A surpresa de Heleni

A surpresa de Heleni, do ramo do Paraná

Após a publicação de nosso artigo sobre o ramo dos Cavalcanti de Albuquerque que se estabeleceram do engenho “Castanha Grande” em Alagoas, a parenta Heleni Cavalcanti de Albuquerque do Paraná nos contatou por e-mail ao reconhecer entre seus guardados e salvados o antigo e conhecido retrato do “papai Cavalcanti”, Manoel Cavalcanti de Albuquerque - o antigo dono do “Castanha Grande”, aquele que havíamos descrito como o revoltoso Manoel nos anos 1817.
     Heleni se identificava como neta de desembargador estabelecido no Paraná, Eudoro Cavalcanti de Albuquerque, que logo reconhecemos como um dos filhos de “papai Cavalcanti’ - o “Minou” (1835-1899), seu segundo filho.
   Também André Medeiros, jovem curioso de sua genealogia, em seguida a esta publicação nos procurou na mídia eletrônica e, descendente deste mesmo “Minou” em Pernambuco, agora, vê sua bela arvore e linhagem completada com nosso auxilio.

    Estas gratas surpresas foram possíveis pela publicação da história do ramo do engenho Castanha Grande – epopéia histórica que publicamos sobre o ramo central, primogênito e varonil do florentino e da mameluca Catarina – ramo Cavalcanti de Albuquerque que descende do primeiro filho herdeiro do florentino, Antonio, e por seu neto Felipe Cavalcanti de Albuquerque, casado com Maria de Moura Lacerda.    Ramo que se desenvolve paralelamente ao da tenaz filha do próprio Antonio - Isabel Cavalcanti, que teve descendência também muito resistente aos holandeses, de notória atuação na Guerra nativista contra os Mascates.
   Constatamos que o ramo varonil de Antonio, discreto, teve também marcante participação na resistência à ocupação holandesa, obrigado ao abandono de seus vários engenhos. Finda a guerra, o ramo mantém envolvimento por parentes diretos ou colaterais na Fronda da nobreza contra os Mascates, posteriormente ainda decidida atividade política pela Independência. Já proclamada a República mantém intensa participação na vida política de Pernambuco e Alagoas e mesmo na Capital Federal.
    Observamos que em 1770, migrado da região de Goiana (PE) para Alagoas, o fidalgo José Cavalcanti de Albuquerque abandonava as regalias mantidas por sua família Cavalcanti de Albuquerque Lacerda. José, aparentemente, teria deixado o título de fidalgo e o sobrenome português, Lacerda. Logo seu jovem filho seminarista de Olinda, Manoel (depois chamado “papai Cavalcanti”), teve a cabeça exigida pelo Ouvidor português por seu comprometimento no movimento republicano e rebelde de 1817.
    Saído do seminário e já casado com a muito jovem Rosa Machado da Cunha, Manoel estabelece ramo muito prolífico no engenho “Castanha Grande” a partir de 1822.
    Engenho que este trabalho historiográfico especialmente relembra - berço de sucessivos, valentes e dedicados políticos, governadores e mesmo um senador republicano por Alagoas - gerações de lutadores pela Independência, Abolição e República. Caracterizados como senhores de engenho discretos, de grande conhecimento e humanidade, ainda vocação política que lhe chegava dos longevos Cavalcanti - gerações já lembradas e homenageadas pelos historiadores Oliveira Viana e Manoel Diegues Junior, tema e pelo menos três de nossos trabalhos: “Antonio Cavalcanti de Albuquerque (1564-1640)”, “Cavalcantis em questão”, e o mais específico - “O Ramo do engenho Castanha Grande”.
     Este ramo central se desdobra pelo Brasil atualmente através os juristas Machado da Cunha Cavalcanti em Pernambuco, nos ilustrados Cavalcanti de Gusmão do Rio de Janeiro ou ainda em Alagoas, também Cavalcanti de Albuquerque agora conectados no Paraná, Santa Catarina, ou estes de Pernambuco descendentes do segundo filho de Manoel, o “Minou” -  Manoel Cavalcanti de Albuquerque, dono do engenho Caixoeirinha - ramos conscientes de suas históricas raízes, tradições transmitidas a partir do núcleo do engenho “Castanha Grande”. Ramo que se estende e se espraia atualmente pelo Brasil em galhos frondosos de famílias nordestinas com as quais se uniu, e que já identificamos ao longo do artigo a ele dedicado.
       Assim, mais uma vez muito bem-vindos Heleni e André.
       Bem vindos ainda outros parentes Cavalcanti de Albuquerque, até mesmo da linha colateral Bezerra Cavalcanti proveniente da linha paralela e destemida de Isabel, como os parentes amigos Claudete e Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, Marcelo Bezerra Cavalcanti - ou mesmo derivados do ramo Holanda Cavalcanti: os Petribu e os de Viçosa em Pernambuco, os Tabajaras do Rio Grande do sul, ou Cavalcanti de Albuquerque estabelecidos em Goiás – todos parentes tornados amigos, que conosco entraram em contato em várias oportunidades.
    Lembrando que no engenho “Castanha Grande’ em Alagoas, a família Cavalcanti de Albuquerque conseguiu continuar cultuando as grandes linhas da tradição familiar por informações orais registradas e transferidas através do tempo - até hoje, cultores das mais autênticas tradições não só dos “Cavalcanti”, mas também de “Albuquerque” e “Tabajaras” - defendendo o grande valor dos antepassados portugueses, os notáveis Albuquerque; valorizando a formosa e corajosa antepassada índia, Muíra, da tribo Tabajara; ainda celebrando os longevos Cavalcanti italianos. Sobretudo relembrando o antigo e muito famoso poeta Guido Cavalcanti, que viveu na Itália no sec. XIII - poeta que foi o pano de fundo do celebrado Capítulo X, de Dante na Divina Comédia - e cuja alma, intacta, a família ainda reconhece e conduz.

   _____________
   Fotos de família guardadas e salvadas de uma inundação por Heleni em sua casa no Paraná - em especial a já famosa foto comum ao ramo, baseada em quadro a óleo do patriarca “papai Cavalcanti”.



Papai Cavalcanti  
(foto do quadro à óleo, foto também em posse de Heleni)


                 Lembramos que Manoel Cavalcanti de Albuquerque (“papai Cavalcanti”) nascido cerca de 1800 - seminarista em Olinda, teve sua cabeça à prêmio pois envolvido no movimento revolucionário de 1817. Mais tarde casado, por ocasião festiva da Independência em 1822 com Ana Rosa da Cunha Freitas. Manoel, com auxilio do sogro foi muito bem sucedido na produção de açúcar, dono de 11 engenhos em torno do engenho sede, o “Castanha Grande”. Pais de 10 filhos - Ambrósio, Manoel (“Manou”), Maria Pastora, Luiza, Rosa, Ana Rosa, Constança, Joaquim (“Quincas”), Clara e Maria Luíza.                    
              Seu filho primogênito, Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti, foi mesmo gravemente ferido pela República no episódio político denominado “Hecatombe de Vitória” em 1880; sobrevivendo e proclamada a Republica exerceu a governança de seu Estado e vindo a falecer no engenho “Gaipió” em 1897 (PE). Ambrósio teve descendência varonil continuada até hoje em Pernambuco: o juiz Rafael Machado da Cunha Cavalcanti, nascido em 1969 - filho de Manoel da Cunha Cavalcanti, desembargador naquele Estado. Este é referido em documento oficial da Câmara Municipal de Pernambuco como neto de Ambrósio.
               Outro notável filho de “papai Cavalcanti’ foi Joaquim Machado da Cunha Cavalcanti (o “Quincas”), poeta e construtor com o pai da primeira cidade planejada no Brasil, a pequena cidade de S. Luiz do Quitunde ao lado do engenho “Castanha Grande” - prioridade da família em detrimento à própria casa-sede do “Castanha Grande” que ficou mesmo inconclusa.
       O segundo filho de “papai Cavalcanti”, do mesmo nome Manoel Cavalcanti de Albuquerque, chamado “Manou” foi casado com Henriqueta Silveira Lins, filha do Visconde de Utinga, tendo sido senhor do engenho “Cachoeirinha”, também em Alagoas. Com sua irmã Maria Pastora e o marido Manoel Cavalcanti de Melo (“vovô Dindinho”), ainda seu sobrinho Manoel Cavalcanti de Mello Filho (“vovô Ioiô”), foi também por um período proprietário do engenho “Castanha Grande”.


Manou jovem - foto Fundação Joaquim Nabuco




Manoel Cavalcanti de Albuquerque, “Manou” (1835-1899) (foto Heleni) 

      
      “Manou” como os demais senhores de engenho deste ramo - fato já reconhecido por nossa a historiografia - foi de grande justeza e humanidade. 
     Episódio registrado por sua neta Maria Stella, filha de Euthalia, reporta que o escravo Belisário Dias tendo incorrido em falta ajoelhou-se á sua frente, mas Manoel lhe teria então admoestado seriamente - “Levanta-te. Um homem não se ajoelha aos pés de outro. Não fizeste isto de propósito”. 
      - “Belizário, mesmo depois de alforriado, nunca deixou meu avô, e era por este considerado um dos maiores amigos”. 


Engenho “Caichoeirinha” (foto Heleni)


No engenho “Cachoeirinha”-municíopio de Vitória -foi empregado pela primeira vez no Brasil o método do plantio de sementes por meio de flechas. Sua via férrea tinha 70 quilômetros, sete locomotivas e 200 carros. Possuía capacidade para processar 500 toneladas de cana e produzir 5.000 litros de álcool em 22 horas. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 50 operários. Mantinha uma associação de beneficência e três escolas, com matrícula média anual de 115 alunos.



   “Manou”, Manuel Cavalcanti de Albuquerque, foi  senhor do Cachoeirinha e co Henriqueta Silveira Lins foram pais de: 
              Flora (1863) Arthemisia (1864) Euthalia (1865) Noemizia (1866), Balthazar (1868), Arthur (1869), Victor (1870), Manoel (1871), Henriqueta (1872), Henrique (1874) Augusto (1875), Antonia (1878) Eudoro (1880) e  Rafael (1881).
               Estas informações e várias outras constam do documento “Memórias Genealógicas” firmado pelo pró prio casal em cartório, ainda depoimentos de diários e  notas sobre a família pela filha Euthalia e a neta Maria Stella, documentos  arquivados no IAHGP –em Xerox gentilmente enviados pela memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque para a autora.
            
     O penúltimo filho de “Manou” e Henriqueta foi Eudoro, nascido em 25 de abril de 1880 no engenho “Cachoeirinha” – o referido avô de Heleni. Eudoro foi o penúltimo filho do casal, batizado em 7 de maio do mesmo ano no Oratório privado do engenho pelo Pe. Manoel Barroso Pereira: foram seus padrinhos o Dr.Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti [seu tio paterno] com sua filha Ambrozina Cavalcanti, segundo a fonte citada acima.  



   Foto de Eudoro (n.1880) e sua esposa Amasília com os filhos pequenos e já nascidos – “do lado esquerdo Manoel, ao lado Pedro, meu pai;  no colo o  tio Eudoro.  A menina ao lado Henriqueta - tia  Nene”, segundo a própria Heleni.
         
         
 
              Segundo Heleni Cavalcanti de Albuquerque, filha de Pedro Cavalcanti de Albuquerque e Ingeborg Schineider, seu avô  Eudoro mudou-se para o Paraná e lá exerceu a magistratura ocupando o posto de desembargador. A bisavó Henriqueta, senhora do engenho Cachoeirinha, ainda lembrada como mulher justa e severa.  Pedro já nascido em Campo Largo, no Paraná.

    

Eudoro (n.1880) e Amasília Camargo 


(fotos da Heleni) 

                     Eudoro foi o penúltimo filho do casal Manuel e Henriqueta.  Nasceu em 25 de abril de 1880, no engenho “Caxoeirinha’ e foi batizado em 7 de maio do mesmo ano, no Oratório privado do engenho pelo Pe. Manoel Barroso Pereira: foram seus padrinhos o Dr.Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti [seu tio paterno] com sua filha Ambrozina Cavalcanti, segundo a fonte citada acima.
                    Segundo a neta Heleni, Eudoro foi desembargador no Paraná. A bisavó Henriqueta ainda lembrada como mulher justa e severa. 
                     Heleni Cavalcanti de Albuquerque é filha de Pedro Cavalcanti de Albuquerque e Ingeborg Schineider, ele já nascido em Campo Largo, no Paraná. 




           Um pouco mais sobre a mãe de Eudoro - a enérgica Henriqueta dona do “Cachoeirinha”   e sua ilustre família Silveira Lins

                                   Henriqueta Silveira Lins (1842-1922)
Casada com “Manou”, Henriqueta  ela era filha do Visconde de Utinga, Henrique Marques Lins Cavalcanti e Antônia Francisca Veloso da Silveira, donos do engenho “Matapiruna” no município de Escada (PE)-  engenho que recebera a honrosa visita de D. Pedro II em 1859. O casal teria tido quatorze filhos. Henriqueta uma das  irmãs de Belmiro Silveira Lins – o Barão de Escada - morto no episódio político denominado “Hecatombe de Vitória”. Neste episódio histórico pela Republica, lembramos, também o cunhado de Henriqueta Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti, e depois dono do engenho Gaipió, saíra gravemente ferido.
             
      Sabe-se que para o engenho “Cachoeirinha” da qual Henriqueta foi senhora com seu marido “Minou”fora contratada uma preceptora holandesa, e aí eram fornecidas aulas pela sra. Rawlinson que instruía igualmente os meninos e também as meninas da família.
     O engenho “Cachoeirinha” (PE), como o “Castanha Grande” (AL) e o “Gaipió” (PE), engenhos deste ramo Cavalcanti de Albuquerque, foram importantes centros de cultura em que se destacavam senhores de engenho muito cultos - freqüentados por intelectuais,  entre eles o escritor Oliveira Viana, casado com a filha Flora de “Manou” .
   O irmão de Henriqueta, Belmiro Silveira Lins - Barão da Escada (1827 —1880), na época da de seu assassinato e, disputa política pela Republica era já era tenente-coronel da Guarda Nacional. Sua morte, segundo Heleni, teria feito muita falta à família, pois ele encarregado de tocar os negócios familiares dos Silveira Lins.

               



   Casada com “Manou” ela era filha do Visconde de Utinga, Henrique Marques Lins Cavalcanti e Antônia Francisca Veloso da Silveira, donos do engenho “Matapiruna” no município de Vitoria (PE), engenho que recebera a honrosa visita de D. Pedro II em 1859. O casal teria tido quatorze filhos. Henriqueta irmã de Belmiro Silveira Lins – o Barão de Escada - morto no episódio político denominado “Hecatombe de Vitória”. Neste episódio histórico pela Republica, lembramos também seu cunhado Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti, irmão de seu marido e depois dono do engenho Gaipió, saíra gravemente ferido.
                   
      Sabe-se que para o engenho “Cachoeirinha” da qual Henriqueta foi senhora com seu marido “Minou”, foi contratada uma preceptora holandesa e aí eram fornecidas aulas pela sra. Rawlinson que instruía igualmente os meninos e também as meninas da família. 
     Lembramos que o engenho “Cachoeirinha” (PE), como o “Castanha Grande” (AL) e o “Gaipió” (PE), ainda outros eram centros de cultura em que se destacavam os senhores de engenho deste ramo, os muito cultos Cavalcanti de Albuquerque - engenhos freqüentados por intelectuais como o escritor Oliveira Viana, casado com sua filha Flora. 
   O irmão de Henriqueta, Belmiro Silveira Lins - Barão da Escada (1827 —1880), na época da de seu assassinato e disputa política pela Republica era já era tenente-coronel da Guarda Nacional. Sua morte, segundo Heleni, teria feito muita falta à família, pois ele encarregado de tocar os negócios familiares dos Silveira Lins

  Foto inédita de Belmiro já idoso ainda na posse de Heleni



Foto de Belmiro mais jovem publicada na mídia eletrônica





   
 Manuel Cavalcanti de Albuquerque, o “Manou”, falecerá aos 64 anos em 1899, já depois da Abolição e da Proclamação da Republica, quando os abalos sobre sua fortuna já se fazem sentir pela Abolição.  Noticia em O Jornal de Recife de 27 de outubro deste ano da a notícia de sua morte no sitio “Quatro Leões” da família nesta cidade, e diz de “seu caráter probo, coração de elite”. virtudes que impunham “respeito e estima a todos”. 


                                                Henriqueta Marques Lins Cavalcanti
Foto de Henriqueta já idosa, falecida em 1922 (fotos Heleni) 


     Por ocasião da morte de “Manou” seu filho Arthur já era reconhecido como medico distinto em Recife - citados ainda, como de relevo, seus genros Francisco de Barros Lins e o intelectual Manuel Oliveira Lima, historiador e diplomata, genro de sua filha Flora.
  Flora, por si só, tem seus dons de escritora hoje reconhecidos por um diário, “Boudoir Diary“ - diário escrito em inglês no ano de 1915 em Londres, na Inglaterra, quando acompanhava Oliveira Lima como embaixatriz do Brasil durante a primeira guerra e no qual registra suas experiências intelectuais  de moça criada para senhora de engenho, mas que cedo - por sua esmerada educação - partiu para vivências mais amplas fora do país (comentários em Malatian, Tereza – “O Diário de Flora”).
    Temos noticias entretanto que seu filho Eudoro, mesmo como juiz e desembargador no Paraná, a que tudo indica periodicamente voltava ao nordeste para visitar a família.



 Foto na sala do “Cachoeirinha”. O filho Eudoro em visita ao engenho, onde antigos escravos ainda privavam com a família. A mais idosa, entretanto, nesta foto  seria uma tia de Eudoro, irmã de seu pai (seria Maria Luiza, chamada pela familia carinhosamente  “vovó Maroca” , matriarca dos Cavalcanti de Gusmão ?). (foto Heleni)
                   Sabemos que Eudoro viajava de navio para visitar os seus.



           Foto ainda na escada do “Cachoeirinha”, na mesma ocasião da foto acima, início do século XX. 

Henriqueta, irmã  de Eudoro e filhas adotivas.  Eudoro com sua irmã mais velha Flora?                  





        Henriqueta irmã de Eudoro    (foto Heleni)


Eudoro em visita aos irmãos no sítio ainda da família. Decada de 40 ou 50. 


Eudoro, irmã mais velha e irmão (no sitio?) (década de 40 ou 50?)


Foto ainda do “Cachoeirinha”? (foto Heleni)


 Terminamos o artigo fornecendo ainda algumas outras informações sobre as atividades econômicas das famílias Silveira Lins, Machado da Cunha e Cavalcanti de Albuquerque em Alagoas e Pernambuco no fim do sec. XIX e XX.
        Localizada no município de Escada (PE) no engenho do mesmo nome, e próximo ao engenho “Castanha Grande”, foi fundada em 1890 a usina “Massauassu” por Marcionilo da Silveria Lins (1832-1890), outro irmão de Belmiro e Henriqueta, ficando com a denominação de Silveira Lins e Filhos.
     “Em 1914, o filho mais novo deste, Zenóbio Marques da Silveira Lins, passou a empresa para José Henrique Carneiro da Cunha ,lembramos de família também formadora do engenho Castanha Grande] Entre 1916 e 1917 foram sócios da usina Oscar Amorim e seus cunhados José Henrique Carneiro da Cunha e Oscar Berardo Carneiro da Cunha. Em 1929, tendo como proprietário apenas José Henrique Carneiro da Cunha, a usina possuía nove propriedades agrícolas, com capacidade para produzir 50.000 toneladas de cana, uma via férrea de 60 quilômetros, 3 locomotivas e 84 carros e vagões. Tinha capacidade para trabalhar 500 toneladas de cana e produzir 7.000 litros de álcool em 22 horas. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 150 operários, não sendo permitida a contração de menores, estrangeiros e mulheres. Mantinha duas escolas com matrícula média anual de 30 alunos cada uma. A usina “Massauassu” pertence atualmente a Rui Carneiro da Cunha. Em 1987, chegou a produzir 569.220 sacos de açúcar de 50 quilos, mas hoje encontra-se desativada” (texto na mídia eletrônica).
   “A Usina “Tombó-Assú” foi fundada entre os anos de 1895 e 1890. Localizada no município de Escada, teve como proprietários iniciais: Antônio Correia de Araújo, Leonardo Cavalcanti de Albuquerque, Leonardo Siqueira Arcoverde, Belmiro Correia de Araújo e Murilo Marroquim -  cultores da tradição familiar dos Cavalcanti de Albuquerque, família a que todos estavam unidos por laços de matrimonio. O jornalista Murilo Marroquim vendeu a usina ao senhor Rui Carneiro da Cunha, proprietário da usina Massauassu. A usina foi desativada e suas propriedades passaram a fornecer cana para a usina Massauassu, em 1962. Porém, preservou o engenho Gaipió, pois o mesmo possui um monte de onde se avista o oceano”. O engenho Gaipió já pertencera a Dr. Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti, que fora casado com Antônia da Silveira Lins, outra filha do Visconde de Utinga, Henrique Marques Lins.


           Lista completa dos ascendentes de Heleni, do ramo do “Castanha Grande” 



           Lista completa dos ascendentes de Heleni, do ramo do “Castanha Grande” 

Jerônimo de Albuquerque              Giovanni Cavalcanti e
e Muíra da tribo Arcoverde                    Genebra Manelli                                                                 
                   |                                                     |

Catarina de Albuquerque         e         Filippo di Giovanni Cavalcanti

                                          |

F.          Antonio Cavalcanti de Albuquerque (c.1564 - 1640), herdeiro e sucessor do seu pai, o florentino, na administração da capela de S. João em Olinda. Casado com muito loura Isabel de Holanda, filha do fidalgo germano-flamenco Arnau de Holanda. A pedido de sua mãe mameluca teve o título de fidalgo cavaleiro da Casa Real portuguesa. Passou pelos rigores da invasão holandesa, seus irmãos em luta a seus filhos varões dispersados e em retirada depois da ocupação - seus engenhos ainda abandonados. Pai de:

N.          Felipe Cavalcanti de Albuquerque (c.1596-1657, Ipojuca, PE), fidalgo da Casa Real. Felipe retirou-se em luta para a Bahia combatendo os holandeses. Na Bahia casado com Maria de Lacerda, cujo pai herói português morrera na luta de resistência. Felipe era irmão do líder retirante de Goiana, Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, que não teria deixado, a que se saiba, descendência.  Felipe retorna depois da Guerra com a família para Ipojuca dando seqüência a linha central e varonil dos Cavalcanti de Albuquerque em Pernambuco.  Pai de:

B.         Cap. Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo e capitão-mor de Itamaracá. Por vezes referido também com seu sobrenome materno Lacerda.  Casado com Catarina Vasconcelos Valcacer. Sua filha Ana foi cunhada do líder degredado Leão Falcão d´Eça - o marido também preso, comprometido no episódio da guerra dos mascates em 1710. Jerônimo pai também de:

T.       Manoel Cavalcanti Albuquerque, fidalgo Cavaleiro da Ordem de Cristo, Alcaide-Mor de Goiânia, casado com Sebastiana Carvalho, de família já agora também contestadora aos portugueses. Por vezes também referido com o sobrenome Lacerda de sua avó.  Manoel escondeu revoltosos na capela do seu engenho, com auxilio do bispo e religiosos armados em outubro de 1710, e sugerimos possa ter sido punido pelas autoridades portuguesas.  Pai de:

 Q        José Cavalcanti de Albuquerque, primogênito nascido em Goiânia (c.1760),     transferido por motivos pessoais ou políticos para Alagoas, para o engenho Sta. Rosa do Flamenguinho, casado com Luiza Cavalcanti (Informações familiares cruzadas com as fornecidas pela genealogista Adalzira Bittencourt, baseada em trabalho genealógico corrigido por Carlos Xavier Paes Barreto, onde já não é citado o sobrenome Lacerda para este ascendente).
                   
P Manoel Cavalcanti de Albuquerque (“papai Cavalcanti”), nascido cerca de 1800 - muito jovem teve sua cabeça à prêmio, pois envolvido no movimento revolucionário de 1817, mais tarde casado com Ana Rosa da Cunha Freitas em 1822. Com auxilio do sogro, depois da Independência foi muito bem sucedido na produção de açúcar, dono de 11 engenhos em torno do engenho sede, o “Castanha Grande”. Pais de 10 filhos - Ambrósio, Manoel (Manou), Maria Pastora, Luiza, Rosa, Ana Rosa, Constança, Joaquim (Quincas), Clara e Maria Luíza.
   6º neto  - Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti, filho primogênito, foi gravemente ferido no episódio político pela República denominado “Hecatombe de Vitória” no ano de 1880; sobrevivendo e proclamada a Republica exerceu a governança de seu Estado e faleceu no seu engenho Gaipió em 1897 (PE).   Teve Ambrósio descendência varonil continuada até hoje em Pernambuco: o juiz Rafael Machado da Cunha Cavalcanti, nascido em 1969, filho de Manoel da Cunha Cavalcanti, desembargador - referido por documento oficial da Câmara Municipal de Pernambuco como neto de Ambrósio.
 6º neto  - Joaquim Machado da Cunha Cavalcanti , filho de papai Cavalcanti (o “Quincas”), poeta, construtor com o pai da primeira cidade planejada no Brasil – a cidade de S. Luiz do Quitunde, ao lado do engenho Castanha Grande.
6º neto - Manoel Cavalcanti de Albuquerque, apelidado “Manou”, segundo filho de “papai Cavalcanti” foi (1835-1899), dono do eng. Cachoeirinha. Com sua irmã Maria Pastora e seu marido Manoel Cavalcanti de Melo (vovô Dindinho) ainda seu filho Manoel Cavalcanti de Mello Filho (vovô Ioiô), foi ainda, por período, proprietário do engenho Castanha Grande.  “Manou” foi casado com Henriqueta Silveira Lins, filha do Visconde de Utinga, pais de

7º neto – Eudoro Cavalcanti de Albuquerque, penúltimo filho do casal nascido em 1880 e que seguiu as tradições familiares estabelecido como desembargador no Paraná, casado com Amásilia Camargo. Pais de Pedro, Henriqueta (tia Nenê), Manuel, Cleia, Rui, Eudoro e Altair. Segue:
 8º neto – Manuel Cavalcanti de Albuquerque, falecido pai de ourto Manuel Cavalcanti de Albuquerque que ainda mora no Paraná.
 8º neto - Pedro Cavalcanti de Albuquerque, nascido e casado no Paraná com Ingeborg Schineider, pai de:
9º neto - Heleni Cavalcanti de Albuquerque, que vive atualmente Santa Catarina .
      Ramos descendentes de Filippo de Giovanni Cavalcanti, de “papai Cavalcanti” e de “Manou’, certamente ainda se mantem em Alagoas e Pernamburo e espero entrem em contato para que possamos dar continuidade às nossas pesquisas.

6 comentários:

  1. Parabéns pelo arquivos memória de família, sou alagoano e penso muito em um projeto cultural e levar e se projeto pra Luiz do Quitunde , preciso falar com vc no imail . Rosa???d já sou agradeço sua atenção

    ResponderExcluir
  2. Até onde pude verificar, sou trineto de Manoel Cavalcanti de Albuquerque (Manou), filho do também Manoel Cavalcanti de Albuquerque (Papai Cavalcanti) e neto de José Cavalcanti de Albuquerque. Meu avô, também Meu Manoel Cavalcanti de Albuquerque, filho de Victor e neto de Manou, foi dono do Engenho Cachoeirinha, onde mamãe e seus irmãos se criaram, tendo eu mesmo lá estado quando bebê. Gratificou-me muito ter lido os artigos "A surpresa de Heleni" e “O ramo Cavalcanti de Albuquerque do engenho ‘Castanha Grande’”publicados em seu blog, principalmente pelas referências à descendência de Manoel Cavalcanti de Albuquerque para José Cavalcanti de Albuquerque, respectivamente meus tetra e pentavós e é sobre essa relação de pai e filho, que eu gostaria de saber se, além dos relatos de membros do ramo Castanha Grande por você referido no artigo, há alguma evidência documental, tais como referência constantes em livros, jornais ou certidões de batismo. No artigo "A surpresa de Heleni, você faz referência a um documento registrado em cartório, "Memórias genealógicas" de autoria de Manou e sua esposa. Você teria cópia desse documento?

    ResponderExcluir
  3. oi boa tare Mauricio. Primeiro quero me desculpar pela demora so abri esta pagina, porque, resolvi tentar cidadania e, ai fui atras dos antepassados.... desculpe
    É muita emoção escrever para um parente e, ver tantas historias eu tinha muitas cartas e registros que minha tia Henriqueta guardava em um bau, mas para tristeza geral tive uma enchente em minha cidade em 2011, e, minha casa teve um metro e 80 de água, suja de lodo. perdi muta coisa, alem de documentos, perdi muita coisa, sai com a roupa e com meus cães o resto ficou. Ate hoje sinto muito de tantos documentos perdidos de tanta historia dos meus antepassados. Sobraram as fotos que antigamente as fotos eram feitas pra durar .... Sem mais fico no aguardo um grande abraço Heleni

    ResponderExcluir
  4. Belo material histórico e de genealogia. Desenvolvo um estudo sobre o juiz Hemetério José Velloso da Silveira, originário de PE cujos ascendentes tiveram relação com os Cavalcanti. O que a sr.[ teria sobre isso?

    ResponderExcluir
  5. O engenho cachoeirinha, fica no município de Vitória de santo antão, PE
    e o engenho mataperuma de baixo, fica no município de Escada PE

    ResponderExcluir
  6. Tenho uma fotografia do meu avô, com Sr. Victor e seu filho Sr. Manoelzinho. Possuo um engenho Cuieiras, que fica entre, cachoeirinha e mataperuma de baixo.

    ResponderExcluir