A Linha dos Bezerra Cavalcanti de Albuquerque oriunda da região de Vertente, e seu sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti.

 

A Linha dos Bezerra Cavalcanti de Albuquerque oriunda da região de    

Vertentes (PE), e seu sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti.

(Linha Rufino Bezerra Cavalcanti – a partir do sec. XVIII)

         

      INTRODUÇÃO

             - Breve histórico

 

     

    A família Bezerra descendente de pequenos fidalgos portugueses desde muito cedo esteve ligada à família Cavalcanti de Albuquerque no Brasil, e juntos demonstraram igual ânimo contra a invasão holandesa,  logo depois ambas engajados na luta nativista.

    

    O engenho “S. Pantaleão” foi fundado por Pantaleão Monteiro e herdado por sua filha Brásia Monteiro, casada com Domingos de Bezerra Felpa Barbuda – este descendente de pequenos fidalgos portugueses já nascido no Brasil (notícia em Evaldo Cabral “O Bagaço de Cana”, pg. 66). O engenho “S. Pantaleão” vandalizado na guerra holandesa em 1634.

    Francisco Bezerra Monteiro I por conspirar foi apresado, levado para a Holanda e  lá morreu.  Seu filho homônimo, Francisco Bezerra Monteiro II, “o Barrigas”, casado com Isabel Cavalcanti foi padrasto de Antonio Cavalcanti, chamado “o da Guerra” - filho de Isabel Cavalcanti em seu primeiro casamento. Vários membros da familia Bezerra notabilizados nesta guerra.

     Por fim, Luiz Barbalho Bezerra se torna um grande herói comandando sua coluna militar desesperada contra os holandeses - coluna militar que praticou a guerra de guerrilhas pela primeira vez no Brasil.   

     

    Unidos para a Restauração, em 1645 Francisco Bezerra Monteiro II e Antonio Cavalcanti assinaram com outros conspiradores o primeiro compromisso nativista e patriótico contra os holandeses – compromissoque visava a eclosão do Levante de Ipojuca.

 

   A partir desta íntima união familiar, os agora chamados Bezerra Cavalcanti tornam-se cada vez mais atuantes como nativistas - e mesmo no século seguinte foram os líderes da chamada Guerra dos Mascates em 1710. Os Bezerra Cavalcanti foram os líderes desta fronda precursora, republicana e libertária no Brasil - os irmãos do clã Bezerra Cavalcanti, com a derrota, martirizados e desterrados.

 

    Violentamente reprimidos pela coroa portuguesa, e talvez por este mesmo motivo, os descendentes Bezerra Cavalcanti continuaram atentos, conspiradores e participantes no novo contexto revolucionário e independentista de 1817, até mesmo constatamos recentemente atuaram em 1824 como revolucionários republicanos, participantes na Confederação do Equador. O descendente Agostinho Bezerra Cavalcanti de Souza e o parente Antonio do Monte degolados em 1825 -  participantes deste movimento com descendentes Bezerra Cavalcanti da linha da região de Vertentes em Pernambuco.

    

    Os do sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti oriundo de Vertentes, republicanos e libertários, tornaram-se fim do sec. XIX e XX empreendedores de sucesso em Pernambuco e Paraíba.

 

      E  deste  sub-ramo Bezerra Cavalcanti tentaremos identificar seus primeiros elos para melhor conhecer detalhes de seu entroncamento. Qualquer equívoco ou imprecisão neste trabalho peço ser comunicada para correção.

 

 

    - Fontes orais, genealógicas e historiográficas consultadas, analisadas e aqui citadas:

- fonte oral, o pesquisador e descendente Marcelo Bezerra Cavalcanti.

 

- fontes genealógicas:

 

  Bittencourt, Adalzira - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1965 - baseada em Borges da Fonseca, corrigida por Carlos Xavier de Paes Barreto; Barata - Carlos Almeida e Bueno, Antonio Henrique Cunha, Dicionário da Família Brasileira (DFB), Ibero-América; os memorialistas Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque no seu livro O Magnificat - Memórias Diacrônicas de dona Isabel Cavalcanti, Fundação Gilberto Freyre, Tempo Brasileiro, Recife, 1990 (MC), o cronista João Clímaco, o cronista João Nazareno Carneiro Campello -“Notas Genealógicas” na mídia eletrônica; o pesquisador Carlos Francisco Bandeira Lins em seu livro Gente do Taipu vol. I e II - Mídia Gráfica e Editora Ltda, 2017; Fernando Meira Lins, autor do “Catálogo Genealógico e bio-iconográfico de Antonio Marques da Costa Soares e sua Descendência Mito e Realidade”; documentos arquivados em Search MyHeritage e sites genealógicos modernos, como Geni na mídia eletrônica, sempre muito conferidos po nós.   Mais informações genealógicas em especial sobre os Bezerra em Portugal e na Galícia  http://www.myheritageimages.com/D/storage/site128404521/files/00/00/14/000014_8083332ad4ex258m4ez2je.pdf?fbclid=IwAR2SiB13qo4ok8IsMvF9ZzeGyzYTjDq7rSrA7wr7opKPF2tpQRkdNUPKBgk e o artigo “Fontes Sobre a Origem da família Bezerra em Pernambuco, Portugal e Galícia” - Eduardo Bezerra Neto, Revista do Instituto do Ceará, 1994  http://www.myheritageimages.com/.../000014...

    Entre os vários historiadores consultados citamos: Dias Martins, Pe - Os Martires Pernambucanos - Typ. de F. C. de Lemos e Silva – PE; Muniz Tavares, Francisco Pe.  – História da Revolução de Pernambuco de 1817. Casa Civil de Pernambuco, ed. 1969. Notas de Francisco de Oliveira Lima. Cabral de Mello, Evaldo - A Fronda dos Mazombos, Cia. das Letras, 1995; Cabal de Mello, E. - O Nome e o Sangue, Cia. das Letras, S.P., 1989; O Bagaço de Cana, col. Pinguin, Ed Cia das Letras, 2012 . Varnhagen, Francisco Adolpho - Historia das Lutas com os Hollandeses no Brazil desde 1624 a 1654 Vienna d´Austria,  1871. Google e-livros. Historia do Brasil - Madri, imprensa da V. de Domingues, 1854. Google e-livros, ou a 3ª edição citada por Amaro Quintas, com notas de Capistano de Abreu e Rodolfo Garcia

                                        

    Lmbramos ainda nossos vários trabalhos referidos – artigos baseados em vasta bibliografia primária e secundária, documentos e fontes genealógicas, todas analisadas: “Ramos nativistas dos Cavalcanti de Albuquerque”, “1817”, “Notas sobre a Confederação do Equador (Antonio do Monte – 1824)” “Os Bezerra Cavalcanti”, “Os Suassuna – ramo dos Cavalcanti de Albuquerque”, “Lista dos Araújo Cavalcanti”, “O Ramo do Castanha Grande”, já publicados no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/; “Ramo  Cavalcanti Albuquerque [de Lacerda] no Rio de Janeiro, proveniente da  Paraíba no século XIX” ainda inédito, e  em revisão para o prelo nossos livros “Antonio Cavalcanti, o da Guerra” e “Os Bezerra Cavalcanti na Fronda dos Mascates”.

 

 - A linha formadora

    

    Apresentamos desde logo a linha formadora e original da família Bezerra no Brasil - pequenos fidalgos portugueses chegados ao Brasil com D. Duarte Coelho. Notamos desde já que sua primeira entrada na linha dos Cavalcanti de Albuquerque  se dá pela neta  de Isabel Cavalcanti, Leonarda, realizada na geração dos Bezerra.

 

 

 

Quadro I

1g Maria Martins Bezerra + Antonio Martins de Felpa Barbuda (Antonio, fidalgo que acompanhou D. Duarte Coelho em sua vinda ao Brasil – informação de Mário Melo em A Guerra dos Mascates, 1951, pg.13)

                                             I

2g Domingos Bezerra [de Felpa] Barbuda + com Brasia Monteiro (filha de Pantaleão Monteiro, casado com Brásia Monteiro)

                         I                                         

3g Domingos Bezerra + Antonia Rego Delgado (Bitt – pg. 297)

                                     I

4 g Cosme Bezerra Monteiro + Leonarda Cavalcanti (neta de Isabel Cavalcanti de Albuquerque e filha de Antonio “da Guerra”) - Fontes retiradas do artigo de Bezerra Neto, completados pela fonte A. Bittencourt, opus cit, pg. 297). Deste casamento segue a linha aguerrida dos Bezerra Cavalcanti atuantes na Guerra dos Mascates em 1710.

                  

  5g Cosme Bezerra + Germana Vital               

       

                  

  6g Domingos C. de A. + Joana Cabral

               

                            I                                               I

7g Manuel [de Araujo] Bezerra           Lourenço Bezerra Cabral

   + Ana Cavalcanti ou Ana de Nazaré Cavalcanti

(prosseguimento da linha Bezerra Cavalcanti)                                   

                                                         

 

 

8g *Maria Bezerra Cavalcanti de Albuquerque + Tomé Teixeira Ribeiro (genealogia documentada na BN, 1750) documentação consultada e conferida pela memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, que comenta sua vida em Tracunhaém e cita o prenome de seus filhos em seu livro ‘O Magnificat”, pgs. 176 e seguintes. Seu primeiros filhos: Pedro, Manuela,  Maria de Nazaré, ainda Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (ou Gertudes Teixeira Cavalcanti), nascida 1759 em Tracunhaém,  gêmea de um Lourenço que a memorialista não refere sobrenome. 

      Deste casal descende o sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti que continurá atuante no sec. XIX em Pernambuco e Paraíba.

                               

                      I

9g Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, n. 1759, irmão gêmeo de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (ou Gertudes Teixeira Cavalcanti) n. por doc. em 14 de abril de 1759, v. 1774, casada com Francisco Bezerra Cavalcanti -  Lourenço já  identificado pela Search Myheritage, casado com Inês Albuquerque Mello (f. 1816).

 

10 g José Bezerra Cavalcanti (o cronista João Clímaco Correia de Araujo o refere simplesmente como José Mendes. Seria um erro?). A nosso ver, poderia este ser um filho de criação de sua prima Maurícia. Indicamos José Bezerra Cavalcanti  como o patriarca da linha dos Rufino, n. 1793.

 

     A seguir, vamos ao desenvovimento das nossas pesquisas para melhor conhecer detalhes deste entroncamento e a atuação política e, por fim, até mesmo militar que desenvolveram:

 

  DESENVOLVIMENTO

 

- Parte I

   

Apresentamos nesta Parte I a linha dos Cavalcanti de Albuquerque tradicional unida aos Bezerra em sua 6ª e 7ª geração.  O sub-ramo dos Rufino Bezerra Cavalcanti aparecendo a partir da 11ª geração.

 

 

   Quadro II                                                                                      

 

 1ª g Filippo Cavalcanti + Catarina Albuquerque

 

2ª g Antonio Cavalcanti de Albuquerque + Isabel de Gois

 

3ª g Isabel Cavalcanti de Albuquerque + Manoel Gonçalves Cerqueira – seu 2º casamento c/ Francisco Bezerra Monteiro, s/ filhos – Francisco já empenhado na luta holandesa.

 

4ª g Pedro Cavalcanti (filho do primeiro casamento) + Brásia Monteiro Pereira

 

5ª g Úrsula Cavalcanti + Bernardino Araújo Pereira (filho de Amador de Araujo Pereira, líder do levante de Ipojuca com Antonio Cavalcanti, filho de Isabel acima)

                                   I

6g Manoel Cavalcanti de Albuquerque + Brásia Bezerra (aparecem em Bitt.) – ascendentes do Cap. Mor Manoel Leite da Silva e Maria de Araujo Cavalcanti de Albuquerque que geraram Lourenço Bezerra Bezerra Cavalcanti (n. c.1735), casado com Ana Joaquina José Cavalcanti, identificado como "Lourenço Bezerra Cavalcanti das Panelas" (fonte memorialista Maria Cristina C. de A.) e seu filho Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque “o das Antas” (n. em Buíque, c.1780 - f. 1859), casado com Josefa Florentina de Albuquerque Maranhão (linha Bezerra Cavalcanti mais tarde nobilitada).

 

Ainda na mesma geração sua irmã

 

6ª g Maria Cavalcanti de Albuquerque + Mateus de Sá (vereador em Olinda em 1676

 

                        I

7ª g Ana Cavalcanti + Manuel de Araújo Bezerra (Ana Cavalcanti, como aparece na lista de A. Bittencourt ou Ana de Nazaré Cavalcanti, segundo a memorialista Maria Cristina). Manuel descendente de Cosme Bezerra (filho de Manoel e Germana Vital, por Domingos C.A e Joana Cabral – bisneto de Leonarda C. de A. - seu irmão Lourenço Bezerra Cabral e outra irmã, Leonarda Bezerra (segundo ainda Bitt.).

                                 

I

 

8ª g Maria Bezerra Cavalcanti de Albuquerque + Tomé Teixeira Ribeiro - genealogia documentada na BN, 1750 , conferida pela memorialista  Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, que comenta sua vida em Tracunhaém e nome de seus filhos em seu livro ‘O Magnificat”, pgs. 176 e seguintes. Filhos citados por M C: Pedro, Manuela, *Maria de Nazaré, Gertrudes e um Lourenço, estes dois últimos gêmeos, nascidos em 14 de abril de 1759.

 

g Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, n.14 de abril de 1759 que a memorialista não refere sobrenome, tido como o primeiro elo com subgrupo Rufino Bezerra Cavalcanti.  

 

9ªg Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (ou Gertudes Teixeira Cavalcanti) v. 1774 - data de sua ida para Vertentes, para a fazenda “Engeitado” - Por MC ela nascida em 14 de abril de 1759 (pg.173-174, por doc.) - seu 1º filho, José Mendes Bezerra Cavalcanti, nascido em 1769 (?) (MC). Gertrudes foi casada segundo sugestão de M.C. pg. 241 com seu parente, filho de sua tia Ana Cavalcanti de Nazaré + Pedro Alves Feitosa, de Inhamuns - ou para nós, preferencialmente seu sobrinho, filho de sua irmã acima indicada *MARIA DE NAZARÉ [Bezerra Cavalcanti?] CARNEIRO DA CUNHA, casada com MATHIAS MENDES DE SILVA (estes nomes registrados em documento de casamento na paróquia de São Lourenço da Mata, segundo Marcelo Bezerra) - aparentemente o nome Mendes segue na descendência de Gertrudes. Note-se ainda - o nome Mathias Mendes de Figueiredo Rocha (possivelmente um descendente) citado como procurador dos índios envolvidos no episódio republicano de 1824 - artigo “Os Índios do Ceará na Revolução do Equador”, de 1824 (José Paulo Peixoto Costa, na Revista Br. de Historia, SP. vol.17, no 75, 1917). O nome do marido de Gertrudes, Francisco Bezerra Cavalcanti é referido pela memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque em seu livro “O Magnificat”, e também mencionado pelas fontes locais de Vertentes, nesta fonte apresentado de forma mais completa, com o sobrenome Carneiro. Sobretudo, foram testemunhas da compra de terras em Vertentes, segundo documentos da Memorialista Maria Cristina - José Rufino Barbosa [Camello?] e Antonio Mendes da Rocha - compra ratificada um século depois, frente a Manoel Cavalcanti de Albuquerque e João Alves Bezerra Cavalcanti - já descendentes de Gertrude e sua filha Maurícia.

    José Mendes Bezerra Cavalcanti – o primeiro filho do casal Gertrudes e Francisco - certamente descendente desses Mendes - nome que lhe teria chegado provavelmente pelo seu avô Mathias Mendes da Silva.

  

 

Obs.1: Oportunamente, nota-se um Lourenço Mendes de Andrade, preso por envolvimento na Revolução de 1817 e tido como  acompanhante muito fiel e sofrido do revolucionário André de Albuquerque Maranhão (em Dias Martins pg. 34), também citado na lista de presos do cronista Tavares Muniz, que simplesmente o refere com o nome Lourenço Mendes, solto apenas em dez. 1820 (ver Quadro número VII ao final). Ao final deste trabalho este Lourenço Mendes não havia sido ainda identificado.

   

Obs.2: Gertrudes teria sido casada com um seu parente, possivelmente filho de sua tia Ana Cavalcanti de Nazaré + Pedro Alves Feitosa, de Inhamuns (segundo sugestão de M.C. pg. 241), mas para nós preferencialmente com o filho de sua irmã acima indicada MARIA DE NAZARÉ [Bezerra Cavalcanti?] CARNEIRO DA CUNHA, casada com MATHIAS MENDES DE SILVA (estes nomes registrados em documento de casamento na paróquia de São Lourenço da Mata, segundo Marcelo Bezerra e que permanecem na familia). A memorialista Maria Cristina C.de A. em seu livro O Magnificat, na pag. 204, comenta sobre a belicosa família Feitosa de Inhamuns.

 

Obs.3: Temos informações pelo descendente dos Feitosa, Iuri Brilhante, com pagina no facebook, sobre esses Feitosa refridos acima. “Um português (?) Alves Feitosa, João Alves Feitosa, acompanhado do irmão (?) José Alves Cavalcante, requereu em 1680 com seu filho Lourenço Alves Feitosa (um dos pioneiros de Assaré, pai de Maria Josefina Alves Feitosa, esposa de João Francisco de Alencar, tio-avô de Bárbara de Alencar), e mais sete companheiros, uma sesmaria de 40 léguas em Araripecico” ...  “João Alves Feitosa conquistou o posto de Capitão de Milícias da Colônia, casou-se com Dona Ana Gomes Vieira, filha do rico Coronel Manoel Martins Chaves. A primeira parada dos irmãos [?] no Brasil foi em Penedo, em Alagoas. Aí deve ter demorado, porque fez conhecimentos, namorou, casou, teve filhos e requereu sesmarias; logo depois foram para Serinhaém em Pernambuco, perto de Ipojuca..... Depois no Icó, onde passou pouco tempo, afim de adentrar no interior do Ceará, livrou-se da Guerra Holandesa, vindo para Santana do Cariri onde erigiu uma capela fixando residência com sua esposa, filho, o comissário Lourenço Alves Feitosa, seu irmão [?], o Coronel José Cavalcante, entre outras pessoas".



Primeira Casa (ou capela ?) construída em Santana do Cariri, pelos irmãos João Alves Feitosa e José Alves Cavalcante.

Obs.4: - Importante! Por fonte local da cidade de Vertentes, textualmente: “Relatam as fontes históricas que a civilização penetrou naquelas terras quando, antes de 1750, e a Coroa Portuguesa doou a Dona Maria Ferraz do Brito uma “data terra”, partindo de perto do Rio Capibaribe, indo atingir os limites com o Estado da Paraíba e as águas fertilíssimas e majestosa Serra de Taquaritinga. Nostálgica de “seu amado e nunca esquecido Portugal”, Dona Maria Ferraz de Brito transmitiu por permuta a “data terra” recebida das mãos D`EL Rei para Francisco Carneiro Bezerra Cavalcante, legítimo fundador de Vertentes, tronco das famílias vertentenses, Cavalcante e Correia de Araújo. Seus descendentes exploraram as cercanias, fizeram edificações, organizaram fazendas e deram o nome atual pela existência de duas Vertentes vindas da terra”.

       

Obs.5:Os sobrenomes Carneiro da Cunha e Mendes aparecem citados com freqüência na lista de Fernando Meira Lins, “Catálogo Genealógico e bio-iconográfico de Antonio Marques da Costa Soares e sua Descendência Mito e Realidade” - nomes ascendentes dos Rufino Bezerra Cavalcanti, comprovados por este pesquisador em certidões na Paróquia de S. da Luz em S. Lourenço da Mata, possivelmente chegados por consangüinidade com a família Carneiro da Cunha – tudo indica ascendentes de Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti, o marido de Gertrudes.  Inclusive, como comentamos acima na documentação desta paróquia aparece Maria de Nazaré Carneiro da Cunha, casada com Mathias Mendes da Silva (os pais de Francisco?).  Maria de Nazaré seria a outra irmã de Gertrudes, citada MC pg. 241, indicada na listagem do Quadro II acima).

   Comprovados pela listagem genealógica do pesquisador Meira Lins, documentados nesta paróquia de S. Lourenço da Mata e incluídos na lista dos ascendentes dos Rufino os seguintes nomes: José Rufino Barbosa; José Mendes Carneiro Cunha casado com Clementina Augusta Rodrigues Campello (1ª esposa), e Manoel Carneiro de Albuquerque casado com Anna Joaquina Carneiro da Cunha (2ª mulher) – membros da família Carneiro da Cunha já ligados aos Bezerra Cavalcanti, Lins de Mello, Barbosa, Rodrigues Campello, Mendes e Rufino Barbosa.

    Notar que Antonio Mendes da Rocha foi testemunha no documento inicial da compra de propriedade em Vertentes em 1770, provavelmente com seu parente José Rufino Barbosa [Camello] - o nome José Barbosa Camello de um seu descendente aparece quase um século depois na ratificação desta compra em Vertentes, junto com o nome de um agora capitão Antonio Mendes da Rocha (fonte MC. pg. 202). E Virgílio Rodrigues Campello é citado por Dias Martins, como pároco que participou em 1817, aceitou ser eleito às Cortes já em 1822 (sobre este ver Quadro VI Obs. 2)

  

    

   O sobrenome Mendes segue, portanto, na descendência do casal Gertrudes e Francisco - no sobrenome do primeiro filho (José Mendes Bezerra Cavalcanti, n. 1769. MC), mas estranhamente logo desaparece na geração seguinte, como observa a própria M.C. opus cit., pg. 203) (a família estaria envolvida politicamente em 1817 ? , quando um Lourenço Mendes de Andrada foi  preso até 1820, ou mesmo pelas atividades de Mathias Mendes de Figueiredo Rocha (um descendente acima referido) que aparece citado como procurador dos índios, envolvido no episódio republicano de 1824).  

    O genealogista nordestino João Clímaco, citado por MC, insinua curiosamente que mesmo o patriarca dos Rufino, José, teria sido conhecido ainda na região como José Mendes - ver adiante sobre Mauricia, filha de Gertrudes.

    O prenome Rufino associado aos ascendentes Carneiro da Cunha, e possivelmente aos Barbosa, prossegue na linha dos filhos do patriarca José que estudamos - linha Rufino Bezerra Cavalcanti (ver gráfico no Adendo) - bem como o prenome de sua prima Maurícia que aparece como Maurício na descendência dos Rufino Bezerra Cavalcanti, (Quadro IV),  possivelmente também como homenagem.  

  

    A vertente Carneiro da Cunha mantém-se constante nesta sub-linhagem dos Rufino Bezerra Cavalcanti, não só pela esposa do velho José, Ana Maria José Mello de Jesus ou Ana Maria [Lins] de Mello [Carneiro da Cunha] de Jesus, cuja família paterna era Carneiro da Cunha [de Andrade], já no sec. XX acrescentado pela 13ª g do  Dr. José Rufino Bezerra Cavalcanti [Filho] (1865-1922) casado com Hercília Pereira de Araújo, de solteira Carneiro da Cunha de Araujo, do engenho  Muribara, em  S. Lourenço da Mata;  e ainda até mesmo na 14ª g  José Bezerra Filho (1890-1959) casado com  Maria Julieta Berardo Carneiro da Cunha.

 

Obs.1: Seria este José Rufino Barbosa membro da família Barbosa que aparece no nome da esposa do comendador José Pereira de Araujo ? (ver lista do Lins no Adendo, em uma certidão de batizado), ele ainda parente do comerciante português, grande fazendeiro Pantaleão de Siqueira Barbosa que fundou a cidade de Pesqueira? O capitão Joaquim Inácio de Siqueira Barbosa, pai dos chamados “Vinte de Pesqueira” de seu casamento com Maria de Jesus Bezerra Cavalcanti em 5.08.1788, na capela de Pedra, filial da matriz de Garanhuns houve 20 filhos. (Tudo indica, ver Quadro VII) Lembramos que Pantaleão era o nome do engenho dos Bezerra no sec. XVI.

 

Obs. 2: Notar também que o revoltoso José Pessoa Camello atuara em 1710 (parente ascendente de José Rufino Barbosa?), mas ao fim da fronda não teria se portado muito bem, mesmo assim mencionado por Dias Martins (pg. 322). Segundo D.M., José Camello Pessoa ao final da guerra teria feito acordo com mascates para não ser detido e concordado com o casamento da sua sobrinha com o rival, Domingos da Costa e Araujo – porém mesmo assim enviado para as cinco Pontas (Ver sua ficha no nosso artigo a Fronda de 1710). Pelas datas poderia ser o encontrado na fonte moderna Geni, José Camello Pessoa, irmão de Inês Pessoa Bezerra (1685), dono do eng. Tanhenga, filho de Antônio da Silva Pereira, neto, senhor do engenho Tanhenga e Ana Bezerra Pessoa.


    De posse dessas informações continuamos a relacionar os Cavalcanti de Albuquerque do ramo de Isabel – os filhos da citada acima, da 9ª g  Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque casada com Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti, casal que já no fim do sec.XVIII, começo do século XIX estava localizado em Vertentes (PE) e que tiveram 5 filhos (fonte Maria Cristina, O Magnificat, pg. 187 e 241). Os filhos citados pela lista do memorialista João Clímaco: 

 

 

Quadro III

 

Filhos de Gertrudes e Francisco 


10g 1) - José Mendes Bezerra Cavalcanti (n. 1769. segundo MC), filho de Gertrudes. Myheritage o refere casado com Josefa Delfina Cav. de Alb., com um 1º filho nascido em 1821, Balbino Bezerra Cavalcanti, ainda outros - outra fonte da mesma Myheritage indica este José igualmente casado com Josefa Delfina Bezerra Cavalcanti (de solteira Cavalcanti de Albuquerque), citando um outro seu filho, José Mendes Bezerra Cavalcanti II ou José Mendes Filho (que sabemos dará continuidade à lista dos Alves Bezerra Cavalcanti), ainda Manuel Alves Bezerra Cavalcanti e três outros. Citada em Myheritage também uma filha de Balbino com Adriana Bezerra Cavalcanti, Josefa Delfina Bezerra do Rego Barros (nascida Lins do Rego Barros, falecida 1903, filhos todos Rego Barros) 


2) Maria Bezerra Cavalcanti, filha de Gertrudes, casada com José Alves Bezerra Cavalcantim com descendência – Josefa, Maria, Clara e Cosma – todas Bezerra Cavalcanti (MC pg. 217)

3) Gertrudes Clara - casada com Bento José de Barros. 

 

4) Ana Bezerra Cavalcanti – casada com Miguel Ferreira e, segundo Clímaco e MC (pg.206) com ampla descendência de 9 filhos.

 

5) Maurícia Bezerra Cavalcanti (n. 1790), também filha de Gertrudes, casada com Miguel Alves Cavalcanti (ou Manoel Alves Bezerra Cavalcanti) seu primo .O filho Manuel n. em 1829.(M. C. pg. 203 e 221).  Filhos de Maurícia e Miguel (ou Manoel) Alves B. C.:

 

? 1º) José Bezerra Cavalcanti (João Clímaco Correia de Araujo o refere simplesmente como José Mendes. Seria um erro?). A nosso ver, poderia este ser um filho de criação de Maurícia. Indicamos este José Bezerra como o patriarca da linha dos Rufino n. 1793 - nome, sobrenome, data de nascimento se encaixam, também a região tradicional de origem. (M.C. pg. 221) o descreve: “homem fino, elegante, requintado, ligado às antigas raízes da família. Vivia parte de seu tempo em Vertentes, mas viajava muito sem descendência conhecida”.  Sabemos que José quando jovem viveu no período da Revolução Pernambucana de 1817 e posteriormente já casado na da confederação do Equador de 1824. José foi casado com Anna Maria José de Mello de Jesus.    

    Maurícia n. 1790 filha de Gertrudes, poderia ser sua mãe adotiva, indicada pelos cronistas, M.C. e Clímaco, casada com Miguel ou Manoel Alves Cavalcanti - as datas de nascimento de Maurícia e José não se encaixem como filho natural e mãe. Ao fim, constatamos José documentadamente como filho natural de Lourenço Bezerra Cavalcanti n. 1759, irmão de Gertrudes e sua mãe Inês de Albuquerque Mello.

 2º) Galdino Bezerra Cavalcanti - significativamente colocado como “primeiro filho” de Maurícia na lista do genealogista João Clímaco Correia de Araujo – discussão sobre primeiro filho, MC pg. 221 - Galdino tem seqüencia entre os Correia de Araujo.

3º) Luzia Bezerra Cavalcanti casada com Miguel Tomás Correa de Araujo em abril de 1843, irmão de Cristovão, o marido de Josefa.

4º) Manuel Florentino Bezerra Cavalcanti (batizado em 1829, paróquia de Taquaritinga) grande proprietário de terras, e da fazenda “Contendas”.

5º) Francisco Bezerra Cavalcanti, sem notícias.

6º) Ana Bezerra Cavalcanti casada com José Mendes (Bezerra Cavalcanti seu tio? (n. 1769. segundo M.C.) M. C., pg. 226.

7º) Gertrudes Maria (Tatuinha) f. 1886, (inventário M.C., p. 225) casada com Francisco Ferreira Gonçalves Carneiro.

8º) Antonio Cav. de Alb., casado com Josefa Jerônima Correa de Araujo, filha de Sebastião Correa de Araujo (Sebastião Correa de Araujo com seu irmão Miguel Tomás parentes do famoso revoltoso de 1817, Manuel Correa de Araujo dono do eng. Serinhaém – ambos filhos de Fabrício Correa de Araujo do eng. Poeta, que foram para Vertentes fugidos de inimigos políticos e aí morreram assassinados (Maria Cristina, pg. 218). Antonio Cav. de Alb. o elo a seguir com a linhagem da própria memorialista Maria Cristina,. Sua filha Ana -  ainda segundo Maria Cristina pg. 226 -  teria casado com José Bezerra “Serra-Seca”, hoje nome de um bairro de Vertente.

 


      Tentaremos agora sintetizar esses inúmeros conhecimentos e informações já recolhidos, e mesmo mencionar discussões sobre a situação familiar e paterna do patriarca dos Rufino, José Bezerra Cavalcanti, o Velho, do fim do sec.XVIII, começo do XIX.

    

     José Bezerra Cavalcanti é sugerido pela memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, que fez pesquisas locais, como primeiro filho (seria um filho adotado ?) de Maurícia e Miguel (ou Manuel) Alves Bezerra Cavalcanti (ver discussão indireta sobre a sua maternidade entre João Clímaco e M.C. opus cit, pg. 221 e 225). Mais informações recolhidas em fontes históricas documentadas.

  

Assim temos:


Quadro IV

  

11g José Bezerra Cavalcanti, o Velho, n. 1793 + Ana Maria José Mello de Jesus, n. 1795, casados em 1823. José certamente nascido em Bezerros, que na época pertencia a Comarca de Vitória de Santo Antão, próximo de Vertentes. Tido na região como parente de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque e Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti, seu sobrinho, se levadas em conta as inúmeras indicações referidas pelas fontes locais (inf. MC p. 221).  Provavelmente José Bezerra Cavalcanti teve formação neste ramo familiar de Gertrudes e seria filho adotado ou de criação de sua prima Maurícia Bezerra Cavalcanti, nascida c. 1790 (MC.) casada com o primo Miguel ou Manoel Alves Cavalcanti, ele n. c. 1785 ? (M.C. pg. 220 e 221).

     A filiação de José como filho natural de Mauricia não se confirma, pois as datas não são compatíveis. Mesmo assim este parentesco é citado pela fonte http://terrasdebaraunas.blogspot.com/2015/06/os-bezerra-cavalcanti.html, com outra entrada familiar – fonte recentemente modificada ou corrigida),

   Notamos em especial que este ancestral da linha Rufino, José Bezerra Cavalcanti, indicado por M.C. como da linha de Maurícia, apresentava o mesmo nome e a proximidade das datas de nascimento, bem como o local tradicional de origem; sobretudo a repetição do nome (colateral?) Rufino, ainda o nome avoengo Maurícia/Maurício adiante na prole, comprovada por certidões de familiares e colaterais obtidas em paróquia de S. Lourenço da Mata.      

   A memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, que fez pesquisas locais, afirma com segurança em correspondência à autora – “os Rufino eram ramo Bezerra Cavalcanti de Vertentes, e teriam vivido em Bezerros - brejo de altitude entre Recife e Caruarú. Teriam sido agricultores sem fortuna”. Constatado realmente em fontes locais que Bezerros teria sido berço de uma família Bezerra, o clima da região semi-árido, com alguns trechos de clima tropical de altitude – Faz triangulação com Vertentes e Caruaru.

Em 1823 José se casou  com  Anna Maria José de Mello de Jesus, n.1795, da família Carneiro da Cunha -   filha de José Pedro dos Réis Carneiro da Cunha e Angela Felícia de Albuquerque Lins e Mello (os Carneiro da Cunha certamente já anteriormente parentes colaterais, citados pela fonte Fernando Meira Lins “Catálogo Genealógico e bio-iconográfico...” com  a certidão de casamento obtida na Paróquia Nossa Senhora da Luz,  São Lourenço da Mata).

    A família de sua esposa Anna Maria, conforme constatamos, já muito envolvida na Revolução Pernambucana de 1817- ela  vários tios detidos até 1821 – família, logo em seguida ao seu casamento, participante no episódio da Confederação do Equador em 1824. Sua esposa  Ana Maria [Lins] de Mello [Carneiro da Cunha] de Jesus aparece como irmã de Diogo Soares de Albuquerque por documento de seu filho maj. José Rufino - Diogo também participante da revolta do Equador em 1824. Os Soares de Albuquerque tradicionais lutadores contra os holandeses, também na Restauração.


    Notar que a família Carneiro da Cunha colateral dos Bezerra Cavalcanti será ainda a escolha preferencial de matrimônio dos Rufino Bezerra Cavalcanti do século XVIII até o sec.XX (ver quadro e gráfico no Adendo ao fim do trabalho). 

    Pelo cronista João Nazareno Carneiro Campello (informações já constando na fonte Geni) a sogra do patriarca José, Angela Felícia com seu marido José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha (n. c.1770) e o filho de ambos, Diogo Soares Albuquerque, participaram do episódio da Confederação do Equador de 1824, deixando seu engenho “Boa Vista” na Paraíba e acompanhado as tropas rebeldes de frei Caneca para o Norte. Somente em 1843 deixaram definitivamente seus novos engenhos na Paraíba, “Saboeiro” e “Peixe de Baixo” (Areia?) por motivos políticos, voltando a Pernambuco.

  

   Em trabalho anteriores havíamos acompanhado a marcante atuação dos Bezerra Cavalcanti, bem como dos Carneiro da Cunha e Cunha de Andrade não só nas lutas do período Colonial contra os holandeses, também na fronda de 1710, em especial na revolução de 1817 (ver nosso artigo “Os Suassunas...”, neste trabalho a Conclusão Final e Adendo). Assim sendo, com o exemplo desses antepassados admitimos com facilidade que o patriarca dos Rufino, José Bezerra Cavalcanti, também por motivos políticos republicanos tenha realmente  acompanhado o deslocamento destes parentes de sua esposa Carneiro da Cunha [de Andrade], atuando na Paraíba e acompanhando a tropa de frei Caneca . Na Paríva mais tarde nasce, em 1832, seu filho José Rufino que dá nome a sub-linhagem Rufino.

   

   O descendente Marcelo nesta geração, por informações do cronista João Nazareno Carneiro Campello, afirma que José Bezerra Cavalcanti, “o Velho” “teria se envolvido em conflitos políticos locais [onde? Tracunhaém?]. Era um tiroteio danado, muito intenso na região, conflitos comentados pelo cronista João Nazareno Carneiro Campello - José então fugido com o sogro e o Lourenço do engenho Abreu [seu pai ou seu irmão?] para a Paraíba”. A memorialista Maria Cristina também refere titoteios em Vertentes, em perseguição de refugiados após 1817.

       Marcelo acrescenta: “José teria comprado terras em Santa Rita, PB, e Lourenço, seu pai, senhor do engenho Abreus comprado o engenho “Taipu’, em São Miguel de Taipu” (Lourenço Bezerra Cavalcanti em MyHeritage - GW14-2RY) - cidades que a autor constata eram realmente muito próximas. Bem mais tarde o núcleo familiar teria voltado para as antigas terras em Tracunhaém e para o engenho Abreus.

     Em Areias, PB, há realmente um engenho, constatamos, que ainda teria sido de um José Rufino no sec. XX. Acrescentamos, porém, que em 1824 Lourenço Bezerra Cavalcanti (n.1759-f. 1824), senhor do engenho Abreus, por ocasião da Confederação do Equador já estaria viúvo de Ignes Albuquerque Mello (1770-1816), falecendo neste próprio ano de 1824. Não podemos confirmar a estada do velho Lourenço e permanência em Taipu na ocasião da marcha de frei Caneca, mas o Taipu foi engenho que de fato, esteve em seu nome e depois no de seu filho Joaquim Francisco, transitòriamente - região onde os revolucionários republicanos organizaram para o movimento de 1824 (ver detalhes no nosso artigo mais completo e atualizado “Antonio do Monte- Confederação do Equador de 1824”)

   

   

   Pela fonte Geni, o pai da sogra de José - Angela Felícia De Albuquerque Lins e Melo de Albuquerque Lins e Mello foi Joaquim José de Albuquerque Uchoa, cuja data de nascimento é estimada entre 1711 e 1771 (talvez antes, pela data de seu pai) - marido de Joana Maria da Conceição Cunha. Ele filho de Ana Maria de Jesus e Diogo Soares de Albuquerque (I), de geração antiga e formadora. Em 1710 sabemos por Dias Martins que membro desta família nativista Uchoa, aliada e casada entre os Cavalcanti - o capitão-mor Lourenço Cavalcante Uchoa fora muito atuante em S. Lourenço da Mata e participou ao fim da Guerra dos Mascates e da Liga de Tracunhaém (Dias Martins, pg. 383).


Para concluir esta Parte I do trabalho, vamos tentar refazer no próximo Quadro V, graficamente demonstrativo, a linha dos Rufino Bezerra Cavalcanti -  acrescentando informações e dados sobre os vários os filhos do patriarca José, nascidos já no século XIX (anotações originais do memorialista Orlando Cavalcanti, com informações à autora pelo descendente Marcelo Bezerra Cavalcanti em 9 de março de 2021, por nós acrescentados ainda detalhes sobre a família deste seu sogro e sua sogra Felícia, tão atuantes em 1817 e mesmo 1824.


Quadro V


Refazemos mais uma vez a listagem a partir dos Cavalcanti de Albuquerque:

 

1g Filippo Cavalcanti + Catarina Albuquerque

 

2g Antonio Cavalcanti + Isabel de Gois

 

3g Isabel Cavalcanti + Manoel Gonçalves Cerqueira (2º casamento c/ Francisco Bezerra Monteiro, empenhado na luta holandesa)

 

4g Pedro Cavalcanti + Brásia Monteiro Pereira

 

5g Úrsula Cavalcanti + Bernardino Araújo Pereira (filho de Amador de Araujo Pereira que levantou Ipojuca)

 

6g Manoel Cavalcanti de Albuquerque + Brásia Bezerra – ascendentes de Cap. Mor Manoel Leite da Silva e Maria de Araujo Cavalcanti de Albuquerque (fonte Maria Cristina) estes geram Lourenço Bezerra Bezerra Cavalcanti c.1735 casado com Ana Joaquina José Cavalcanti, linha central dos Bezerra Cavalcanti, também chamado "Lourenço Bezerra das Panelas" (fonte memorialista Maria Cristina C. de A.)

 

6 g Maria Cavalcanti de Albuquerque + Mateus de Sá (vereador em Olinda em 1676), ela irmã de 6g Manoel Cavalcanti de Albuquerque + Brásia Bezerra, acima. Sugerimos pais de Ana abaixo e também de Maria de Nazaré [Bezerra Cavalcanti?] Carneiro da Cunha, ver Quadro II

 

7g Ana de Nazaré Cavalcanti + Manuel de Araújo Bezerra (ele descendente de Cosme Bezerra e Germana Vital por Domingos C.A e Joana Cabral – bisneto de Leonarda, seu irmão Lourenço Bezerra Cabral)

 

8g Maria Bezerra Cavalcanti de Albuquerque +Tomé Teixeira Ribeiro

 

 9g Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (ou Gertrudes Teixeira Cavalcanti) n. 14 de abril de 1759 (MC pg.173), v.1774 quando foi para Vertentes + Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti. Os pais de Francisco sugerimos que fossem Maria de Nazaré [Bezerra Cav.] Carneiro da Cunha e Mathias Alves da Silva. Francisco seria descendente ainda dos Mendes, segundo o nome de seu primeiro filho José Mendes Bezerra Cavalcanti, e também dos Carneiro da Cunha.

   Gertrudes (MC pg.173) teria tido um irmão gêmeo Lourenço [Bezerra Cavalcanti de Albuquerque] n. 1759.

    e                                                                                                    


F1) Alexandrina Bezerra Cavalcanti de Albuquerque [n. d. de 1823] - casou com Francisco Xavier Cavalcanti Cavalcanti de Albuquerque, filho de Francisco Xavier Cavalcanti de Albuquerque e de Feliciana Cavalcanti de Albuquerque. Com descendência. 

F2) Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (Loulinha) [n. cerca de 1825?] n) Arcelina f. sem sucessão. [provável sobrinho-neto de Arsênia, irmã de Felicia (ver esquema)]. 

F3) Felismina Bezerra Cavalcanti de Albuquerque,  casou com Romualdo Primo Cavalcanti de Albuquerque, filho de...?.. e ...?.. com sucessão

F4) Virgínio Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, casado com Dona Cassimira Gonçalves, sem sucessão.  

 F5) Ana Alexandrina Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, casada com Cristovão Vieira de Mello.

F6) José Rufino Bezerra Cavalcanti de Albuquerque [n.1832]- [segue a linha Rufino Bezerra Cavalcanti e lembra a família materna de seu pai José em Vertentes por este prenome Rufino] - Foi Major e senhor do engenho “Açude Grande” e “Serra”. [nasceu em 1832 na Paraíba casado com Dona Maria Januária de Barros Lima em segundas núpcias dela, filha de José Fagundes de Barros Lima].

F7) Maria Pia Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, casada com Zeferino Macedo.


(Transcrição das anotações originais do genealogista Orlando Cavalcanti, com acrescentamentos de Marcelo Bezerra Cavalcanti em 9 de março de 2021, e também da autora).


OBS.1: Observe-se que José teria tido duas filhas com o segundo nome Alexandrina. O que isso significa? Aparentemente José pode ter querido homenagear a família de sua mulher, onde aparece um irmão Alexandre - Alexandre Bezerra de Albuquerque, filho de seu sogro, que constatamos pode ter atuado e sido preso na Revolução de 1817 (ver abaixo mais informações).

      Mas acreditamos que a tradição do nome Alexandrino/Alexandrina tenha origem anterior, aparecendo frequentemente na linha feminina dos Lins – este  prenome nos aparece pela primeira vez por Catarina Alexandrina Pessoa Cavalcanti (1749 ou  1760- 1809), filha de Manuel Camello Pessoa de Sá (1730) e Luíza Lins da Rocha,   esta filha de Adriana Wanderley (c. 1648?) ( Catarina Alexandrina Pessoa Cavalcanti  do eng. “Guerra” em Ipojuca foi casada com o da 8ª g.  Leonardo Bezerra  Cavalcanti (c.1735 ), filho do Cap. Mor Manoel Leite da Silva e Maria de Araujo Cavalcanti de Albuquerque, de Pedras.

No quadro II apresentado acima, aparece na 6g Manoel Cavalcanti de Albuquerque + Brásia Bezerra (ainda citados em Bitt.) que foram ascendentes de Maria de Araujo Cavalcanti de Albuquerque casada com Cap. Mor Manoel Leite da Silva e que também geraram nesta mesma 8ª g Lourenço Bezerra Bezerra Cavalcanti (n. c.1735) casado com Ana Joaquina José Cavalcanti, identificado como "Lourenço Bezerra Cavalcanti das Panelas" (fonte memorialista Maria Cristina C. de A.) – já o filho deste na  9ª g Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, “o das Antas” (n. em Buíque, c.1780 - f. 1859) Coronel [da Casa Imperial] casado com Josefa Florentina de Albuquerque Maranhão foi  da linha Bezerra Cavalcanti mais tarde nobilitada, pois seu filho também um outro “Lourenço” na 10ª g - Lourenço Cav. de Albuquerque Maranhão  -  foi Barão de Atalaia,  casado com  Anna Luíza Vieira de Sinimbú, filha da famosa senhora de engenho Sinimbu , revolucionária de1817 - Ana Maria José Lins .


       Na lista do núcleo do engenho Suassuna também aparece um descendente não nobilitado com o prenome “Alexandrino” -   Alexandrino Felício Suassuna, avô de Ariano Suassuna. Há também possível ligação com um outro “Alexandrino”, Alexandrino Cavalcanti de Albuquerque, no começo do seculo XX senhor de engenho na Paraíba relacionado com seu parente Pedro Alexandrino de Barros Cavalcanti, filho do revoltoso desde 1817, José de Barros  Falcão Lacerda (consultar nosso artigo “Ramo  Cavalcanti Albuquerque [de Lacerda] no Rio de Janeiro, proveniente da  Paraíba no século XIX”).

OBS.2:   Já   o prenome de seu filho Virgínio possivelmente seria uma homenagem a um membro da família Carneiro da Cunha ou Campello -  sugerimos homenagem  a Virgínio Rodrigues Campello, padre  preso em 1817 e  enviado para as prisão da Bahia (Dias Martins, pg.113). Logrou clemência real e posteriormente aceitou ser eleito deputado para as cortes em 1822. Ainda um outro de nome Virgínio, da família Carneiro da Cunha e Rodrigues Campello,  aparece na lista do Lins, citado como  padrinho de José Berardo Carneiro da Cunha (cunhado do major Rufino abaixo - “Virgínio Carneiro da Cunha e Albuquerque e sua mãe, Anna Joaquina Carneiro Rodrigues Campello” (Lv. 1855-1860, fl.13v Matriz N. S. da Luz) 


OBS.:3  Pelo nome do seu  filho  José Rufino Bezerra Cavalcanti de Albuquerque n.1832, o patriarca  José parece homenagear José Rufino ligado às gerações anteriores dos  Cavalcanti de Albuquerque de Vertentes, provavelmrnte pelo seu auxilio na  aquisição das terras em Vertentes  e  antepassado dos Carneiro da Cunha, fazendo assim prosseguir esta chamada  sub-linha Rufino  Bezerra Cavalcanti.

OBS.4: Sobretudo, no nome do seu primeiro filho, Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (Loulinha) (n. cerca de 1825) o patriarca José dá  sequência ao seu próprio sobrenome, Bezerra Cavalcanti de Albuquerque  -  homenageando também a linhagem  tradicional Cavalcanti de Albuquerque e referendando em especial o sobrenome original de  antiga  ascendência, em todos os seus filhos.         

    Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (Loulinha) (n. cerca de 1825?), levou ainda este nome familiar Lourenço muitas vezes repetido, e constatamos seria não um neto, mas provável sobrinho-neto de Arsênia, a irmã de sua avó materna, Felícia (ver esquema em Anexo).

   

 OBS.5:     Pela freqüência deste nome Lourenço Bezerra Cavalcanti adotado em vários ramos descendentes da família Bezerra Cavalcanti, por várias vertentes, muitas foram as dúvídas suscitadas durante o levantamento desta parentela tão entremeada de “Lourenços”. Parentela que em um novo contexto de lutas e perseguiçoes  políticas ainda continua a nomear seus filhos com o mesmo nome tradicional. Nomes e prenomes pelos mesmos motivos políticos ocultados propositadamente por vezes, ou apenas em parte referidos.

     Assim sendo, qual seria o parentesco deste Lourenço B. C. Cav. de Alb. [n. cerca de 1825?] filho de José, com o outro Lourenço de sua própria geração - Lourenço Bezerra de Albuquerque Mello - construtor do engenho “Oureiro” em Taipu, em 1905? - viria este parentesco pelos Uchoa e Mello? Lourenço Mello tem linda foto arquivada na Fundação Joaquim Nabuco e se tornou dono deste sofisticado engenho “Oiteiro”, localizado coincidentemente em São Miguel de Taipu, casado com Luzia Lins Cav. de Alb. Vieira de Mello e um filho Gilberto Lins Cavalcanti de Albuquerque, e do 2º casamento com Emília Augusta Lins Vieira de Albuquerque ainda outros cinco filhos. Segundo informações locais de Taipu este “Lourenço teria vindo do eng. “Novo” de Joaquim Francisco Cavalcanti Lins “casado” com Maria Álvares Carvalho Cezar, irmã de Janoca do eng. Corredor”. (Esta “Janoca seria Joana Bezerra Cavalcanti, filha de Lourenço, irmã de José, ou Joana Lins Uchoa de Albuquerque, irmã de Felícia ? (lembramos que Ana Alexandrina Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, também filha do velho José, teria sido casada com Cristovão Vieira de Mello).

      O parentesco real de Lourenço B. C. Cav. de Albuquerque [n. cerca de 1825],Luloca”, filho do patriarca José, neto  do dono do eng. Abreus, Lourenço Bezerra Cavalcanti, nascido 1759 irmão gêmeo de Gertrudes (MC. pag. 173/174) que seria então seu avô, proprietário em Tracunhaém, casado com Inês de Albuquerque Mello, sua avó, por ocasião do seu nascimento já falecida.  

     

      Entretanto, ainda qual seria seu parentesco com o Lourenço Mendes de Andrade, preso em 1817 (segundo Dias Martins), referido também na lista de presos de Tavares Muniz como Lourenço Mendes, solto em dez. 1820? Seria este da família de Maurícia, pelos Mendes? ou, seu tio, Lourenço Bezerra Cavalcanti, nascido em 1792?

  

    Neste caso, restava ainda indagar qual seu parentesco com Lourenço Bezerra Alves da Silva – nascido em 1834, falecido em 5.06.1900 no engenho “Tabatinga”. Note-se este um Alves, sobre-nome do “pai” (adotivo?) do José, que sugerimos tenha sido, por algum tempo, o senhor ou administrador do engenho Abreu/ Nazaré da Mata.  Sabemos que este Lourenço Bezerra Alves da Silva era “filho do Cel. José Moreira Alves da Silva e de Maria Bezerra de Andrade. Coronel da Guarda Nacional. Chefe político de Ipojuca. Por fim Barão de Caxangá agraciado no fim do Império em 1889 (Dec. 20.07.1889)”.


    Neste momento da pesquisa tivemos de realizar uma nova análise da parentela da esposa de José a partir das novas e numerosas informações recém obtidas para mais detalhado conhecimento do comportamento dos seus filhos.

  

   Os Soares de Albuquerque já sabíamos oriundos de família de muito prestígio na luta holandesa e nativista, como já observamos em vários trabalhos.  O sogro de José, José Pedro teria um nome muito tradicional de origem na Madeira, o notável Pedro da Cunha de Andrade - família conspiradora e aguerrida na luta holandesa e que agora identificamos também vários comprometidos e presos na Revolução de 1817.


    Analisemos mais detidamente a família do sogro de José, família que em certo período viveu em Nazaré e Pau D'Alho:

    Seu sogro - José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha (n. cerca 1770 - f.17 de dezembro 1848) foi casado com a prima Angela Felícia de Albuquerque Lins e Melo, nascida em 1776, do Engenho Muribeca – engenho sob a Invocação de Santo Antônio (fonte genealogista Fábio Arruda de Lima). Casaram-se em junho de 1793 quando ele contava 15 anos e ela 17 anos de idade.

    

    Felícia filha do Capitão Joaquim Jose de Albuquerque Uchoa e de sua mulher Joana Maria da Conceição Cunha – portanto neta paterna de Diogo Soares de Albuquerque e de sua 2a esposa, Ana Maria de Jesus. Diogo Soares do engenho Muribara defensor contra os holandeses, no passado havia participado da Restauração. Outro seu antepassado, o Capitão-Mor Lourenço Cavalcante Uchoa, descendente de Antonio da Guerra fora atuante em 1710 em S. Lourenço da Mata e participara da Liga de Tracunhaém (Dias Martins pg. 383).

 

     José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha era em especial descendente de uma tradicional família nativista, filho de Pedro da Cunha de Andrade, senhor do engenho Tiúma, casado com Antônia Bezerra da Cunha (por ele raptada) - homônimo do grande conspirador na luta holandesa, oriundo da Ilha da Madeira.  

    Jose Pedro foi também irmão de vários lutadores punidos na Revolução de 1817, como veremos abaixo:

Pela fonte Geni, com nossos acrescentamentos:

 

– José Pedro foi irmão de: Diogo Soares Carneiro de Albuquerque, senhor do engenho Lagoa Ramos; Francisca Xavier de Albuquerque; Luzia de Albuquerque; José Luiz do Rego Barros; Joana Carneiro da Cunha; Pedro da Cunha Andrade, Junior; João Carneiro da Cunha [ou João Carneiro da Cunha e Albuquerque] senhor do Eng Armazém [e do engenho Araripe do Meio e que atuou na revolução de 1817 com seu filhos]; de José Carneiro de Carvalho da Cunha Berenger de Andrade e Albuquerque, [tenente-coronel revolucinário, preso até 1821 com o nome abreviado, José Carneiro da Cunha]; Alexandre Bezerra de Albuquerque [ou “Alexandre Raimundo Bezerra”, preso por atuar no Ceará, até 1821 como aparece em Dias Martins, pg. 87)]; Luis Tenório do Rego Barros; Joaquim Manoel Carneiro da Cunha [rico proprietário na Paraíba, possivelmente maçon, revolucionário preso em 1817, descrito por Dias Martins, pg. 164]; Manoel Carneiro de Albuquerque; Francisco Xavier Carneiro da Cunha, o “Chicão” [a nosso ver o Alferes de Milícia preso até 1821 com o nome de Francisco Xavier de Albuquerque (Dias Martins, pg. 45)], e  de Antônio de Melo e Albuquerque ainda  não identificado historicamente [ sobre este bom consultar nosso artigo publicado no nosso blog “Antonio do Monte”.     

   

     Por fonte genealógica Myheritage, José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha, filho do sargento-mor Pedro da Cunha de Andrade, n. 1740, Senhor do Eng. Tiúma, foi casado com Angela Felícia de Albuquerque Lins e Melo, nascida em 1776, do Engenho Muribeca e fora pai de um José Pedro, homônimo; de Manuel Carneiro da Cunha [?]; e do major Diogo Soares De Albuquerque Soares de Albuquerque (que sabemos também atuou com ele em 1824), ainda Joana Lins Uchoa de Albuquerque e  três outras moças.

 

   Pelo até aqui observado identificamos pelo menos quatro ou cinco dos irmãos de José Pedro envolvidos e seriamente punidos na Revolução de 1817 (consultar também nosso trabalho “Os Suassuna” onde alguns deles são referidos e no Adendo “Família Carneiro da Cunha”) - notando, sobretudo que ainda pelo menos um filho ou dois de seus filhos acompanharam o pai na retirada do grupo revoltoso de Frei Caneca em 1824 na companhia de alguns parentes de seu genro José.

             

    Não nos surpreende, portanto, a identificação politizada do casal apresentada na fonte Geni:

 

    “Angela Felícia de Albuquerque Lins e Mello [n.1776], filha de Joaquim José de Albuquerque Uchoa e de Joanna Maria da Conceição da Cunha. Casou-se aos 17 anos com seu primo José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha (f. 15.12.1848) no seu engenho “Poço”. Esteve logo depois de casado no engenho “Tirapuá”, no freguesia de Pão d`Alho, como rendeiro, depois, também como rendeiro na freguesia de Nazareth. Comprou o engenho “Boa Vista”, no Estado da Paraíba. Pouco depois de estar ali, rebentou a revolução de 1824, em que tomou parte com seu filho, Major Diogo Soares de Albuquerque (segundo do nome). Ao retornar da revolução encontrou a sua fazenda e fortuna completamente arruinada. Permutou o referido engenho “Boa Vista” pelos engenhos “Saboeiro” e “Peixe de Baixo” (sempre na Paraíba) nos quais trabalhou em sociedade com seu filho Diogo até o ano de 1843, em que por motivos políticos viu-se obrigado a vendê-los e deixou a Paraíba. Arrendou o engenho “Caloanda”, na freguesia da Luz (em Pernambuco), do qual saiu em 1847 para morar e associar-se com seu filho Diogo, no engenho “Poço”, onde veio a falecer em 15.12.1848”.

 

   Em "Velhas Famílias do Seridó" o autor Olavo de Medeiros Filho - Brasília, 1981, afirma: “... Engenho Muribeca – sob a Invocação de Santo Antônio... Jose Pedro dos Reis Carneiro da Cunha casado com a prima Angela Felicia de Albuquerque Lins e Melo nascida em 1776. Casaram-se em junho de 1793, que contava com 17 anos de idade, filha do Capitão Joaquim José de Albuquerque Uchoa e de sua mulher Joana Maria da Conceição Cunha, neta paterna de Diogo Soares de Albuquerque e de sua 2ª  esposa Ana Maria de Jesus - viveu em Nazaré e Pau D'Alho”.

         

    

     Concluímos nesta primeira parte do trabalho que José, o patriarca da linha Rufino Bezerra Cavalcanti, foi um partidário republicano comprometido no ano de 1824 e com seu sogro, sua sogra e o filho do casal, Diogo Soares de Albuquerque (homônimo de seu avô materno) da região de Taipu, PB acompanhou o grupo rebelde de frei Caneca de cerca de 3000 pessoas –  estaria ainda na companhia de pelo menos um outro seu parente, provavelmente seu irmão Lourenço Bezerra Cavalcanti n. 1792.

  O velho José teria comprado terras em Santa Rita, PB, e Lourenço, o pai, comprado transitoriamente o engenho “Taipu’, em São Miguel de Taipu - cidades que constatamos eram realmente muito próximas. Depois o núcleo familiar de José teria voltado para as antigas terras em Tracunhaém e ao engenho Abreu. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, n.1792 seu irmão, por documentação casado com Maria Madalena de Mello, falecida em 1880, e por recente informação do Haras Abreu também seria filho do velho Lourenço (doc. Capela do engenho Abreus),

     Nas tumbas do engenho Abreus por documentação do MyHeritage  estão os filhos de Lourenço Bezerra Cavalcanti, n. 1759, casado com Ignez de Albuquerque Mello (G9TM-RYZ),  ainda a lápide de Vírgílio, filho de José. 

  

   O velho Lourenço seria parente afim, por sua esposa Ignez de Albuquerque Mello, de Antonia do Monte Cavalcanti e José Lins Cavalcanti de Albuquerque, Num - casal migrado para Taipu, posteriormente senhores do Engenho Taipu ( sobre este casal migrado para Taipu consultar nosso artigo publicado no nosso blog “Antonio do Monte”)     

 

 

    O Engenho Abreu do velho Lourenço foi comprado em 1835 aos herdeiro por sua filha Maria Francisca de Jesus, casada com Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque -  que  irão sofrer por falta de ressarcimento  um longo processo  a partir de 1845, processo que envolve a família e que só terá fim em 1861. O processo é referido em nota de jornal:

 

“Diz Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti que movendo execuçao por este juizo contra Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque e seus filhos, em virtude da sentença obtida no tribunal da relaçao à que oppozeram estes embargos de nullidade, sendo que dito processo esteja parado a alguns anos, e que dito Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque tenha falecido, e porque convenha ao supplicante dar andamento a execuçao, requer a V.S. para que mande passar mandato, afim de serem citados para progredirem na causa os herdeiros Paulo Bezerra Cavalcanti (filho de Joaquim Francisco ?), e sua mulher, o mente?apio Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque, [filho homônimo do réu ] na pessoa de seu curador Miguel Bezerra Cavalcanti [marido de Maurícia ?], Joâo Bezerra Cavalcanti (?), José Bezerra Cavalcanti (seria o velho José /), D. Maria Bezerra Cavalcanti [sua esposa? falta um prenome], moradores na comarca de Santo Antao, Lourenço Bezerra Cavalcanti, na do Rio Formoso e Antonio Bezerra Cavalcanti  e sua mulher, no Brejo da Madre de Deus, sendo outro sim, notificados para falarem aos artigos da habilitação que tem o supplicante de apresentar para que possam figurar em juízo como herdeiros de seu pae, devendo os (...)”

 

    As pessoas citadas neste processo, reproduzidas em notícias de jornal, seriam os filhos e parentes de Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque e de sua mulher Maria Francisca de Jesus, filha de Lourenço Bezerra Cavalcanti, senhor do eng. Abreu. São, portanto, os herdeiros de Lourenço do engenho Abreus que são chamados a responder pela dívida do casal no processo de execução movido por Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, filho de Lourenço dono do Abreus contra seu cunhado, referente a dívida não paga pela compra do engenho Abreus feita em 1835. Este processo de execução foi aberto em 1845 e terminou depois de 1861, após a morte dos dois cunhados e a arrematação do engenho pelo Dr. Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, neto de Lourenço, após as naturais brigas familiares.

 

     Os herdeiros citados: “Paulo Bezerra Cavalcanti [filho de Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti?], e sua mulher; o mente?apio Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque [filho homônimo do réu] na pessoa de seu curador Miguel Bezerra Cavalcanti [marido de Maurícia ?]; João Bezerra Cavalcanti [irmão de José, n. 1785 ?], José Bezerra Cavalcanti [o próprio velho José], D. Maria Bezerra Cavalcanti [sua esposa, mas falta um prenome] moradores na comarca de Santo Antão; Lourenço Bezerra Cavalcanti [também seu irmão, coronel, n. 1792 - fal. ?) morador na do Rio Formoso [Seriquaém] e Antonio Bezerra Cavalcanti [?] e sua mulher, no Brejo da Madre de Deus”.

 Nota-se também citado como curador, aparentemente o marido de Maurícia, Miguel [Alves] Bezerra Cavalcanti.

 

   Restam, portanto, questões que somente um olhar muito cuidadoso sobre os filhos de José e seus recém identificados irmãos, bem como uma análise detalhada da família de sua mulher - sua sogra, sogro, irmãos e tios - ajudariam a resolver. Voltaremos às questões ainda duvidosas na Conclusão do trabalho.

 

 

           DESENVOLVIMENTO parte II

 Parte II

      

     No Desenvolvimento parte II deste trabalho , no Quadro VI, apresentamos agora a seqüência da chamada sublinha Rufino Bezerra Cavalcanti, que no desenrolar do sec.XIX e XX ainda se demonstra por seus membros muito atuantes e empreendedores.

  Apresentamos a linhagem dos Rufino Bezerra Cavalcanti a partir da figura de José patriarca deste subgrupo:

Quadro VI

11g- O patriarca Jose Bezerra Cavalcanti (1793 - 1870) + Anna Maria de Mello de Jesus - referido com detalhes na Conclusão da Parte I – transmitiu aos seus descendentes o prenome Rufino pelo qual ficaram conhecidos, nome que lhe chegava aparentemente pelas famílias Carneiro da Cunha e Campello, de São Lourenço da Mata.  Seu nome Bezerra Cavalcanti teria lhe chegado por ramo da família Bezerra Cavalcanti originária de Vertentes, por Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, n.1759, dono do engenho Abreu (Bezerros, então comarca de Santo Antão) casado com Inez Albuquerque Mello (documentada).

   José casado na família tradicional e aguerrido dos Carneiro da Cunha, com seus parentes Carneiro da Cunha/Cunha de Andrade e pelo menos seu irmão Lourenço Bezerra Cavalcanti n.1792 atuou como tenente republicano na Revolta do Equador em 1824 (segundo texto do cronista João Nazareno Carneiro Campello já publicada em mídia eletrônica e nossos artigo comprobatório “Antonio do Monte”):

12g Maj. José Rufino Bezerra Cavalcanti + Maria Januária de Barros Lima. Registrado na Freguesia de Nossa Senhora da Luz, em São Lourenço da Mata em 1832, na lista Lins), falecido em 1891. Com ascendentes em Vertente e Bezerros (M.C) Agricultor, senhor dos engenhos Açúde Grande e Serra em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, e Palmares em Glória de Goita, PE. Casado por documento de 1863 em capela privada com Maria Januária de Barros Lima, já viúva de Manoel de Queiróz Barros.              (foto 1)

José Rufino serviu como Alferes da 3° Cia. do 20° Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, sediado em Tracunhaém - PE, onde chegou ao posto de Major. Atuou pelo partido Liberal e na Republica pelo Democrata. Foi Juiz de Paz em Vitoria de Santo Antão, PE. Faleceu no Recife em 20 de Outubro 1891 no Recife, sepultado no Cemitério de Santo Amaro. Documento do seu casamento em 1863 referido em Doria, FA e outros – Cavalcantis, na Itália e no Brasil: “Casou em 20 ou 15 de Agosto de 1863, “em oratório privado”, com MARIA JANUÁRIA DE BARROS LIMA, viúva de Manoel de Queiroz Barros, celebrando, de licença, “o reverendíssimo Frei Augusto da Imaculada Conceição Alves”, sendo testemunhas o “padre Manuel, coadjutor da Glória, frei Pedro de Nossa Senhora da Luz, e o major Diogo Soares de Albuquerque, casado”. / O pai de Maria Januária pode ter sido José Fagundes de Barros Lima, português (fonte Geni, e citado na lista Lins, CATÁLOGO GENEALÓGICO E BIO-ICONOGRÁFICO DE ANTONIO MARQUES DA COSTA SOARES E SUA DESCENDÊNCIA MITO REALIDADE - Fernando Meira Lins. 

Os filhos do Major José Rufino a saber - Julia Bezerra Cavalcanti, casada em 1883 com José Berardo Carneiro da Cunha, dono do eng. Muribara, São Lourenço da Mata (conforme certidão e anuncio em jornal indicado por Marcelo Bezerra), ainda o que segue:

13g Dr. José Rufino Bezerra Cavalcanti [Filho] (1865-1922) + Hercília Pereira de Araújo. Ele nascido em  Vitória de Santo Antão16 de agosto de 1865 — f.  Recife, 27 março de 1922 -  advogado e político pernambucano. Usineiro, exerceu mandatos de deputado federal e senador, além de ter sido Ministro da Agricultura do governo Venceslau Brás (Wikepédia). Governador em 1919. Falecido em 1922, com 57 anos.

    Casado com Hercília Pereira de Araújo, de solteira Carneiro da Cunha de Araujo, do engenho Muribara, em  S. Lourenço da Mata, Recife. Tiveram 11 filhos (segundo fonte genealógica na internet - inclusive a filha Leonor Bezerra Cavalcanti Teixeira Leite). A fonte Geni refere apenas José Rufino Bezerra Cavalcanti Filho (ou José Bezerra Filho), Guiomar Bezerra, Hecília Bezerra Cavalcanti e José Pereira de Araujo, Filho - neto homônimo do Comendador, n. 1838 que seria pai de Hercília, sua mãe - conforme consta já da lista referida Lins. O comendador descendente de José Pereira de Araujo casado com Maria José Cavalcanti da Fonseca, não sabemos se ambos  portuguêses. O Dr. José Rufino foi ainda irmão de Julia Bezerra Cavalcanti, casada em 1883 com José Berardo Carneiro da Cunha, dono do eng. Muribara, São Lourenço da Mata (conforme certidão e anuncio em jornal indicado por Marcelo Bezerra).

    O senador cursou faculdade de Direito no Recife e arrendou o engenho Trapiche, construindo a Usina Jose Rufino em Cabo de Sto. Agostinho. Nos anos 20, José Rufino Filho fundou o Cotonifício José Rufino que usava energia elétrica da barragem do Rio Pirapama - também no Cabo. Foi pioneiro no uso da energia elétrica para iniciar a usina evitando a queima da lenha. Por fim fundou a empresa JOSE RUFINO & FILHO que revendia as maquinas e equipamentos para a indústria do açúcar. Como realizava toda a montagem da usina, foi sócio de várias delas. Bem estabelecido ofereceram-lhe a possibilidade de disputar a eleição para o senado.



(foto1) Um pavão adorna a fachada da casa de José Rufino Bezerra Cavalcanti, (sede da usina José Rufino) no Cabo, PE. O pavão é um simbolo cristão, signifindo nova vida, renascer. Existe um mosaico no piso da igreja de Santa Reparata em Firenze que representa um pavão. Simbolos judaicos como a menorah também presentes na casa.
OBS.1: – Detalhes da Fonte Wikepédia: “Filho de proprietários rurais ligados à produção açucareira, foi usineiro no município do Cabo de Santo Agostinho e senhor de engenho em Vitória de Santo Antão. Aluno da tradicional Faculdade de Direito do Recife, concluiu seus estudos com 21 anos de idade. Eleito Governador em 1919, desenvolveu uma política de conciliação entre as classes produtoras, aproximando os usineiros e os comerciantes. Acometido de doença incurável, foi obrigado a se afastar do cargo. Além do governo estadual, José Bezerra exerceu mandatos de deputado federal e senador, além de ter sido Ministro da Agricultura do governo Venceslau Brás. Jose Bezerra foi o maior acionista da Companhia Geral de Melhoramentos de Pernambuco, empresa que além de produzir açucar e álcool na Usina Cucau, construiu uma estrada de ferro ligando a usina ao municipio de Barreiros. Seu patrimonio incluia os engenhos Novo, Barbalho, Pirapama, Sao João, Malinote, Malakof, Mataparipe, Sao Pedro e um terço do Santo Inácio”.   
OBS.2: Outros detalhes constam em sua biografia familiar:
   Nascido 04.10.1865 no Oratório do engenho Serra-Vitória de Santo Antão - PE. Agrimensor, formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1880. Trabalhou na ferrovia Great Western.
   Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife em 1886. 
   Comerciante: sócio diretor da firma José Rufino & Cia., juntamente com João Cardoso Ayres Filho, José Rufino foi sócio gerente da Companhia Geral de Melhoramentos da qual foi fundador João Gonçalves Pereira de Lima, estabelecida na praça do Recife com comissões e representações de açucar e alcool recebendo produtos das usinas Ribeirão, Cucaú, Cachoeirinha, Frei Caneca, Pedrosa, Bamburral, Frexeiras, José Rufino e Petribú, vendendo-os para diversos estados brasileiros, e países estrangeiros: Argentina e Uruguai principalmente. 
   Agricultor a princípio como rendeiro do engenho Trapiche-Cabo-PE, e depois como Proprietário dos engenhos Desespero, onde instalou um meio aparelho de fazer açucar, Santo Inácio, Trapiche, Novo, São João, Barbalho, Serra, Pirapama, Malinote, Malakof, Mataparipe, São Pedro, Santa Luzia, Cachoeirinha, Antas, Dois Braços, Anhumão. 
   Como Empresário foi Proprietário das usinas José Rufino, Cucaú e Trapiche. 
  Em 1895 conseguiu do Estado de Pernambuco um empréstimo hipotecário no valor de Rs. 250:000$000 (duzentos e cincoenta contos de réis) para a instalação de uma usina - "Usina do Cabo" - USINA JOSE RUFINO com capacidade para fabricar 200 sacos de açucar de 75 kg cada um, e 4 pipas de álcool de 48 lt. cada uma. O Estado concorreu na forma de empréstimo hipotecário com os referidos duzentos e cincoenta contos de réis. A primeira parcela seria recebida depois de ser hipotecado ao Estado o engenho Santo Inácio, com terras, matas, pastos, logradouros, obras e benfeitorias. 
  Na política desenvolveu atividades como Deputado Federal, Senador, Ministro da Agricultura no governo do presidente Wenceslau Braz Pereira Gomes, de 15.11.1914 a 05.11.1918. Governador do Estado de Pernambuco, eleito para o quadriênio 1919-1923, falecendo no curso do mandato aos 28.03.1922 na sua residência em Tejipió-Recife”. 

14 g-  José Bezerra Filho (1890-1959) + Maria Julieta Berardo Carneiro da Cunha. Ele parlamentar e Prefeito do Cabo em PE. Nasceu em 22 de Fevereiro de 1890 em Vitória de Santo Antão, PE, deputado estadual (PE) em 1920, prefeito do Cabo de 1923 a 1926. Em 1940 foi presidente do Departamento Administrativo de PE. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ em 19 de Março de 1959 (Wikepédia). Casado com Maria Julieta Berardo Carneiro da Cunha, filha do senador Berardo Carneiro da Cunha.
   No período ditatorial de Getulio Vargas publicou um artigo no Jornal de Escada PE (republicado nos jornais e revistas de Assis Chateaubriand no Rio de Janeiro, Capital da Republica) artigo que gerou crise política em Pernambuco, então governado por Agamenon Magalhães. Sob ordem de prisão  permaneceu sitiado e resistindo por 15 dias em sua casa no Recife, à Rua do Hospício, com a família e os netos pequenos, sob tiroteio e falta de alimentação.  Por fim Agamenon Magalhães teria permitido sua saída do Estado, dele e de sua família em hidroavião, de Pernambuco para o Rio de Janeiro. Nesta casa onde resistiu funciona hoje a Junta Comercial - PE (fonte nosso artigo “Breves noticias sobre a família Bezerra Cavalcanti em nosso blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/, baseado em informações de seu neto Marcelo Bezerra Cavalcanti). Com a revolta política em Pernambuco decidiu mudar com a família para o Bairro do Flamengo, Cidade do Rio de Janeiro
 
OBS 1: detalhes - Com a morte do Dr. José Henrique Carneiro da Cunha foi diretor da Usina Massauassu, em Escada PE, até a maioridade do filho deste, Rui Berardo Carneiro da Cunha, e com a morte de Ricardo Brennand foi diretor da Usina até a maioridade dos filhos do proprietário. 
    Eleito deputado estadual foi secretario de administração no governo Agamenon Magalhães, prefeito de Cabo de Santo Agostinho, PE.
   Estudou na Faculdade de Direito do Recife e também fez curso de Química Industrial e produção de álcool em Lausane, Suiça.
   Desenvolveu processos para melhorar a fabricação do açúcar, com uma nova liga metálica nos mancais que foi patenteada.
   Com o engenheiro Carlos Lima Cavalcanti montou uma Usina de Açúcar em Pernambuco que produzia açúcar de cana por infusão. Com reconhecimento pelo governo francês, seu nome esta em uma placa comemorativa no Centre Pompidou, porque suas invenções ajudaram no desenvolvimento comercial das modernas Usinas por Infusão. 
   Sua primeira usina hidrelétrica foi construída na Cidade de Vertentes, PE.

OBS.: 2: Documentação:
Nascimento: Vitoria de Santo Antão, PE em 22 Fevereiro de 1890.
Batismo na Igreja Matriz de Vitoria de Santo Antão, PE, Brasil - Aos 17 de abril de 1890, neste primeiro distrito de paz, Paróquia de Santo Antão, Município e comarca da Vitória de Pernambuco, em meu cartório, compareceu (Senador) Dr. José Rufino Bezerra Cavalcanti filho, de 23 anos, natural desta comarca, morador no Engenho Serra, filho legítimo de (Major) José Rufino de Bezerra Cavalcanti e Dona Maria Januária de Barros Lima, agricultor, morador no Engenho Serra, casado na comarca da Escada, com Ercília de Araújo Cavalcanti de 17 anos, natural da Escada, filha legítima de José Pereira de Araújo, agricultor, morador no Engenho Bamburral e Joana Barbosa de Araújo, já falecida. E declarou que no dia 22 de fevereiro, às 3 horas da tarde, a sua mulher deu a luz a uma criança do sexo masculino que vai ser batizado com o nome de José, branco, sendo seus padrinhos o avô materno e sua mulher Dona Maria Antônia de Miranda Araújo. E para constar lavrei este termo que depois de ser lido e achar conforme a sina comigo. Eu Maximiano Delgado de Araújo Nunes, (Senador) José Rufino Bezerra Cavalcanti Filho.
Casamento: 2º Cartório da Família e de Casamentos de Recife, PE, Brasil, no Livro 38 nas págs. 30 e 30v o Registro de casamento n. 9.185 com Maria Julieta Berardo Carneiro da Cunha.
Falecimento: 19 Março 1959, 6º Ofício de Notas, Catete, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 
Sepultura: Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 
Segue seu filho e seu neto:

15g-  Maurício Bezerra Cavalcanti (1933-?) + Heloísa do Prado Viviani, ele nascido em 30 de junho de 1933 juíz concursado em 2º lugar no então Estado da Guanabara. Notamos o mesmo prenome (Mauricio/Maurícia) de sua possível antepassada Mauricia ,filha de Gertrudes. Heloísa membro da família italianaViviani.

16g - Marcelo Bezerra Cavalcanti – pesquisador, memorialista, fotógrafo e produtor rural na Toscana, de onde pesquisa para as famílias Cavalcanti, Carneiro da Cunha e Viviani.

 DESENVOLVIMENTO            

 

Parte III

 

   Havíamos concluído no Desenvolvimento Parte 1 do trabalho, dedicado ao ramo Rufino Bezerra Cavalcanti que o patriarca José do sec. XVIII seria também um apoiador dos rebeldes republicanos comprometidos no ano de 1824, já que acompanhou seu sogro, sua sogra, e o filho do casal, Diogo Soares de Albuquerque (homônimo do avô materno) possivelmente com sua esposa, pequena família, e o parente Lourenço Bezerra Cavalcanti para Taipu, na Paraíba onde atuou com o grupo republicano do Frei Caneca. Não sabemos se o velho Lourenço falecido em 24 teria pessoalmente participado do episódio rebelde ou apenas conspirado. Mais provável a participação direta seu  irmão, o cel.  Lourenço n. em 1792 ou 95.


 Assim, neste trabalho restam ainda lacunas e dúvidas - perguntas a serem respondidas.  

   O período da vida de José correspondeu a um período muito tumultuado em Pernambuco, momento da revolução de 1817 e mesmo após 1821, ano da soltura dos presos políticos da Revolução em que os irmãos de seu sogro atuaram. Temos a ocorrência do episódio de revolta constitucionalista em Goiana neste mesmo ano de 1821, bem como a confederação republicana do Equador em 24, que  ainda mais conflitua o período no nordeste – notado que já no passado as famílias Bezerra Cavalcanti e  a de sua esposa, Carneiro da Cunha , haviam estado envolvidas em lutas históricas. 

    Assim sendo, parece-nos até mesmo natural que o patriarca José estivesse envolvido com seus parentes também no momento político de 24 em seu Estado. E neste caso - como temos observado em outras genealogias pernambucanas que ainda apresentam lacunas neste período - natural que sua verdadeira paternidade, bem como a deste Lourenço Bezerra Cavalcanti n. em 1759, seu pai legitimo tenham sido encobertas, escondidas para que não sofressem a família as conhecidas e pesadíssimas represálias da Coroa como em 1710 e já em 1817.

   

   A infância de José a nosso ver não fica satisfatoriamente aclarada, dado as afirmações e convicção de cronistas e memorialistas de que ele tenha sido criado por Maurícia, filha de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, casada com Miguel Alves Cavalcanti - criado a partir do ramo da família dos Bezerra Cavalcanti estabelecida em Vertente. Teria esta situação familiar se estabelecido por necessidade política de segurança? A cronista Maria Cristina fala da fuga dos Correia de Araújo para Vertentes em 1817, acossados por motivos políticos.

     Maria Cristina Cav. de Albuquerque é enfática ao afirmar que os Rufino eram descendentes do ramo Bezerra Cavalcanti de Vertentes, e os ascendentes do Major José Rufino Bezerra Cavalcanti teriam vivido em Bezerros - brejo de altitude entre Recife e Caruarú, agricultores sem fortuna.      

   Constatamos realmente - Bezerros foi berço de uma família Bezerra -  o clima da cidade, clima semi-árido, com alguns trechos de clima tropical de altitude. Faz triangulação com Vertentes e Caruaru.

  

   José seria jovem interiorano, mas elegante - consciente das tradições familiares, viajando com freqüência e provavelmente teria conspirado neste período, como foi comum nas famílias tradicionais no período político que antecede a Revolução 1817. Em 1823 casou-se com Ana Maria José [Carneiro da Cunha] [Lins e] Mello de Jesus (n.1795) (por certidão obtida na Paróquia Nossa Senhora da Luz, São Mata), jovem oriunda do núcleo familiar Carneiro da Cunha [de Andrade] que em certo período viveu em Nazaré e Pau d´Álho - a família de sua jovem esposa muito engajada politicamente nos episódios de 1817 e até mesmo depois em 24.

    

     Ana Maria era filha de José Pedro dos Réis Carneiro da Cunha, casado com Angela Felícia de Albuquerque Lins e Mello –irmã de Diogo Soares de Albuquerque (III), conforme aparece citado em documento de seu filho maj. José Rufino (Parentes referidos nesta certidão e na fonte “Catálogo Genealógico e bio-econográfico de Antonio Marques da Costa Soares e sua Descendência Mito e Realidade”, escrito por Fernando Meira Lins).                           

      Observamos que a família Carneiro da Cunha em gerações anteriores já estaria unida aos Bezerra Cavalcanti, notórios lutadores nativistas em especial na Guerra dos Mascates (ver gráfico e texto no Adendo).

 

     Os sogros do velho José, devemos  insistir, eram descendentes de estirpes nativistas muito empenhadas na defesa do território desde a luta holandesa. 

Seu sogro era até mesmo filho de Pedro da Cunha de Andrade, senhor do engenho  Tiúma em S.Lourenço da Mata, casado com  Antônia Bezerra da Cunha (que ele havia raptado)  – seu  antepassado homônimo de origem na Madeira, também  com  atuação  histórica na luta holandesa.                                                                                     

     Pelo lado de sua sogra Felícia, referimos os nomes das famílias Uchoa e Diogo Soares - tradicionais habitantes do engenho Muribara, defensores contra os holandeses,  também atuantes na Restauração de 1645. Lourenço Cavalcanti Uchoa líder na Fronda  de 1710, em Trucunhaém (Dias Martins, pg.385).                                                                  

      

    No século XIX iniciadas as contestações independentistas e revolucionárias pela ocorrência da conspiração Suassuna de 1801 em Pernambuco, pouco depois a eclosão revolução de 1817, verificamos que pelo menos dois núcleos da família Carneiro da Cunha haviam participado deste ultimo episódio de modo muito intenso.

      Em nosso artigo “Os Suassuna” havíamos identificado como membro atuante do clã da família Carneiro da Cunha o irmão do sogro de José, Joaquim Manuel Carneiro da Cunha (n.1784 em Pernambuco, f. 1852) – também filho de Pedro da Cunha de Andrada do engenho “Tiúma” n. c.1732. Este Joaquim residente na Paraíba, rico proprietário participara ativamente da Revolução Pernambucana de 1817, permanecendo preso nos cárceres de Salvador, na Bahia, até 1821 (citado na lista dos Mártires Pernambucanos pelo Pe. Dias Martins, pg. 464) Sua neta Antonia Maria Cavalcanti de Albuquerque Carneiro da Cunha foi dona do famoso engenho Monjope e é tida como neta paterna de Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque - (sobre esta família e fontes ver nosso artigo “O Engenho Monjope” e “Os Suassuna..” na nota 65.              

        Também o Ten. Coronel José Carneiro de Carvalho da Cunha Berenger de Andrade, ou simplesmente José Carvalho Carneiro da Cunha, outro dos irmãos de seu sogro descendente  do engenho  Tiúma, encontramos na lista dos incriminados em 1817, preso na Bahia até 21  - Coronel revolucionário muito firme, atuante na Paraíba, citado por historiadores em sua movimentação militar (Cahú, Sylvio de Mello – A Revolução Nativista Pernambucana de 1817, Biblioteca do Exército, 1951. pg. 121.) ver  Adendo.        

                                                                                                                 

         Em trabalho anterior sobre os Suassuna em 1817 já havíamos, portanto,  percebido e reconhecido a atuação desses numerosos membros da família Carneiro da Cunha na Revolução 1817 -  mas, tudo indica, agora surge-nos  ainda como núcleo familiar militarmente ativo até mesmo na Confederação Republicana do Equador em  1824.                                                                                                                                

            As atividades republicanas do núcleo familiar do sogro de José nesta geração pode ser notada na descrição viva e autêntica do cronista João Nazareno Carneiro Campello, já publicada em mídia eletrônica:

 

“José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha ..., casou em Junho de 1793, pouco mais ou menos, tendo 15 anos com sua prima D. Angela Felicia que contava então 17 annos, filha do Capm. Joaquim José de Albuquerque Uchoa e de sua mulher D. Joanna Maria da Conceiçao da Cunha, como se ve a Fl. 320. Era esse José Pedro homem de tanta sinceridade e boa fé que as vezes merecia degenerar em credulidade de um coraçao bem formado e caridoso, ninguém o procurou em apuros que nao costasse com seus recursos; nao tinha amor a dinheiro; sacrificou por muitas vezes a sua pequena fortuna para servir aos outros. Era bastante alto, secco, muito conversador e jovial para com todos, inclusive os seus próprios servos. Esteve logo depois de casado no engenho Tirapua, Freguesia de Pao d'Alho, como rendeiro, na Freguezia de Nazareth; d'ahi esteve por algum tempo plantando algodao na propriedade Passagem do Martins, d'onde passou-se para o engenho Boa-Vista, que comprou no Estado da Parahyba. Poucos anos depois de ahi estar rebentou a revoluçao de 1824 em que tomou parte com seu filho Major Diogo Soares de Albuquerque acompanhando tropas rebeldes em sua debandada para o Norte, recolhendo-se depois da restauraçao ao centro de sua família. Achou a sua fazenda e fortuna completamente arruinadas. Permutou o referido engenho Boa-Vista pelos de Saboeiro e Peixe de Baixo no mesmo Estado nos quaes trabalhou de sociedade com seu filho Diogo até o anno de 1843 em que por motivos politicos viu-se obrigado a vendel-os e deixou a Parahyba, e veiu arrendar o engenho Caloanda na Freguezia da Luz, do qual saiu em 1847 para morar e associar com seu filho Diogo no engenho Poço, onde falleceu a 15 de Dezembro de 1848.” (os grifos são nossos)

Relembrando - o sogro de José da família Carneiro da Cunha, Jose Pedro dos Reis Carneiro da Cunha (n. cerca 1770 - f. 17 de dezembro 1848) com seu filho Diogo Soares de Albuquerque teriam atuado militarmente em 1824 seguindo tropas para o Norte, e o Tenente Jose Bezerra Cavalcanti, patriarca dos Rufino, os teria acompanhado.

    Por fontes genealógicas sabemos que o sogro de José fora pai de sete filhos: um deles José Pedro seu homônimo; Manuel Carneiro da Cunha; o Major Diogo Soares De Albuquerque Soares de Albuquerque (que com ele atuará em 24), de Joana Lins Uchoa de Albuquerque, ainda outras três moças.

       Além dos revolucionários de 1817 presos e já citados - Joaquim Manuel Carneiro da Cunha e o Ten. Coronel José Carneiro de Carvalho da Cunha Berenger de Andrade - José Pedro teria tido ainda outros irmãos (fonte Geni) que sugerimos também poderiam estar em alguma medida envolvidos nos episódios revolucionários, talvez até mesmo Antônio de Melo e Albuquerque ainda na confederação do Equador em 1824 ”(ver nosso artigo “Antonio do Monte”). Ha indicações em Caneca de que o patriarca dos Rufino, José, entretanto, não teria acompanhado a marcha dos revoltosos até o fim.

 

 

   Repetimos: eram irmãos de José Pedro: Diogo Soares Carneiro de Albuquerque, Sr Eng. Lagoa Ramos; Francisca Xavier de Albuquerque; Luzia de Albuquerque; José Luiz do Rego Barros; Joana Carneiro da Cunha; Pedro da Cunha Andrade, Junior; João Carneiro da Cunha [e Albuquerque, senhor do eng. Armazém (Araripe?) que identificamos envolvido]; Alexandre Bezerra de Albuquerque [provavelmente também revoltoso preso em 1817 com o nome de “Alexandre Raimundo Bezerra”, preso até 1821 por atuar no Ceará, citado  em Dias Martins (pg. 87)]; Luis Tenório do Rego Barros; Manoel Carneiro de Albuquerque; Francisco Xavier Carneiro da Cunha, Chicão, [a nosso ver o Alferes de Milícia preso até 1821 com o nome de “Francisco Xavier de Albuquerque” (Dias Martins, pg. 45)], e Antônio de Melo e Albuquerque, até agora não referido històricamente.

     

  Alguns destes nomes conseguimos encontrar em listas de presos ou citados historicamente – em especial os irmãos de seu sogro envolvidos na revolução de 1817 e/ou 24 – outros, entretanto, dificilmente poderão ser confirmados nestas atividades políticas e militares do começo do século XIX, pois seus nomes se repetem e nos confundem - nomes que em muitas ocasiões foram em parte encobertos ou propositadamente sonegados.

 

     Em período tão conturbado da história nordestina restam, portanto, muitas dúvidas - não só sobre a figura e a atuação do patriarca José Bezerra Cavalcanti, bem como de seus irmão e parentes que se localizaram em Taipu por volta de 1824, em ligações com os parentes Berenger de Andrade /Carneiro da Cunha.

      Em que medida teria o José Bezerra Cavalcanti atuado militarmente com a família de seu sogro – teria ele acompanhado as tropas de 1824 para o Norte como tenente, acompanhado por seu irmão também um Lourenço Bezerra Cavalcanti? qual a atuação  de sua irmã Joana Bezerra Cavalcanti, n. em 1800 (“Janoca”?), e seu irmão Joaquim Francisco? Por Frei Caneca temos que Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, n.1790, teria se localizado nesta ocasião de 1824 também em fazenda em Taipu, e aparentemente conspirou, mas não teria atuado.  Sobre estas dúvidas e questões, ainda fontes, consultar nosso ultimo trabalho “Antonio do Monte”, dedicado ao tema.

    

       Relativamente à origem familiar direta do patriarca José Bezerra Cavalcanti temos definitivamente que seu pai legitimo foi Lourenço Bezerra Cavalcanti - nascido não em 1763 como de inicio nos fora inicialmente proposto, mas n. 1759 como o indicado pela memorialista MC - proprietário do engenho Abreus, Tracunhaém, localidade de Bezerros, irmão gêmeo de Gertrudes Cavalcanti de Albuquerque, também nascida em 1759 (por MC). Este Lourenço Bezerra Cavalcanti foi casado, comprovadamente por documentação arquivada em Myheritage (G9TM-RYZ) com Ignez de Albuquerque Mello (c.1770 -1816), filha de João Tavares de Melo e Maria da Anunciação Cavalcanti – (tia de Antonia do Monte Cavalcanti do eng. Taipu)

   E, entre as antigas tumbas do engenho Abreus estão filhos do Lourenço com Ignez, ainda a tumba de Vírgílio, filho de José (documentado pelo Myheritage). Este mais velho Lourenço teria tido outros filhos, em especial Lourenço n. 1792, homônimo.  E o engenho Abreu depois comprado por Maria Francisca de Jesus, filha do velho Lourenço aos seus irmãos, casada com Joaquim Francisco Cavalcanti de Albuquerque. Posteriormente o casal irá passar, entretanto, por um longo processo para a execução do pagamento (processo documentado).

 

   

     Note-se, sobretudo, que o velho Lourenço tem sua data de falecimento no próprio ano de 1824 - ano da eclosão da Confederação do Equador - e neste caso, ainda que tivesse conspirado com seus filhos - Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, n.1790, ainda  o coronel Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, n. 1792 e José Bezerra Cavalcanti, n.1793 - não sabemos se ele teria estado em Taipu nesta ocasião e chegado a seguir a marcha de Frei Caneca. Acreditamos que não.

   

   

      Recentemente fomos ainda informados, pela fonte do Haras Abreus e pelo descendente Marcelo Bezerra sobre os dados desses filhos de Lourenço Bezerra Cavalcanti, dono do Abreus (nascido em 1759 – f. 1824) que seriam: João Bezerra Cavalcanti, n. 1785, Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, n.1790, o coronel Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, n. 1792 ou 95 ?- f. 1867; José Bezerra Cavalcanti, n.1793 em Bezerros; Marcela, n. 1794; Maria Francisca de Jesus, n. 1795; Joana Bezerra Cavalcanti em 1800, e João Batista (?). Alguns já falecidos por ocasião do estabelecimento do processo acima referido.

 

    Também os nomes citados no processo de execução de dívida seriam, portanto, dos herdeiros de Lourenço Bezerra Cavalcanti, n. em 1759, chamados a responder pela dívida de Maria Francisca de Jesus (n.1795) e seu marido no processo de execução movido por seu irmão Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti contra o cunhado, referente à dívida não paga pela compra do engenho Abreus, feita em 1835. O processo de execução aberto em 1845 terminou depois de 1861, após a morte dos dois cunhados e a arrematação do engenho pelo Dr. Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, neto de Lourenço - [filho do mais novo Lourenço?],

Neste processo aparece como herdeiro o nome de José Bezerra Cavalcanti (o próprio patriarca dos Rufino) ainda o provável marido de Maurícia, Miguel Bezerra Cavalcanti, como representante do incapaz Francisco Joaquim. É possível que em certo período Miguel, marido de Maurícia, tenha administrado o engenho do parente Lourenço, pois também seu nome aparece em uma noticia do jornal “O Liberal pernambucano” como Miguel Bezerra de Abreu, questionando a posse de quatro escravos que eram propriedade desse engenho Abreus. Teria durante a Revolução de 1817 os Albuquerque Maranhão ficado em posse de escravos do engenho Abreu e não os ter devolvido?  (Dias Martins lembra que Lourenço Mendes de Andrada (n. id.) foi fiel amigo do revolucionário André de Albuquerque Maranhão).

  Nota em jornal da época: “Miguel Bezerra de Abreu – (s.n.m.). Em 29.08.1855 o Tenente Coronel Luiz de Albuquerque Maranhão, senhor do engenho Malemba, respondeu ao Sr. Miguel Bezerra de Abreu, em vista do anuncio inserto no Liberal Pernambucano (Nº 861) que está possuindo 04 escravos que o Sr. Miguel diz pertencerem ao engenho Abreu, por título legítimo que apresentar-lhe-á quando queira, e o convida a aparecer no seu engenho para ver o mencionado título, se, não obstante esta declaração ainda o duvidar.” (Publicado em O Liberal Pernambucano - 1852 a 1858 - PR_SOR_00677_705403. Edição 00866 (1). Pág. 03).

     Portanto, por tantas dificuldades - parentela entremeada, os mesmos nomes homenageados e repetidos pelos vários núcleos familiares, motivos políticos e revolucionários a justificar o ocultamento de nomes e de circunstâncias factuais – em principio não conseguimos identificar quem seria e quais as origens desse o ultimo Lourenço, referido no processo citado acima, mas acrescentadas alguma informações acreditamos que tenha sido Lourenço [Bezerra?] Cavalcanti de Albuquerque, n.c.1792 - f. 1867, também herdeiro do mais velho Lourenço, n. 1759, titulado como Capitão ou Coronel casado com Maria Madalena de Melo Cavalcanti, falecida em 7 de julho de  1880    (fonte Family Surch).       

      Este mais novo Lourenço comprovadamente teve como padrinhos de batismo Pedro Alves Feitosa e Anna Cavalcanti de Nazareth, fato que mais uma vez comprova a relação desses Bezerra Cavalcanti com a linha da família Bezerra Cavalcanti de Vertentes. Não sabemos com exatidão a intensidade da participação deste mais novo Lourenço Bezerra Cavalcanti no movimento de 1824, participação, entretanto, sugerida por frei Caneca, em suas Notas. Ver discussão adiante. Em 1847 os Anais do Senado do Império do Brasil Livro 1 registra que Lourenco Bezerra Cavalcanti, o filho, morava em Paudalho, PE e na casa dele aconteceram reuniões dos eleitores na época - Ata da assembléia de eleitores da Vila de Paudalho, Estado de Pernambuco onde aconteceu uma reunião com 99 eleitores na casa do tenente Coronel Lourenço Cavalcanti e outra reunião na Igreja do Divino Espírito Santo, em Paudalho (INDICE: 0202, 0204, 0205, 0208, 0267//// PAGINAS 200, 201, 202, 205, 264. Falecido no engenho Petribu).


    As datas de seu nascimento citadas no Family Search indicam que este segundo Lourenço, que teve parte no engenho Abreus, nasceu em 1795 [ou 1792 a data fornecida pelo Haras Abreu] no engenho Terra Vermelha, Lagoa do Carro, Pernambuco. Na certidão de óbito de Lourenço, o Filho, registrado que ao falecer morava no engenho Petribú - engenho de seu irmão Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, n.1790, depois sabemos pertencente à família Holanda Cavalcanti.


  Segundo o pesquisador da família Marcelo B.C., o Capitão Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, seu irmão, foi Senhor do engenho Petribú; Marcelo acrescenta que Francisco Bernardo Cavalcanti de Mello, cunhado do Tenente Lourenço Bezerra Cavalcanti também participou da revolução de 1817.




    Nota-se que o primeiro filho do patriarca José manteve o mesmo nome familiar já célebre - Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (apelidado Loulinha) n. cerca de 1825, mantido o sobrenome Albuquerque – Loulinha aparece na lista do genalogista Orlando Cavalcanti, identificado como “neto de Arcelina”, falecido sem sucessão. A nosso ver ele seria na verdade sobrinho-neto de Arsênia, irmã de sua avó Felícia (ver Anexo, esquema). 

     O velho Lourenço Bezerra Cavalcanti, n. em 1759, proprietário do engenho “Abreus” em Tracunhaém, irmão de Gertrudes Cavalcanti de Albuquerque e  seu avô era já falecido por ocasião de seu nascimento - sua avó paterna também já falecida, Ines Albuquerque Mello (1816).

    Mas qual seria o parentesco deste Loulinha com o ainda de sua geração Lourenço Bezerra de Albuquerque Mello, construtor do sofisticado engenho “Oureiro” em 1905 também em Taipu, a primeira vez casado com Luzia Lins Cav. de Alb. Vieira de Mello, com um filho Gilberto Lins Cavalcanti de Albuquerque, e do 2º casamento com Emília Augusta Lins Vieira de Albuquerque ainda outros cinco filhos. -   Acreditamos fosse seu parente próximo pelos Mello de sua avó, tia de Antonia do Monte, que com o seu marido foi dona do notório Engenho Taipu, em Taipu – Paraíba. (Ver livro recente de Bandeira de Mello – Gente de Taipu, 2017 e nosso trabalho “Antonio do Monte”)

      

    Resta, porém, ainda uma dúvida - qual seria o parentesco de Loulinha com o desconhecido Lourenço Mendes de Andrade - que supomos também da família ou colateral do patriarca José? 

   Lourenço Mendes de Andrade foi preso em 1817 (segundo Dias Martins), e também aparece na lista de presos de Tavares Muniz apenas como Lourenço Mendes, solto em dez.1820. O nome Andrade vindo pela parentela Cunha de Andrade /Carneiro da Cunha (gráfico no Adendo) ou recebido de Lourenço Bezerra Alves da Silva, filho do Cel. José Moreira Alves da Silva casado com Maria Bezerra de Andrade ? (ver texto abaixo e Quadro Final VII).


  Lourenço Bezerra Alves da Silva, nascido em 1834, falecido em 05.06.1900, no engenho “Tabatinga” - ele um Alves (notar o mesmo sobrenome do pai adotivo do José que teria sido administrador do engenho Abreus, Nazaré da Mata). Lorenzo Bezerra Alves da Silva era filho do Cel. José Moreira Alves da Silva e de Maria Bezerra de Andrade. Foi Coronel da Guarda Nacional, chefe político de Ipojuca. Barão de Caxangá agraciado ao fim do Império, já em 1889 (Dec. 20.07.1889). Aparentemente este Lourenço teria parentesco com Manoel Alves Bezerra Cavalcanti, possível pai adotivo de José. Seria também Lourenço Mendes de Andrade, não identificado, preso em 1817 até 20, da família do marido de Gertrudes - os Mendes?

    Para tentar ainda resolver as questões genealógicas pendentes, tentamos realizar um quadro de aproximação entre as famílias Cavalcanti de Albuquerque, Bezerra, Mendes, Alves, Alves da Silva, de Andrade e mesmo Coelho, antes do nascimento de José – com asteriscos assinalamos as personagens com mais informações ao final. 
   
    Assim, entrando pela linha dos Bezerra temos:


                     CONCLUSÃO

 

    A família Bezerra esteve unida aos Cavalcanti de Albuquerque no Brasil desde a 4ª geração aqui chegada - Cosme Bezerra Monteiro casado com Leonarda Cavalcanti (neta de Isabel Cavalcanti de Albuquerque e filha de Antonio “da Guerra” holandesa – fonte A. BITTENCOURT, pg.297). Por este casamento tem seguimento a já aguerrida linha dos Bezerra Cavalcanti, que foram mais adiante os  líderes da Fronda de1710.

     Os Bezerra Cavalcanti também muito cedo ligados aos membros da família Carneiro da Cunha, antes mesmo do nascimento do patriarca José Bezerra Cavalcanti em 1793, patriarca que dará seguimento ao sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti. Tudo indica que estas ligações entre os Bezerra, Campelo e Carneiro da Cunha já vinham ocorrendo no morgado do Canha dos Campello, conforme listagens recentes na fonte genealógica Geni.

 

    Observamos que Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (n.1759 – f.1824), gêmeo de Gertrude Cavalcanti de Albuquerque, nascida no mesmo ano e transferida para Vertentes, também manteve parentesco afim com os Carneiro da Cunha - ascendentes do marido de Gertrudes, Francisco Carneiro Bezerra – e assim sugerimos Maria de Nazareth Carneiro da Cunha como provável mãe de Francisco, seu pai Mathias Mendes da Silva.

  

   Tudo indica que a instalação dos Cavalcanti de Albuquerque na localidade de Vertentes em 1774 fora auxiliada por José Rufino Barbosa e Antonio Mendes da Rocha, testemunhas da compra de terras nesta região, segundo documentos da memorialista Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque  

   O primeiro filho do casal Gertrudes e Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti ainda levou o sobrenome Mendes - José Mendes Bezerra Cavalcanti. Seu pai além de levar o sobrenome Carneiro [da Cunha, pela provável mãe, Maria de Nazaré] seria também desses Mendes, nome que lhe teria chegado por seu pai, Mathias Mendes da Silva, conforme demonstrado no Desenvolvimento deste trabalho.

   Notado que o sobrenome Mendes segue na descendência deste  primeiro filho do casal, Gertrudes e Francisco, mas estranhamente logo desaparece, como observa a memorialista M.C. (O Magnificat, pg. 203)


    Curioso que o genealogista nordestino João Clímaco tenha identificado o patriarca da sublinhagem dos Rufino, José Bezerra Cavalcanti, como José Mendes.  Teria estado este sobrenome comprometido politicamente nos movimentos de 1817?  Talvez por causa de Lourenço Mendes de Andrade detido no Ceará, preso na Bahia até 1820 e mencionado por nossos cronistas? Teria o patriarca José por algum motivo sido criado por estes Mendes, por sua prima um pouco mais velha, Maurícia, e por alguma circunstância confundido com um membro da família dos Mendes?

  

 

    Já o prenome Rufino associado aos Carneiro da Cunha prosseguirá na sublinha Rufino Bezerra Cavalcanti - filhos do patriarca José que estudamos - possivelmente como homenagem ao parente que auxiliou ao seu pai e à sua tia na compra em Vertentes, ou apenas para lembrar o parente.  O nome Maurícia de sua prima, filha de Gertrudes, também aparece mais tarde neste subgrupo genealógico como Maurício na descendência dos Rufino Bezerra CavalcantiMaurício Bezerra Cavalcanti já nascido no século XX (1933).

 

   Ressaltamos que os Bezerra Cavalcanti estabelecidos em Vertentes e os Carneiro da Cunha estiveram também unidos aos Cunha de Andrade (Joana Bezerra da Cunha casada com Pedro da Cunha de Andrade) - núcleo revolucionário notável, muito comprometidos em episódios da Revolução de 1817 - vários irmãos do sogro de José, do núcleo do “engenho Tiúna” em Pernambuco detidos de 1818 até 1821 na Bahia, como referimos em trabalhos anteriores. Um deles, Alexandre Bezerra de Albuquerque pensamos poderia ser Alexandre Raimundo Bezerra”, preso até 1821 por atuar no Ceará, lembrado por Dias Martins (pg. 87). Não podemos por hora confirmar este fato, ainda que duas filhas do patriarca José tenham se chamado Alexandrina (prenome também recebido pelos Campello?).

    Assim, no começo do sec.XIX, momento tão conturbado da vida nordestina é mesmo natural que o patriarca da linha Rufino, José, com ascendência notória de lutadores na Fronda de 1710 tenha também discretamente participado nas conspirações próximas  a 1817, e adiante ainda atuado com os parentes rebeldes Cunha de Andrade na “Confederação Republicana do Equador” em 1824.

  

     Se outros descendentes Bezerra Cavalcanti aceitaram posteriormente benesses do Império - como Lourenço Bezerra Cavalcanti, o das Panelas, pai do 9ª g. Coronel da Casa Imperial Lourenço Bezerra Cavalcanti Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (1780-1859); ou Lourenço Bezerra Alves da Silva, Barão de Caxangá em 1889 - tal não aconteceu com este ramo Bezerra Cavalcanti de Vertentes - ramo do qual descende a própria memorialista Maria Cristina, ramo igualmente republicano, como ela mesma confirma.

    Lembramos que Ignácia Xavier da Cunha Rabello, esposa de Amaro Gomes da Cunha Rabello (Coronel da Guarda Nacional que declinou o título de Barão lhe oferecido por D. Pedro II em 1879, declarando-se republicano) em especial recebeu o líder ativista declaradamente republicano, Antônio da Silva Jardim (1860-1891), no seu Engenho Tabairé (informações de seu descendente Carlos Alexandre da Fonseca Lima à autora pelo facebook). 

    No sentido de permanência de ideais republicanos também entre os Cavalcanri de Albuquerque ainda no sec. XIX citamos o ramo dos Cavalcanti de Albuquerque do engenho Castanha Grande-AL, já historiado em inúmeros trabalhos em nosso blog. 

 

    

   Na antiga Florença, ainda no período medieval os Cavalcanti como cônsules haviam sido os avalistas da nova Republica - sistema político que sempre defenderam. Lembramos também que no começo do século XVIII uma proposta republicana muito precoce fora apresentada pelo este clã Bezerra Cavalcanti durante a Fronda contra os mascates de 1710.

 

    Teriam os do ramo Bezerra Cavalcanti ainda conspirado um século depois, já em 1810 pela independência e Republica em Macaparana, Pernambuco, no sítio ou engenho Paquevira (e engenho Zabele) de Lourenço Bezerra Cavalcanti,  o Velho ?  Segundo o descendente Marcelo B.C.: “Paquevira era próximo da Jararaca, nos limites com a Paraíba. À cavalo era mais fácil a estrada direta para Timbaúba, segundo mapa do IBGE”.

     Lourenço, o Velho, sabemos, teria em 1710  recebido na capela do sítio Paquevira Antonia do Monte por ocasião do batismo do primeiro filho de sua parente -  e na ocasião pode ter sido já este engenho ou sítio  se tornado  um verdadeiro núcleo de conspiradores pela Independência e Republica, conforme constatamos em nosso trabalho recente “Antonio do Monte’.

    

        Já  da “Confederação do Equador” de 1824, sem duvidas, participaram os filhos do velho Lourenço de Vertentes - núcleo familiar atuante que se havia transferido para Taipuna, Paraiba , juntamente com o parente José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha. Lembramos o fato de um decidido republicano em 1824, membro da família, Agostinho Bezerra Cavalcanti de Souza [Leão] do engenho S. Bartolomeu em Pernambuco por participar da Confederação republicana do Equador ter sido degolado em punição, após o fracasso do movimento.

 

    As atividades republicanas do aguerrido núcleo familiar do sogro de José - José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha por ocasião da Confederação do Equador no ano de 1824 são confirmadas pela descrição viva e autêntica do cronista de época João Nazareno Carneiro Campello, que repetimos textualmente:

    “...Era ...José Pedro homem de tanta sinceridade e boa fé que as vezes merecia degenerar em credulidade de um coração bem formado e caridoso, ninguém o procurou em apuros que não costasse com seus recursos; nao tinha amor a dinheiro; sacrificou por muitas vezes a sua pequena fortuna para servir aos outros. Era bastante alto, secco, muito conversador e jovial para com todos, inclusive os seus próprios servos.... Esteve logo depois de casado no engenho Tirapua, Freguesia de Pao d'Alho, como rendeiro, na Freguezia de Nazareth; d'ahi esteve por algum tempo plantando algodao na propriedade Passagem do Martins, d'onde passou-se para o engenho Boa-Vista, que comprou no Estado da Parahyba. Poucos anos depois de ahi estar rebentou a revolução de 1824 em que tomou parte com seu filho Major Diogo Soares de Albuquerque acompanhando tropas rebeldes em sua debandada para o Norte, recolhendo-se depois da restauraçao ao centro de sua família. Achou a sua fazenda e fortuna completamente arruinadas”.

     

    

      Lembramos finalmente: o movimento de caráter republicano em 1824 tivera como líder  o carmelita, frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Após sufocada a pretensão de autonomia pernambucana em Pernambuco os insurretos radicais republicanos evitando retalhações políticas haviam saído unidos militarmente de Olinda em 13 de setembro e acabaram atravessando os sertões, unindo-se a companheiros no Ceará e Maranhão segundo fontes históricas (Lustosa 2006; Monteiro, 1939).

     Em Riacho das Pedras na Paraíba (Itabaiana), já em 24 de maio (data de placa comemorativa), haviam travado combate durante 4 horas - os legalistas retirando-se e os rebelados seguindo para o Ceará.   

  

    Frei Caneca refere que o capitão–mor da forças de Garanhuns, José Tenório de Albuquerque, o capitão Lourenço Bezerra Cavalcanti, José (!) de Albuquerque Cavalcanti (o patriarca dos Rufino?) e Antonio Cavalcanti de Albuquerque (Antonio do Monte?) chegaram a ser contatados pelas forças rebeldes para auxílio ao movimento republicano (opus cit. pg. 576).  Caneca referindo certamente na ocasião nomes truncados ou parciais.

    

   Nesta retirada para o norte, os rebeldes chegaram a reunir - entre soldados de primeira e segunda linha, guerrilhas e paisanos com família - quase três mil pessoas (Evaldo – “Frei do Amor Divino Caneca, pg. 576). Entretanto, em 7 de novembro estavam os rebeldes por falta de abastecimento já sem nenhuma resistência física, um corneteiro desmaiando por falta da alimentação matinal.

    Enfrentando combates em direção ao norte, na localidade de Couro d´Anta os rebelados sofrem em combate duras baixas, cerca de 20 homens entre os mortos e feridos – e já próximo à Crato em 29 de novembro de 1824 foram ao final honrosamente rendidos. Os principais líderes apresados punidos com a pena capital.

   

    Por conta de seu envolvimento com a Confederação do Equador em 24 foram condenados à morte, além do carmelita Joaquim do Amor Divino Caneca, fuzilado em 13 de janeiro de 1825, ainda enforcados: João Guilherme Ractcliff, Joaquim da Silva Loureiro, João Metrowich, Agostinho Bezerra Cavalcanti e Souza, Nicolau Martins Pereira, James Heide Rodgers, Antônio do Monte e Francisco Antônio Fragoso - os três primeiros no Rio de Janeiro e os demais no Recife.

  

    

  Agostinho Bezerra Cavalcanti e Souza [Leão] membro da família Bezerra Cavalcanti foi enforcado em 19 de março de 1825 no Recife por ter acompanhando frei Caneca em 1824 – e o temos genealogicamente, por seu prenome e sobrenome, ainda por suas datas, como fazendo parte (filho?) do núcleo familiar rebelde dos Bezerra da Silva Cavalcanti – núcleo familiar atuante já em 1817 no engenho S, Bartolomeu, em Pernambuco referido em nosso trabalho “1817”, publicado no blog.

    Igualmente enforcado na repressão à revolta do Equador em 1824 Antonio do Monte que constatamos seria parente de Antonia do Monte Cavalcanti, senhora Cavalcanti que igualmente se estabelecera em Taipu - esposa de José Lins Cavalcanti de Albuquerque, chamado Num, senhor do engenho Taipu.

   

      Sugerimos que Antonio do Monte tivesse como nome completo Antonio [do Monte] da Costa de Albuquerque Mello nome referido como herdeiro do engenho Taipu por fonte recente (BANDEIRA DE MELLO, 2017), possivelmente o “Antonio Cavalcanti de Albuquerque” citado por Frei Caneca - talvez o mais novo descendente do clã do engenho Tiúna (Antônio de Melo e Albuquerque), rebelde que já vinha participando da marcha desde a saída da coluna rebelde de Olinda em 13 de setembro de 24, enforcado em 19 de março 1825.   Lembrando que Inês Albuquerque Mello, esposa do velho Lourenço e mãe do patriarca José, era tia de Antonia do Monte (irmã do seu pai Joaquim Francisco Cavalcanti de Mello, n. cerca de 1760). O mais velho Lourenço, portanto, parente afim de Antonia do Monte Cavalcanti. O marido de Antonia do Monte, José Lins Cav. de Albuquerque, filho de Francisco Berenger de Andrade.

     Sobre Antonio do Monte e sua identificação, publicamos já trabalho especifico em nosso blog que deverá ser consultado para ampliação do contexto histórico da participação dos Bezerra Cavalcanti neste movimento federativo e republicano de 1824.

 

  

      Concluindo - O forte atavismo “sdegnoso” dos Cavalcanti que lhes chegara do passado italiano no Brasil logo fora associado ao aguerrido nativismo dos Bezerra. Participando ambas as famílias da luta holandesa e atuando decisivos na Fronda nativista e republicana de 1710, os Bezerra Cavalcanti estiveram também unidos aos tradicionais Carneiro da Cunha e Cunha de Andrade no século XIX, atuantes na revolução de 1817 e mesmo do movimento republicano de 1824.  

    Assim sendo, podemos afirmar que o subgrupo Rufino Bezerra Cavalcanti manteve no século XIX o perfil de seus membros libertário e republicano por muito tempo - linha que por mais de século e meio (1793-1959) esteve ligada aos Carneiro da Cunha por três uniões matrimoniais - atuantes no século XX , empreendedores e políticos libertários.          

    

    Como exemplo da pertinácia republicana e democrática levada no século seguinte por este subgrupo Rufino, lembramos uma atitude do descendente já no sec. XX, José Bezerra Filho (1890-1959). 

   - Quando da ascensão de Getulio Vargas ao poder discricionário em 1930, José Bezerra Filho (14ª g),  nascido em Vitória de Santo Antão casado com Maria Julieta Berardo Carneiro da Cunha, parlamentar e Prefeito do Cabo em PE, publicou nos anos 1940 um artigo no Jornal de Escada, PE um artigo crítico, que foi republicado nos jornais e revistas de Assis Chateaubriand no Rio de Janeiro, então Capital da Republica. O artigo acabou gerando grande crise política em Pernambuco, governado por Agamenon Magalhães. José Bezerra Filho na ocasião foi sitiado em sua casa no Recife, à Rua do Hospício e permaneceu com sua família resistindo à prisão por 15 dias - os netos pequenos, sob tiroteio e falta de alimentação. Por fim Agamenon Magalhães teria permitido sua saída do Estado, dele e de sua família em hidroavião, de Pernambuco em direção ao Rio de Janeiro. Com esta situação política criada em Pernambuco, José Bezerra Filho decidiu mudar com a família para o Bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro (fonte já nosso artigo “Breves noticias sobre a família Bezerra Cavalcanti em nosso blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/,  baseado em informações de seu neto Marcelo Bezerra Cavalcanti). Curiosamente, sua primeira usina hidrelétrica fora construída na Cidade de Vertentes, PE.


     Ao fim de nossa pesquisa cujo objetivo principal foi estabelecer e identificar o elo da corrente que ligou a linhagem original Cavalcanti de Albuquerque de Vertentes ao sub-grupo dos Rufino Bezerra Cavalcanti, verificamos que este elo foi estabelecido na 9ª g por Lourenço Bezerra Cavalcanti, n. 1759 - f. 1824 - dono do engenho “Abreus” em Traculhaém (Bezerros) casado com Inês Albuquerque Mello – Lourenço irmão gêmeo de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque estabelecida em 1774 Vertentes. Sua esposa Inês, tia de Maria do Monte possivelmente herdeira em parte do Engenho “Taipu” na localidade de Taipu (Paraíba).  


   Lourenço Bezerra Cavalcanti, n. em 1759, referido como proprietário do engenho “Abreus” casado com Inês Albuquerque Mello seria, portanto, aquele Lourenço irmão gêmeo de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, conforme nos indica a memorialista Maria Cristina, pg.173/4 – gêmeos nascidos em 14 de abril 1759 em Tracunhaém, da linha Cavalcanti de Albuquerque, 9ª geração - filhos de 8ª g Maria Bezerra Cavalcanti de Albuquerque casada com Tomé Teixeira Ribeiro (documentação na BN, segundo M. C.).


   Como comprovação desta filiação, o quarto filho do casal Lourenço e Inês - José Bezerra Cavalcanti (n.1793 - f.1870) , depois patriarca da linha dos Rufino, aparece citado na companhia de outros herdeiros em um processo de execução da cobrança na venda do engenho Abreu da família - processo aberto em 1845, mas que só terminou depois de 1861, após a morte dos dois cunhados e a arrematação do engenho pelo Dr. Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, neto de Lourenço.    

   

  Caracterizamos este quarto filho deste Lourenço como José Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, (documentado em Myheritage LNPL-PG6), nascido em 1793 em Bezerros (que na época pertencia a Comarca de Vitória de Santo Antão, Pernambuco) e que levou adiante o prenome Rufino [oriundo dos Campello? e Barbosa?] para sua descendência - ele criado em Bezerros (Santo Antão), falecido em 1850. Aparentemente por motivos práticos ou políticos, segundo pesquisa local e pessoal da memorialista Maria Cristina C de Alb., José deve ter sido conhecido como filho adotivo ou de criação de sua prima Maurícia, filha de sua tia Gertrudes Cavalcanti de Albuquerque, n.1759 transferida para Vertentes em 1774.

    A memorialista Maria Cristina C. de A. que esteve na região, por entrevistas locais descreve José como “homem fino, elegante, requintado, ligado às antigas raízes da família. Vivia parte de seu tempo em Vertentes, mas viajava muito, sem descendência conhecida” (M.C. pg. 221).

     Provavelmente José, jovem e viajante, teria sido na época um simpatizante ou apoiador dos revolucionários de 1817. Não sabemos se apenas conspirou ou concretamente participou neste episodio de 1817, mas com certeza já nesta época, bem jovem, conduzia ideais independentistas e republicanos. Depois de seu casamento em 1823, tendo deixado Vertentes ou Tracunhaem, acompanhou seu sogro José Pedro dos Reis Carneiro da Cunha [Berenger de Andrade], sua sogra e o cunhado Diogo Soares de Albuquerque (III) para a Paraíba estabelecendo-se na localidade de Taipu. Pouco tempo depois, quando eclode a Condederação do Equador acompanhou estes parentes de sua esposa, uma Carneiro da Cunha, na marcha republicana liderada por frei Caneca na ano de 1824. Lembramos que seu pai, o velho Lourenço teria morrido no próprio ano de 1824 - ano da Revolta. 

  

    Com a patente de Tenente, José teria seguido as tropas de Frei Caneca para o norte, e atuado provavelmente com seu irmão, o Capitão ou Coronel Lourenço [Bezerra?] Cavalcanti. de Albuquerque, (n.1792 ou 95 - f.1867). 

    Este filho do velho Lourenço, Lourenço [Bezerra] Cavalcanti de Albuquerque, n.1792 - f.1867 é citado também e indicado no processo da compra do engenho familiar com a identificação de “Lourenço Bezerra Cavalcanti, do Rio Formoso” [Serinhaém]. Até o momento pouco sabemos de seu desempenho durante a revolta do Equador - apenas que teria sido graduado como Coronel. Sugerimos seja ele o Lourenço Bezerra Cavalcanti citado por frei Caneca como “o Capitão de Garanhuns” com quem entre outros elementos Frei Caneca fez contato no início do movimento (Cabral de Melo Evaldo – “Frei do Amor Divino Caneca, pg. 576). 

    José Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, patriarca da linha dos Rufino Bezerra Cavalcanti, também teria comprado terras em Santa Rita na Paraíba – localidade, constatamos, muito próxima de Taipu. O engenho Taipu havia estado no nome do velho Lourenço algum tempo (uma parte de sua esposa Inês) e foi passado de seu filho Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti, n. 1790, para a propriedade definitiva de Antonia do Monte e seu marido (ver Bandeira de Mello - Gente de Taipu e nosso artigo “Antonio do Monte”).

    

    José talvez tenha abandonado a tropa revoltosa de frei Caneca em algum momento da marcha, talvez ao seu final, frente aos estertores do movimento,  como de resto era comum nestas lutas de mazombos (Ver relatos de Frei Caneca, Cabral de Melo Evaldo – “Frei do Amor Divino Caneca, pg. 592). A família só voltando de S. Miguel de Taipu para Pernambuco bem mais tarde, em 1843, novamente por motivos políticos. 

    O filho de José, José Rufino Bezerra Cavalcanti, ainda nascido na Paraíba em 1832 dará a denominação da nova sub-linhagem familiar –Rufino Bezerra Cavalcanti. 

       Sem dúvidas a família Lins Cavalcanti de Nun e Antonia do Monte havia sido rodeada por um núcleo revoltoso independentista e sem duvida republicano. José Lins Cavalcanti de Albuquerque (Num) era irmão do padre revolucionário João Marinho Falcão (1768-1834) que pregava na paróquia do povoado de Taipu e havia conseguido escapar aos castigos da Revolução em 1817 (BANDEIRA DE MELLO - capítulo XXXII, pg. 649 e pg. 466). Na década de 10, o padrinho de batismo do primeiro filho de Antonia foi seu tio paterno Francisco Berardo Cavalcanti, que depois esteve preso na Fortaleza das Cinco Pontas pela Revolução de 1817, saído em 1818 (BANDEIRA DE MELLO p. 699, tendo como fonte “Relação de presos de Estado que foram soltos em 22 de setembro de 1818”, da autoria de Francisco de Souza Soares D´Andrea, in Revista Trimestral do Instituto Histórico, Geográfico do Brasil, vol.30, primeira parte, B.L. Garnier, RJ, 1867, pg. 87). O autor BANDEIRA DE MELLO refere sua prisão no próprio engenho Taipu.

    Antonia do Monte além do mais era sobrinha de Inês Albuquerque Mello, a esposa do velho Lourenço, igualmente parente dos revolucionários Carneiro da Cunha /Berenger de Andrade - muito próxima ao de mesmo prenome, republicano convicto, Antonio do Monte, que atuante na companhia de outro membro da família Bezerra Cavalcanti, Agostinho Bezerra Cavalcanti de Souza [Leão] do engenho São Bartolomeu em Pernambuco foram enforcados em 1825 por ocasião da repressão governista ao movimento da Confederação do Equador (Ver nossos trabalhos “1817” e o recente “Antonio do Monte” publicados no blog) 

      Ao fim deste trabalho ainda restaram dúvidas relativamente à figura e família de Lourenço Mendes de Andrade, revolucionário de 1817, citado na lista dos presos de 1817 por Muniz Tavares - revolucionário independentista detido por participação na Revolução de 1817, somente solto em dezembro 1820. 

    Infelizmente não conseguimos identificar com exatidão sua linha familiar. Ele é citado por Muniz Tavares na lista dos presos de 1817 apenas com o nome de Lourenço Mendes - mas é enaltecido por Dias Martins com um nome completo - Lourenço Mendes de Andrade, fiel amigo do revolucionário André de Albuquerque Maranhão no Rio Grande do Norte, a quem acompanhou em trajetória notória de 1817. Lourenço preso no Ceará. 

     Há possibilidades desse Lourenço Mendes de Andrade ter sua origem familiar a partir dos Mendes, do núcleo do marido de Gertrudes Bezerra Cavalcanti de Albuquerque em Vertentes - sobrenome que curiosamente nesta ocasião desaparece da genealogia familiar de Vertentes.   Sugerimos também algum parentesco com o marido de Maurícia, filha de Gertrudes, Miguel [Alves] Bezerra Cavalcanti (n. c. 1780 ou 1785?), administrador mais tarde do engenho Abreu. (Ver Desenvolvimento quadro VII). 




ADENDO

 

     Este Adendo vamos referir as famílias colaterais dos Bezerra Cavalcanti de Vertentes - Alves Bezerra Cavalcanti, Carneiro da Cunha, Pereira de Araujo, Soares de Albuquerque, que com eles mantiveram relações matrimoniais ou de ação militar ou política.


Os Alves Bezerra Cavalcanti

 

     Esta linha Alves Bezerra Cavalcanti é colateral dos Bezerra Cavalcanti de Vertentes e do sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti. Pelos Quadros II e III no corpo do trabalho observada a ligação dos Alves da Silva com os Bezerra Cavalcanti de Albuquerque na 12ª geração:




A lista dos Alves Bezerra Cavalcanti com desenvolvimento em Viçosa, AL, oportunamente será publicada. 

Os Pereira de Araujo

 

     Transcrevemos e fazemos acrescentamentos à lista da autoria do estudioso Fernando Meira Lins, lista provavelmente realizada com objetivo de entroncar o comendador Pereira de Araujo e/ou obter informações sobre a linha dos Rufino — nesta listagem são Referidos membros das famílias Carneiro da Cunha, Mendes, Barbosa da Silva, Rufino Barbosa, Carneiro Campello Rodrigues. 

Lista da autoria de Fernando Meira Lins - CATÁLOGO GENEALÓGICO E BIO-ICONOGRÁFICO DE ANTONIO MARQUES DA COSTA SOARES E SUA DESCENDÊNCIA MITO REALIDADE

“José Pereira de Araujo, n. 1838 e f. ...1911. Major da Guarda Nacional. Oficial da Imperial Ordem da Rosa no grau de Comendador. Proprietário das usinas Bananal e Bamburral. Fez testamento em 22.04.1911 no 2º Cartório da Provedoria do Recife casado com Joanna Barbosa da Silva, do engenho Maravilha. Em 04.03.1875 vendem o engenho Atalaia, na freguesia e termo de Serinhaém da comarca de Rio Formoso, conforme escritura pública lavrada no Lv.33, fls.336/338 do 1º Cartório do Recife, do tabelião Severino Pragana [observamos desde logo na lista dos filhos do Dr. Rufino, aparece um José Pereira de Araújo, Filho - homônimo] / Bisneto materno-paterno de Virgínio Carneiro da Cunha e Albuquerque, n. ... e f.09.06.1882 casado com Maria do Carmo Carneiro da Cunha. Bisneto materno-materno de José Berardo Carneiro da Cunha, [cunhado do major Rufino] n.16.01.1856 na freguesia N. S. da Luz- PE. B.11.03.1856 no Oratório do engenho Concordia. Padrinhos: Virgínio Carneiro da Cunha e Albuquerque, e sua mãe, Anna Joaquina Carneiro Rodrigues Campello (Lv. 1855-1860, fl.13v Matriz N. S. da Luz). Médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1877. Um dos primeiros oftalmologistas com atividade profissional no Recife. Lente de Química do Ginásio Pernambucano. F.11.07.1915 no Recife [434] / Julia de Barros Bezerra Cavalcanti, [irmã do major] n.16.06.1864 e f. ..., casados em 07.04.1883 em Oratório privado do engenho Moribara, freguesia de São Lourenço da Mata-PE, na presença do Vig. Francisco A. de Souza Araujo, e testemunhas Ten. Cel. Dr. João Severiano Carneiro da Cunha, e Cap. Tertuliano Carneiro da Cunha Albuquerque (Lv.11, fls.20v/21 Matriz do Corpo Santo). Trineto paterno-paterno de José Bezerra Cavalcanti, n. 1793, [o Velho] casado com Anna Maria José de Mello de Jesus em 1823 [por doc. irmã de Diogo Soares de Albuquerque, filha de José Pedro da Cunha [de Andrade], neta paterna de Pedro da Cunha de Andrade] = José Fagundes de Barros Lima, [sogro do Major.] / ... = Trineto paterno-materno de José Pereira de Araujo / Maria José Cavalcanti da Fonseca = José Rufino Barbosa //.... = Trineto materno-paterno de Manoel Carneiro de Albuquerque / Anna Joaquina Carneiro da Cunha (2ª mulher) = José Mendes Carneiro da Cunha / Clementina Augusta Rodrigues Campello (1ª mulher) = Trineto materno-materno de Tertuliano Carneiro da Cunha e Albuquerque, n.27.04.1831, capitão, e f.... / Maria do Carmo Carneiro e Albuquerque, n. ... e f.02.12.1894, casados em 03.10.1852 = José Rufino Bezerra Cavalcanti, n. 08.1832 [o major] / Maria Januária de Barros Lima [?], casados em 15.08.1863. Tetraneto paterno-paterno de Lourenço Bezerra [n.1759 ?].

 

      Gráfico abaixo construído com acrescentamentos da autora a partir da lista da autoria de Fernando Meira Lins - CATÁLOGO GENEALÓGICO E BIO-ICONOGRÁFICO DE ANTONIO MARQUES DA COSTA SOARES E SUA DESCENDÊNCIA MITO REALIDADE acima - com informações históricas em especial de Cabral de Melo (informações sobre o “Muribeca”).



Os Carneiro da Cunha

       

    Membros desta familia com núcleo histórico no  engenho Tiúma e no engenho Araripe do Meio -  ainda a família Machado da Cunha do engenho Unussú ,AL.

    O Carneiro da Cunha desde a ocupação holandesa foram aliados dos Cavalcanti de Albuquerque e dos Bezerra Cavalcanti, posteriormente muito ligados ao sub-ramo Rufino Bezerra Cavalcanti.

   Antes mesmo do nascimento do patriarca José, da linha Rufino, estavam os Carneiro da Cunha já unidos aos Bezerra Cavalcanti em Vertentes. Fato observado pelo nome de Francisco Carneiro Bezerra Cavalcanti, esposo de Gertrude C. de A., tia do patriarca José. Francisco possivelmente filho de senhora Bezerra da Cunha ou para nós preferencialmente filho de uma tia de Gertrudes , MARIA DE NAZARÉ [Bezerra Cavalcanti] CARNEIRO DA CUNHA, casada com MATHIAS MENDES DE SILVA. Casal com documentação paroquial. Ver discussão no texto “Desenvolvimento”.   

     Por fim sintetizamos nossos conhecimentos obtidos em pesquisa mais recente sobre a revolução 1817 em que observamos atuando numerosos Carneiro da Cunha, parentes colaterais da esposa do patriarca dos Rufino Bezerra Cavalcanti, José n.1793. Entre estes desde já citamos Virgílio Carneiro da Cunha, padre, preso até 1821 (referido por Dias Martins). Eleito deputado nas cortes em 1822, tudo indica filho de uma senhora Campello Rodrigues.

      A partir dos vários engenhos dos quais foram proprietários, relacionamos os núcleos Carneiro da Cunha em atuação em 1817:

 

 1º -  Núcleo do eng. Tiúna - Os Carneiro da Cunha e Berenger de Andrade do núcleo do engenho Tiúma - união dos Carneiro da Cunha e Berenger de Andrade já antiga, desde a luta holandesa.

  

     O Ten. Coronel José Carneiro de Carvalho da Cunha [Berenger de Andrade], ou simplesmente José Carvalho Carneiro da Cunha como aparece na lista dos incriminados em 1817 presos na Bahia até 1821 (em Muniz Tavares) foi tenente-coronel revolucionário muito atuante na Revolução de 1817, citado freqüentemente em nossa historiografia (Cahú, Sylvio de Mello – A Revolução Nativista Pernambucana de 1817, Biblioteca do Exército, 1951, pg. 121), e aparece relacionado no núcleo central familiar do Engenho Tiuma de seu pai, Pedro da Cunha de Andrade (1732) (irmãos do sogro do patriarca José da linha Rufino).

   José Carvalho Carneiro da Cunha é referido com o nome completo de José Carneiro de Carvalho da Cunha Berenger de Andrade em um documento do ano de 1804, quando trata de assuntos ligados ao seu pedido de fidalguia. Assim por seus vários sobrenomes, por vezes apenas parcialmente citados, seria membro das importantes famílias formadoras Carneiro da Cunha e também Berenger de Andrade

O historiador militar Cahú refere sua participação na Revolução de 1817:

“[O Capitão–mor Francisco Xavier Cavalcanti Lins].... Uniu-se também à expedição o tenente-coronel José Carneiro Carvalho da Cunha Berenger [de Andrade] com vários de seus milicianos”.

 

Fonte do Exército Brasileiro reporta igualmente sua atuação.

 

   Também Joaquim Manuel Carneiro da Cunha (n. 1784 em Pernambuco, f. 1852) residente na Paraíba, originário do mesmo engenho Tiúma dos Carneiro da Cunha de Andrade, rico proprietário na Paraíba, participou ativamente da Revolução Pernambucana de 1817 e esteve nos cárceres de Salvador, na Bahia, até 1821, continuando mais tarde honrosa trajetória política (citado pelo Pe. Dias Martins, pg.164). Sua neta Antonia Maria Cavalcanti de Albuquerque Carneiro da Cunha foi dona do famoso “engenho Monjope” e é tida como neta paterna de Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque (sobre esta família e fontes, ver nosso artigo “O Engenho Monjope”).

  Também deste mesmo núcleo, Francisco Xavier Carneiro da Cunha, apelidado Chicão – sugerimos teria atuado como Alferes de Milícia decidido. Com o nome Francisco Xavier de Albuquerque é citado em Dias Martins, pg. 45, preso na Revolução de 1817 até 1821.  O historiador Cahú - opus cit, pg. 121, refere o capitão-mor Francisco Xavier Cavalcanti Lins. Seria ainda o mesmo?

 

  Já o sogro de José, Pedro José dos Reis Carneiro da Cunha (n.1770) desta mesma irmandade estará mais tarde em 1824 tramando e participando da tropa em direção ao Norte com sua esposa Angela Felícia de Albuquerque Lins e Melo de Albuquerque Lins e Mello Carneiro da cunha, o filho Diogo Soares de Albuquerque (II), ainda seu genro José Bezerra Cavalcanti, patriarca dos Rufino, e possivelmente o pai deste, Lourenço Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, nascido em 1759, falecido em 1824 e/ou seu outro filho, Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, n. 1792.

  

 Núcleo do eng. Araripe do Meio – engenho dos Carneiro da Cunha - o engenho “Araripe do Meio” de propriedade de João Carneiro da Cunha - originário do mesmo engenho central Tiuma.

     Advertimos que o mártir revolucionário de 1817, José de Barros Lima, teria tido suas mãos decepadas enterradas na capela do Engenho do Meio - acreditamos na capela do “engenho Araripe do Meio” dos Carneiro da Cunha onde foram enterradas também as mãos do herói e mártir Amaro Gomes Coutinho (ver nosso trabalho “Os Suassuna”com fontes).

    Fontes biográficas do herói Amaro Gomes Coutinho estão baseadas no inquérito realizado na Paraíba, hoje no Arquivo Nacional, e referem seu nascimento na Paraíba c.1774, falecimento em Recife, executado em 21 de agosto de 1817. Coronel do regimento miliciano de brancos e proprietário de terras, Amaro Gomes atuou com seu cunhado Estevão José Carneiro deste clã do engenho Araripe, casado com asua irmã, Rosa Cândida Tenório de Aragão (filha de Amaro Gomes da Silva Coutinho e Cândida Rosa de Aragão). Estevão José Carneiro da Cunha capitão da Vila de Igarassu e filho do João Carneiro da Cunha, proprietário do “engenho Araripe, oriundo do Tiúma.

  N fonte Geni, Estêvão José Carneiro da Cunha (1762 —1832), aparece como capitão-mor da Vila de Igarassu, filho de João Carneiro da Cunha, (I), o Bom, senhor do Engenho Araripe e Antônia da Cunha Souto Maior. Estevão após o fracasso da revolução de 17 conseguiu evadir-se, e muito preparado, mais tarde tornou-se Senador no Império.

    Amaro Gomes Coutinho herói independentista de1817 não só tivera suas mãos amputadas e sepultadas na capela do Engenho do Meio (em Araripe), cuja propriedade era dos Carneiro da Cunha, mas também teve sua cabeça exposta em seu sítio “Varadouro” em João Pessoa (fonte seu descendente Carlos Alexandre Costa Lima). Amaro Gomes atuara não só com este seu cunhado Estevão citado acima, mas também com José Carneiro de Carvalho da Cunha Berenger de Andrade, oriundo do engenho Tiúma, tenente-coronel já reportado, comandante das tropas de linha revolucionárias da Paraíba durante a Revolução; provavelmente ainda com Manoel de Carvalho Paes de Andrade, outro filho de João Carneiro da Cunha deste núcleo familiar do engenho Araripe do Meio.

     Este Manoel encontramos citado na lista dos incriminados em 1817 de Muniz Tavares, como “auzente” (sic.) - entendendo-se naturalmente que havia conseguido escapar (a parentela relacionada em fontes genealógicas “parentesco com/” e Geni – informações sobre Rosa Cândida por Claudete Cavalcanti de Araujo Massard).

  

   Da geração seguinte, e ainda muito jovem, mas do mesmo engenho Araripe, Amaro Gomes da Cunha Rabelo (? -?) teria também conspirado - irmão de José Inácio Gomes Cunha Rabelo (1806-1864) segundo a fonte Blog do Engenhos com documento citado. Amaro Gomes da Cunha Rabelo foi “Tenente Coronel de Milícias de Brancos da Capital”; “Cavalheiro da Ordem de Cristo”; e membro (maçon?) da Academia do Cabo de Santo Agostinho e Paraíso. Lembramos - Ignácia Xavier da Cunha Rabello, esposa do Coronel da Guarda Nacional, Amaro Gomes da Cunha Rabello (que declinou o título de Barão lhe oferecido por D. Pedro II em 1879, declarando-se Republicano) recebeu o lider republicano Antônio da Silva Jardim (1860-1891) no seu Engenho Tabairé (informações de seu descendente Carlos Alexandre da Fonseca Lima à autora pelo facebook em 2021).        


3º núcleo - Carneiro da Cunha e Machado da Cunha do eng.Unussu, em Alagoas

   

    Os Carneiro da Cunha e Machado da Cunha em 1817 atuaram em auxilio e apoio ao núcleo central dos Cavalcanti de Albuquerque do “Engenho Flamenguinho”, em AL, mais tarde estabelecidos no engenho “Castanha Grande”, também em Alagoas.

 

  Na geração da fronda de 1710 os Carneiro da Cunha já estavam unidos ao tronco central dos Cavalcanti de Albuquerque descendentes de Antonio, filho do florentino (Cabral de Mello – A Fronda dos Mazombos” e “A Fronda de 1710” , nosso artigo ainda inédito ).   Na geração da revolução de 1817 foram agora esses Cavalcanti do ramo central apoiados política e moralmente  pelos Machado da Cunha

    Ao tronco central C. de A. pertencia nesta ocasião o seminarista Manuel Cavalcanti de Albuquerque (1792-1870) do eng. Flamenguinho, em Alagoas.  O jovem seminarista segundo seus descendentes foi comprometido em 1817 e teve sua cabeça colocada à prêmio, mas conseguira evadira-se e esconder-se nas matas do engenho familiar por longo tempo, não sendo preso - sua família estimulada e apoiada nesta decisão pelos seus vizinhos Machado da Cunha do engenho “Unussú”. 

     Recentemente percebemos que um revolucionário de 1817 de nome Manuel Carneiro Cavalcante, também consta como “ausente” (foragido) na lista dos incriminados na Paraíba referidos em lista de Munis Tavares – poderia ser este o nosso seminarista foragido, usando o nome familiar de sua ascendente feminina paterna (avó) Sebastiana Carvalho, portanto, nome parcialmente modificado e agindo na Paraíba?

 

   Os Cavalcanti deste ramo do Castanha Grande, AL, mantiveram-se republicanos durante todo o século XIX.  Neste sentido sugerimos em especial a leitura do artigo “Os Cavalcanti em Questão” onde tratamos a trajetória política do descendente Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti.

      Ver também nossos trabalhos “Ramo Cavalcanti de Albuquerque do engenho Castanha Grande”, “A surpresa de Heleni”, “1817” e “ O ramo dos Suassuna”  editados no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/

  

Os Soares de Albuquerque

 

   Parente colateral dos Bezerra Cavalcanti de Vertentes foi o major Diogo Soares de Albuquerque III (f. 1879), cunhado do patriarca José da linha Rufino e teria participado com seus pais e parentes do episódio republicano de Frei Caneca,Revolta do equador  em 1824 em Pernambuco - segundo as fontes e as conclusões acima, no texto principal.

  

   Em relação às origens cristãs-novas desses Soares de Albuquerque, o historiador Evaldo Cabral de Mello (O Nome e o Sangue, pg. 116) lembra que dois irmãos originais Soares da Cunha no período Colonial eram cristãos-novos, comerciantes de açúcar na década de 1570 em Pernambuco, e se tornaram donos de engenho e mesmo exportadores - um dos engenhos com capela dedicada a nossa Senhora do Rosário (o Muribeca).     

   Varnhagen comenta que Gaspar Soares antes de 1640 herdeiro dos engenhos “Velho” e “Novo” na Muribeca teria sido punido pelos holandeses com pena de prisão por 10 anos, sofrido punições financeiras e ainda ficado com lesões físicas por tortura (Varnhagen, Francisco Adolpho - Historia das Lutas com os Hollandeses no Brazil desde 1624 a 1654, pgs. 139 e 146, Historia do Brasil, pg. 168 e 172). Sobre esses engenhos e seus habitantes – o “Velho”, depois “Muribeca”, Evaldo Cabral de Mello - O Bagaço, pg. 86; e sobre o engenho “Novo”, depois “Suassuna”, opus cit. pg. 98.

       

    Lembramos que o distrito de Muribeca em Pernambuco acompanhou com entusiasmo o levante de Ipojuca em 1645 por ocasião da Restauração sob o comando de João Soares de Albuquerque -  descendente desses proprietários do engenho desse nome, cuja famíla já sofrera no passado terríveis vicissitudes nesta guerra holandesa - ele acompanhado pelo Capitão, certamente seu parente, Bartolomeo Soares da Cunha (ver nosso livro “Antonio Cavalcanti - o da Guerra”, no prelo, mas já aberto a consultas).

    João Soares de Albuquerque se destaca nesta guerra contra a ocupação holandesa. Por sua ascendência cristão-nova seria, entretanto, já considerado um Albuquerque, pois qualquer dos dois irmãos Soares originais foram casados com senhoras descendentes de Jerônimo de Albuquerque. (O genealogista C.E. Barata (DFB, verbete Soares de Albuquerque) lembra que os dois irmãos Soares da Cunha chegados à Pernambuco, o primeiro, Fernão Soares, foi casado com Catarina, uma neta de Jerônimo de Albuquerque; e o outro Diogo Soares (I) casado com sua própria sobrinha, Isabel Soares de Albuquerque).

 

       Barata, DFB, no verbete Albuquerque refere  João Soares de Albuquerque por sua ascendência cristão-nova, mas que  seria, entretanto, já considerado um Albuquerque – pois os dois irmãos Soares originais haviam sido casados com senhoras descendentes de Jerônimo de Albuquerque

 

       A ele se refere, afirmando: “Tomou parte da “Carreira dos Mazombos”, local hoje denominado “Arrombados”, em que os holandeses foram completamente destroçados em 16/10/45. Em 5/8/1646 e juntamente com Braz Soares, repele um ataque do inimigo. Ainda em 19/2/1649 saiu ferido na segunda batalha dos Guararapes” (Consultar nosso livro “Antonio da Guerra”, no prelo, mas aberto a consultas – trecho referente à “Carreira dos Mazombos”, nota 89).

 

      Assim sendo, não nos surprrende que o major Diogo Soares de Albuquerque III (f. 1879) cunhado do patriarca José da linha Rufino quase dois seculos depois tenha participado com seus pais do episódio republicano de 1824 em Pernambuco, segundo nossas conclusões.





Nenhum comentário:

Postar um comentário