Listagem dos Cavalcanti de Albuquerque Suassuna
INTRODUÇÃO
Esta listagem referente à linhagem Suassuna apresenta duas situações políticas frente ao Império Brasileiro:
1 – uma linhagem nobilitada pelo Governo Imperial
2 – e outra linha não nobilitada dos Suassuna
Ao tentar recompor a linhagem dos Cavalcanti de Albuquerque do engenho Suassuna (Jaboatão, PE) observamos que esta linhagem adotou como próprio sobrenome o nome d e seu engenho, que significava “veado negro” em tupi - nome também de riacho que passa pela região, às margens do qual onde a memória familiar registra enfrentamento de seus proprietários contra holandeses no sec. XVI.
Entretanto, a parte não nobilitada da família foi desenvolvida pela senhora Mariana Correia de Albuquerque e seu esposo Raymundo Salles [Cavalcanti de Albuquerque] que adotaram também para sua descendência este prestigioso nome de origem indígena.
No começo do século XIX, Mariana Feliciana Correia de Albuquerque sugerira ao seu marido Raimundo Francisco de Salles [Cavalcanti de Albuquerque] a adoção para seu filho Alexandrino Felício o sobrenome “Suassuna”, especialmente por questões de orgulho nacionalista.
Neste artigo tentaremos ligar genealogicamente a linha original descendente do florentino Filippo Cavalcanti à linha segura e já bem conhecida dos Suassuna nobilitados, fornecida pela estudiosa Adalzira Bittencourt (2). Acrescentamos para o ramo não nobilitado informações familiares mais recentes fornecidas pela jovem Rachel Suassuna desta geração, além de informações em trabalho do consagrado escritor Ariano Suassuna, membro da família, e mesmo seu primo Raymundo que escreveu o texto “Os Suassuna - A saga de uma Genealogia”.
As informações e lista familiar Rachel Suassuna nos foram gentilmente fornecidas por e-mail em 2008, junto com pdf do trabalho genealógico de seu parente Raimundo Suassuna – trabalho para o qual o próprio Ariano fez notável “Introdução” – texto que temos como literariamente importante.
Por fim, pretendemos acoplar a lista dos
Suassuna nobilitados aos não nobilitados.
DESENVOLVIMENTO
A junção original da linha antiga dos Cavalcanti de Albuquerque com a dos denominados Suassuna do século XVIII se dará pela figura feminina de Ana Cavalcanti, casada com Francisco Xavier Bernardes – nome indicado na listagem da genealogista Adalzira Bittencourt (3) ou Luíz Xavier Bernardes nome referido em documento de época - documento de 1744 em que Luíz Xavier Bernardes faz doação para seus filhos José Bernardes e Francisco Xavier Cavalcanti, “a falta de outros”. Este documento aparece citado por João de Lyra Tavares em seus “Apontamentos para a História Territorial da Parahyba”, Paraíba, Imprensa Oficial, 1909, págs. 192/193.
Em especial,
observamos que sendo este documento verídico o militar Luiz Xavier Bernardes
teria tido também um outro filho, José
Bernardes, não comentado ainda em nenhuma outra fonte, e neste caso poderia
ser o pai de Raymundo Salles [Cavalcanti de Albuquerque] casado com a sra. Mariana
Feliciana Correia de Albuquerque dando origem a linha familiar não nobilitada.
Na versão de Raquel Suassuna e do próprio escritor Ariano Suassuna a junção não enobrecida é realizada pelo militar Luiz Xavier Bernardes, como referido na “Introdução” ao livro de seu primo Raymundo Suassuna.
Assim vejamos, desde os primeiros Cavalcanti de Albuquerque no Brasil (sec. XVI):
Filippo
di Giovanni Cavalcanti, o Florentino,+
Catarina Cavalcanti de Albuquerque, pais de:
Antonio
+ Isabel de Goes, pais de:
Isabel +
Manuel Gonçalves Cerqueira, pais de:
Antonio “da Guerra” + Margarida Souza, pais de:
Isabel + Jerônimo Fragoso, pais de:
Jerônimo Cav. de Albuq. + Florence
Rocha, pais de:
Paulo de
Albuquerque + *Angela Cav. de Albuquerque. pais de:
Antonio Cavalcanti de
Albuquerque. + Maria Manoela de Mello, pais de:
Ana Cavalcanti + Francisco
Xavier Bernardino (como aparece
na lista de Bittencourt) ou Luíz Xavier Bernardes (mestre de campo
português, documentado em 1744 “ao doar para seus filhos José Bernardes e Francisco Xavier Cavalcanti, a falta de
outros”). Pais de:
I I
* Filhos homens do Coronel ou General Suassuna:
Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1793-1880), Visconde de Suassuna em 1860.
José Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1795 -1817) – capitão, faleceu como mártir em enfretamento durante a Revolução de 1817, seu corpo vandalizado.
Antonio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1797-1863), Visconde de Albuquerque em 1834.
Luiz Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque (1799 -1838) desembargador da Relação de Pernambuco
Manoel Francisco de Paula Cavalcanti (1804 – 1894) Barão de Muribeca em 1860.
Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque (1806-1875), irmão mais moço. Barão em 1860 e Visconde de Camaragibe em 1875 (4).
CONCLUSÂO
Na “Introdução” deste osso trabalho havíamos comentado a existência de dois ramos da nova estirpe dos Cavalcanti de Albuquerque surgida no começo do século XIX no engenho Suassuna (PE) - um dos ramo mais tarde nobilitado no Império e outro não nobilitado.
No decorrer do “Desenvolvimento” trabalhamos com a hipótese que o ramo Suassuna não nobilitado ter origem na ligação de Raymundo Francisco de Salles atravez seu pai documentado José Bernardes, v.1744, irmão do velho Suassuna - Capitão-mor Francisco Xavier C. A. Suassuna (n. c. 1731-?). José Bernardes provavelmente casado com senhora de sobrenome Salles (de Areias, Paraíba?).
O filho deste casal, Raymundo Francisco
Salles [Cavalcanti de Albuquerque], v. 1824, em época revolucionária em
Pernambuco teria casado com D. Mariana Correia de Albuquerque e adotado para si
e sua prole também o sobrenome Suassuna por questões patrióticas nacionalistas.
Para melhor entendimento e aprofundamento desta junção acrescentamos ainda algumas observações e comentários sobre as personalidades assinaladas acima com asteriscos:
- *Angela Cavalcanti de Albuquerque, citada em Bittencourt, opus cit. pg. 298, seria filha de Antonio Cavalcanti de Albuquerque e Ângela Lins. Esta filha de Fernão Carvalho de Sá e de Brites Lins de Albuquerque.
- *Felipa Cavalcanti de Albuquerque ou [Maria] Felipa [Ferreira] Cavalcanti de Albuquerque - filha de Gonçalo Xavier Cavalcanti de Albuquerque, senhor do engenho Pantorra e Luíza Bandeira de Melo, casada com o patriarca dos Suassuna Cap-mor Francisco Xavier C. A. Suassuna (n.c.1731-?) (5).
“...seria filha de Gonçalo Xavier Cavalcanti de Albuquerque e Luiza Bandeira de Melo, neta paterna de Mateus Souza e Luiza Cavalcanti de Albuquerque. Neta materna de Antonio Cavalcanti de Albuquerque “o da Guerra” e Margarida Souza. Trineta de Arnau de Holanda Barreto e Luiza Pessoa, esta filha de João Cavalcanti de Albuquerque e Maria Pessoa”.
Pela fonte Geni,
entretanto, informações de seu pai a indicam neta de Lusia Margarida de Souza
[no caso bisneta do “da Guerra”] e pelo lado paterno sua mãe teria sido Luiza Bernada
de
Melo, e não Bandeira de Melo (6).
- *O
General de Divisão revolucionário em 1817, Francisco de Paula, o famoso
“Coronel Suassuna” teve irmãos também conspiradores e ativistas, irmãs com
participação política e descendências também mais tarde engajadas e ilustres. Sobre
o clã Suassuna, sua liderança e atuação entre os núcleos revoltosos de atuação
na Revolução de 1817 ver nosso artigo “1817”, também “Cavalcantis em Questão” e
o trabalho mais longo publicado no mesmo blog “Os Suassuna, ramo do Cavalcanti
de Albuquerque”. Adiantamos que seu irmão mais velho, Cap. de Artilharia e
General José Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque também
participou da Conspiração Suassuna de 1801 e da Revolução Pernambucana de 1817,
“tanto no campo doutrinário do engenho Suassuna quanto no campo de luta”, mas morreu
possivelmente em Moçambique. Seu filho José Francisco de Paula e Holanda
Cavalcanti de Albuquerque (1795 -1817) – capitão, faleceu como mártir em enfretamento
durante a Revolução de 1817, seu corpo vandalizado - morte em condições trágicas. Detalhes sobre seus
filhos nobilitados nota 4.
* Sobre Ana Cavalcanti, a lista de Bittencout informa que foi casada com Francisco Xavier Bernardino. Entretanto, no texto de “Introdução” ao trabalho de seu primo Raimundo, redigido pelo próprio escritor Ariano Suassuna, Rachel Suassuna já refere que Ana foi casada com Luiz Xavier Bernardes. Na lista do ramo Suassuna citada em trabalho de Doria, F. A e outros (7) o elo genealógico familiar se daria por uma filha do anterior Jerônimo e Florência Castro Rocha, Francisca Cavalcanti, que estes autores afirmam casada com Luiz Xavier Bernardo - militar de quem fornece várias outras informações. Estes autores excluem duas gerações se comparadas à lista de Bittencourt. Pensamos equívoco de Dória, pois o nome citado por Bittencourt nesta lista de Jerônimo é um Francisco. A meu ver as informações de Bittencourt adaptam-se melhor e apresentam mais duas gerações.
* O Tenente Coronel Luiz Xavier Bernardes, segundo Doria e outros (opus cit.), seria “oficial de engenharia reinol, radicado em Pernambuco, ajudante de ordens do governador geral e filho de Inácio Franco. Engenheiro militar projetou fortificações em Trás os Montes e em 1716 passa ao Brasil, à Paraíba, comissionado como engenheiro militar. Radicou-se em Pernambuco, onde o atesta mais tardiamente um documento de 1746, quando é preterido na promoção a mestre de campo do Terço de Olinda em lugar de Antonio Borges da Fonseca (fonte JM Santos).
As informações recolhidas pelo próprio escritor Ariano Suassuna relatam que Luiz Xavier Bernardes viveu em Pernambuco.
Mas suas ligações com a Paraíba estão documentadas pelo menos desde 1744, quando em 3 de dezembro requereu terras no sertão Cariry para si e “para poder fazer patrimônio a seus filhos - as da parte do sul para José Bernardes e as da parte norte para Francisco Xavier Cavalcanti, “sem prejuízo de terceiro por não haver heréo a quem possa prejudicar” (documento citado por João de Lyra Tavares em “Apontamentos para a História Territorial da Parahyba”, Paraíba, imprensa Oficial, 1909, págs. 192/193).
Notamos que nesta mesma obra de João Lyra Tavares, o Tenente General Luís Xavier Bernardes tem seu nome escrito de formas diferentes - Luís Xavier Bernardo (pág. 202) e mesmo Luís Chavier Bernardes (pág. 131).
O primo do escritor Ariano Suassuna, Raimundo Suassuna em seu texto (“Os Suassuna – uma estirpe”, em pdf., com Introdução do próprio Ariano Sausssuna) refere o esposo de D. Mariana como Raymundo Francisco de Salles Suassuna, já pela adoção preferencial, como seus parentes, do apelido vulgarizado, ocultando o sobrenome Cavalcanti de Albuquerque. Mas Raimundo Suassuna comenta que Raymundo Salles seria primo de José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, o mais velho dos conspiradores do clã Suassuna.
* Raquel Suassuna é uma jovem descendente dos Suassuna não enobrecidos e em depoimento à autora por e-mail em 2008, por suas próprias palavras (entre chaves nossos esclarecimentos) afirma: “... Ana casou-se com um militar chamado Luiz Xavier Bernardes. E teve como filho: Raymundo Francisco de Salles Cavalcanti de Albuquerque, este bisavô de Ariano [Suassuna escritor]. Raimundo casou-se com Mariana Francisco Correia de Albuquerque. A Sra. Mariana sugeriu ao marido Raymundo o uso do sobrenome Suassuna (veado negro em tupy) por nacionalismo. Parece que depois de uma batalha, num lugar chamado Riacho do Veado Negro. Já ouvi falar que foi neste lugar onde os meus ancestrais ganharam uma batalha (ver comentário ao final). O avô de Ariano, Alexandrino Felício Suassuna casou-se com [Joana Francisca] Pessoa de Vasconcelos e teve como filho João Urbano Pessoa Vasconcelos Suassuna em 19/01/1886. João Urbano casou-se e teve nove filhos, dentre eles Ariano. Benedita Cândida Suassuna (bisavó de meu pai). Ela casou-se com Manoel Moreira Suassuna e teve como filhos dentre eles Sólon Moreira Suassuna (avô de meu pai). Solon teve duas esposas. Com a primeira teve os filhos: Odeto Suassuna, Adauto Suassuna, Mosarina Suassuna, Nilza Suassuna (mãe de meu pai). Nilza Suassuna casou-se com Antônio Virgolino Sobrinho e teve como filhos; Maria de Nazaré de Carvalho, Inácia Idevalda de Carvalho, Francisco Suassuna Virgolino (meu pai), Antônio Virgolino de Carvalho, Paulo Virgolino da Silva e Yaponira Virgolino de ...”.
Assim sendo, todas as fontes familiares concordam – o escritor Ariano Suassuna, seu primo Raimundo e a própria de Raquel Bezerra Suassuna - foi D. Mariana quem teria sugerido ao marido por questão de nacionalismo adotar o Suassuna para a denominação também de sua descendência.
Para Raquel equivocadamente Raymundo Francisco de Salles [Cavalcanti de Albuquerque] - ela não conhecia o documento por nós referido - seria filho do militar Luiz Xavier, o que temos como equívoco. Já os Salles, sabemos provenientes de Areias, Paraíba, onde um monsenhor ainda aparece no sec. XIX XX. O descendente primo de Raquel, Raimundo Suassuna não o menciona como Cavalcanti de Albuquerque, apenas refere Raimundo Francisco de Salles Suassuna (já pela a adoção, como seus parentes, do apelido vulgarizado). Mas Raymundo de Salles, e comprovamos, seria primo de José de Paula Cavalcanti, um dos irmãos conspiradores do primeiro clã Suassuna casado com Mariana Felícia Correia de Albuquerque - esta possivelmente parenta da matriarca do clã, Felipa (ver acima Felipa).
Pelas datas acreditamos que Mariana fosse uma sobrinha de Felipa, matriarca dos Suassuna possivelmente ligada ao engenho Suassuna pelo lado Correia, antigos donos do engenho. Nota-se que o nome Mariana se repete várias vezes no clã Suassuna revolucionário – em filha de Felipa e até na filha do famoso General Suassuna. O sobrenome Correia e o prenome Mariana aparecem no perfil (fonte Geni) de Pedro d`Albuquerque, Governador do RN, em geração anterior (este marido de Maria Correia de Paiva, Sra. Eng. Bujary e irmão de João Gomes de Melo, Senhor do Eng. Bujary; ainda de Mariana de Albuquerque (?) e Jerônima de Albuquerque de Melo.
O casal Mariana e Raymundo teria ido morar em Marins, Rio Grande do Norte, por intervenção deste primo do seu marido, o conspirador José de Paula que fora governador deste mesmo Estado onde teria nascido Alexandrino Felício Suassuna [também um Cavalcanti de Albuquerque] (fonte texto de Raimundo Suassuna). Mais detalhes em nosso trabalho “1817” e “Os Suassuna ramo do Cavalcanti de Albuquerque” e “Ramo Cavalcanti de Albuquerque Lacerda no Rio de Janeiro”.
Por fonte local confirmamos que o engenho
Engenho Suassuna teria sido invadido pelos holandeses em um dos seus assaltos à
Muribeca no sec. XVII quando então pertencia a João de Barros Correia (casado com Luiza de Albuquerque, fonte
MyHeritage-Family Tree Built). Este segundo o historiador Evaldo Cabral de Melo
seria filho de Fernão Soares que por fim deveu a Wike (fonte “O Bagaço da
Cana”, Pinguim, pg. 98). Fonte genealógica MyHeritage-Family Tree Built refere
ainda seu filho Marcos de Barros Correia (1641-1684) casado com Margarida de
Mello, e seu pai Heitor de Barros Correia casado com Margarida (?) Barbosa.
*Alexandrino Felício “Suassuna” [Cav. de Albuquerque] (1824-1906) casado com Joana Francisca Pessoa de Vasconcellos. Personagem interessante devendo ser mais bem estudada. Afirma o descendente Raimundo Suassuna em seu texto: “RAYMUNDO FRANCISCO DE SALLES SUASSUNA .... casou-se com MARIANA FELÍCIA SUASSUNA, nascida em Martins-RN. Era muito bonita, de estatura baixa, pele alva e corada, tinha cabelos lisos, castanhos claros, tão compridos que quase chegavam a arrastar no chão. Dessa união houve 3 filhos: Alexandrino Felício Suassuna, Francisca e Maria Perpétua de Jesus (Bizinha). Alexandrino nasceu em Martins-RN, em 03/09/1824 e faleceu em 05/03/1906, morreu em uma de suas fazendas, a VOLTA. Foi sepultado em Catolé do Rocha. Ele possuía três fazendas. Marcelina, Fortuna (que Mãe Joaninha recebeu de herança do Padre Felipe, seu avô) e Volta (onde morava). A Fortuna ficava no Rio Grande do Norte e a Marcelina e Volta, na Paraíba. Na cidade de Catolé do Rocha, ele tinha três casas, uma delas, conhecida como Casa Grande. Era um homem próspero, mas meio esquisito: muito católico, quando sentiu que ia morrer confessou-se comungou e fechou os olhos, passando assim dezoito dias, até à hora em que faleceu, dizia que não queria mais ver o mundo. Carinhosamente, seus netos, como eu, chamavam-no “Papai Didido”. Era de estatura mediana, alvo, nariz afilado, cabelos loiros"....
Questões relativas á sua curiosa
personalidade foram já abordadas e discutidas em nosso artigo “Ramo Cavalcanti
Albuquerque [de Lacerda] no Rio de Janeiro, proveniente da Paraíba no século
XIX”, artigo publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
* João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna (1927-2014), pai do escritor Ariano Suassuna. Faleceu por questões políticas conservadoras em choque com os parentes de governador progressista da época João Pessoa. Personalidade já com ampla análise historiográfica.
* Por fim o escritor Ariano Suassuna afirma em texto de “Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e Seus Descendentes” (8) buscado suas origens afirma: “De qualquer maneira, sabe-se que do fim do século XVIII para o começo do XIX, viveu em Pernambuco um Cavalcanti de Albuquerque, chamado Francisco Xavier ou Francisco de Paula e ele foi pai de Francisco Antônio de Paula Cavalcanti de Albuquerque, Visconde de Suassuna. O mais provável, entretanto, é que o nome do Coronel seja, mesmo, Francisco Xavier. Mais rigorosamente, seu sobrenome deveria ser Bernardes, o do seu pai, e não Cavalcanti de Albuquerque, que era o da sua mãe, a quem Orlando Cavalcanti de Albuquerque, atribui o nome de Felipa, e Carlos Xavier Paes Barreto o de Ana).
Entretanto, segundo A. Bittencourt (9), seria Ana na geração anterior casada com Francisco Xavier Bernardino, e Felipa na geração seguinte, casada com o cap. Mor Francisco Xavier Cavalcanti de Albuquerque. Neste caso, o fato seria ainda desconhecido pelo escritor Ariano.
Mas já termina Ariano sua Introdução ao
outro texto de seu primo: “Concluo, portanto, com esta história, a
apresentação que me foi encomendada. Se tivesse mais tempo, tê-la-ia feito melhor.
Não sei se Raimundo [seu primo] vai achá-la bonita, como pediu, mas foi feita
com uma grande sinceridade e uma enorme paixão. Nas pessoas de meu bisavô
RAYMUNDO e minha bisavó MARIANA: de meu avô ALEXANDRINO e minha avó JOANA, de
meu pai JOÃO, e minha mãe RITA”...
O escritor Ariano Suassuna pelo lado da avó materna teria tido uma ascendente, Ana Francisca Xavier de Figueiredo, casada com Benvenuto Pessoa de Vasconcellos.
Notas:
(1) Torres, Rosa Sampaio - artigo “Os Suassuna – ramo dos Cavalcanti de Albuquerque” publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ com fontes e bibliografia especificada.
(2) Bittencourt, Adalzira - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1965.
(3) Bittencourt, Adalzira - opus cit., pg. 298, 299,
(4) Resumo das atuações dos seis filhos homens do Coronel Suassuna que marcam seu enobrecimento pelo Império - resumo já apresentado na nota 154 do nosso trabalho “Os Suassuna – ramo dos Cavalcanti de Albuquerque”, publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/:
a - Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1793-1880), o mais velho dos seis irmãos. Assinou simplesmente o nome “Francisco de Paula Cavalcanti Junior” participando com seu pai da própria formação do Governo Revolucionário em 1817. Punido, enviado para a Bahia onde permanceu quatro anos até a liberação geral em 1821. Teria também atuado no pacto de Beberibe em 21 com representante dos revoltosos. Readmitido no Exército em 1821. Fez parte da “Junta dos Matutos” em 1823 e ocupou o cargo de presidente da província de Pernambuco pelo partido Conservador em três ocasiões. Visconde de Suassuna em 1860. Casado com Maria Joaquina de Paula C. de A, filha primogênita de sua tia paterna Maria Francisca de Paula C. de A. casada com o revolucionário Joaquim José de Vaz Salgado, e irmã de Teresa de Jesus Salgado Cavalcanti depois casada com seu irmão Luiz Francisco, deputado em várias legislaturas, falecido em 1838.
b - José Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1795 -1817) –militar, capitão, faleceu como mártir em um enfretamento durante a Revolução de 1817, seu corpo vandalizado - morte em condições trágicas, já comentada no texto.
c- Antonio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1797-1863), De formação militar, atuou discretamente em 1817 sendo incriminado com os familiares, mas não preso. Provavelmente atuou também em 1821 discretamente no episódio de Goiana com seu irmão Luiz Francisco e os primos Rego Barros, e Jose Francisco de Paula. Não foi comprometido nesta ocasião. Deputado nas primeiras eleições à Assembléia Geral Legislativa, Visconde de Albuquerque em 1834, também chamado Holanda. Casado com Emília Amália de Albuquerque foi Senador, Ministro da Fazenda (em 1830, 31, 32, 46, 62) da Marinha (em 1840, 44, 45, 46), Interino de Guerra (45), tendo disputado mesmo com Feijó a regência Una. Conselheiro do Imperador, Ministro de Fazenda no gabinete de 1830, retornou ao Ministério na crise da Abdicação. Foi Grão-Mestre Maçon. Perdeu mais tarde um filho na guerra do Paraguai.
d- Luiz Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque (1799 -1838), homônimo de seu tio Luís Francisco. Estudava em Coimbra durante o episódio de 17, e se formou em 1820. Teria participado do episódio rebelde de Goiana em 21, pois constatamos seu nome na lista dos presos embarcados para Lisboa, indicado como “o desembargador”. Após a Independência, em 1823 nomeado juiz e depois desembargador da Relação de Pernambuco. Esteve entre os primeiros deputados eleitos para a Assembléia Geral Legislativa, junto de seus irmãos Francisco e Antônio, representando Pernambuco, durante as primeiras sessões legislativas, de 1826 a 1838. Luís foi cotado para concorrer com o Padre Diogo Antônio Feijó à Regência Una, em 1831, mas a escolha acabou recaindo sobre seu irmão Antônio. Em junho de 1835, apresentou à Câmara um projeto propondo a maioridade do Imperador e do Príncipe Imperial aos 14 anos. O projeto foi recusado, mas continuaria fermentando no seio do Partido Liberal e, cinco anos depois, se concretizaria no Golpe da Maioridade. Faleceu cedo, aos 39 anos de idade. Foi casado com sua prima Teresa de Jesus Salgado Cavalcanti, filha de sua tia paterna Ana Maria Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque e de Joaquim José Vaz Salgado, revolucionário de 17.
e - Manoel Francisco de Paula Cavalcanti (1804 - 1894), formado em Matemática em Coimbra, em 1821. Militou no partido Conservador diversas vezes como deputado provincial e uma vez como suplente da Assembléia Geral. Elevado a Barão de Muribeca em 1860. Casou-se com sua prima Maria da Conceição do Rego Barros, filha de sua tia paterna Mariana Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque e de Francisco do Rego Barros. Manoel foi senhor de vários engenhos. No engenho São João, localizado na freguesia da Várzea, em Recife, faleceu na avançada idade de 89 anos, já viúvo. Não teve filhos,
f - Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque (1806-1875) irmão mais moço. - formado em Direito pela Universidade de Coimbra, doutorado também em Direito na Universidade de Goeting na Alemanha em 1827. Deputado Provincial diversas vezes, foi Deputado a Assembléia Geral em seis legislaturas, tendo presidido a Câmara diversas vezes. Senador por sua Província, nomeado em 1869. Barão em 1860 e Visconde de Camaragibe em 1875 Do Conselho do Imperador. Camaragibe desposou Ana Tereza Correia de Araújo, a filha do Coronel Manoel Correia de Araújo, senhor do engenho Serinhaém, representante dos agricultores no governo revolucionário de 1817.
As fontes dessas pequenas notas biográficas: informações básicas da genealogista Adalzira Bittencourt - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Rio de Janeiro, Livros de Portugal S/A, 1965, listagem baseada em Jaboatão e Borges da Fonseca, corrigida por Carlos Xavier de Paes Barreto, pgs. 300, 339 e 340. Torres, Rosa Sampaio – “Família Cavalcanti de Albuquerque”, livreto, 1ª edição, Gráfica Visual, 2001, em 2ª edição na mídia eletrônica em pdf; “Os Suassuna – ramo dos Cavalcanti de Albuquerque”, publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/; o artigo “Os Cavalcanti em Questão” no blog da autora. Complementações em http://www.sfreinobreza.com/ANB02.HTM (Archivo Nobiliarchico Brasileiro) e na Wikipédia. Acrescidas informações a partir também desta nossa atual pesquisa.
(5) Bittencourt, Adalzira - opus cit., pg. 299.
(6) Sobre Luiza Bernarda de Melo:
Fonte Geni mídia eletrônica: - Nomes alternativos: "Luzia Bernarda de Melo", "Luiza Bernarda de Mello; Luísa Bernarda de Mello; Luísa Bernarda de Mello "Data de nascimento: cerca 1710 Local de nascimento: Brasil Falecimento: Brasil. Família imediata:
Filha de André
Vieira de Melo, Sr Eng. Pindoba e Ana
Teresa dos Reis, Sra. Eng. Pindoba.
Esposa de Gonçalo
Francisco Xavier Ferreira de Souza, Eng. Pantorra/Pindoba.
Mãe de Ana
da Paz Cavalcante, I; Pedro
Cavalcante de Albuquerque, Senhor dos Engenhos Pindoba de Baixo e Pantorra; Maria Felipa Ferreira de Souza Cavalcanti
de Albuquerque; Ana
Maria de Santa Rita e Albuquerque Irmã de Catarina
José de Melo e Ana
Maria de Melo.
Managed by: Maria Engracia Basto Regis
Esposo: "Gonçalo Francisco Xavier Ferreira de Sousa" ou "Gonçalo Francisco Xavier Cavalcanti": Senhor dos engenhos Pantorra e Pindoba.
Data de nascimento: estimado entre 1622 e 1742
Falecimento, 31 Dezembro 1783.
Filho de Matias Ferreira Ferreira de Sousa, Senhor dos Engenhos Anjo e Pantorra; Mathias Ferreira de Sousa Xavier Ferreira de Souza e Lusia Margarida Cavalcanti – [ela com um segundo casamento com Joaquim Francisco Cavalcanti de Melo? - ligação com Margarida de Souza, esposa de Antonio da Guerra; ainda mãe de Antonia do Monte]
Esposo de Luiza Bernarda de Melo.
Pai de Pedro Cavalcanti de Albuquerque; Maria Felipa Ferreira de Souza Cavalcanti de Albuquerque e Ana Maria de Santa Rita.
Irmão de: João Cavalcanti de Albuquerque [de Mello?]; Francisco do Rêgo Barros, Senhor do Engenho de Arariba; Nicolau Coelho de Albuquerque; Lusia e Maria.
[há, portanto um Coelho, tio de Felipa – e um Coelho também na família dos Salles pelo monsenhor de Campina Grande - origem Coelho ver listagem Cavalcanti por onde talvez parentesco].
(7) Albuquerque, Cássia; Cavalcanti, Marcelo Bezerra e Doria, Francisco Antonio – “Cavalcantis: na Itália e no Brasil”, edição eletrônica on-line, 2010.
(8) Suassuna, Ariano - Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e Seus Descendentes”, Editora Melos, Rio 1936, pág. 179.
(9) Bittencourt, Adalzira - opus cit., p. 299.
Fontes
Documento de 1744 em que Luíz Xavier Bernardes faz doação para seus filhos “José Bernardes e Francisco Xavier Cavalcanti, a falta de outros”. Este documento aparece citado por João de Lyra Tavares em seus “Apontamentos para a História Territorial da Parahyba”, Paraíba, Imprensa Oficial, 1909, págs. 192/193.
Bibliografia
Albuquerque, Cássia; Cavalcanti, Marcelo Bezerra e Doria, Francisco Antonio – “Cavalcantis: na Itália e no Brasil”, edição eletrônica on-line, 2010.
Adalzira Bittencourt - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Rio de Janeiro, Livros de Portugal S/A, 1965, listagem baseada em Jaboatão e Borges da Fonseca, corrigida por Carlos Xavier de Paes Barreto.
Torres, Rosa Sampaio
– livreto “Família Cavalcanti de Albuquerque”, 1ª edição, Gráfica Visual, 2001; 2ª edição na mídia eletrônica em pdf;
- artigo “Os Suassuna – ramo dos Cavalcanti de Albuquerque” publicado” no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
- artigo “Os Cavalcanti em Questão” no mesmo blog da autora.
- artigo “1817” – mesmo blog
- “Ramo Cavalcanti de Albuquerque Lacerda no Rio de Janeiro”, mesmo blog
Suassuna, Ariano - Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e Seus Descendentes, Editora Melos, Rio 1936.
Suassuna, Raimundo - artigo “Os Suassuna – uma estirpe”, em pdf., com Introdução do escritor Ariano Sausssuna.
Fonte oral
Raquel Suassuna - jovem descendente de ramo Suassuna não enobrecidos - depoimento à autora por e-mail em 2008.
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