mail em 17/3/2014, ainda teriam reunido nesta época conspiradores anti-medici.
   E Iacobo Pitti, intelectual tido como politicamente um liberal, pela simples presença nestas listas em código, em sua geração nos surge agora como potencialmente envolvido nestas conspirações próximo do ano de 1559.
    
    Neste item do trabalho, mais uma vez, constatamos até mesmo a presença nestes documentos de famílias tidas como aliadas, parentes, ou meros rivais dos Medici - mas de nosso conhecimento há muito já atuando contra eles - o que parece indicar muito camuflado, discreto e cuidadoso disfarce para concreta e real atividade anti-medici e republicana destas famílias e elementos, participantes dos “Accademici del Piano”.    



IV Conclusões
        
         Esta documentação dos “Accademici e altro del Piano” que agora nos chega às mãos é tradicionalmente associada a inocentes atividades literárias em Florença no fim do século XVI, atividades literárias que visariam o estudo e corporificação da língua italiana, ainda leituras de neo-platônicos.
    Desta documentação, entretanto, constam listas e cartas em código que, a nosso ver, indicam necessariamente cuidadosos  disfarces frente aos perigos por que passavam conspiradores anti-medici no período e as famílias neles arroladas.
     Foram estes documentos, alem do mais, protegidos por quase dois séculos pela própria família Capponi – família como observamos francamente republicana, muito perseguida por suas ações anti-medici no século XVI, família que teria todo o interesse em guardar e proteger a memória destas suas lutas. 
  Assim sendo, devemos admitir que a Academia do Plano estaria ligada a concretas e reais atividades republicanas e anti-medici do fim do século, por códigos que permitiriam discreta comunicação entre conspiradores florentinos e “fuoriusciti” ao fim do século XVI já espalhados pela Europa.  
   
    Os nomes de personalidades e famílias (“casati”) elencados nestes códigos, presentes também nos documentos e nas cartas de Giovanni di Giovanni Cavalcanti que se assina Gneo Scaracchio Dittatore, nos apareceram surpreendentemente, quase todos, relativos a famílias e personalidades, ainda grupo de banqueiros que já havíamos identificado como atuantes em comprovadas atividades republicanas e anti-medici desde o inicio, até o fim do século XVI – episódios de rebeldia levantados e relatados em nossos vários trabalhos anteriores. 
    Famílias sempre em atividades militares ou conspiratórias muito perigosas, de alto risco, e que haviam custado até mesmo a vida de vários de seus membros - como constatamos relativas aos próprios Capponi, em código Iuliani; aos Pucci, em código Radiponii; aos Martelli, Balenci; aos banqueiros Ridolfi, Imperieri; aos Strozzi, Altoviti também com nomes nestes códigos, entre muitos outros.
    Significativa a presença, nestas listas, de famílias mesmo tidas superficialmente como aliadas ou aparentadas aos Medici – como os Salviati, nestes documentos indicadas em código Plutonei, os Strozzi, Scapiglioni, os Pitti, em codigo Ciaverei – famílias já do nosso conhecimento muito atuantes contra seus aparentados Medici, ou que surgem de modo agora mais evidente- caso dos Pitti. Estas constatações indicam mais uma vez uma Academia ou associação muito discreta e de fachada, para auxílio em concreta e real atividade anti-medici e republicana.
  Por sua presença nestas listas, tornam-se agora até mesmo patéticos os dramas das famílias Medici-Strozzi, Medici-Salviati, mesmo da própria família Medici, agora ainda mais evidenciados. A participação da família Pitti, que havia enriquecido com auxilio dos Medici, nunca comprometida oficialmente em conspirações, sem dúvidas aqui aparece - suas atividades anti-medici tornando-se, agora,quase evidentes.     

       A massiça presença nestas listas em código de nomes de personalidades e de famílias florentinas por nós já anteriormente identificados em episódios militares e conspirativos contra os Medici indicam, para o grupo da Academia como um todo, concreta e real atividade anti-medici e republicana.  
     Nestas documentações ressalta, sobretudo, e com nitidez o sério comprometimento dos Cavalcanti na figura de Giovanni di Giovanni Cavalcanti - jovem que assina documentos em código da Academia como Gneo Scaracchio Dittatore, ainda cartas pessoais assinadas em código como Gnco ou Gio.
    Giovanni di Giovanni Cavalcanti era membro de família tida já como contestadora, família que nestas listas, como “casati”, aparece sob o código Scaracchi. Filho do atuante anti-medici Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, que teve bens arrestados na Segunda Republica; irmão do experiente cortesão e diplomata informal Guido di Giovanni, “fuoriuciti” refugiado na corte inglesa e depois na francesa; também de Filippo di Giovanni – que segundo a longa tradição oral brasileira temendo castigo dos Medici saíra em fuga para o Brasil no ano de 1560. Giovanni di Giovanni  era ainda parente colateral do jovem Stolto Cavalcanti, decapitado por participação na Conspiração de 1559, conspiração em verdade liderada por Bartolomeo Cavalcanti, já notório republicano, parente da família ampla do ramo “Cavallereschi”.    
  Entre os nomes referidos em código em suas cartas de 1560 e 1561 Giovanni cita vários republicanos florentinos atuantes neste período, além do líder referido acima como messer Bartolomeo: um Alammani, “fuoriusciti” ainda em ação exilado na França, indicado como messer Alammani; o intelectual republicano Pier Vetori; seu íntimo amigo na Academia  Bernardo Cambi, em código Agiarco Pione senatore. A família Cambi, há muito aliada dos Cavalcanti referida pelo codinome Pioni. Bernardo tratado como Marco Pio, Marco Pione, também Lucatine Marco. 
    Entre os documentos dos “Accademici e altro del Piano” sobresai ainda importante carta, quase inteiramente codificada em números, enviada de Roma pelo próprio Bartolomeo Cavalcanti ao seu patrono e comparsa, o Duque de Parma e Piasenza, Otavio Farnesi, em 6 de agosto de 1556 - ocasião já de adiantadas confabulações conspiratórias que vão desaguar mo episódio de 1559 - Duque com o qual, sabemos, os conspiradores teriam obtido mesmo a pólvora para a planejada explosão do trono de Cosimo I numa cerebração religiosa e simbólica (fontes Parte II b e c).       
      Bartolomeo era importante conspirador, membro da família Cavalcanti. Atuante com seu pai Mainardo durante a Segunda Republica, teria sido “cubiculari” do papa Paolo III – também um membro da família Farnesi.  Bartolomeo não só combatera em Montemurlo em 1537, mas fora também o representante francês durante a Guerra pela Republica de Siena. Será ele ainda o líder desta Conspiração descoberta em outubro de 1559 em Florença – conspiração tramada a partir da corte francesa e sabemos com a colaboração desta família Farnesi, do Duque de Parma e do Cardeal Farnesi, a família citada também nestas listas em código sob o codinome Scatizzi.  


   Assim sendo, por nossos já aprofundados estudos sobre a família Cavalcanti no período, e pela análise detalhada destes documentos dos “Accademici e altro del Piano” enviados por Marcello Bezerra ao Brasil, temos a primeira indicação por documentação da participação de pelo menos um dos filhos do ilustrado comerciante de artes e mecenas Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo brasileiro, em tratativas e conspirações na Toscana nas proximidades do ano de 1559 – o jovem Giovanni de Giovanni Cavalcanti atuando como “fuoriusciti” e ilustrado defensor republicano, como em verdade teriam também atuado seu pai e irmãos.          
      Pela correspondência em código de Giovanni di Giovanni fica evidenciada a simpatia da rainha inglesa pela causa republicana, manifestando a culta Elizabeth I a leitura de intelectuais precursores republicanos modernos como Píer Vettori, referido abertamente na carta.  A rainha demonstrando-se ainda muito simpática a outras personalidades citadas em código nesta carta e de seu pleno conhecimento, segundo o já indicado no corpo do trabalho. Giovanni di Giovanni possivelmente dando ainda ciência a esta corte inglesa dos acontecimentos da Conspiração de 1559.
   Lembrando que nas cortes francesa e também inglesa, estiveram abrigados muitos “fuoriusciti” - republicanos foragidos em virtude da luta política na Toscana - entre eles os notórios membros da família Alammani abrigadosna corte de Versailles, e onde desde os anos 1530 estivera também o próprio Bartolomeo Cavalcanti,  messer Bartolomeo da carta de Giovanni, mais tarde ainda exilado na corte de Pádua onde vem a falecer. O conspirador da família Caponni nesta última geração, possivelmente Piero di Alessandro Capponi, citado em lista de código como Luinto Coicodrillo foi assassinado na França já em 1582, e será mesmo sepultado na Inglaterra, corte onde ressaltamos mais uma vez já se haviam abrigado os Cavalcanti do ramo brasileiro. Inúmeros outros fugitivos exilados até mesmo na Polônia depois de 1575, entre eles da família Alammani, um Domenico. 
    Acreditamos que estas documentações e códigos são especialmente relativos ao período da Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559, pois as cartas de Giovanni di Giovanni Cavalcanti estão datadas de 1560 e 1561, e a carta de Bartolomeu Cavalcanti datada do mês de agosto de 1556 – carta altamente secreta, codificada em números, com certeza referida aos planos que envolvem os Farnesi, na ocasião ainda em preparo, por fim descobertos em 1559.
   Notando, em especial, que as quatro primeiras “casati” relacionadas em uma lista em código associada aos meses do ano, apresentam membros de forma muito severa punidos por comprometimento na Conspiração “Pucci e Cavalcanti” de 1559. Seriam estas quatro primeiras famílias as liderantes nesta conspiração ? Comentamos a lista:
         1- Genaio - Scaracchio Cavalcanti – Stolto di Tomasso Cavalcanti, do ramo Ciampoli, decapitado. Vários membros da família em fuga: Filippo di Giovanni para Portugal, depois Brasil; Giovanni di Giovanni para Inglaterra e França; o líder da conspiração, Bartolomeu Cavalcanti, para Padua. 
         2- Febbraio - Radiponi Pucci – o cotesão Pandolfo Pucci, degolado; seu parente Puccio Pucci, magistrado dos oito, decapitado. 
         3- Marzo - Afrifio Miniati - Marietta Miniati casada com Francesco Barberini tem seu filho Antonio Barberini (1494-1559) morto por forças leais aos Medici em 1559, segundo fontes genealógicas da família (ver comentários em Anexo). 
        4- Aprile - Corinello Mei – código referente à família Mei, a que tudo indica também referente aos Girolami, já anteriormente envolvidos em atividades anti-medici. Girolamo Mei citado em código nesta documentação. Pela historiografia, comprovadamente, um Jean Gerolami por saber da conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559, e não a ter delatado, foi culpado de crime de “lesa majestade” e sofreu pena de prisão perpétua - preso em Volterra não sabemos por quanto tempo. Também Bernardo Girolami assassinado na França em conseqüência de sua participação na Conspiração de 1575.
    Pelo menos mais 5 outras “casati”, algumas já tidas anteriormente apenas  como suspeitas, aparecem ainda referidas nesta “lista de meses”. Em nossas pesquisas anteriores estas famílias não haviam sido conclusivamente indicadas como atuantes na Conspiração de 1559, pois na época não haviam tido membros punidos ou perseguidos  -  ficando sobre algumas delas mera suspeita ou  sugestão de possível  participação. Entretanto, a nosso ver, devem esta famílias ser agora mesmo confirmadas como envolvidas pelo menos nesta Conspiração de 1559, conforme sugerem obviamete suas presenças nesta  esta lista.  Se não vejamos a lista a seguir: 
        5 - Maggio - Labcone Brucellai ou Rucellai – código referente à família Rucellai, com atuação já indicada na Conspiração de 1559 pela ação de Oraccio Rucellai, atuando em 1558 da França.   
        7 - Juglio – Simpofio Nasi – a família Nasi também  confirmada na Conspiração de 1559 pela atuação do banqueiro Francisco Nasi, citado agora  pelo código Simpofio em carta também constante desses documentos.  
         9 - Settembre - Baverese Mannelli, a família Manelli confirmada pela presença de Filippo Manelli nestes documentos, ainda possivelmente citado como “fuoriusciti’ na França em carta codificada de seu parente Giovanni di Giovanni Cavalcanti.  
          11 - Novembre - Graocrolto Guicciardini - a inédita atuação da família Guicciardini, pela participação nesta Academia de Agnolo di Girolamo Guicciardino, ainda presença já mesmo comprometedora nesta “lista dos meses”. O nome de Agnolo, mais tarde, mesmo suspeito a Cosimo I. 
         12 - Dicembre - Piane Cambi- o envolvimento da familia Cambi comprovado também por cartas codificadas nesta documentação enviadas por Giovanni di Giovanni Cavalcanti a Bernardo Cambi. 
(Ver detalhes sobre o compromentimento destas famílias e membros envolvidos nos comentários em Anexo). 
      Devemos concluir, portanto, que especificamente a “lista codificada dos meses” seria referente a famílias envolvidas na Conspiração de 1559 - conspiração que sabemos fora liderada por um membro da “casata” Scaracchio Cavalcanti, Bartolomeo, e um Radiponi Pucci, Pandolfo –as duas “casati” liderantes, até mesmo, colocadas no topo desta lista.  
    As famílias Barbaderi (6º mês) e Altoviti (10º mês) que sabíamos participantes durante o século em atividades republicanas e de rebeldia anti-medici, mas que não haviam sido mencionadas em nossos trabalhos anteriores como participando da Conspiração de 1559 – agora, por suas presenças nesta “lista dos meses” devem ser firmente indicadas como envolvidas nesta Conspiração de 1559, ainda que não possamos identificar por quais personalidades familiares teriam agido.     
   Caso ainda mais específico é o da família Pitti (8ª mês, agosto) – neste código Ciavereo – família que não se tinha qualquer indicação concreta de envolvimento anti-medici, apenas talvez vagas suspeitas.  Neste caso, análises e revisões mais profundas são ainda necessárias para ainda mais concreta comprovação de sua participação na Conspiração de 1559,  tendo em vista as posições políticas expressas pelo membro da família Jacopo Pitti, que sabemos líder político liberal, oportunamente discreto e mesmo fundador desta Academia do Plano - no mínimo conhecedor dos fatos conspiratórios –as famílias de sua mãe (Lanfredini) e de sua esposa (Gaddi), famílias anti-mediti,  também presentes nestas listas. E  até mesmo o jardin de seu palazzo citado nos códigos .      
   A presença inusidada  de várias famílias florentinas nesta “lista dos meses” - famílias que até então não tínhamos sequer como envolvidas na Conspiração de 1559, mas agora com participação mesmo  confirmada, no mínimo indicada - nos permite oferecer quadro novo e insuspeitado da conspiração Pucci Cavalcanti ,  visão muito mais completa, típica de bastidores.
   
    Assim, temos como conclusão que estes documentos da Academia do Plano na BNF seriam na sua maior parte referente e pertinente à Conspiração de 1559, notado, entretanto, a possibilidade de sua pertinência se estender ainda aos episódios conspiradores do fim do século, pois aparecem ainda na lista em código “Nomi di Casati” famílias comprometidas e punidas por comprometimento específico na Conspiração Oracio Pucci e Ridolfi de 1575 - os Martelli, Frescobaldi, os Ridolfi, um Antinori, e pelo menos ainda um Altoviti.    
    Esta documentação, portanto, estaria relacionada a fatos ocorridos próximo ao ano 1559, relativos à Conspiração Pucci e Cavalcanti, com possibilidades também de serem referentes a comunicações e comprometimentos ainda próximos ao ano 1575 - ano da Conspiração Pucci e Ridolfi. 
      A grande incidência de punições de elementos destas famílias citadas nos códigos próximo daos anos de 1559, punições ocorridas em famílias citadas nos códigos também na Conspiração do ano de 1575, indicariam o acima afirmado (ver mais comentários sobre estes episódios e famílias no Anexo). 
     
     A partir de nossas pesquisas sobre a atuação política da família Cavalcanti,  pesquisas que se estenderam a análise desta documentação codificada, tivemos a possibilidade de identificar fatos inéditos neste período e recriar perfis históricos inusitados – personalidades que surgem comprometidos nestes episódios conspirativos do fim do século em Florença - especialmente o já citado Giovanni di Giovanni Cavalcanti, perfil de “fuoriusciti’ típico do período, que mesmo nos surpreendeu pela riqueza de informações transmitidas em cartas codificadas explicitando suas relações com sua própria família próxima ou ampla, os Cavalcanti, em código os Scaracchio. A proximidade percebida com seu parente Filippo Manelli (tio?), certamente também na época um “fuoriusciti” em Paris. Sua íntima afinidade com o amigo Bernardo Cambi; a intimidade também demostrada com a rainha inglesa Elisabeht I - com ela confidenciando sobre Bartolomeo Cavalcanti e seus amigos conspiradores de 1559. Sobretudo a descrição da aventuresca figura de Iacum Bacciolto Gondi, membro de família de ricos banqueiros, igualmente de passagem ou fuga pela Inglaterra, escapando de uma tentativa de assassinato – ainda a tentativa amorosa deste Gondi para a conquista da rainha.
      A personalidade e a morte de Antonio Barberini, assassinado em 1559, fato  até então desconhecido por nós, surge já de forma imprevista em lista genealógica, pesquisa inicial sobre sua casata materna, a Miniati.  A participação de Francisco di Alessandro Nasi na Conspiração de 1559, por nós já sugerida anteriormente, agora confirmada pelo simples envio de recomendações codificadas a um Simpofio, em carta de Giovanni di Giovanni. Confirmada a participação de Oracio Ruccelai na conspiração de 1559, já  tida como provável, ainda  a participação notável da própria  família Guicciardini nestes episódios de 1559, por sua presença nesta “listas dos meses”, e pela participação de  Angiolo di Gerolamo Gicciardini, como membro desta Academia   – confirmando-se, sobretudo,  a importância informativa  da “Lista em código dos  Meses” que nos permite agora uma visão mais completa de bastidores. 
     Surge a possível participação de um Gerolamo da Lommaia ou Gerolamo da Lomabardia, escultor famoso e fundidor, cuja atividade anti-medici talvez não seja ainda  conhecida. Também o surgimento de um personagem da família Venturi desperta nossa curiosidade - um Iuquinini citado em código pelo jovem Giovanni, já conhecido pela própria rainha Elizabeth I, merece complementação de pesquisa.  E Jacobo Pitti que agora vemos comprometido por estes documentos, envolvido ainda em uma história de possível cisão  e expulsão não analisada – mas que, acreditamos, certamente interessante. 
    Para mais esclarecimentos sobre estes personagens, ainda muitos outros, ver em Anexo nossos comentários nas várias Listas em código.      

      Por fim, devemos registrar a notada ausência, nestas listas em código e documentos na BNF, de algumas famílias republicanas intensamente contestadoras em Florença neste século   como os Machiavelli e os Soderini - famílias que sabemos foram atuantes na Primeira e Segunda Republica.   Sabido que notório escritor, Nicolau Maquiavelli, membro da família Machiavelli, atuara na Primeira Republica por fim mesmo aliciando milícias. 
    Um bisneto de Nicolau Maquiavel, Ristoro di Ristoro Machiavelli, teria bem mais  tarde ainda participado da conspiração de 1575. Foragido, foi capturado e decapitado mesmo “em suplicio” no ano 1577 - sua cabeça colocada em lança. A família Machiavelli, numerosa, esteve associada por casamento com outras famílias rebeldes como os Capponi e Alamanni, e aparece ainda ao fim do século na tabela genealógica do historiador Jean Boutier (Sobre a família Machiavelli, consultar a tabela cronológica de Jean Boutier no artigo citado. A informação da morte de Ristoro di Ristoro Machiavelli, Lapini, Atostino - Diario fiorentino: dal 252 al 1596, Firenze, Sansoni 1900, pg.194. Também Arquivo Storico Italiano por Deputacione Toscane di Storia Pátria, ano 1577, pg. 235 em pdf, onde se utiliza a expressão “suplicio”. Data citada por di Ricci, Giuliano - Cronaca (1532-1606), vol. 17, ed. Juliana Spori, Unversidade de Michigan, Ricciardini, 1972, pg. 212.   
    Lembramos que um emissário de Nicolau Maquiavel fora barrado por nosso Giovanni di Lorenzo Cavalcanti em 1513, quando ainda “gentlement uscher” do recém eleito papa Leão X, ao solicitar acesso e uma audiência com este papa. (Sabemos que Nicolau Maquiavel desejou obter a proteção política compreensiva de Leão X, pois havia participado da Primeira República, entre 1498 e 1512 - ao fim aliciando milícias. Mas em 1513 fora preso e torturado, talvez injustamente, incriminado em nova Conspiração contra os Medici. O episódio no qual Maquiavel tenta o apoio de Leão X - episódio do qual o nosso Giovanni Cavalcanti também participa negando o acesso de seu emissário ao papa recém escolhido - é referido por Cinzia M. Sicca - artigo “Consumption of art between Italy and England in the first half of tht sixteenth century: the London house of the Bardi and Cavalcanti”, “Renaissance Studies”, vol. 16, pg. 163-201, junho de 2002, pg. 169, usando como fonte carta de Francesco Vettori para o próprio Maquiavel de 15 de março 1513. Sobre as pretensões de Maquiavel ser protegido por Leão X, consultar também carta do próprio Machiavel a Francisco Vettori, 13 de março de 1513, comentada in Pires, Francisco Murari -“Maquiavel e Tucídides”, ed. Eletrônica, on line.)    Haveria, portanto, entre este grupo dos “Accademicci del Piano” alguma diferença pessoal ou política com as “casati” Machiavelli e Soderini, que nesta listas em código e documentos não aparecem, não são sequer referidas?  
      Sabemos que membros da família Soderini - não citada nestas listas dos “Accademici e altro del Piano” – estiveram ainda atuantes entre os anos 30 e 54, citados pelo historiador Simoncelli. E trabalho moderno indica, até mesmo, Luca e Bernardo Soderini refugiados na Polônia depois da Conspiração de 1575. 
     Observamos que, indicados nestes documentos e fazendo mesmo parte deste grupo dos Accademici, os Capponi não participam da lista liderante dos meses . Os Capponi foram tidos como avançados politicamente em 1527 pretendendo a volta dos antigos regimentos republicanos de 1512. Sabemos que os Capponi teriam tido dificuldade para obtenção de exílio na corte francesa, talvez por ter sido Nicolo Capponi responsável pela guarda, como refém, da pequena Catarina de Médici durante a Segunda Republica. Sobre o assunto acompanhar a discussão recente do estudioso do assunto Paolo Carta, em bibliografiaacima já indicada.
     Assim concluímos, finalmente: ainda que Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti demonstrasse, como sabemos, uma grande simpatia por Maquiavel - simpatia expressa em pelo menos uma carta - sugerimos que este grupo de famílias reunidas nos documentos dos “Accademici e altro del Piano”, documentos codificados e que indicam participação em conspirações desesperadas ao fim do século, famílias que haviam sido mesmo lideradas pelos avançados Capponi na Segunda Republica, não apresentassem o mesmo nível de radicalidade teórica e política de outras famílias talvez mais decididas e radicais na atuação republicana, como os Machivelli e Soderini, por este fato excluídas do grupo dos Academicci. (Questões religiosas e de comportamento mais radical, suspeitamos, nestas diferenças de posturas políticas. A este respeito sugerimos a leitura de nosso artigo “Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti”, editado na revista incomunidade.com/ - Porto). 
     Este detalhado trabalho de análise, que fez parte do nosso esforço em identificar as raízes republicanas dos Cavalcanti no Brasil, será publicado em nosso blog - e chegará também às mãos do pesquisador italiano da família Sylvio Cavalcanti, para que seja apresentada aos especialistas europeus do período - contribuição que achamos importante para estudos sobre o regime republicano florentino e toscano. 
      Agradecemos a todos os pesquisadores da família, parentes ou não, que permitiram, desde já, a feitura deste trabalho.  
     Sugiro aos nossos parentes e pesquisadores, no Brasil e na Itália, que ainda se aprofundem nesses documentos e, melhor conhecedores do italiano, dêm novas contribuições para que possamos levar avante esta pesquisa – pesquisa que acreditamos de relevância para a história italiana e a própria história republicana no Brasil.
     

              
         Parte IV - Anexo
– Trancrição de documentos , listas em código e nossos comentários 
       
    Transcrição completa das listas de nomes e “casati” em código enviadas por Marcelo Bezerra Cavalcanti, acrescidas de nossos comentários sobre elementos e famílias identificados na luta anti-medici e republicana do sec. XVI - listas seguidas pela transcrição das cartas e textos de Giovanni di Giovanni, cartas já parcialmente comentadas no corpo do trabalho.
    Nossos comentários baseados em conclusões de nossos vários trabalhos com fontes citadas, especialmente “Medici X Cavalcanti”, “Conspiração Pucci e Cavalcanti”, inclusive segunda parte “Conspiração Pucci e Ridolfi”, “Rebecca al Pozzo”, Bartolomeo Cavalcanti”, “Filippo di Giovanni Cavalcanti” e recentemente “Giovanni di Giovanni Cavalcanti”, todos publicados no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/    
    Reconhecemos, desde já, possíveis lacunas ou equívocos nos dados fornecidos nesses comentários - dado a grande variedade de fontes primárias e secundárias utilizadas, sobretudo o aprofundamento e o tempo decorrido dos fatos.

                                                           

 Apresentação de listas codificadas completas, ainda  outros documentos inclusive cartas de Giovanni dei Giovanni Cavalcanti referentes aos “Academicci de Piano”. 
Documentos  enviados da Biblioteca Nacional Central de Florença (BCNF) pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti em meados de 2013,  transcritos do CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845- FIRENZE).

Esta documentação já disponibilizada por Marcelo Bezerra Cavalcanti em http://cavalcantis.webs.com/archiviodistato.htm
    

- Listas em código de casatas e elementos membros da Academia  - a companhadas por nossos comentários  
- Cartas de Giovanni di Giovanni Cavalcanti 
 - Documentos assinados por Giovanni di Giovanni Cavalcanti 
       
   - Maglibechiana, Classe VIII, Codice 47  -1ª lista
     (Em algum tempo no passado a primeira lista de nomes seguidos dos  códigos referentes haviam sido decodificados - lista mantida, porém, entre os documentos dos “Accademici e altro del Piano”. Nossos comentários colocados em itálico depois dos nomes e códigos referidos, mantida sempre a ordem original. As personalidades e “casati” que já foram anteriormente ou por nós identificadas em concretas atividades anti-medici têm seus nomes e códigos grifados. Nossos comentários em itálico. Datas ressaltadas em negrita).

Gneo Scaracchio Dittatore – Giovanni di Giovanni Cavalcanti / Jovem membro de antiga família Cavalcanti, participante e formadora da Republica florentina, neste código “casata” Scaracchi, do ramo dos “Cavalleschi”. Nascido cerca de 1535 e falecido depois de 1588. Filho do ilustre diplomata informal e “cubiculari” papal, também anti-medici apartir de 1527, Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e de Ginerva Manelli (ver abaixo “casata” Manelli, também em lista em código desta Academia).  Do ramo que vem para o Brasil por seu irmão Filippo, segundo tradição oral da família, em fuga pela perseguição dos Medici. Giovanni di Giovanni era também parente do líder na Segunda Republica, Mainardo Cavalcanti, e de seu filho Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti, do ramo dos “Cavallereschi”, notórios lutadores republicanos no século. Também parente de Stolto di Tomasso Cavalcanti, do ramo “Ciampoli”, decapitado em 1559 por participação na Conspiração Pucci e Cavalcanti, lederada por Bartolomeo. Irmão dos diplomatas informais Schiatta e Guido, e ainda de Generva. Seu irmão Guido atuou a partir de 1563 na corte francesa francamente anti-medici, chegando a Ministro de Estado em 1572. Giovanni di Giovanni é autor de texto nesta documentação referente à Accademia del Piano em que se assina Gneo Scaracchio Dittatore e duas interessantíssimas cartas a Bernardo Cambi em 1560, 1561, onde se assina Gio ou Gnco. Estas cartas codificadas demonstram seu amplo conhecimento de pessoas e fatos pertinentes ao momento conspiratório. Giovanni teria se correspondido ainda, entre 1587/1588, com o celebre filosofo Giordano Bruno. Mais detalhes a seu respeito e de suas cartas, consultar o nosso texto acima e o nosso artigo “Giovanni di Giovanni Cavalcanti” já editado em http://rosasampaiotorres.blogspot.com.
Gaio Ciaverco Pon. Max. - Iacopo Pitti / Iacobo Pitti, nascido em Florença em 1519, falecido 1589. Membro da família de banqueiros Pitti, tida como rival dos Medici, sua concorrente, entretanto, nunca oficialmente incriminada em conspirações – família com alguns detalhes referida por nós no texto acima. Iacopo Pitti era filho de Francesco Pitti e Genevra Lanfredini, família que também aparece nesta “Lista di Casati” em código, os Galliensi. Iacopo Pitti teria sido um senador liberal, autor de “Istorie Florentine” entre outras obras literárias e teria mesmo fundado esta Academia del Piano dedicada a leituras platônicas, “dallo adunarsi che faceva nel piano di Ripoli”, subúrbio de Florença (segundo informações Dizionario General de Scienze, lettere, arti, storia, geografia. Turino, 1863, pg. 589). Casado com Madalena Gaddi, muito rica sobrinha do cardeal, também  anti-medici, Nicolo Gaddi. Nestes documentos da Academia a família Pitti aparece no “código de meses”, código que indicamos como referido especialmente as casati  atuantes na Conspiração de 1559 - o mês de Agosto referido ao código Ciavereo Pitti: na lista “Nomi di Casati” o código Ciaverei, relacionado aos Pitti; abaixo já indicado Gaio, aos Iacopi. Ainda referido o código “Portici di Bacco”, a própria casa, palazzo, dos Pitti. / Jacopo Pitti é autor de vasta obra, entre ela a não acabada “A volta di Gaio Ciavereo”, que constaria  entre os  documentos da Maglibechiana, ainda “Apologia dei Cappucci”, e a também inacabada “Annali dell´Academia del Piano”- obras não consultadas. Ver mais detalhes sobre os Pitti lista abaixo, “Nomi di Casati” e na lista dos meses.  Nota – na pagina 9 destes documentos da Academia é referido um texto: - “L'Historia della cacciata di Gaio Ciaverei Pon Max del Piano, di Decimo Corinella da Perotola ec. Cosi era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana. Di Giovanni Berti Proemio - alla pagina 88”. Em código, portanto, já decodificado Gaio Ciaverco Pon. Max. como Iacopo Pitti e ainda Decimo Corinella da Perotola decodificado como Girolamo Mei. Sabemos que Aprile é relativo ao código e “casata” Corinello Mei e à familia Gerolami.  Por nós, portanto, traduzido e assim entendido: “História da expulsão de Iacopo Pitti, por Decimo Corinella da Petorala ec. como era chamado Gerolamo Mei, na língua “piangiana” [ou “pianigiana” - lingua da Academia do Plano]. De Giovani Berti Proemio – na pagina 88”. Documento ainda não examinado.  
Cesarco Aulquino senatore - Angiolo Guicciardini / Agnolo di Girolamo Guicciardini, neto de messer Petro Gicciardini, mencionado na tabela genealógica de Boutier como nascido em 1525, tabela referente a estudos sobre a conspiração de 1575. Falecido, constatamos, em 1581. Foi senador em julho de 1565. Sobrinho do famoso jurista republicano Francesco Guiciardino. Angiolo foi  intelectual que pretendeu, mais tarde, fazer uma correção do Decameron, não aceito por Cosimo I. Mais detalhes da atuação de sua família: no código referente a messe Piero Guicciardini; na Lista di Casati, casata Graverolto Guicciardini, ainda menção na lista dos meses, Novembre – Graocrolto (ou Graverolto) Guicciardini – a menção nesta lista de meses indica muito provável  participação sua e de sua  família na Conspiração de 1559. A familia Guicciardini teria mantido ligações de negócios agrários com os Cavalcanti em Pitiana  na Toscana, segundo indicações recentes de Marcelo Cavalcanti    
Agiarco Pione senatore - Bernardo Cambi / Membro de família muito antiga e íntima dos Cavalcanti desde o sec. XIII em negócios financeiros e cunhagem de moedas, a Cambi–Cavalcanti. O código “Pioni” relacionado à família “Cambi”. As cartas em código de Giovanni di Giovanni Cavalcanti de 1560 e 1561 são dirigidas a Bernardo Cambi com muita intimidade, comunicand-lhe detalhes e notícias dos “fuoriusciti” na época, indicando ser ele estudioso da língua grega.  Citado em código como “Marco Pio”, “Marco Pione”, também “Lucatine Marco”. A presença da família na lista dos meses, Dicembre - Piane (ou Pione) Cambi, ainda mais reforça  seu conhecimento sobre a Conspiração de 1559. 
Gaio Plutonico senatore - Iacopo Salviati / Membro da família Salviati que não conseguimos com certeza  identificar. A família Salviati envolvida já em conspirações antigas - a Pazzi de 1478 - e mesmo novas.  Sabemos que Iacopo Salviati (1461-1533) foi casado, por Lorenzo de Medici, para pacificação das famílias com sua filha Lucrecia – a família, entretanto, já dramaticamente envolvida na luta anti-medici. Iacopo Salviati foi político, e pode ter sido pai ou avô de Lorenzo di Jacopo Medici (Salviati?), líder decapitado por envolvimento na conspiração de 1559. Não conseguimos confirmação genealógica do parentesco, ainda que Iacopo Salviati tenha tido um filho, senador e mecenas do mesmo nome, Lorenzo Salviati ( 1492 -1539), cujas datas, entretanto, não se encaixam. O Iacobo Salviati referido possivelmente neste códig , é citado por seu codinome, nostro Gaio, na carta do jovem Giovanni Cavalcanti, tendo sido mesmo  exaltado pela rainha Elizabeeth I. Nenhum outro Iacopo Salviati aparece na listagem dos Salviati ativos, referidos por Simoncelli entre os anos 30 e 54. Ver mais detalhes sobre a família no texto acima, item d e na “Lista di Casati”; a família Salviati na “Lista di Casati” em código Platonei (ou Plutonei). 
Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore - Filippo Mannelli / Membro de família antiga, produtores de seda, parentes maternos do ramo dos Cavalcanti brasileiros por Ginerva Manelli, casada com Giovanni di Lorenzo Cavalcanti. Um messe Filippo [Manelli?] é citado como íntimo do jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti, em sua carta datada de 1560. Seria seu avô ou tio? Não havia surgido, até agora, nenhum comprometimento oficial desta família na conspiração de 1559, porém sabíamos que  um membro dessa família Manelli, Nicolau Manelli Spinelli, veio também parar no Brasil, aí com uma filha Manelli. A família cidata na lista em código  dos meses, na nona posição , indicaria sua participação na conspiração de 1559. Messe Filippo [Mannelli?], citado pelo jovem Giovanni já estaria, a que tudo indica, como “fuoriusciti” abrigado em Paris por volta de 1560. A família não aparece citada por Simoncelli entre 30 - 54. Ver mais detalhes em “Nomi di Casati”, a família sob o código Raverese (ou Baverese).
Publio Graveratto Protocista - M. (messer) Piero Guicciardini / Piero Guicciardini (1454-1513) foi aluno do notório  filósofo neo-platônico Marcilio Ficino e membro de família com participação na Republica florentina desde a Revolta dos “ciompi”. Participou da Republica de Savanarola.  Foi pai do grande jurista Francesco Guicciardini (1483 – 1540), famoso intelectual republicano que manteve postura “ottimatti”, mas ligação e polêmicas com Maquiavel.  Família nesta documentação também presente no código dos meses, Novembre – Graocrolto (ou Graverolto) Guicciardini, e também na lista “Nomi di Casati”, Graverolti relativo aos Guicciardini. Familia certamente envovida na conspiração de 1559 por esta presença na lista dos meses e por participação nesta Academia de um neto seu Angiolo citado acima (ver Conclusão)/ família que também  aparece na tabela genealógica de Boutier referente à Conspiração de 1575. Familia muito atuante em Simoncelli entre 30 e 54.
Coccio Scorone - Agostino Palone Tom N° - 
Luincunci – Bandini / Código referente à família ou a personalidade de algum membro da família Bandini / O fidalgo Píer Antonio Bandini foi casado com uma das filhas do famoso conspirador de 1559, Bartolomeo Cavalcanti – Casandra Cavalcanti Bandini. / Giovanni Bandini, aparentemente, com posições medicéias é referido por Simoncelli (pg. 357, 364) / Nota - Cinzia M. Sicca em artigo citado de 2006 (pg. 5) comenta um texto do cronista e historiador de artes Vasari e afirma que um quadro de Il Rosso, o famoso “Moisés e as filhas de Jetro”, é tido como também exportado, no período da Segunda Republica para a França, por Giovanni Baldini (ou Bandini? - existiram as duas famílias), visando o auxilio anti-medici da corte francesa, como já o fizera Giovanni di Lorenzo Cavalcanti em relação ao quadro “Rebecca al Poço”, encomendada ao mesmo artista e enviado ao rei inglês.
Bogia - Del Bene / A família dos Del Bene cedo se estabeleceu na França, família do grande banqueiro Bernard Albizzi Del Bene migrado para a França, financiador das contestações anti–medici, casado com a filha de Bartolomeo Cavalcanti, Lucrecia Cavalcanti del Bene, nome que também levam seus filhos. Atuou financeiramente a partir da corte francesa na conspiração de 1559. Não sabemos se o casal teria atuado ainda em 1575. Ver detalhes na lista “Nomi di Casati” del Bene e Albizzi.
Adomolchi – Gaddi / Família do rico Cardeal Nicolo Gaddi que esteve envolvido em conspirações anti-medici, já antes de Montemurlo. Ver em Smoncelli. Sua sobrinha Madalena Gaddi foi esposa de Iacobo Pitti.  
Plutonei – Salviati / família de antigos contestadores e conspiradores desde a conspiração Pazzi de 1478. A família já com contestações dramáticas pelo parentesco com os Médici. Um Iacopo Salviati aparece acima em código nesta lista já decodificada como “Gaio Plutonico senatore”. Da família pode ter sido Lorenzo di Iacobo (Salviati?) – Medici, decapitado em 1559. Ver mais longamente acima Iacopo Salviati, e sobre esta família  no próprio texto, item d e na lista “Nomi di Casati”; os Salviati em código Platonei (ou Plutonei). Ainda os Iacopi , referido no código Gaio, logo abaixo.
Alfca – Pisa / Código, possivelmente, referente à cidade de Piza.
Portici di Bacco - Casa Pitti / Código referente aos jardins do Palazzo dos Pitti, possivel lugar de encontro, referido como atual “Giardino di Boboli” pelo pesquisador Marcello Bezerra. 
Appio - Raimondo
Atranino - Massimo
Gaio – Iacopi / Código relacionado, certamente, aos de prenome Iacobo, codinome Gaio: Iacobo Pitti e Iacopo Salviati / Iacobo Pitti, tem seu codinome Gaio Ciaverco Pon. Max. e é indicado como fundador da Academia, colocado logo em segundo lugar na lista já decodificada. Também Iacobo Salviati, Gaio Plutonico senatore, já decodificado com detalhes referidos acima / Sobre a família Pitti ver nossos comentários texto acima e também abaixo na lista “Nomi di Casati”. / Sobre os Salviati sabemos que ramos desta família foram dramaticamente questionadores de seus próprios parentes Medici. O mais antigo Iacopo Salviati, filho de Giovanni Salviati e Helena Gondi era neto de Alemmano Salviati - sobrinho do arcebispo Francisco Salviati, punido e morto no mesmo dia conjura Pazzi em 1478. Este Jacopo Salviati, mesmo assim casado pelo grande Lorenzo para pacificação das famílias com sua filha Lucrecia Medici. Iacopo teve com Lucrecia inúmeros filhos, entre eles Maria Salviati - a própria mãe de Cosimo I de Medici.  Seria Iacopo Salviati pai ou avô de Lorenzo di Jacobo Medici (Salviati?), líder decapitado na conspiração de 1559? Ainda não conseguimos confirmação genealógica do fato, ainda que tenha tido um filho seu, banqueiro e mecenas, de nome Lorenzo Salviati – cuja  cronologia não  se encaixa. Ver sobre os Salviati nosso texto acima, item d, e especialmente família Salviati na lista “Nomi di Casati”, código Platonei (ou Plutonei?) 
Titi – Agnoli / ou Tito – Agnoli?/ Neste código aparece Tito Frigione , decodificado como o cardeal Angiolo (ou Agnoli) Niccolini. Os Niccolini eram família muito referida por Simoncelli ,atuantes  anti-medici entre 1530-54/ Nota- Entretanto, uma personalidade, Tito, é citado na carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti de 1560, e não acreditamos que seja este Angiolo, mas sim um seu pequeno filhinho também referido, e que pensamos melhor se adéqüe. Da carta: “ne fa che tu mi voglia bene et anche mio Tito [neste código Titi-Agnoli?] et io a tutti a lui di core mi osfero e raccomando Dio vi conservi”. 
Decimi – Girolami / Decimi é código referente aos de prenome Gerolamo, pois abaixo “Decimo Bracchiense ercientale - Girolamo da Lommaia” e também” na documentação abaixo “L'Historia della cacciata di Gaio Ciaverei              [decodificado como Iacobo Pitti]” p.88,é afirmado: “Decimo Corinella da Perotola ec. Cosi era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana /Família presente na listas dos meses, mês de aprile, código Carinello Mei, código certamente também referente aos demais Gerolami.  Temos que um Jean Gerolami, que sabia da conspiração Pucci & Cavalcanti de 1559, mas não a delatou, tendo sido culpado de crime de “lesa majestade” sofreu pena de prisão perpétua, preso em Volterra não sabemos por quanto tempo. Seu irmão Bernardo Gerolami participou de 1575, é alcançado e morto na França / Na lista de Boutier aparece ainda o prenome Girolamo, para um membro da família Guicciardini [1497-1556]. Mais informações e detalhes sobre a família na lista “Nomi di Casati”, código Corinello Mei. 
Fausto Imperiere - Ruberto Ridolfi / Ruperto Ridolfi, membro da família Ridolfi, família florentina tradicional de banqueiros nobilitados no começo dos anos 1400 e que apoiaram os Médici de início, ligados por laços de casamento. A partir da década de 20 entretanto, parte da família vinha conspirando contra estes seus parentes Medici.  Piero Ridolfi, banqueiro, teria conspirado contra os Medici já nas reuniões do Oricelai na década de 20, segundo refere correspondência do próprio Ruberto Ridolfi com Maquiavel.  O cardeal Nicolo Ridolfi nos anos 30 atuou em favor dos “fuoriusciti” e feito mesmo a encomenda do famoso busto de Brutus, símbolo do tiranicídio, a Miguelangelo.  A atuação de Ruperto Ridolfi referida por Simoncelli. / Família, por fim, muito envolvida na conspiração de 1575 por Pierino Ridolfi, um Strozzi-Medici-Ridolfi que talvez pretendesse o poder, como familiar dos Medici. Pierino longamente caçado tentara refugiara-se como outros na Polônia. Alcançado na Germânia foi trazido de volta e decapitado na fortaleza de Saint Moritz, em 29 de maio de 1577. A família Ridolfi, em código “Imperieri”. (Abaixo mais detalhes sobre esta família na lista “Nomi di Casati”)
Emilio Luadro - Hanobi Montanti
v.
Agripa Datrone - Lionardo Datti
Volpisco Pio - Nofri Bracci
Tulliano Dinuborid Giambardo - Giuliano di Niccolò Gondi / Giulian di Nicolò Gondi (falecido 1587) seria ativista, membro de família de importantes banqueiros, financiadores das lutas anti-medici na Toscana desde o início agindo a partir da França.  Giuliano Gondi foi amigo de Bartolomeo Cavalcanti e do banqueiro Filippo Strozzi, tendo sido torturado após o episódio de Montemurlo. Sua tortura determina o suicídio de Filippo Strozzi.  Sobre a importante família Gondi, em codinome Giambardi, abaixo na lista “Nomi di Casati”. Ver logo abaixo, também da família Iacunm Bacciolto Gondi.
Busisi - Giulian Gondi / Giuliano di Nicolò Gondi, ver citado logo acima. Ver mais sobre os Gondi, codinome Giambardi; abaixo Iacunm Bacciolto Gondi, e na lista “Nomi di Casati”. 
Lucintolto Giambarda - Iacunm Bacciolto Gondi / Membro da família dos importantes banqueiros Gondi, financiadores anti-medici a partir da França.. Iacunm Bacciolto Gondi, já decodificado, aparece na carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti em código como o primo Lucintolto, que galantemente teria sido apresentado à Rainha Elizabeth I na Inglaterra, por volta de 1560 (data aproximada também da Conspiração de 1559). Seria ele um “fuoriusciti” da família Gondi ameaçado de morte e em fuga nesta ocasião, como nos sugere esta carta? Giovanni dá mesmo esta impressão ao afirmar: “egli [Lucintolto]con la spada passò la gola a uno assassino voi vedrete di tutto le tavolucrie alla nonziata”.   Mais comentários sobre as relações Iacum e Elizabeth I na carta de Giovanni. Mais detalhes sobre a atuação dos Gondi na França abaixo na lista “Nomi di Casati”, onde levam o codinome Giambardi. 
Radiponia Chiarigino - M. Maccio Mgalini / Sabemos que o código Radiponi é realtivo à família Pucci, que  atuou contra os Médici conspirando  depois de 1556. Mas  não conseguimos identificar esta personalidade, nem os Mgaline. 
Spuriolo Alidono - Cecchino Gianfigliazzi / A familia Gianfigliazzi citada por Maquiavel como família guelfa florentina. Mais não pudemos identificar.
Decimo Bracchiense ercientale - Girolamo da Lommaia / Este Girolamo da Lommaia possivelmente Gerolamo da Lombardia, ou Gerolamo Lombardo (1506-1590), famoso escultor e fundidor em sociedade com seus irmãos. Não temos mais referências de participação anti-mediti, só sua participação nesta documentação. O código Decimo indica os de prenome Girolamo. Nesta lista do código de prenomes a palavra “Decimi” é relacionada também a um Girolamo da família Mei na “Lista di Casati” código Corinella -  documento citado abaixo,  assim decodificado e por nós traduzido traduzido : “L'Historiada expulsão  de Gaio Ciaverei, [Iacopo Pitti]”, por “Decimo Corinella da Perotola ec. como era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana” . / Dois membros da família Girolami tiveram atuação anti-mediti entre 30 e 37. Sabemos também que dois irmãos Girolami, Jean e Bernardo, participaram de conspirações contra os Medici no final do século. Jean Gerolami, que sabia da “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559 , mas não a delatou, tendo sido culpado de crime de “lesa majestade” sofreu pena de prisão perpétua, preso em Volterra não sabemos por quanto tempo. Seu irmão Bernardo Gerolami participou de 1575, é alcançado e morto na França. Como prenome aparece também na lista de Boutier um Girolamo Guicciardino (1497-1556) da família republicana. Ver mais sobre a “casata” Girolami na lista dos meses Aprile - Corinello Mei. 
Tito Frigione - Angiolo Niccolini il cardinale / já decodificado como o cardeal Angiolo Nicolini de familia muito referida por Simoncelli como atuante anti-medici entre 1530-37. Um Tito é citado na carta Giovanni di Giovanni Cavalcanti de 1560, mas não temos certeza que seja este Angiolo. Ver a dúvida acima na lista em código Titi- Agnoli.
Crispo Mencherini - Stuomo Plebeo / o código Crispo referido abaixo é relativo ao prenome Domenico, e neste caso o nome todo decodificado seria Domenico Mencherine. Mencherine, entretanto é família não identificada por nós. O predicado que se segue Stuomo Plebo, em tradução Homem Plebeu. No todo, a decodificação assim ficaria: “Domenico Mencherini – homem plebeu”. Pessoa, entretanto, por nós ainda não identificada.
Luinto Coicodrillo - Piero Capponi / A família Capponi apresentou pelo menos tres geraçãoes anti –medici com o prenome Piero. Pier (1468-?), Piero di Nicolo (1504-1568) e Piero di Alessandro Capponi, este filho de Alessandro Capponi e Lisabetta, filha do jurista Francesco Guiciardini - determinado republicano que sabemos participou da conspiração de 1575 com quatro de seus parentes Capponi, também perseguidos.  Piero di Alessandro Capponi teria especialmente peregrinado por toda a Europa - da Polônia à Inglaterra. Alcançado na França, muitos anos depois, já em 1582 - aí apunhalado por mercenário dos Medici. Muito benquisto pela rainha inglesa Elizabeth I, Piero Capponi teria sido sepultado em Londres. / Mas o  cognome Luinto também aparece nesta lista relacionado ao prenome Bartolomeo. Neste caso seria Bartolomeu Capponi, personalidade da família atuante contra os Medici citado por Simoncello como atuante entre 30 e 54? A família Capponi analisada detidamente no texto e mais na lista “Nomi di Casati”, em código os Iuliani. A família, entretanto, não está citada na lista dos meses, certamente relativa à liderança na Conspiração de 1559. 
Mese Ambaciolto – Settembre / Código certamente  relativo à família Mannelli, pois abaixo Settembre em código referido à “casati” Baverese Mannelli. Os Manelli eram parentes maternos do nosso ramo Cavalcanti, por Gineva Mannelli esposa de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti. Felippo Mannelli indicado em código como “Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore. Ver mais casati Baverese Mannelli.

(Maglibechiana, Classe VIII, Codice 47) - 2ª lista 
Pagina 4 – “Nota di Nomi propri in Lingua Pianigiana” - Nome de XII mesi che son casate che icalsuna haveva un senatore.  (Código que associa o nome de famílias (casati) aos meses do ano. Lista, certamente, referente à Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559 - pois as quatro primeiras fámilias em código têm membros muito severamente punidos nesta conspiraçãode 59). 
Genaio - Scaracchio Cavalcanti / Código referente à família ampla dos Cavalcanti, família que aparece na “Lista di Casati” como os “Scharacchi”.  Entre os Scharacchi, portanto, citamos Giovanni de Giovanni Cavalcanti, membro do ramo Cavalcanti dos “Cavalleschi”, jovem que se intitula nos documento desta Academia como “Gnco Scaracchio dittatore”, e em cartas Gnco ou Gio - de ramo a que pertencem também seu pai Giovanni di Lorenzo e pelo menos seus dois irmãos, Guido e Filippo – este que veio parar no Brasil. Código que inclui também os Cavalcanti do ramo “Cavallereschi”, Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti e de seu pai Mainardo, já notórios auantes e conspiradores republicanos; também Stolto Cavalcanti do ramo “Ciampoli”, decapitado em 1559 por participação na “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559 - conspiração liderada pelo parente Bartolomeo, que se esconde em Padua. Ver sobre a família mais detalhes na lista “Nomi di Casati”. Sobre a atuação republicana de Bartolomeo Cavalcanti, que teria também uma carta codificada em números nesta documentação, consultar nosso artigo específico publicado na mídia eletrônica, 4shared.
Febbraio - Badiponi Pucci / Código relativo à família Pucci, em código na “Lista di Casati” Badipone ou Radiponii.   A família Pucci fora sempre fiel aliada dos Medici e enriquecera por isso. Entretanto, atuou contra esta família a partir de 1555, depois da punição sofrida por um tio de Pandolfo Pucci, Bertoldo Corsini, executado em 1555 por incitação aos sienenses e ajuda econômica à Republica desta cidade sitiada. Pandolfo Pucci era um cortesão de Cosimo I e foi, então, aliciado pelo cardeal Farnesi para a conspiração de 1559, agindo com o conspirador Bartolomeo Cavalcanti. Descoberta a conspiração, como punição Pandolfo foi degolado; seu parente Puccio Pucci, magistrado, decapitado com Stolto Cavalcanti e Lorenzo Jacobo Medici (Salviati?) Ver detalhes em nosso texto acima e no  artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559”, notas 25 e 26. Também o filho de Pandolfo, Oracio Pucci, decapitado por sua liderança na conspiração seguinte contra os Medici, a “Conspiração Pucci e Ridolfi” de 1575. Dois outros filhos de Pandolfo - Alessandro e Emilio - também teriam sido assassinados: um quando buscava proteção do papa Clemente VIII e o outro por um serviçal (fonte Ross, Janet - Florentine Palaces and theis Stories, s/d, pg 237. Os nomes Alessandro e Emílio referidos na tabela genealógica de Boutier). Ver outros detalhes na lista “Nomi di Casati”.
Marzo - Afrifio Miniati / Código referido à família que identificamos unida aos Barberini - Marietta Miniati, casada com Francesco Barberini cujo filho, Antonio Barberini (1494-1559) teria sido morto por forças leais aos Medici em 1559, segundo fontes genealógicas. A família Barberini, de menor nobreza na Toscana, proveniente da localidade de Barberino Val d´Elsa e estabelecidos em Florença no século XI. Carlo Barberini e o irmão Antonio eram mercadores bem sucedidos no comércio de grãos, lã e tecidos. Em 1530, Antonio participara da defesa da Republica Florentina e após “cançar-se das regras dos Medici” deixara Florença em 1537 para retomar os negócios dos Barberini em Roma. A presença da família Miniati nesta  lista dos meses, ,indicativa das lideranças na conspiração de 1559. parece indicar mais uma vezsua participação neste episódio. 
Aprile - Corinello Mei / Código referente à família Mei, sobre a qual temos poucas referências, apenas a existência de Ser Pagolo Mei que em 1516 teria vendido uma propriedade a Francesco de Matteo Cavalcanti (Guido Carroci –Sulla destra del lArno, p.217) . Um Girolamo Mei também aparece em documento desta Academia, citado  abaixo, já decodificado e por nós traduzido: “A Historia da expulsão  de Gaio Ciaverei [Iacopo Pitti], por “Decimo Corinella da Perotola ec. como era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana”./ O código Decimi na lista de prenomes relacionada aos Girolamo. Assim o  código Decimo Bracchiense ercientale indica Girolamo da Lommaia já decodificado e que poderíamos identificar talvez como Gerolamo da Lombardia (1506-1590), famoso escultor e fundidor em sociedade com seus irmãos./ Acreditamos que este código Corinello Mei seja referente à família Mei, mas também aos demais da família Girolami / Um Antonio Girolami já aparece como inimigo dos Medici na Historia de Florença de Maquiavel.  Citados e identificados por Simoncelli um Rafaelo Girolami, ultimo gonfaliero republicano que teria sido reprimido em 1530 (pg. 38n) e Zanobi Girolami, detido com outros, por volta também de 1530, em Gaeta (pg.109). Um Giuliano Girolami ainda citado como filho de Raffaelo. / Sabemos que dois irmãos Girolamo, Jean e Bernardo, participaram de conspirações ao fim do século.  Jean Gerolami, que soube da conspiração Pucci & Cavalcanti 1559, mas não a delatou, foi culpado de crime de “lesa majestade” e sofreu pena de prisão perpétua, preso em Volterra não sabemos por quanto tempo. Seu irmão Bernardo Gerolami participou de 1575, é alcançado e morto na França. / O prenome Girolamo aparece na lista de Boutier para Girolamo Guiciardino (1497-1556). Ver mais detalhes sobre este código Corinello Mei na lista “Nomi di Casati”/ A participação da família Mei por Girolamo Mei nesta lista dos meses, e a atuação de Jean e Bernardo  Gerolami em 1559 e 1575 confirmaria a importãncia desta lista de meses, a que tudo indica  referente as lideranças nos episódios conspirativos de  1559.  
Maggio - Labcone Brucellai / Código referente à família Rucellai, família que aparece na lista “Nomi di Casati” em código Labeoni (ou Labcone) relativo aos Bucellai (ou Rucellai).  A família Rucellai era descendente da irmã do grande Lorenzo Medici, Nannina. Muito comentado na década de 20 que as conspirações saíam mesmo de dentro da casa dos Medici, do centro de atividades culturais e literárias que se reunia nos famosos jardins da casa dos Rucellai (Orto Oricellai), onde aparentemente se discutem novas ordenações republicanas e é tramado um atentado contra Giulio Médici. Descoberta a conspiração em 22, dois implicados foram executados: Jaculo Buondelmonti e Jacopo da Diacleto / Oracio Rucellai é citado em “Settimane delo Studio - Arte e Religione nella Firenze dei Médici”, (Cità di Vita, 1980, pg. 26) como ligado à “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559. Também o autor Cesare Trevisane (pg. 99) indica que na corte francesa teriam estado entre outros envolvidos nas conspirações florentinas nas proximidades do ano 1558, Oracio Rucellai. A participação de Orácio para na conspiraçãode 1559,  e a presença da famiia nesta lista de meses, confirma nossa hipótese da participação nesta lista das famílias liderantes nos episódio de 59.  Ver mais detalhes sobre esta família na lista “Nomi di Casati”.
Giugno - Pisignomi Barbaderi (ou Barbadori) - Na lista “Nomi di Casati” o código Pisignomi referido aos Barbadori. Esta familia Barbadori é referida no passado por Maquiavel em “Historia de Florença”, atravez Nicolo e Donato Barbadori - este preso por ocasião da execução de Piero degli Albizzi (ver p. 169) - ainda Cosimo Barbadori morto na prisão  pelos Venezianos, ao fugir de Florença  com a volta de Cosimo de Medici (ver pg. 234). Neste século XVI não encontramos mais nenhuma referência a esta família atuando em contraposição aos Medici. Mas sua presença nesta lista dos meses a torna suspeita de atuação ainda nos episódios conspirativos de 1559. 
Juglio – Simpofio Nasi, não Masi / Código relativo à família de banqueiros Nasi. Em código na lista “Nomi di Casati” aparece o código Simposii (ou Simpofio) relacionado aos Nasi, que atuaram na conspiração de 1559. Francisco di Alessandro Nasi muito auxiliou os Strozzi no ano de 1537 e teria também participado da conspiração de 1559, fato que agora se comprova, pois Giovanni di Giovanni a ele se refere, ainda que somente em código, em sua carta de 1661.  Ver mais fontes a este respeito e interessantes detalhes sobre esta família de banqueiros anti-medici, muito atuantes, na lista “Nomi di Casati”. Sua participação confirmada indica a correção de nossa hipótese relativa á lista dos meses. 
Agosto - Ciavereo Pitti / Código relativo à família Pitti. Iacopo Pitti, político tido como liberal e um dos fundadores da Accademia, aparece em código como “Gaio Ciaverco Pon. Max”. Ver mais detalhes acima sobre Iacopo Pitti. Na lista “Nomi de Casati” o código Ciaverei relacionado aos Pitti. Até mesmo o jardim da rica casa dos Pitti, possível ponto de encontro, referida neste código como “Portici di Bacco”. Família de banqueiros, rival e concorrente do Medici, referida longamente já no texto acima, mas que nunca fora incriminada oficialmente em conspirações. Os Pitti a partir de 1549 entram em decadência e tem de vender aos Medici o próprio palazzo Pitti. A casata indicada nesta “lista dos meses” sinalisa sua potencial participação na conspiração de 1559 – sobretudo Iacopo Pitti excelente disfarce para os “Accademici” uma vez que a família nunca fora comprometida oficialmente.    
Settembre - Baverese Mannelli / Código referente à  família Mannelli. Na lista “Nomi di Casati”, já aparece em código Raverese (ou Baverese?) relativo à família Mannelli / Filippo Mannelli acima referido em código como “Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore” seria possivelmente tio de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, pois este cita um messer Filippo como íntimo e já “fuoriuciti” em Paris, em sua carta de 1560.  A família Mannelli antiga produtora de seda, parentes dos Cavalcanti do ramo brasileiro por Ginerva Mannelli, casada com Giovanni di Lorenzo Cavalcanti. Família que também vem parar no Brasil por Nicolau Mannelli Spinelli,  seguindo seu  parente Felippo di Giovanni Cavalcanti, este segundo fontes orais envolvido na Conspiração liderada por Bartolomeo em 1559. Nicolau casado com Adriana de Holanda em Pernambuco tem ainda uma filha que levou o nome Mannelli. Também uma das filhas de Filippo no Brasil foi Genevra Arco Verde Mannelli, cuja avó materna era a índia Tabajara da tribo Arco-Verde, Muíra.   Ver em “Nomi di Casati” mais detalhes sobre os Manelli. Estes vários fatos citados encaminham a participação da família Manelli nos episódios conspirativos de 1559.   
Ottobre - Ambracetto Altoviti / Na lista “Nome di Casati”, a palavra Ambracelti já é relacionada aos membros da família Altoriti (ou Autoviti), família do importante banqueiro florentino em Roma, Bindo Altoviti, que empenhara seus vastos recursos financeiros na luta pela República de Siena.  Seu filho Cássio Altoviti morrera bravamente na luta em Montemurlo, 1537, e a família atuou unida novamente em 1554/55, em Siena, com membro da família ainda envolvido na conspiração de 1575.  Antonio di Francisco Altoviti, decapitado na prisão de Volterra, em agosto de 1577. Segundo notícias: “Antonio Altoviti, colpevole di non avere denunciato la congiura, che Piero Ridolfi gli aveva manifestado, fu nel 1577 condennato a morte: ufficialmente graziato dal granducca, venne transportatto nella fortalezza di Volterra, e là decapitato...” Ver mais detalhes na “Lista di Casati. Não são referidos historiograficamente como participantes da conspiração de 1559, mas a participação nesta lista agora o supõe. 
Novembre - Graocrolto Guicciardini / Código relativo à família do famoso jurista e intelectual republicano Francisco Guicciardini, família na lista “Nomi di Casati” indicada em código Graverolti (possível erro de cópia, pois apenas duas letras são trocadas). Família com genealogia muito cruzada com famílias conspiradoras e atuantes contra os Médici, indicada por Boutier em sua tabela genealógica da conspiração de 1575; mais detalhes na própria “Lista di Casati”. Sua presença nesta lista dos meses indica sua potencial  participação na Conspiração de 1559. A familia Guicciardini teria mantido ligações de negócios agrários com os Cavalcanti em Pitiana  na Toscana, segundo indicações recentes de Marcelo Bezerra Cavalcanti.    

Dicembre - Piane Cambi / Código relativo à família Cambi. Bernardo Cambi aparece como participante desta Accademia, em código Agiarco Pione senatore. A família Cambi indicada como Pioni. Família de longa data ligada aos Cavalcanti, sua sócia no sec. XIII na Casa Cambi-Cavalcanti, para cunhagem de moedas. A carta em código de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, datada de 1560, já por nós apenas em parte decodificada, é mesmo dirigida de forma muito íntima a Bernardo Cambi, que parece ter conhecimento do código e de detalhes da atuação dos conspiradores citados.  O conhecimento destes fatos da Conspiração de 1559 por Bernando Cambi, naturalmente, supõe também sua participação e da família indicada nesta lista de mesmes na conspiração. Ver mais detalhes na lista “Nomi di Casati”.
  “Nomi di Casati” (Associação das famílias - “casati”-  aos seus códigos respectivos)   3ª lista 

A                        
Ambracelti – Altoviti / Já referido o mês “outubro” ao código “Ambracetto Altovit”. À “casata” ou família Altoviti pertencia Bindo Altoviti, importante banqueiro em Roma, que empenhara seus vastos recursos financeiros e coordenara com outros banqueiros a luta pela República florentina. Cássio Altoviti, filho de Bindo, morrera bravamente em luta em Montemurlo no ano de 1537, e a família atuou novamente unida em 1554/55, pela Republica de Siena. De futuro sabemos que Antonio di Francisco Altoviti, descendente do importante banqueiro florentino Bindo, foi alcançado e apresado em abril de 1577, apenas por abrigar por uma noite em Roma o seu amigo conspirador Piero Ridolfi, após a conspiração de 1575. Antonio di Francisco Altoviti nascido em 34 e Cavaleiro de Malta foi mantido encarcerado nas masmorras de Volterra por cerca de seis meses, condenado à morte. Apesar do perdão oficial de Francisco I foi mesmo assim decapitado nesta prisão de Volterra em agosto de 1577, sem sacramentos (fontes na 2ª parte do nosso trabalho “Conspiração Pucci e Ridolfi”, nota 80).
Agatoni – Bartoli / Desta família, Francesco Bartoli, citado em Simoncelli (pg. 192) sem indicação, entretanto de sua posição política)
Arzanali - Di Cante / Nenhum membro dessa família foi por nós identificado em anti-medici, mas fonte genealógica informa: “Antichissima e nobilissima famiglia fanese, ma originaria di Gubbio, il cui vero cognome è Gabrielli. L'attuale cognome non è altro che il nome del feudo comitale da loro posseduto fin dal secolo XII. Si vuole che in Gubbio fosse capostipite un Enrico Gabriello, conte d'Alsazia nel 717. Così la leggenda. Sono da ricordare Cante de' Gabrielli, protospatario di Alberico, marchese di Toscana, il quale per aver liberato Stefano VIII assediato ...” (continua). 
Afrisii – Miniati /Já na lista dos meses, Marzo referida a Afrifio Miniati / Miniati família que identificamos unida aos Barberini por Marrieta Miniati, casada com Francesco Barberini, cujo filho Antonio Barberini (1494-1559) “foi morto por forças leais aos Médici” (assassinado?) em 1559, segundo fontes genealógicas da família.  O romancista Cesar Trevisan, citado, pg. 99, cita Antonio Barberini, entre outros, como participando das conspirações florentinas a partir da corte francesa, nas proximidades do ano 1558. A família Barberini era de menor nobreza na Toscana, proveniente da localidade de Barberino Val d´Elsa, estabelecidos em Florença no século onze. Carlo Barberini e o irmão Antonio eram mercadores bem sucedidos no comércio de grãos, lã e tecidos. Já em 1530 Antonio participara da defesa da Republica Florentina, e após “cansar-se das regras dos Medici” teria deixado Florença em 1537 para retomar os negócios dos Barberini em Roma.  
Acetoni – Bicci (ou Ricci?) / Maquiavel (H. de. F. pg.181) refere-se família Ricci, com elemento exilado de Florença em fins dos anos 1300. Um di Ricci, cronista do período, denota tendência anti-medici. 
Alpri – Ginori / Família de Leonardo Ginori, republicano capponiano depois da queda da Segunda Republica refugiado em Nápolis, temendo repressão dos Medici. Ainda Bartolomeo, detto Baccino Ginori, ambos citados por Simoncello (família citada pg.162, 179). Aparentemente  o ramo Ginori Lisci ainda mantido relações econômicas, políticas e comerciais com a companhia Bardi e Cavalcanti no século XVI. Nota (O SAN noticia “L'archivio Ginori Lisci è composto dai fondi Ginori, Lisci, Ginori Lisci. Esso conserva inoltre alcuni registri Bardi, contenenti notizie di carattere economico, commerciale e politico relative all'attività della compagnia Bardi nei secoli XIV e XV e della compagnia Bardi Cavalcanti dei secoli XV e XVI”.
B
Bambolini - Antinori / Família florentina de elite. Em 1537, Alessandro Antinori havia entrado em Florença humilhado, depois da derrota de Montemurlo (Paolo Simoncelli), e a família de ricos banqueiros, produtores de seda e vinho, conhecido a bancarrota em 1552 (Genealogia familiar Casa Antinori, ed. Eletrônica). Segundo Spione Ammirato (pg. 235),  Vicenzio Antinori teria se envolvido na Conspiração de 1559.  Mais tarde, o poeta e Cavaleiro da Ordem de Santo Estevão Bernardo di Antonio Antinori foi amante de Eleonora de Toledo Medici - belíssima jovem que por ter conhecimento da conspiração de 1575 foi assassinada pelo marido, Pedro Medici, filho de Cosme I. Bernardo di Antonio Antinori havia sido preso antes mesmo da morte de Eleonora, também por compromentimento nesta conjuração – e dois dias antes da morte da jovem amante foi estrangulado no cárcere, em 8 julho, sendo-lhe concedido duas horas para confessar-se. Bernardo Antinori não seria bem visto pelos Medici, pois viajava com freqüência para a França. Bernardo Antinori tornou-se mais tarde poeta reconhecido, por cantar na prisão o olhar de sua Eleonora (fontes indicadas na 2ª parte do nosso trabalho “Conspiração Pucci e Ridolfi”, nota 94). 
Balenci – Martelli / A família Martelli é marcada por esforços anti-medici notáveis. Família que parece ter ascendido socialmente com os próprios Medici. Piero di Baccio Martelli teria já alto status econômico em 1508 e protegido em sua casa o celebre artista Leonardo da Vinci. Foi comissário da Signoria, homem de cultura humanista e matemático, atuando nos grupos de estudo do Orti Rucellai na década de 20 - referido posteriormente em exílio, na corte francesa. Pandolfo Martelli e seu irmão Guilhelmo estiveram ligados à ação armada de Bertoldo Corsini na tentativa de tomada do poder de Cosimo I em 1537, segundo Simoncelli (pg. 186). Pandolfo Martelli seria filho de Pietro, também Baccio Martelli e Guilhelmo, este envolvido na luta de Siena, decapitado em 1553. Esta participação intensa da família na luta anti-medici partir da década de 30 talvez tenha provocado sua queda social e econômica em Florença.  Camillo di Pandolfo Martelli, mais tarde, por participação na conspiração de 1575 foi também decapitado, sua cabeça também colocada em lança em 15 de janeiro de 1578. Este Martelli, por ocasião da descoberta da conjuração estava em Roma e fugiu de Nápoles, embarcado numa galera para a Sicília, onde foi apresado com o apoio do Sacro Império Germanico (fontes na 2ª parte do nosso trabalho “Conspiração Pucci e Ridolfi”, notas 76 e 77). Acreditamos que o envolvimento de Camillo Martelli na conjuração de 1575, como a de Orácio Pucci, fosse familiar e político, terceira geração de órfãos e rebeldes - neto de Piero Martelli, exilado na corte francesa, filho do banqueiro Pandolfo Martelli decapitado em 1553. Camillo era, além do mais, primo de Camilla Martelli (1547-1590), moça orfã e casada por influencia do Papa para ser protegida por Cosimo I; mas que teve a profunda inimizade do filho de Cosimo, Francisco I (fontes nosso trabalho nota 78). Camilla Martelli era órfã de Antonio Martelli (1513-?) e de Fiametta Soderini, e depois da morte de Cosimo I foi confinada em conventos por Francisco I. Caroline Murphy em seu livro “Isabelle de Médici” (pg.291) cita seu parentesco com Camillo Martelli.  Camilla Martelli, ainda que de família tradicional da cidade, foi tida como órfã pobre, com um irmão socialmente decaído, “dono de joalheria na ponte”. Também Oracio di Agostino Martelli foi envolvido nos episódios de 1575 – tendo matado em conflito armado Camillo Di Agnolo, protegido dos Medici, e depois se refugiado na casa do famoso Toilo Orsini, amante de Isabelle de Medici, fato que provocou a fuga deste (di Ricci – Cronaca, citada. Murphy, Caroline – Isabelle de Medici, citada, pg., 296). Vicenzo Martelli, (o poeta?) é também referido como envolvido na conspiração de 1575.  Vários Martelli, Bartolomeo, Sperone, Vicenzo são referidos como atuantes com os Strozzi, na luta republicana no período 30-54 (ver índice onomástico em Paolo Simoncelli). 
Barboni – Nerli / Família referida na tabela da Conspiração de 1575 por Boutier como aparentados com os Capponi - Giovanna di Francesco Nerli casada com Antonio di Mico Capponi (1470-1518), avó de Antonio Capponi perseguido pelos Medici em 1575 (Boutier). Felippo de Nerli também muito referido por Simoncelli.
Biagini – Nobili / Família com Torre em Florença no sec. XV. Gianfrancesco di Giovanbattista Nobili é referido por Simoncelli (pg.48) como capturado e executado com outros, ao tentar tomar o burgo Pieve Santo Stefano aos Medici, próximo aos anos 1530. Família com moradia mesmo vizinha aos Cavalcanti em Florença, segundo documentos de Cadastro nos fins dos anos 1400. Sabemos que após a descoberta da Conspiração de 1559, um Lionardo Nobili Cavalière foi preso para averiguações, mas logo solto - segundo a carta do próprio Cosimo I, carta citada em nosso trabalho sobre esta conspiração. Curiosamente, um Francisco Nobili Cavalière aparece também como personagem do romancista Cezar Trevisane, autor que sabemos utilizou farta documentação – Este personagem de cortesão agia com desenvoltura na corte de Cosimo I por volta de 1558/59 com seu amigo Stolto Cavalcanti. Stolto descrito por este autor como cortesão muito elegante e que teria estado na França (La Conjura di Pandolfo Pucci”, Florenze, tip. De Monnier, 1852). Nota: Sugerimos já anteriormente  que este personagem de Trevisane, de nome Francisco da Nobili Cavalière, possa ser aproximado - por sua personalidade de cortesão desenvolto, elegante e amigo de Stolto Cavalcanti -  da própria personalidade de Filippo di Giovanni Cavalcanti que teria depois fugido para o Brasil -  igualmente um jovem fidalgo, figura de cortesão com a mesma educação de seus irmãos, sabemos culto e refinado, fluente no latim, aparentado do próprio Stolto. Já em trabalhos anteriores aventamos a  hipótese de Felippo ter ido em criança como pagem (e não seu irmão Guido, como indicam fontes secundárias) no cortejo de casamento de Catarina de Medici para Marceille - com a prima Lucrecia, filha de Bartolomeo. Nesta hipótese criado em segurança na França, aí adotando de alguma forma o sobrenome Nobili Cavalière, encobrindo sua real identidade ao voltar à Florença -  pois seu nome Cavalcanti não é citado, até chegar em Portugal por volta de 1559, em nenhuma circunstância familiar ou econômica. / Sabemos ainda que um ramo da família Cavalière estabeleceu-se em Roma, pois Miguelangelo foi apaixonado pelo romano Tomasso Cavalière, seu companheiro até a morte. Curiosamente, sabemos também que Miguelangelo, durante a Segunda Republica (27/30) atuara contra os Medici, tendo sido sepultado em 1564 no altar mesmo da família Cavalcanti, na igreja de Santa Crocce de Florença.
Baluam – Ricasoli / Simoncelli refere Antonio de Bettino Ricasoli (pg.187n) e Pandolfo Ricasoli, pgs. 122, 128, 203, 242. Não consultado. 
C
Comisini – Borgherini     
v.
Cirenei - Cini di Pisa (apenas por nós identificado Giovan Battista Cini (1525 – c. 1586) autor de peças teatrais na corte Medici em Florença, membro da Academia Florentina de Artes e o historiador Giovambatista Cini, o Jovem, autor de “Vida di Cosimo de1611, com críticas aos Medici citado por Simoncelli, pg.185-188, etc.)
Ciredolfi – Guadagni / Família de banqueiros anti-medici que atuavam por seu importante “facteur” na corte francesa, Bernard Albizzi D´Elbène. Citados em Simoncelli). 
Corinella – Mei / Código referente à família ou “casata” Mei, sobre a qual temos pouca indicação: Ser Pagolo Mei que em 1516 teria vendido uma propriedade a Francesco de Matteo Cavalcanti (Guido Carocci –Sulla destra del lArno p.217) E nesta documentação referida p.9, “L'Historia della cacciata di Gaio Ciaverei”, indicado um Girolamo Mei : “Decimo Corinella da Perotola ec. Cosi era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana”/ Sabemos que o mês de abrile é indicado como código relativo à “casati” Carinello Mei, as duas palavras lado a lado, uma palavra ligada à outra. A que tudo indica,  o código “Corinella Mei” seria também  referente em geral aos Gerolami. Na lista de prenomes masculinos o código Decimi é também relativa ao prenome Girolamo -“Decimo Bracchiense ercientale já decodificado como Girolamo da Lommaia ou Gerolamo da Lombardia (1506-1590), famoso escultor e fundidor. / Sabemos que um Antonio Girolami, inimigo dos Medici, já aparece referido em Maquiavel. Também citados e identificado por Simoncelli Raffaelo Girolami, ultimo gonfaliero republicano que teria sido reprimido em 1530 (pg. 38n) e Zanobi Girolami, detido com outros por volta também de 1530, em Gaeta (pg.109). Giuliano Girolami referido como filho de Raffaelo / Ora, sabemos por nossos trabalhos também que dois irmãos Girolamo, Jean e Bernardo, participaram da Conspiração Pucci & Cavalcanti de 1559: Jean Gerolami, que sabia da conspiração em 1559, mas não a delatou, foi culpado de crime de “lesa majestade” e sofreu pena de prisão perpétua, preso em Volterra não sabemos por quanto tempo; seu irmão Bernardo Gerolami que participou da conspiração de 1575 é alcançado pelos assassinos dos Medici e morto na França. Ver nossos trabalhos. Como prenome, Girolamo aparece na lista de Boutier para Girolamo Guiciardino (1497-1556),ainda  o conhecido Girolamo Savanarola.  
Cibaconi – Mormorai  
Ciaverei – Pitti / Família concorrente dos Medici, nunca oficialmente comprometida em conspiraçãoes.   Citada neste código, e identificado acima Iacopo Pitti como Gaio Ciaverco Pon. Max., personalidade mesmo fundadora desta Academia. Personalidade e  família já detalhadamente citada no texto e na lista dos meses.  
D
Dormiglioni – Bartolini / Família do “fuoriusciti” Leonardo Bartolini citado por Simoncelli em 1535 (pg.101), também do “fuoriusciti” Zanobi Bartolini (pgs. 56, 57). 
Dragoni – Carmesecchi / ou família Carnesecchi. Já o “capo” Lorenzo Carnesecchi nos anos 30 e Petro Carnesecchi (em 1560?) referidos por ações anti-medici por Simoncelli, respectivamente, pgs. 43 e 20.
Doralice – Frescobaldi / Família de muito importantes banqueiros no século XIV / Família materna do próprio Pandolfo Pucci, e também da mulher do banqueiro Tomasso Cavalcanti,  Piera Frescobaldi, mãe  do prório  Stolto Cavalcanti, decapitado por participação na conspiração de 1559. / Um Frescobaldi também indicado pela historiografia como comprometido na conspiração de 1575. Lembramos ainda que Lucrecia Frescobaldi era dama de confiança de Isabelle de Medici, filha de Cosimo I, amante do conspirador Troilo Orsini. Isabelle foi morta em julho de 1576, seis dias depois da morte de Eleonora de Toledo, por seu próprio irmão Francisco I de Medici, por suspeita de conspiração e apoioào conspirador  .  Nesta ocasião Isabelle teria sido avisada por Catarina de Medici e pretendera mesmo  fugir (“ver texto e  fontes no nosso artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti, 2ª parte Conspiração Pucci e Ridolfi de 1575”, notas 95 a 99). Nota - O historiador Edgumbe Stamley (em The Tragedies of the Medici, citada, pg.158, em nota) sugere que Troilo Orsini poderia estar a serviço do rei francês desde 1567, pois neste ano já era “gentilhomo do re Cristianissimi”, indicando como fonte, Mutin, vol. V. A perseguição de Orsini pelo mercenário dos Medici até a corte francesa, onde é também assassinado a mando dos Medici em novembre de 1577, é narrada por Domenico Gnoli (Vitória Accoramboni, ed. Monier 1870, pg. 404-414). 
Diavolelti – Morseli  
F
Falangiolti – Buondelmonti / Família com membro executado já na Conspiração de 1522. No ano de 1522 as conspirações saíram de dentro mesmo da casa dos Medici, do centro de atividades culturais e literárias que se reúne nos famosos jardins da casa dos Rucellai, dos descendentes da irmã do grande Lorenzo, Nannina - onde aparentemente se discutem novas ordenações republicanas e é tramado um atentado contra Giulio Medici. Descoberta a conspiração, dois implicados - Jacobo Buondelmonti e Jacobo da Diacleto - foram executados. 
Flavii – Martini  
Frusonei – stuti     
G
Giambardi – Gondi / Família de importantes banqueiros que, estabelecidos na França no começo do século, de lá agiram contra os Medici.  Já Helena Gondi fora casada com Giovanni Salviati, cujo pai fora morto por participação na conjura Pazzi de 1478. Os Gondi citados em código como “Giambarda”. A família Gondi também da mulher de Bartolomeo Cavalcati, Dianora Gondi. Citado acima, em código, o membro desta família, Giulian Gondi, como Busisi. Giulian Gondi foi amigo de Bartolomeu Cavalcanti e Felippo Strozzi sendo mesmo torturado após a tentativa frustrada de Montemurlo em 1537. Sabemos especialmente que Maria Catarina Pierrevive-Gondi, esposa do atuante banqueiro florentino desta família estabelecido na França, Antonio Gondi, era a melhor amiga da rainha Catarina di Medici e foi sua maior colaboradora na corte francesa – ela o núcleo aglutinador de conspiradores florentinos. Maria Gondi foi mulher bonita, sedutora, inteligente e muito culta, que atuou nas proximidades da década de 50 na corte francesa e nos salões de Lion, grande centro de “fuoriusciti”. O agitador e conspirador na corte de Catarina de Medici para a conspiração de 1559, Giovanbattista Gondi, era sobrinho de seu marido. Também Iacum Bacciolto Gondi, citado acima neste código foi a que tudo indica “fuoriusciti” perseguido, e aparece referido na carta de Giovanni di Giovanni de 1560 sob o codinome primo Lucintoldo - em lista, Lucintolto Giambarda - ainda tido como pretenso candidato à mão de Elizabeth I.  
Galliensi – Lamfredini / Próspera família guelfa, proprietários de terras e banqueiros atuantes na antiga Republica florentina. Foram sócios dos Bardi.  Bartolomeo Lanfredini, referido na década de 30 por Simoncelli p. 239, e Giovanni Lanfredini agente bancário dos Strozzi em Lion, também citado por Simoncelli (pgs. 155 320). Genevra Lanfredini, esposa de Francesco Pitti, era mãe do próprio Jacopo Pitti, um dos fundadores dessa Academia, nestas listas Gaio Ciaverco Pon. Max.
Graverolti – Guicciardini / Família politicamente muito experiente desde a revolta dos “ciompi”, e já indicada nestes docuentos - o código Novembre – Graocrolto ou Graverolto  Guicciardini. Família do grande jurista e teórico republicano Francesco Guicciardini (+1540) casado com Maria Salviati (+1559), filho de Piero Guicciardini - este possivelmente referido acima como M. (messer) Piero Guiccciardini, participante da Primeira Republica, em código Publio Graveratto Protocista. Francesco manteve estreita ligação intelectual e polêmicas com Maquiavel.   A postura “ottimati” estrita é apresentada pelo jurista em seu trabalho “Dialogo del Reggimento di Firenze” de 1521-25. Entretanto, sua filha Lizzabetta casada na família Capponi. O neto, Agnolo di Girolamo Gicciardino indicado acima em lista desta Academia, senador em 1565 (Ver detalhes acima). A família também presente na lista de meses, indicando assim participação na Conspiração de 1559. A familia Guicciardini  teria mantido ligações de negócios agrários com os Cavalcanti na Toscana, segundo indicações recentes de Marcelo Cavalcanti. Família politicamente muito atuante e citada por Simoncelli entre 30 - 54, também colocada na tabela de Boutier, tabela genealogica relativa à Conspiração de 1575. 


H

Himenei – Bolti    

I

Imperieri – Ridolfi / Os Ridolfi eram família tradicional florentina de banqueiros nobilitados no começo dos anos 1400, ligados por laços de casamento com os Medici. Acima citado nestas listas em código Ruperto Ridolfi como “Fausto Imperiere” / Piero Ridolfi (1466-1525) fora banqueiro e coletor, marido de Contessina Medici, filha do grande Lorenzo. Em 1512 este Piero Ridolfi conseguira resgatar o Palazzo Medici-Ridolfi, confiscado pela primeira República ao seu pai Nicolo Ridolfi em 1495, pois este havia conspirado a favor dos Medici com Bernardo del Néri. Mas a partir da década de 20 vinham os Ridolfi conspirando novamente contra os seus parentes Medici. Este mesmo Piero Ridolfi, banqueiro, teria conspirado contra os Medici já nas reuniões do Oricelai, segundo refere correspondência do próprio Ruberto Ridolfi com Maquiavel. Também o cardeal Nicolo Ridolfi nos anos 30 teria atuado em favor dos “fuoriusciti” e feito a encomenda do famoso busto de Brutus, símbolo do tiranicídio, a Miguelangelo. A atuação do cardeal Ridolfi seguida entre 30 e 54 por Simoncelli.  / Sabemos ainda que Piero Ridolfi, “Pierino”, um Strozzi-Medici-Ridolfi, íntimo da corte, foi um dos líderes da Conspiração de 1575 e inicialmente havia conseguido fugir com o auxílio de Eleonora de Toledo, esposa de D. Pedro de Medici.  Pierino - fruto de tantas estirpes importantes- foi, entretanto, longamente caçado por toda a Europa. Depois de muito peregrinar refugiara-se ele, como outros, na Polônia. Mas, atravessando as terras do Império, em 1577 foi alcançado na Germânia. Transferido para a Toscana, para a fortaleza de San Moriz, em março de 1577 foi interrogado. Teve morte no cárcere, não sabemos se decapitado ou enforcado possivelmente em 29 de maio do mesmo ano (ver 2ª parte do nosso trabalho Conspiração Pucci e Ridolfi com notas 67, 68, 69, 102). Nota - Lembramos que a mãe de Pierino Ridolfi era uma Strozzi, Maria, filha do poderoso banqueiro Filippo Strozzi, cujos filhos tanto lutaram em conflitos armados contra os Medici.  Piero, bisneto do grande Lorenzo, nascido em 49, com uns vinte e seis anos talvez tivesse pretensões ao poder. Em 1569, ele havia recebido como dote, por seu casamento com Madalena Salviati, o palácio Incontri. Este palácio lhe viera dos Salviati pelo justiçamento de Alessandro Salviati por auxiliar os Strozzi na luta em Cena, em 1555. Lembramos que esta punição de Alessandro havia chocado Catarina de Medici, sendo os Salviati símbolo de pacificação- pacificação com a elite florentina desejada por Lorenzo Magnífico. Piero Ridolfi participara da guarda de confiança de Francisco I, e o acompanhara à Roma, para receber o título de grão–duque, em 1570.   Mas depois acusado por Ferdinando de Médici de haver mandado esculpir uma medalha em Roma, que homenageava Brutus, símbolo da resistência republicana. 
Iuliani – Capponi / Família de ricos produtores de seda e banqueiros, ativos republicanos, referidos detalhadamente no texto - participaram como liderança da chamada primeira Republica de Savanarola (1495-1512) atuando por seu membro de maior prestigio, Pier Capponi; tiveram participação em conspiração na década de 20 e na Segunda Republica pelo líder Nicolo Capponi; ainda na Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559, e especialmente na Pucci e Ridolfi de 1575, quando cinco deles foram, até mesmo, comprometidos. Um Piero Capponi aparece acima decodificado como “Luinto Coicodrillo” [Pier Capponi (1448 -?) ou Piero di Alessandro Capponi, assassinado pelos Medici em 1582?] O código Luinto também referido ao prenome Bartolomeo (Capponi?), ainda o código “Publio” relacionado ao prenome Piero [Capponi (1504-1568)? ou di Alessandro Capponi?] / Devemos acrescentar que após a conspiração de 1575, o citado Piero di Alexandre Capponi, determinado republicano, foi perseguido pelos Médici, fugindo por toda a Europa - da Polônia à Inglaterra. Foi alcançado na França já em 1582 - aí apunhalado por mercenário dos Medici. Muito benquisto pela rainha inglesa Elizabeth I, Piero Capponi teria sido sepultado em Londres. Lembramos que dois outros membros da família Capponi, foram até muito mais tarde ainda perseguidos por esta mesma Conspiração, e alcançados finalmente pelos sicários dos Medici: Ugoccione Capponi já em 1597 e Ruperto di Piero Capponi ainda mais tarde, em 1605. Mais detalhes no texto e nas referencias em código citadas. 
Iulquini – Venturi / Família mencionada por Giovanni di Giovanni Cavalcanti quando em sua carta de 1560 refere-se a um “Iuqunini’. Seria este Iuqunini preso 1559/ 60, um filho de Leonardo di Neri Venturi, c. 1540 ? Constatado que há um processo referido a este Francesco di Leonardo di Neri Venturi no livro “Pescia ed il suo territorio nella storia nell'arte e nelle famiglie” (1961, Michele Cecchi, Enrico Coturri) que, entretanto, não foi por nós consultado. Os Venturi neste período mantiveram relações estreitas de casamento e e herança com os Bardi e Cavalcanti. Sabemos também que a família Neri Acciaiuoli no passado já se havia indisposto com os Medici - Donato di Néri Acciaiuoli - neto do grande Palla Strozzi por sua mãe Lena, alem do mais casado com uma Pazzi, Maria di Piero-  jovem diplomata e ilustre erudito gonfaliero já teria teria se envolvido na Conspiração Pazzi. Ver detalhes abaixo no código  referente à família Acciaiuolli). Nota: Documentação existente no SAN (Sistema Archivistico Nazionale, http://san.beniculturali.it/) anuncia: “Raccoglie documenti provenienti dalla famiglia Bardi e giunti in eredita ai Venturi intorno alla meta del XVI secolo in seguito al matrimonio di Giovanni Battista di Pietro di Neri (1517-1575) Venturi, provveditore e commissario di Portoferraio, con Francesca di Pier Francesco Bardi. Comprende documentazione a carattere amministrativo patrimoniale e diversi registri commerciali della compagnia di lanaioli di Londra, della quale Pier Francesco Bardi, padre di Francesca era titolare insieme a Giovanni Cavalcanti”. 
L
Labeoni – Bucellai ou Ruccelai / Família parente dos Medici, mas já conspiradores nos jardins do Rucellai (Orto Oricellai) pelo menos desde 1522, descendentes da irmã do grande Lorenzo, Nannina. Comentado que conspirações saiam mesmo de dentro da casa dos Medici, do centro de atividades culturais e literárias que se reúne nos famosos jardins da casa, onde aparentemente se discutem novas ordenações republicanas e é tramado um atentado contra Giulio Médici. Descoberta esta  conspiração em 22, dois implicados foram executados (Jacobo Buondelmonti e Jacobo da Diacleto). Em “Settimane delo Studio - Arte e Religione nella Firenze dei Médici”, Cità di Vita, 1980, pg. 26, Orácio Rucellai é citado como igualmente ligado à conjuração Pucci e Cavalcanti de 1559. Também Trevisane, Cesare – opus cit, pg. 99, indica que na corte francesa teriam estado também, envolvidos nas conspirações florentinas, nas proximidades do ano 1558, entre outros Orácio Rucellai. Confirmando esta indicação  a família é indicada também na lista dos meses-  fato que praticamente  confirma sua participação na Conspiração de 1559. 

M

Morigei - Di Bona Ragagei
Menachini - Del Bene / Família de banqueiros “fuoriuscitti” do marido de Lucrecia Cavalcanti, filha de Bartolomeu Cavalcanti e dama de honra de Caterina de Medici na França – o importante Bernard Albizzi D´Elbène ou Del Bene, que década de 50 financiava as conspirações a partir da corte francesa de Versailles com a banca dos Gadagne, visando especialmente à conspiração de 1559 em Florença. (Ver nosso trabalho “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559”, nota 22) Ver também abaixo “casata” Albizzi.
Mideni – Gianfigliazzi / Família guelfa florentina citada por Maquiavel.
Maximi – Medici / Família poderosíssima de banqueiros em Florença  já em franca em cisão em termos políticos entre “ popolanos” e “não popolanos”  / Lorenzo di Jacobo Medici [Salviati?]   foi líder   contra seus parentes no poder, decapitado por participação na “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559.  Também as moças Isabelle Medici e Eleonora de Toledo Medici, por saberem da conspiração de 1575 foram em 1576 assassinadas respectivamente por seu irmão e marido - filhos de Cosimo I. 
Moncherini - Perini
Malandrochi - Rinuecini
Madiacci - Marsupini
N
Nugolonti – Bardi / Família de antigos e poderosos banqueiros no século anterior, associados neste século XVI aos Cavalcanti do ramo brasileiro na casa de comercio Bardi-Cavalcanti, com filial na Inglaterra. Mantiveram também relações de parentesco com os próprios Cavalcanti, segundo indica uma carta real enviada por Henrique VII à Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, quando do arresto de seus bens em Florença pelos Médici.Os Bardi eram sócios nesta casa de comércio com os Cavalcanti, casa especializada em objetos de arte e luxo do gosto renascentista, nesta ocasião de grande  demanda especialmente da corte inglesa. A que tudo indica, os Bardi mantiveram ainda na proximidade de via dei Bardi uma casa, assinalada em documento urbano de Florença como “Casa del  Piano”, terreno de sua propriedade  próximo da Igreja de Santa Felicità, também da casa dos Pitti e a torre dos Mannelli (informações do pesquisador Marcello Bezerra Cavalcanti) .
   
Nipotini – Detti ou Datti 0 
Numerini – Nicolini / Família Nicolini do acima referido Angiolo Niccolini, em código Tito Frigione - il cardinale. A família Nicolini várias vezes citada por Simoncelli como atuante entre 30 e 54. 
P

Pisignomi – Barbadori   
Pioni – Cambi / Família antiga, sócios dos Cavalcanti no sec. XIII em cunhagem de moedas em Volterra, na pioneira e celebre casa Cambi - Cavalcanti. Possivelmente ainda íntimos dos Cavalcanti. Bernardo Cambi, a quem a carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti de 1560 é dirigida com intimidade, citado em codigo como Marco Pio, Marco Pione. A família presente na lista dos meses, lista a que tudo indica referente as famílias liderantes na conspiração de 1559.
Pii – Bracci  
Pratolini – Neromi  
Platonei (ou Plutonei) – Salviati / Família  inimiga dos Medici desde a conspiração Pazzi em 1478,  quando atuaram como lideranças em Florença, saindo na ocasião  morto Giuliano de Médici e o grande Lorenzo  ferido. Logo os Salviati teriam tramo refugiado na ilha da Madeira por Giovanni Salviati, como observamos em trabalho nosso sobre migração. Mesmo assim, o jovem Iacobo Salviati, filho de Giovanni Salviati e Helena Gondi, neto de Alemmano Salviati - o sobrinho do arcebispo Francisco Salviati, punido e morto no mesmo dia conjura Pazzi, foi casado pelo grande Lorenço com sua própria filha Lucrecia, para obter a pacificação das famílias Mas s membros da família Salviati haviam continuado, porém, enfrentado os Medici. Sua família materna, Gondi, também aparece nestas listas.  . Família dramática em sua luta, já citada por nós longamente no texto.  O adolescente Alessandro Medici-Salviati, bisneto de Lorenzo Medici, por tentar auxiliar seus primos Piero e Leone na luta por Siena, e negando desculpar-se ante Cosimo, foi justiçado na prisão de Livorno como traidor. Família muito referida por Simoncelli entre 1530 e 1537, inclusive a ação do Cardeal Salviati. Nestas listas aparece um Iacobo Salviati, já decodificado como Gaio Plutonico senatore, não sabemos se contemporânea de Giovanni di Giovanni Cavalcanti que o cita em sua carta de 1560, como louvado por Elizabeth I, a qual “o eleva aos céus”.  Suspeitamos que possa ser também  Lorenzo di Iacobo Medici [Salviati?], decapitado por participação na conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559, talvez um neto do Iacobo Salviati referido acima (ver nota a seguir), ainda bisneto de Lorenço Medici. (Não pudemos confirmar este fato nas genealogias Medici e Salviati consultadas. Ver mais, nota abaixo) / O romancista Cesare Trevisane (La conjura di Pandolfo Pucci, Florenze, tip. De Monnier, 1852) refere que na Conspiração de 1559 o conspirador cardeal Farnesi teria contado também com o apoio de Isabella Salviati, filha do senador Filippo Salviati (1515-1572), revoltada com as atitudes de Cosimo I, em relação à sua família e à morte de Alessandro Salviati/  Maria Salviati (fal. 1559) é referida como casada com Francesco Guicciardini (segundo a tabela de Boutier) - o jurista republicano, cuja familia também é citada nestas listas em código . Família já bem analisada no nosso texto.  Nota: Amirato Scipione em Istorie Florentine, vol II, Agiuntamento di Spione Ammirato, il Giovane, ed. Florence, per Machini e G. Bechini, 1827, pg. 237, comenta a decapitação deste Lorenzo de Medici por participação na Conspiração de 1559. Entretanto, o nome completo de Lorenzo, não citado nesta fonte, seria Lorenzo di Jacob Medici, localizado por nós no ASF, incluindo o nome Jacob. Não conseguimos localizá-lo, porém, em nenhuma lista genealógica dos Medici - o que seria até natural pelo seu crime. Suspeitamos, que tenha havido ocultamento de nome paterno para não prejudicar o ramo familiar envolvido (o Jacobo é prenome repetido na família Salviati). Localizamos uma carta de Lorenzo de Medici no ASF - opus cit, pg. 378, com a data 1 de agosto de 1559, enviada de Augusta - ainda não consultada por nós. Outra indicação seria sua estada em Pisa, onde teria corrido seu processo.

Pallastri - Del Tovaglia
Pancecchi - Camigiani
Q

Quintini – Berardi / família tida como “não de muita qualidade em Florença”, tendo  Antonio Berardi se dedicado  ao comércio em regiões distantes. Antonio Berardi foi  confinado ao fim da Segunda Republica em 1530 e  é muito citado por Simoncelli a partir da p. 29 e nota.

R

Raverese – Mannelli / Código referente à família Manelli, família também presente no código de meses Settembre - Baverese Mannelli / Antiga família de produtores de seda, parentes maternos dos Cavalcanti do ramo brasileiro pela mulher de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, Ginerva Mannelli.  Referido acima Filippo Mannelli, em código Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore. Referencia a um messer Filippo aparece na carta já citada de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, filho de Ginerva, no ano de 1560. Este Filippo referido por Giovanni como pessoa íntima (tio?), ambos na ocasião morando em Paris, certamente ambos “fuoriusciti”.  Um dos desta família, Nicolau Mannelli Spinelli, migra para o Brasil acompanhando o outro filho de Ginerva, Filippo di Giovanni  Cavalcanti, e aqui ainda tem uma filha com este sobrenome, Mannelli. Lembramos também que primeira filha de Filippo Cavalcanti,igualmente  casado no Brasil com a mameluca Catarina de Albuquerque, leva o nome da família materna - Generva Mannelli. Mais detalhes na própria lista dos meses onde é referida, e no código Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore, referido a Filppo Mannelli.  
Radiponii – Pucci / Família do cortesão de Cosimo I Pandolfo Pucci, degolado em 1559 por participação na Conspiração Pucci e Cavalcanti e também de seu filho Orácio Pucci, líder na Conspiração Pucci e Ridolfi de 1575, decapitado. Ainda hoje, encontramos no Museu do Bargello, o famoso busto de Virgínia Pucci Ridolfi, filha de Pandolfo Pucci - lembrando sua orfandade e a de seus irmãos. Irmãos que, quinze anos depois da conspiração de 1559, já em 1575, por nova e desesperada conspiração tentaram ainda vingar-se dos Médici, e com igual severidade foram punidos - o jovem Oracio Pucci de 24 anos, decapitado, seus outros dois irmãos, um teria sido envenenado e o outro morto por um serviçal. Ver mais comentários sobre esta tenaz “casata”,  citada como liderante no código dos meses acima Febbraio - Badiponi Pucci (ou - Radiponi Pucci). Também o nome Pandolfo associado ao código Curtio.   
Rododaphni – Vettori / Família de Piero Vettori (1499 – 1585), intelectual republicano notável.  Piero Vettori foi humanista, escritor e filólogo adversário dos Médici. Depois do fracasso da Segunda Republica em 1530 se retirara para sua Vila em S. Casiano Val de Pesa. Aceitou cargo em 1538 para lecionar grego e latim no Studio florentino, cargo que exerceu até o fim da vida.  Seu mais famoso trabalho, a apresentação da “Poética de Aristóteles”. Citado na carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti de 1560, a que tudo indica, gozava da simpatia da rainha inglesa. Francesco Vettori é muito citado por Simoncelli em seu livro relativo ao período 1530-1554.
S

Scarbazzoni - Albizi / Família exilada dos Albizzi, que passara para a França ainda no governo do rei francês Francisco I, depois da tentativa fracassada de Montemurlo e as humilhações publicas infringidas por Cosimo I. Assim sendo, Bernard Albizzi D´Elbène ou Del Bene, casado com Lucrecia Cavalcanti, filha de Bartolomeo Cavalcanti, foi intelectual, escritor, banqueiro, conselheiro e “almocer” da rainha Catariana de Medici, sobretudo seu agente financeiro na península italiana. Dele se disse ter sido o “general e superintendente das finanças que saiam do Reino” no período de reinado de Henrique II (1547-1559) - “facteur” da banca Gadagne, em suma, o responsável pelas ligações financeiras com os banqueiros conspiradores na península italiana. (Ver nosso trabalho “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559”, nota 22). Também acima “casata” Del Bene.
Spilleltoni – Aciaiuoli / Família de banqueiros que têm ramo contestador aos Medici desde 1396, segundo Maquiavel. No começo do século XVI um jovem do ramo descendente de Zanobio Acciaiuoli já se abrigara na ilha da Madeira, chegando mais tarde ao Brasil onde mantiveram laços de casamento com os descendentes de Filippo di Giovanni Cavalcanti. Em 1509, momento do possível enfrentamento de Florença com as forças papais, este muito jovem Simone di Zanobio Acciaiuoli, nascido em 1497, com doze anos acha-se já migrado para o Funchal, Ilha da Madeira.  Simone era bisneto de Zanobio Acciaiuoli, que fora acérrimo inimigo dos Medici e teria também ligações familiares com os Neri Acciaiuoli, por sua mãe, uma Amadori, bisneta de Angiolo Amatori casado com Lucia Acciaiuoli (irmã de Néri II e Antonio II Acciaiuoli, duques de Atenas) / Lembramos que Donato di Néri Acciaiuoli, jovem diplomata e ilustre erudito, gonfaliero em 1474, já reconhecido por sua oratória e clamores por Justiça, teria se envolvido na conjuração Pazzi em 1478.  Neto do “grande” Palla Strozzi por sua mãe Lena, além do mais casado com uma Pazzi, Maria di Piero, Donato foi perseguido, alcançado e detido em Roma, liberado por intervenção do papa.  Pouco depois, sinalizando a pacificação política interna da cidade, Donato foi indicado para uma embaixada florentina à França, mas falece no decurso desta viagem. Seu funeral foi, então, pomposo, com muitas honras, uma compensação do governo de Florença à sua família - o próprio Lorenzo Medici tornado tutor de seus filhos / Em princípio não observaramos presença da família Acciaiuoli atuando nos episódios conspirativos de 1559, nem em 1575. Mas sua presença nesta “Lista di Casati “sob o código Spilleltoni chama nossa atenção, aparentemente família de comportamento ainda anti-medici. E, segundo constatamos, um Neri Venturi, Francesco di Leonardo di Neri Venturi, pode ter participado da Conspiração de 1559 conforme observamos no texto - observações realizadas a partir da citação de um Iuquinini na carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, sendo o código da família Venturi, Iuquini. Ver família Venturi. Ver também mais detalhes sobre a família Acciaiuoli no nosso artigo “Migração Italiana no sec. XVI”, com fontes. Mais sobre a família Venturi na própria “Lista di Casati”.  
Scaracchi – Cavalcanti / Código referente à família Cavalcanti, família formadora, garantidora e participante da Republica Florentina desde sua fundação, no início do sec. XIII / Família contestadora aos Medici desde o século XIV, quando alguns de seus membros deixam a cidade. Posteriormente, em 1450, por Giovanni Cavalcanti - o cronista da família, crítico ao sistema de governo estabelecido pelos Medici. Família participante, como lideranças, da Primeira e da Segunda Republica. Neste último episódio, especialmente, representada por Mainardo Cavalcanti, do ramo “Cavallereschi” que seguia as orientações políticas avançadas de Nicolo Capponi, e por seu filho Batolomeo di Mainardo Cavalcanti, que se tornará notório lutador republicano. Pouco mais tarde também através a filha deste, Lucrecia Cavalcanti, atuando a partir da corte francesa. Família também atuante depois de 1527 por Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos, Felippo, Guido e Giovanni, do chamado ramo “Cavalleschi” ou brasileiro; na Conspiração liderada por Bartolomeo Cavalcanti em 1559, Stolto Cavalcanti, do ramo “Ciampoli”, foi decapitado. Família tida como “sdegnosa” aos Medici. Por atuação em 1575 ainda degolado Nicolo Bastiano Cavalcanti. A atuação destes ramos da família Cavalcanti contra os Médici é detalhadamente estudada em nossos vários trabalhos. Ver a família citada em primeiro lugar na “lista dos meses” e Giovanni di Giovanni Cavalcanti, no código Gneo Scaracchio Dittatore.
Scimitarri – Carducci /Família de Niccolò di Francesco Carducci, confinado depois da Segunda Republica em Veneza, conforme Simoncelli, pg.21.
Stillosii - Colonnesi
Spetessei - Tolommei
Scatizzi – Farnesi / Família do papa Paolo III, do Cardeal Alexandre Farnesi, e do duque e da duquesa de Parma – grandes conspiradores do Ducado de Parma, agindo em contacto com Catarina de Medici na corte francesa, pelo menos entre 1555 e 1559, visando à deflagração da “Conspiração Pucci e Cavalcanti”. Atuaram através Bartolomeo Cavalcanti - o cardeal Alexandre Farnesi aliciando em Florença Pandolfo Pucci, e mantendo contato com Stolto Cavalcanti que foi decapitado. Nestes documentos consta carta codificada em números de Bartolomeo Cavalcanti para o Duque de Parma em agosto de 1556. / Schiatta di Giovanni Cavalcanti, do ramo brasileiro, por volta de 1563 atuou em negócios ligado a condessa de Parma (informações de nosso trabalho relativo à Conspiração de 1559).
Simposii – Nasi / Família do importante banqueiro de origem judaica Francisco di Alessandro Nasi, que muito auxiliou os Strozzi no ano de 1537. Francisco teria participado na conspiração de 1559, pois a ele se refere Giovanni di Giovanni em código em sua carta de 1560.  Ricci, Marietta em “Firenze al Tempo Del Assedio” per Agostino Ademollo e Luigi Passerini, Stabilimento Chiari, Firenze, 1845, pg. 577, pdf, também indica a participação do banqueiro Francisco Nasi na conjuracão de 1559. Nasi foi anti–Medici decidido. Teria sido apaixonada por Luiza, filha de Felippo Srozzi, possivelmente envenenada a mando de Alessandro Medici, inspiração para o romance de Giovanni Rossini “Luiza Strozzi”. Outros Nasi citados por Simoncelli, Bartolomeo (pgs 56, 103, 106, 244n 153) e Battista (p.273.)
Scapiglioni – Strozzi / Família de grandes banqueiros decididamente anti–medici desde o século anterior, pelo ilustrado Palla Strozzi. Família que atuou unida pela Republica e militarmente desde 1527 na Segunda Republica pelo ainda importante banqueiro Filippo Strozzi, que fora mesmo casado para pacificação entre as famílias com Clarisse Medici, ainda os filhos do casal. Família muito penalizada nos acontecimentos militares trágicos em Montemurlo, os jovens Strozzi muito punidos na Guerra pela República de Siena. Os Strozzi longamente citados no nosso texto acima. O filho, Ruberto Strozzi, ao se exilar na corte francesa levou para a França duas estátuas de Miguelangelo - os famosos “Prigioni” (Prisioneiros) - que chegarão à corte francesa como oferta de apoio na luta anti-medici por volta de 1550. Segundo Trevisane, Cesare – opus cit., pg. 99, nesta corte, entre outros conspiradores, Ruperto Strozzi teria estado envolvido em conspirações florentinas nas proximidades do ano de 1558. 

Spignesi – Segni / Família possivelmente de Bernado Segni, autor “Istorie Florentine”, muito citado por Simoncelli. 
V
Volusii – Alamanni / Família do importante intelectual republicano Luigi Alammani (1495 –1556), exilado na França na década de 20 -  com descendentes conspiradores Nicolo e Francesco Alammani; um deles, provavelmente Nicolo ou Francesco, indicado abaixo em código como “Voluso”. Em “Settimane delo Studio - Arte e Religione nella Firenze dei Médici”, Cità di Vita, 1980, pg. 26, como ligado à “Conjuração Pucci e Cavalcanti” de 1559, entre outros, é citado este Nicolo Alammani atuando na corte francesa.  Nicolo, portanto, provavelmente o membro desta família Alammani citado na carta de Giovanni di Giovanni Cavalcanti em 1560, como junto dele em Paris. Já Francesco Alammani, por atuação na Conspiração seguinte de 1575 foi perseguido e assassinado em 1578 na França, sob protestos de Catarina de Medici. Ver mais comentários sobre a família no texto.

Pagina 5 - Nomi Proprii d'Huomini   - 4ª lista  ( Lista em código  referente a nomes próprios de Homens. Tudo indica que o código seja  referente a mais de uma pessoa com o mesmo prenome -  caso dos Iacopi (Gaio) e dos Girolami (Decimi).

A
Anco - Antonio
Annio - Andrea
Anco Spurio - Antonfrancesco
Aulo – Giovanbatista / Código referente ao jovem banqueiro Giovanbatista Cavalcanti do ramo Ciompi, irmão do Stolto decapitado 1559? Ou a Giovanbatista Gondi da familia dos banqueiros conspiradores exilado conspirando da França?
Agrippa - Ludovico
Artasino - Orfino
Appio - Ramondo
Aurino - Salvestro
Afranio – Tommaso / Código referente a Tommaso Cavalcanti, banqueiro, pai de Stolto decapitado em 1559? Ver nosso texto.
C
Corvino - Adovardo
Cascio - Lodovico
Cesarianco - Marcantonio
Ceso – Marco / Outro código para Bernardo Cambi ? - amigo  citado na carta de Giovanni di Giovanni em 1560 em código e com intimidade “Marco Pio”, “Marco Pione puppillorum”, também “Lucatine Marco”; como sabemos o código Pioni relacionado à família “Cambi”. 
Curtio – Pandolfo / Certamente referido a Pandolfo Pucci, que foi o líder da conspiração de 1559 com Bartolomeo Cavalcanti, por este fato decapitado. Pandolfo Pucci é por vezes historiograficamente citado como Curcio.  Seu filho Orácio também  decapitado pela sua liderança na Conspiração seguinte de 1575. Dois outros de seus filhos Alessandro e Emidio assassinados - um quando buscava proteção do papa Clemente VIII e o outro por um serviçal. Mais detalhes na “Lista di Casati”, família Pucci com o código Radiponii.  
Coriolano - Ottaviano
Coriolo - Ottavio
Crispo – Domenico / Este código Crispo, referido o prenome Domenico, aparece no documento da Academia redigido por Giovanni di Giovanni Cavalcanti, quando se refere ao “divino Crispo” e assina em código, Gênio Scaracchio Dittatore.   Acima o código Crispo identificado como da família Manechuni como um Stuomo plebeo (homem Plebeu?) Assim, portanto, decodificado como Domenico Menechini – homem plebeo.  Citado neste mesmo documento ainda outro código, Scauro Pucci - Scauro, no código abaixo ligado ao prenome Vicentio, por nós decodificado, portanto, como Vicentio Pucci, personalidade que nãoidentificamos. 
D
Druso - Carlo
Dormitio - Benedetto
Decimo – Girolamo / Código certamente ligado ao prenome Girolamo. O código “Decimo Bracchiense ercientale, já decodificado como Girolamo da Lommaia, por nós ainda não identificado. Ainda  Decimo Corinella da Petorala decodificado como um Girolamo Mei  / Da familia Girolami (dos Gerolamo), o irmão Jean Gerolami que  sabia da conspiração Pucci e  Cavalcanti em 1559, mas não a delatou, foi culpado de crime de “lesa majestade”, sofrendo pena de prisão perpétua, preso em Volterra não sabemos por quanto tempo; ainda  seu irmão  Bernardo Gerolami que  participou da Conspiração de 1575 é alcançado  pelos assassinos dos Medici e morto na França. Sobre estes ver comentário na “Lista di Casati”. 
E
Emilio - Hanobi
F
Florio - Donato
Furia – Matteo ( Prenome citado em carta por Giovanni di Giovanni Cavalcanti de Lion em 1561,  um Matteo que, entretanto, não pudemos identificar).
Fausto – Ruberto / Ruberto Ridolfi, acima em código “Fausto Imperiere”, da família de ricos banquieros Ridolfi, em código da casati “Imperieri”. Ruperto Ridolfi, mesmo nunca referido anteriormente em participação conspiratória em 1559, por sua presença nesta lista da Academia possivelmente teria participando das conspirações contra os Médici nesta ocasião.  Família até então não percebida por nós como atuante em 1559, mas que sabemos oficialmente comprometida em 1575, por Pierino Ridolfi, filho de Lorenzo di Piero Rodolfi.  Ver mais detalhes sobre a atuante família na “Lista di Casati”.
Fululo - Simone
G
Gnco – Giovanni / Giovanni di Giovanni Cavalcanti (c.1534 - depois de 1588), referido no topo da primeira lista em código como Gneo Scaracchio Dittatore (“dittatore” nesta “Accademia del Piano” seria termo referente ao conceito de “líder temporário no sentido romano?). Filho mais moço de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo “Cavalleschi” da família. Seu pai fora “cubiculari” do Papa Leão X e amigo do rei inglês Henrique VIII, mas tendo bens arrestados em Florença se tornara atuante anti-medici a partir da Segunda Republica. A pequena família depois exilada na Inglaterra, tendo Giovanni di Giovanni nascido neste exílio inglês. Giovanni di Giovanni escreveu cartas em código a Bernardo Cambi em 1560 e 1561, em Anexo. Esteve plenamente ciente da Conspiração de 1559, e demonstra este fato na carta de 1560, quando relata uma sua viagem saindo do continente a Inglaterra (seria uma fuga temporária?) ainda sua entrevista com a rainha Elizabeth I, identificada com suas experiências republicanas nesta ocasião; de volta ao continente se mantém “fuoriusciti” em Paris (certamente na corte de Versailles) e em Lion, de onde envia correspondência codificada nos anos de 1560 e 1561, correspondência que consta destes documentos e que em parte analisamos. Sua autoria e participação constam em vários documentos da Academia, já identificados por nós alguns nomes em códigos citados por ele. Ver nosso texto, ainda seu nome referido no topo das da lista já decodificada, ainda na “lista de meses”, e na “Lista di Casati” – sua família Cavalcanti em código Scaharacchi. Sobre Giovanni di Giovanni consultar também artigo já publicado em nosso blog.
Gaio – Iacopo / Na lista decodificada, o código Gaio-Iacopi é relativa aos Iacopi/ Assim sendo pelo menos referente a dois Iacopo presentes nestas listas:
   - Iacobo Salviati, indicado em código acima como “Gaio Plutonico senatore” / Da família Salviati, filho de Giovanni Salviati e Helena Gondi, neto de Alemmano Salviati - este o sobrinho do arcebispo Francisco Salviati, punido e morto no mesmo dia conjura Pazzi em 1478. Jacobo Salviati foi então casado pelo grande Lorenzo, para pacificação das famílias, com sua filha Lucrecia Medici, com quem ele teve vários filhos. Mesmo assim sabemos que ramos de Salviati seriam ainda dramaticamente questionadores destes parentes Medici. Seria Iacopo Salviati, neste código, o pai ou o neto Lorenzo di Iacobo Medici [Salviati?] decapitado em 1559, possivelmente o Gaio citado em código na carta de Giovanni di Giovanni de 1560? Ver mais sobre a ação dos Salviati no nosso texto, e na análise da carta do jovem Giovanni. Ver mais detalhes casata Salviati, no código Platonei.   
    -  Iacobo Pitti, codinome  Gaio Ciaverco Pon. Max. Sobre Iacobo Pitti e sua família Pitti, ver nossos vários comentários no texto acima e também na lista “Nomi di Casati”, Ciavereo.   

Gallio - Laltantio
L
Lucio – Alessandro / Código que que poderia ser referido a Alessandro Capponi, senador em 1568, ou Piero di Alessandro Capponi, enterrado em Londres? Ainda Alessandro Antinori? 
Licinio – Cammillo / Código que  poderia ser referente a Camillo di Pandolfo Martelli participante da conspiração de 1575, decapitado, sua cabeça colocada em lança em 15 de janeiro de 1578 - membro da tenaz família Martelli. Camillo Martelli, por ocasião da descoberta da conjuração de 1575 já estava em Roma e havia fugido de Nápoles embarcado numa galera para a Sicília, onde foi apresado com a colaboração do Sacro Império (fontes nosso artigo Conspiração Pucci e Cavalcanti, notas 76 e 77). Ver detalhes sobre a tenaz família Martelli na “Lista di Casati” com codinome Balenci.
Laterano - Guasparri
M
Marao - Berbardo
Mamerco – Luigi / Código referente a Luiggi Alammano, o intelectual? Ou a Luiggi Guichardini, irmão de Francisco, o jurista.
N
Numerio – Niccolò / Código referente a Nicolo Alammano, atuante em 1559? Ou Nicolo Capponi, 1517 – 1595, ou ainda outro?
P
Pomponio - Guglielmo
Planco - Goro
Publio – Piero / Código referente aos Piero de modo geral ? Sabemos que há vários Piero na família Caponni, sempre muito atuantes contra o Medici, como observamos no texto. Muito perseguido foi Piero di Alessandro Capponi, comprometido em 1575, caçado, assassinado na França já em 1582 e sepultado em Londres, que pode ter sido referido nestas listas em  código como Luinto Coicodrillo. Filho de Alessandro Capponi e Lisabetta Guiciardini (também membro família republicana indicada neste código Novembre - Graocrolto Guicciardini, da casati en código Graverolti). Ver outros Piero Caponni com mais detalhes referidos no nosso texto. 
Pocolo - Michele
Publiamo - Pierantonio
L
Luinto – Bartolomeo / Código referido provavelmente a Bartolomeo Capponi, pois o codinome Luinto Coicodrillo é referido, já nesta listagem em código especificamente a Piero Caponni / A família Capponi e Bartolomeo Capponi aparecem várias vezes referidos em Simoncelli entre 30 e54. Não temos ainda notícias de alguma atividade de Bartolomeo Capponi em 1559 ou 1575. Mas sua citação neste código agora o supõe. 

R
Rutilio - Rimaccio
S
Statio - Amerigo
Sbarbazone – Albizo / Possivelmente o banqueiro Bernard Albizzi del Bene. Ver sobre ele na “Lista di Casati”.  
Sturdino – Bastiano / Nicolo  di Bastiano Cavalcanti, enforcado em 1575?
Seste – Cosimo / Cosimo I?
Scevola - Cesare
Sapario - Francesia
Sulpitio - Federigo
Servio - Lorenzo
Itatilio - Raffaello
Scauro – Vicentio / Por nós decodificado como Vicentio Pucci, pois o código Scauro, aparece ligado à “casata” Pucci em documentação da Academia, foto abaixo, assinada por Giovanni di Giovanni - o código Scauro associada à palavra Pucci.  Personalidade até agora ainda não identificada por nós. Neste mesmo documento aparece o código Crispo referente ao prenome Domenico, ainda o código mese Ciavereo ligado aos Pitti. / Segundo Ammirato, Spione – opus cit, pg. 235, também um Vicenzio, Antinori, teria se envolvido na conspiração de 1559, mas não foi comprometido. / Aparece  também em nossos estudos um Vicenzio Martelli, poeta da família Martelli, referido como envolvido na conspiração de 1575. Boutier cita um Vicenzo Capponi (1545-1571) igualmente atuante. 

Spetezzeo - Tolomaco
T
Tito – Agnolo / acima em código Tito Frigione – Angiolo (ou Agnolo) Niccolini il cardinale”, personalidade e  família várias vezes citada por Simoncelli. Ver acima a família Nicolini em “Nomi di Casati”. 
Tulio - Iulio
Tiberio – Filippo / Código certamente referente  a  Filippo Mannelli, em código acima “Tiberio Ciaverco (vanocrete) senatore” - parente da família materna dos Cavalcanti do ramo brasileiro, íntimo (tio?) de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, referido em carta de 1560 como messer Filippo então em Paris, provavelmente no exílio francês. Ver família Manelli acima, no código Raverese.
V
Vitellio - Cristofano
Varro - Gismondo
Vopisio - ouoferi
volcatio - Stefano
Valerio - Pagolo
Voluso – Alamanno / Código referente a membro da família Alammano - Nicolo Alammano, que sabemos participou da França na conspiração de 1559 ou Francesco Alammano que participou da conspiração de 1575, assassinado na França em 1578 na França.    Giovanni di Giovanni Cavalcanti cita messer Alamanno em sua carta de 1560, com ele em Paris, provavelmente Nicolo / Também da família Luigi Alammani, republicano e intelectual notável, exilado na França desde a década de 20, falecido em 1556. Os Alamanno, pertinazes republicanos desde a conspiração Pazzi, já em codinome nesta lista da casata Volusii, família também já mencionado no nosso texto. Ver “casata” Alammani. 
(Dalla Maglibechiana, Classe VI, Codice 35)
=========================================
 Documento Pagina 9 - L'Historia della cacciata di Gaio Ciaverei  Pon Max del Piano, di Decimo Corinella da Perotola ec. Cosi era chiamato Gerolamo Mei in Lingua Piangiana. Di Giovanni Berti Proemio - alla pagina 88. (Em codigo já indicado Gaio Ciaverco Pon. Max. como Iacopo Pitti, de família poderosa de banqueiros, antigos concorrentes dos Medici,  e o mes Aprile = Corinello Mei)  
Por nós traduzido – “História da expulção de Iacomo Pitti, por  Decimo Corinella da Petorala ec. (como era chamado  Gerolamo Mei na língua “piangiana” [ou “pianigiana” - lingua da Academia do Plano]. De Giovani Berti Proemio – na pagina 88. 

=================================================


—Biblioteca Nazionale Centrale Firenze
Tentando traduzir:
Essendo ricorso dinanzi al nostro senato Scauro [=Vicencio] Pucci conerso e procuratore dell'universittà dell'ordine sacerdotale del divo Crispo [=Domenico?] supplicando che la causa et disputa dell'acque si langamente fra di voi agitata e durata sia finalmente dal nostro prudentissimo senato decisa e terminata, e desiderando noi a benefitio comune che ciascuna parte possa, toldo via tal litigio.....................................................
...... del  mese Ciavasco [ou Ciavero  = Agosto - Ciavereo Pitti  = Iacopo Pitti = Gaio Ciaverco Pon. Max.] ano secondo  olimpiade...


b) documentos de Giovanni di Giovanni Cavalcanti – cartas e texto

BNCF - CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845) carta de Giovanni Cavalcanti de Paris para Bernardo Cambi em 1560. Segnatura: Ms Capponi - codice CCCXVII

Documento Pagina 549  - Lettere di Giovanni Cavalcanti a Bernardo Cambi ed altri - codice CCCXVII, cat 1-124. 
Pagina 119 - Lettera di Giovanni Cavalcanti a Bernardo Cambi – de Paris, Ottobre 1560
(o que conseguimos traduzir estará em vermelho)
     S'io trovavo al mio retorno in Parigi, il qual fu l'ultimo giorno d'ottobre al meno una noltra lettera io vi saltavo adosso con questa mia e con si fatta villancia che alcerto io vi confondevo e i profondevo, ma voi havete fuggito tutto che sto pericolo con la nostra seitta alli 23 di setembre, e massime confessando da hunno da bene che vi siate dato cosi lisonestamente allo sgrattignare, e se bene a voi non pare di profittare molto in questo eserczio, a me , da chi tiene qualche cura del fatto vostro e me ne servire, véen detto di costà il contrario. E pois mai credere che va Marco Pio [Bernardo Cambi ] ne e nel Piano [Academia do Plano, conspiração?] e nel greco oserei fato tanto non fusse per dioenire Eccelentissimo in quolunche protessione dov'egli mettesci quella sua fortissima testa si che da lontano vi si dice buona notte Marco Pione Pupillorum [Bernardo] expilator at que peritiscimus sgrassigonatos.
    Basta che vi riducete a negarmi il caterino e mostrase di fare aslegnamento sopra la già tre quentata (cinco, quintada?)  scartea, ma e vi comverrà mutar pratiche e gettaroi da Spagna dove si è ritrovato quel mio fratel maggiore, e se lo facesci non mi dispiacerebbe perchè io sarei ancor fede che voi ha vesli a sgraffignar qualcosa a Li? e forse di che sarei molto lisogo? insegnate qualcosa a me che con?tinuamente casciando quando m? doverrei, vo'giorneande per le contrate d'altri senza tanto pensare a empiere il saccheto come fate voi, mas sia detto a bastanza per burlare inscime senza la sciar però di dar a me stesco qualche colpetto.
Io vi dirò quel che segue: credicate la prima cosa che di tutto quello che si sente ristringendo lo alvero et al fatto ne sia la mettà inanco. I motivi di quia si stimavaro gian di pochè molti asfermavonoche non pochi de signori principali di questo Regno erano per esser contro a questa nuova religione cosa che riesce vana al tutto veggendosi il re di Navarra e gli altri già comparsi alla corte, tal che questo capo principale viene finito. Restarci il contetare il popolo nella cosa della fede il qual popolo lo veggemdosi ora senza speranza di capi et ingannato al tutto in questa parte resta molto sbigoltito e comincia a pentirsi e ritirarsi poichè ha visto infatti essere per la Normandia luogo donde più sitemeva di poi che il re si è armato et ha ordinato di tener gli stati a Orleans, il che da un paio di pascata e di sperenza a questo popolo il quale insonrma è tale che com destrezza facilmente l'ingannerà, e si vede al certo che come costoro ei hanno volscto un poco miglior forma: intanto si va de liberando il concilio come sapete voi meglio, e que sti due gran re sono in tutto molto d'accordo tal che senza dubbio queste regno vao versola quiete nel temer questi (?) ti il che uciol dir chiamar tre or dini di questo regno nobiltà: cler? e popolo di tutte province ne ciochè ciasenno per il sue ordine e per la sua provencia dica tutto quello che gli occorre e senta amco? dal re tutto quello che egli voglia da loro; molte cose anco la cosa riu?scia danari di che costero hanno molto bisogno e procedendo le cose in questa maniera si patria facilmente in con tratto fermar qualche composizione per i poveri cittadini. Turnen [ou Turner possivelmente William Turner, 1508 –1568, reformador calvinista, grande físico e naturalista]  è in Corte [ francesa?] e gli sono stati fatti maggior onoriche, egli havessi mai et heà grand'autorità et ognuno afferma ch'egli ha buona volontà, Iddio voglia che noi sentiamo à quel tempo che sarà qualcosa di buono. Non o'ho detto questa historia pensando che il Caldano {o caldeirão, o demo?} senta alle volte volentieri ovestri propositi. io sono stato in Fiandra e in Inghilterra veggando molti luoghi e con piacere et il mare al passar in là volse farei di mali scherzi e vi so die che il nostro Lucintolto [Iacunm Bacciolto Gondi] s'arrese e degli altri. Io vi chiamai più volte desiderando d'havere appresso un buono del Piano siper surger la vistai sua si perchè egli potesci far fede della nostra la quale non ha mancato di farsi conoscere dove è stato maggiore il bisogno: è ben vero che Lucintolto  [Iacunm Bacciolto Gondi, em código] ha recuperato l'honor suo proprio a Reville dove essendo assaltati in su la strada, egli con la spada passò la gola a uno assassino voi vedrete di tutto le tavolucrie alla nonziata. ma di tutte le cose seguinte non ci è stato cosa più degna di memoria che il seguito con la Regina d'Imghilterra la qualle sentendo che quivi erano al cerno italiani per vederla hoviemdo grande afezione alla nostra nazione parlando molto volentieri in nostra lingua ci fece dire che non solo voleva che noi la vedessima ma che ancora gli caciassimo la mano. Il che inteso dalla compagnia fumoni dato carico di farper tutti quelli otizio là dove noi sempre non ascendo mai d'craton? dicemono molte cose che potevon convenire a quella cerimonia sua Maestà poi che hebbe udito e risposto molto gratamente, cominciò a domandarmi delle cose d'Italia e particolarmente come si attendeva alli studii percio che  Lei è lite ratiscima e chi l'ha molte volte in dita e sen intende afferma ch'ella parla exxellentemente latino e greco e cadendo de guosto, che studii et in che maniera si esercitavano le lettere in Firenze percioche Lei ha notizia di messer Pier Vettori [teórico republicano famoso] e che ha letto più volte la sua rettorica, mi fece subito povenire che io potevo rispondere con dargli una piena notizia del Piano [da conspiração] - e cosi formando le cose a mio piacere e conrispondere alla sua domanda. disci molte cose raccontando con che titoli e con che governo il Piano [da conspiração] si reggera non il dimenticandone gli venni a dire del grado del pontifice massimo [Pon. Max. - Iacopo Pitti em código ], et havendotocio una corda secondo l'humor suo bisognò che io tirassi per innanzi, e Lei facendomi alle volte alcune domande da far marivigliare ognuno mi strinse in modo che io fui forzato a raccontarli una parte dell'accasa Papiniana (?) e del sacresco dove la rise tanto che molto signori assai simramgliosono di tanta domestichezza, e cosi ragioonando e passeggiando più di tre ore, meco per un suo giardino mifece stupire stranamente delle domande che mi faceva, et in ultimo mi domandò se tutta la compagnia che era quioi appresso era del Piano [ da Conspiração do Plano?], et io respondendo di si, e Lei mi dicce che mi haveri fatto tosto a non mileguitar tutti, e che volentieri ci harebbe visiti nel suo Regno saggiu gnendomi cosi che herebbon fatto esaltare il nostro Gaio [Iacopo Salviati  ou  - Lorenzo di Iacobo Medici [Salviati ?], decapitado 59?]  sino al cielo ma tutto non si può riferire. ma ulite guesta Luintelto [ou Lucintolto - Iacunm Bacciolto Gondi] per tutto il caminino ha sempre delle che non andava in Inghilterra per otro se non perchè sentiva che quella Regina non trovava marito che gli pocesse e che voleva provar la sua fortuna e farsegli vedere, e subito arrivato a Corte sentendo che sua Maestà ci volavedere cominciò a sperase, quando poi vidde e lunghi propositi che sua Maestà teneva incio con tanta humanità sempre credetta che io ragionassi del sitto suo dicendo agli altri molte delle cose et io alfine dicendo a sua Maestà che se degnassi laseiarsi caciar la mano agli altri chiamai il primo Lucintolto [Iacunm Bacciolto Gondi] in onor certa maniera che allora egli tenne per mermo che la cosa fusse acconcia e ai so dire che la venacia grossissima e quali pareva che egli gettassi fuoco, cosi volendo dir qualque cosa non ne fue altro se non che gli baciò la mano. Finito qualto pigliammo licenza, in somma vi dico che questa rarissima donna e se la fussé nella religione per quella santa strada che tienne il buon gucordiano e confervator dell'anima saria cosa perfettissima. Lui e notizia piena de casi farigeni con Gaio (em código Iacopo Salviati [ou Lorenzo di Iacobo Salviati-Medici, decapitado em 1559?]) messer Bartolommeo [certamente Bartolomeo Cavalcanti] e Iusquinino [Iulquini – certamente um jovem da família Venturi,  no código acima.Ver outras informações ] e va buon numero di tordi grassi salutategli tutti per me principalmente cari mi sono stati in uno avviso e massime che me itra tanta speranza nella vita di quel dolce figliuolo deverrenprelto rivederei, seguitate a dirci sempre qualque iosetta è mi piace che gadete la vitta e vo' credere che siate salvidarci alla vitta e mi par la sera crorgervi con il Tasso (?) in mano e la moneta nera. Mi dite di insquie?si molto si ovol ritirare in Ghicsicelle [?] et io stimo che voi l'habitate trattato in modo a quell'anguille che gli sio bisogno all rgarsi dai sosi vostri. Ma? considero bene che egli errerà avon si ricorsono forse quanti voi andes? dietro a una testa porco salrotico? Matteo [no codigo Furia ?] fa che tu si'suomo da bene e portati in modo che tu: habbi alle volte a partire, vattene per la piana e non ti curare d'gser tenuto astuto. 
Ma io so bene che ho ragionato con coi piu del solito però vo far fine pregandovi a la cutare messe Alamano [Nicolò Alamanni, fejugiado na França?] e messe Filippo [Felippo Manelli, tio, também ai refugiado?], quell Alamanno siricorda poco di me e penso che sia spesso avviluppato in far Lucatine [?]Marco  ne fa che tu mi voglia bene et anche mio Tito [Tito Frigione – cardeal  Angiolo Niccolini ou no codigo  Titi-Agnoli, um pequeno filhinho ?] et io a tutti a lui di core mi osfero e raccomando Dio vi conservi. 
Alli q qbre 1560  il vostro Gnco [Giovanni di Giovanni Cavalcanti ] in Parigi.


BIBLIOTECA NAZIONALE CENTRALE DI FIRENZE
No CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845-FIRENZE) 
Documento Pagina 549  - Lettere di Giovanni Cavalcanti a Bernardo Cambi ed altri - codice CCCXVII, cat 1-124. 

Texto 
Io ho ricevuto la vostra de sua stante alla quale per que sta farò quella risposta che mi ocorre dicendovi che io serissi come havete visto e mi persua do che le lettere arrivassino costi alli 10 [mese? Ottobre - Ambracetto Altoviti] e forse in tempo da potere senza grande scomodo presentare, se per altri rispeti sarà pacto tempo a proposito. Io nun sendo avvertido di costi d'altro serisci raccomandando mi molto cercando di stringere in modo che sua Eccellenza si compiacesse di interporre la sua autorità nel che consiste il tutto, perchè senza questa com'ho detto non spero nelle composizioni ci si facesci frutto alcuno; intanto aictiamoci nella lile. Io possuato che voi tenghiate ragguaglio messer Agnaldo [ ?], e forse cne 10 [Ottobre - Ambracetto Altoviti] le seriverrò con queste. 
Neggo la buona cesa che avete fatta nelle cose simplisce di che non vi dispiaccia che io vi porti un poco d'invidia non già per altro se non per non vi esser presente. Per il dirmi voi che mi conselando. Piacemi la pratica del Diopago [?] dove vo'considerano che si debba far gran soldi essendovi simil teste. Noi vi siete cosi mostrando di far da curla fatt'un bell'honore nel manifestarquella pratica di moglie, e se ben tutti aprovanon crediate per questo che n on conoschino quanto quel povero vecchio s'ingannava n vaversi impacciar con esco voi, ne sà se 'lustino nel suo discorso havesci toca? questi tasti dove e chi dir però asla?casta che tuttavia si vede cose da maravigliarsi. Leguitate di trovardi spesso in simil dolcezze sempre ricordandovoi qualque poco del nostro dittatore disperso per il mondo nè è ancora resoluto quel che abbia a esser di lui salutare per me tutto l'arropago et mio compar Simposio [Juglio – Simpofio Masi (ou  Nasi) Simposii – casata Nasi]  particularmente.
Non dirà altro per questa se non che quando so e posso mi offero e raccomando Dio vi guardi agli 8 ottobre 1561.
Il vostro Gio [em código]: Cavalcanti in Lione [Lion]
(BNCF, Ms Capponi, 317 codice CCCXVII - PAGINA 117)

Documento Pagina 89

CONCIONE DI GNCO SCARACCHIO DITTATORE [em código Giovani di Giovanni Cavalcanti ]  NEL FORMAR L'ORDINE DE CAVALIERI DEL RAPICORNO CAVATA DAL QUARTO LIBRO DEL RITORNO DI GAIO [Iacopo Salviati em codigo, Lorenzo di Iacobo Salviati-Medici, decapitado 59?] DALLI ANTIPODI  IN PIANO.

Tutti quanti li Principi, tutti ai Governatori di regni et di Republiche ne loro tempi lodati, et dalla memoria de posteri veracemente celebrati hanno sempre usitato o popolo piangiano, con leggi, con ordinamenti et con beneplaciti largire desiderabi lipremii et honori alla vertu di coloro i quali in ogni chiara protessione et massime dell'erme havessero di gran lunga vie più che gli altri meritato; conoscendo nel vero quando per quella peritia si conserva felicemente la publica salirte per entro i perigli maggiori. Da questi premi, da questi honori alleltati gli animi ambitiosi et grandi hanno fatto tal'hora prove si lodate et care che egli no imedesimi et il Principe stesso han tenuto il primo e l'grado conseguito, manco degno del merito loro; questi da nobile alle rigia commossi non ponderavano il merito loro col premio ma con la compagnia di colore a quali nel salire del grado s'erano pena adeguati: parte de quali scorgendo per molto meno pregiata aperatione havere aequistato la medesima degnità si cotristavano assai, laonde nese guiva o dispregio di quelli e meloro contentezza, e da l'uno et da l'altro surgevano accidenti perloro medesimi per il Principe et per lo stato pernitiasi et quese mali a questi pericoli procacciare medicamenti handrati alcuni prudentissimi et potentissimi Principi i quali havendo hereditato l'imperii et li regni ripienti di premi et di honori condegoni alla virtù et a meriti humani innalzarono in grado sopreminente, stabilirono in seggio eccelso il premio et la gloria delli humori Per questo gli angelici Rè cinsero la gamba stania della giarrettiera, per questo i Re gallici appesero al collo l'imagine di Procolo Divo [divo Crispo, no documento anterior ? = Domenico]; et li Duchi di Borgogna ornarono del vello d'oro i sacri petti di quelli che con virtu et meriti sopra humani s'erano per li loro stati fidelmente affaticati tal che rispondendo in loro et la virtù et l'ingegno s'aggua gliano in gloria et degnità alla propria persona reale laonde conoscendu l'imperio piangiano non inferiore a qualunche de conti si per potenza et per grandezza di stato, si ancora per chiarezza di soggetti d'ogni titolo più glorioso condegni haviamo per cagione di riconoscere l'heroico virtù a imitatione de'predesti deliberato di ercare l'ordine de cavalieri del Piano; del quale essendo insigniti coloro che haveranno sino a qui più gloriosamente per il nostro imperio meritato, habbino l'autorità suprema del governo et delle legioni piangione, l'eccesso grado de quali essendo emulato da molti sia per sua grandezza et per salute del Piano da non pochi eltencito el li senatori annighitsiti nel possedere li più horrevoli seggi di questo imperio si sveglino da questa luce abbagliati et comardem?tissimo zelo di non restare inferriçore ad alcuno, s'accinglino a quele più desiderabili operationi che l'occasione delle stato addor mia nda et l'attitudine et virtù loro più felicemente li sprdna

(Della Maglibechiana, Classe IX, Codice 126) — em Biblioteca Nazionale Centrale Firenze
Parte superior do formulário



Documento Pagina 109 verso
COPIA DELL'INHIBIZIONE A DOMIZIO BARBONE
Noi che di continuo all'occorenze e pianigiane cure intentamente inugiliamo per potere secondo che ricerca il debito nostro canorche nel mezzo di nostri privati negozi dalla piaigiana utilità e quiete attendere e provedere. Avendo benignamento salcepuna supficazione sutaci presentata da uno Gnco [Giovanni di Giovanni Cavalcanti] Cazifico  iurisconsulto aglecontro ad uno Caio Chiavaccio [ Iacopo Pitti]  anima nera altrimente prete baggiana per conto d'una lite d'una possessione già più tempo fa infra eslivertente, per la qual casa intestiamo Gneo [Giovanni di Giovanni Cavalcanti] Cazifico essere stato appresco di te et al tuo erario Lucio Orlandi avere accisate et inquisito Caio Glnavaccio [IacopoPitti] Anima Nera laonde depderando noi detta controversia infra li sopradetti (secondo la grandezza e giustizia piangiana) confinale e giusta sentenza del prossimo futuro cencistoro giudicare e finire. Notifichiamo, dichiariamo e protestiamo a te Domizio di Tiberio Barboni per la Marina Volterrana che all'auta di questa facci subito intendere e notificare per un asiniente stafetta a Lucio Orlandi tuo vicario nel volterrano che non malesti nè altrimenti per talconto proceda contro al cad. Caio Chiavaccio[Iacopo Pitti] Anima Nera. Ma subito gli faccia in propria manodara il protesto il quale a quest'estelto con questa ti mandiamo altrimenti facendo ti si procederà contro come a disebbediente e transgressore degli ordini e comandamenti nostri pontifice.
Data in Pecciolea il 27 sole del mese Scaraccio (janeiro – “casata” Cavalcanti )
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário