Suas atividades pró-republicanas e os documentos
da “Accademia del Piano” na BNF.
Ainda atividades anti-medici
e republicanas desenvolvidas por seu pai, irmãos,
e pela família ampla na Europa do sec. XVI.
Fornecemos neste trabalho informações sobre
Giovanni
di Giovanni Cavalcanti , do ramo da família Cavalcanti que vem para o Brasil e que
assina em código documentos aparentemente
referentes a uma academia literária, a “Accademia del Piano”, como“Gneo Scaracchio Dittatore” - ainda cartas como Gnco ou Gio. Informações agora possíveis graças à
disponibilização destes documentos na midia eletrônica brasileira por Marcelo Bezerra
Cavalcanti.
I -Introdução
Esta documentação da BNF disponibilizada por
Marcelo Bezerra Cavalcanti na mídia brasileira nos permite, agora , fornecer informações
sobre um personagem da família recém identificado
- Giovanni di Giovanni Cavalcanti. Por esta documentação também favorecer percepções
novas e inusitadas sobre o ramo dos Cavalcanti que vem para o Brasil por seu
irmão Felippo Cavalcanti, colocado no contexto europeu e renascentista no
século XVI.
Personagem
familiar até a pouco não identificado, Giovanni di Giovanni Cavalcanti teve sua existência recentemente sugerida
por genealogistas da família, no Brasil e na Itália, como mais um dos filhos
do patriarca em Florença, do ramo que vem para o Brasil - Giovanni di Lorenzo
Cavalcanti.
Giovanni
di Lorenzo Cavalcanti (1480-1542), casado com Ginerva Manelli, fora ilustrado cortesão,
comerciante de artes e diplomata informal renascentista - patriarca que dará
origem ao ramo brasileiro por seu filho mais velho Filippo di Giovani Cavalcanti,
migrado para Pernambuco em 1560.
O
estudioso da família Antonio Francisco Doria já havia notado a possível existência
deste filho de Giovanni di Lorenzo, por citação em uma carta do inglês sir
Edwald Stanfford como um irmão de Guido di Giovanni Cavalcanti que teria se
correspondido em 1587/88 com Giordano Bruno. Indicação confirmada à autora
pelo próprio Francisco Antonio Doria em 3/1/2011, sem que fossem fornecidas, entretanto,
a localização e a data precisa desta carta de sir Stanfford. Este filho de
Giovanni di Lorenzo tinha também sua existência indicada na TávolaCavalcanti do
genealogista italiano Silvio Cavalcanti, possivelmente a partir da mesma fonte.
Agora, pela analise desta documentação da ”Accademia
del Piano”, somos levados realmente a confirmar a existência de Giovanni di
Giovanni Cavalcanti e sugerir que o comerciante de artes e mecenas Giovanni
di Lorenzo Cavalcanti, seu pai - após o
fracasso da Segunda Republicana florentina de 1527-30, e já em auto-exílio na
corte da Inglaterra - aí tenha tido mais
este filho, até agora não identificado.
Este
filho caçula de mesmo prenome, Giovanni, teria nascido após a chegada à
Inglaterra de sua mãe Ginerva, em 1534.
Pois é do nosso conhecimento que Generva havia chegado à Inglaterra
em 1534 acompanhada apenas por uma filhinha. Sobre
o auto-exílio desta pequena família e já a possibilidade da existência deste
filho Giovanni, não mencionado anteriormente pelas fontes tradicionais e outros
documentos, consultar nossos artigos ”Giovanni di Lorenzo e seus filhos”, blog
http:/rosasampaiotorres.blogspot.com/, editado no ano 2012, “Rebecca ao Pozzo” e
também “Medici X Cavalcanti”, de 2011, com todas as fontes. Variadas informações sobre a vida em exílio do
patriarca Giovanni di Lorenzo Cavalcanti foram por nós obtidas a
partir dos recentes trabalhos da inglesa Cinzia M. Sicca, nos artigos
“Consumption of art between Italy and England in the first half of the
sixteenth century: the London house of the Bardi and Cavalcanti”, “Renaissance
Studies”, vol. 16, pg. 163-201, junho de 2002
e “Pawns of international finance and politics: Florentine scultors at
the court of Henry VIII, Renaissance Studies, vol. 20, no. 1, 2006. A chegada
de Ginerva e da filhinha documentada por esta autora no artigo de 2002, pg.183, nota 84 – por importante recibo de translado datado de
1534, onde ela e apenas uma filhinha são
referidas como transportadas para a
Inglaterra.
II- O pai,
Giovanni di Lorenzo, e os irmãos
Em
nossos trabalhos anteriores, especialmente o artigo “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti
e seus filhos” com todas as fontes citadas, ficara bem claro que o erudito
comerciante de artes da casa comercial Bardi-Cavalcanti - Giovanni di Lorenzo
Cavalcanti – não mais protegido pelo falecido papa Leão X, de quem fora mesmo “cubiculari”
- tivera seus bens arrestados pelos Medici prepotentes de plantão em Florença. E
já em 1527 apoiara o movimento da chamada Segunda Republica, liderada pelo já avançado
republicano Nicolo Capponi. Para
mais detalhes da atuação
de Giovanni di Lorenzo, antes e durante a segunda Republica, consultar nossos
trabalhos específicos ”Giovanni di Lorenzo e seus filhos”, publicado no blog
http:/rosasampaiotorres.blogspot.com/ no ano 2012, “Medici X Cavalcanti”, de
2011, e “Rebecca ao Pozzo”, mais recente
- também com todas as fontes. O arresto de seus bens é mesmo comentado em carta enviada por seu amigo, o
rei inglês, Eduardo VIII. Carta de Henrique VIII a Giovanni Cavalcanti, datada
de Londres, 24 de novembro de 1528, que se encontra, em seu original, na
Biblioteca Nacional Central de Florença, Sala Manoscritti Rari, Passerine 156 -
Cavalcanti, localizada recentemente e disponibilizada por Marcelo Bezerra
Cavalcanti, no seu blog “Famiglia Cavalcanti”, com foto).
Sabemos que
Giovanni di Lorenzo neste período de plena Republica, apoiara
seus parentes Mainardo Cavalcanti,
francamente republicanos, e neste sentido tentara retomar projetos artísticos
para o túmulo de Henrique VIII, visando atrair para a causa florentina um antigo
amigo e protetor - o rei inglês.
Entretanto, após o fracasso deste episódio contestador e republicano da
Segunda Republica (1527-1530) - a
exemplo de seu parente da família ampla, o republicano Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti, que tomava o caminho do auto-exílio na França
- Giovanni di Lorenzo Cavalcanti resolvera também deixar Florença e voltar para
a proteção da corte inglesa. Nesta corte, quando jovem, atuara como comerciante
de artes e mecenas, sempre muito prestigiado
e protegido por Eduardo VIII - antes mesmo de constituir família.
Na verdade depois da Segunda Republica a
convivência de Giovanni di Lorenzo com os Medicis em Florença, teria ficado muito
difícil. Ele já com pequena família formada
- a cidade agora sob o comando do prepotente Alexandre Médici - ainda comprometido
por sua parentela Cavalcanti anti-medici
e republicana. Assim sendo, já em 1532 encontraremos Giovanni
Cavalcanti de volta a Londres atuando
pela casa comercial Bardi-Cavalcanti (fontes nosso artigo ”Giovanni di Lorenzo e seus filhos”, blog
http:/rosasampaiotorres.blogspot.com/, editado no ano 2012, também “Medici X
Cavalcanti”, de 2011, ainda Cavalcanti Sylvio Umberto - Se
chiamavano Cavalcanti, pagina relativa ao ano 1532, formato PDF
Ed.eletrônica on-line.
Constam da
conhecida carta de nobreza fornecida mais tarde por Cosimo I de Medici os nomes dos filhos de Giovanni di Lorenzo
Cavalcanti - Filippo, o mais velho
nascido em 1525; Schiatta, nascido em 27, e
Guido, possivelmente entre 27 e 30.
Presumimos que pelo menos dois destes filhos, ainda bem pequenos de Giovani di
Lorenzo, tenham migrado de Florença para
a Inglaterra por volta de 1533, antes mesmo
da mãe.
Pois sabemos
que neste ano de 1533, Giovanni di Lorenzo, com o prestigio de seu parente Bartolomeo, havia conseguido colocar um outro dos seus pequenos
filhos como pajem no cortejo que, saindo de Florença, acompanhava o casamento
de Catarina de Medici até Marseille - este
pequeno filho seguia em companhia do próprio Bartolomeo e da filhinha deste,
Lucrecia, como indicam notórias fontes
primárias e secundárias. Neste caso, apenas em hipótese, nos atrevemos a
sugerir que poderia ter sido Filippo, o filho
então mais velhinho de Giovanni di Lorenzo, com uns oito anos -
pois nascido em 1525 a acompanhar o parente no cortejo à França - e não Guido, ainda bem
novo, como é repetido nas fontes secundárias. Novamente recomendamos a leitura
de ”Giovanni di Lorenzo e seus filhos”, blog
http:/rosasampaiotorres.blogspot.com/, editado no ano 2012, onde esta sugestão já
consta em nota. E, apenas em outubro de 1534 a esposa e mãe, Ginerva Manelli, irá de
encontro aos demais membros da família
na Inglaterra, levando apenas uma
pequena filhinha - como
comprova o recibo deste translado,
citado na Introdução.
Dois
dos filhos homens de Giovanni di Lorenzo
que haviam deixado Florença, acompanhado os pais em auto-exílio na
Inglaterra - Schiatta, o
segundo filho nascido em Florença em 1527, e Guido nascido durante a
Segunda Republica, entre 1527-30, teriam se desenvolvido na Inglaterra e ainda por muitos anos privado na corte inglesa - convivido nesta corte mesmo após a morte do pai ainda em auto-exílio em
1542.
Como dois jovens cortesões, Guido e Schiatta, exerceram
nesta corte as mesmas atividades
paternas até o ano 1563: “doublés” de eruditos comerciantes de arte e
diplomatas informais, atuando ambos atravez
a casa comercial Bardi-Cavalcanti. Sobre as várias atividades informais diplomáticas
exercidas por Schiatta e seu irmão Guido na corte inglesa, ver Mann, Julia de
Lacy e outros - Textile history and economic history, Manchester University
Press, 1973, pg. 40. / K. Bartlett (artigo “Papal Polici and the English Crow
1563-1565”, Sixteen Century Jornal XXIII, Vol. 23, n. 4, 1992, pg.643-659) faz
também referência à uma carta de Guido
di Giovanni Cavalcanti enviada de Londres em 1563 para Ginevra [sua
mãe ou irmã?] em Florença, reportando negociações entre a Inglaterra e a Cúria
romana para melhorar as relações religiosas
entre os dois estados / Também o genealogista Sylvio Umberto Cavalcanti já
percebera estes seus dois outros irmãos em Londres comerciando pela casa comercial
Bardi-Cavalcanti. Em 1546 Schiatta aí tem licença renovada, com seu irmão
Guido, para comércio de jóias e objetos de arte.
Observamos, entretanto, que o irmão mais velho do
clã, Filippo di Giovanni Cavalcanti, nascido em 1525 e que mais tarde virá para o Brasil, nosso
patriarca, não é citado por fonte alguma
como tendo sido criado na Inglaterra ou
participado de qualquer atividade comercial ou outra na Europa nesta
época. Sobre ele - até sua passagem pela
Espanha mencionada em carta deste irmão
caçula recém identificado - e sua
saída por Portugal em 1560, completo
silêncio historiográfico. Repetimos a hipótese já formulada acima: poderia ter
sido Filippo, o filho mais velho nascido em 1525 a acompanhar o cortejo para
Marceille? E protegido na França ter permanecido até sua volta oportuna à
Florença? Felipe e não Guido- como é repetido por fontes secundárias-
talvez por ter Guido atuado na corte
francesa depois de 1563.
III – O
jovem Giovanni di Giovanni, sua família Cavalcanti ampla e o seu tempo.
Por esta documentação da “Accademia del
Piano”, agora enviada da BNF, vem às nossas mãos uma carta especialmente importante,
codificada e escrita por este inesperado filho caçula de Giovanni di Lorenzo - Giovanni
di Giovanni - a que tudo indica nascido no exílio na Inglaterra , cerca de
1535, e mencionado por sir Edwald Stanfford.
Pensamos que
esta correspondência em código do jovem Giovanni, datada de 1560 e dirigida a
Bernardo Cambi – percebido como jovem e íntimo amigo seu, de família há muito
ligada aos Cavalcanti - em algum tempo tenha sido já analisada por algum genealogista
da família, pois a noticia da passagem do seu irmão Filipino pela Espanha ao
sair do continente, nela mencionada, era já notória no Brasil.
Entretanto,
com informações agora mais completas sobre esta pequena família
auto-exilada, também dimensão bem mais ampla acerca do comportamento político deste
ramo “Cavalleschi” da família Cavalcanti em Florença no período em causa, teremos
condições de melhor contextualizar e tentar decodificar esta carta do jovem Giovanni
di Giovanni.
Por esta
carta, enviada de Paris e datada de outubro de 1560, temos a indicação de que
Giovanni, o mais novo dos cinco irmãos , nascido a que tudo indica na
Inglaterra durante o exílio dos pais, teria retornado ao continente em data pelo
menos anterior aos seus irmãos mais velhos.
Sugerimos
que possa ter voltado depois da morte do pai em 1542, quase criança no fim da década
de 40, acompanhando a mãe e da irmã de volta à Florença - onde haviam se mantido
a família materna dos Manelli - antigos e nobilitados comerciantes de seda.
Sua mãe,
Ginevra Manelli, é citada por fonte genealógica brasileira como enterrada em
Florença, na Igreja da Santa Crocce, em 11 de abril de 1563 (fonte www.geni.com/, site coordenado por Felippe de Paula
Cavalcanti de Albuquerque Lacerda, IV). Também a existência
de uma carta do irmão Guido,
enviada de Londres em 1563 para a mãe em Florença (ou irmã de mesmo nome
Ginerva) nos dá a convicção de que as duas haviam voltado à Florença - carta de Guido di Giovanni Cavalcanti já referida
acima, mas não consultada.
Pela esta
própria carta de Giovanni ao seu amigo Cambi temos informação que ele, nas
proximidades do ano de 1560, com uns vinte e cinco anos, saindo de Paris, passara
por Flandres e saíra do continente para uma viajem à Inglaterra - viagem por
mar, tecendo comentários e deixando-nos perceber estivesse a viajem ligada à realização
de um futuro casamento da rainha Inglesa Elizabeth I.
Apesar
da pouca idade Giovanni se portava, como depreendemos da leitura de desta
missiva, com a desenvoltura característica de um cortesão na corte inglesa, onde
seu pai atuara como comerciantes de arte e diplomata informal e como, agora, atuavam
também seus dois irmãos mais velhos - Schiatta e Guido.
Giovanni di Giovanni deslocava-se com igual
desenvoltura entre Paris - Flandres, a corte inglesa em Londres, novamente Paris
e depois Lyon - de onde é enviada uma segunda carta - cidades onde nesta ocasião,
e não coincidentemente, se concentravam e se refugiavam os "fuoriusciti”, como
eram chamados os conspiradores de famílias florentinas exilados, auto-exilados
ou em fuga, sempre conspirando contra o prepotente Medici do momento.
Sabemos que próximo aos anos 1560 a realidade
florentina continuava a manifestar ainda tendência social e política
anti-medici e republicana – assim, devemos supor que este jovem Giovanni ,oportunamente
escrevendo cartas em código, se comportasse também como um típico "fuoriusciti"
- um refugiado de família florentina já nascido mesmo no exílio inglês. Pois
seu pai refugiara-se na Inglaterra com a pequena família tentando certamente protegê-la
das armadilhas dos Medici - do ano de 1533
até 1542, data da sua morte.
Apesar da tentativa de proteção paterna, no
ano de 1560 encontramos o caçula Giovanni nesta viajem aparentemente aventuresca
- viajem talvez muito oportuna à Inglaterra - deslocando-se à serviço de cortes
e de ricos banqueiros. E, na corte de Elizabeth I, claramente já manifestando suas
simpatias pelo regime republicano, como ele próprio deixa entrever em carta.
Corroborando
a afirmativa de que Giovanni era também um “fuoriusciti”, ele mesmo comenta nessa
correspondência em código, datada de outubro de 1560 que na ocasião seu próprio
irmão mais velho, Filippo, passava pela Espanha. Diz ele;... “da Spagna dove si
è ritrovato quel mio fratel maggiore”. Ocasião mesmo da descoberta
da Conspiração de 1559 contra os Medici em Florença, episódio seguido por dramáticas
punições e perseguições aos conspiradores envolvidos. Pouco depois este seu
irmão Filipino saía de forma precipitada, praticamente em fuga da Europa, por
Portugal.
Fato
também sugestivo de simpatia republicana - Giovanni di Giovanni na carta
codificada, assinando em código Gnco, cita vários outros nomes de republicanos mais
ou menos conhecidos por nós, alguns deles referidos em código.
Cita messer Alammani, possivelmente o conspirador Nicolo Alammani que participou da consiração de 1559, parente do
celebre “fuoriusciti” intelectual e poeta republicano exilado, Luiggi Alammani -
família que aparece nos documentos desta “ Academia del Piano” sob o código Volusii. Francisco Alammani irá morrer mais tarde assassinado a
mando dos Medici na França em 1578 e Domenico Alammani, em fuga, abrigado até
mesmo na corte polonesa.
Giovanni
cita também nesta carta em código um “Lucintoldo
Giambarda”, já decifrado como Iacunm
Bacciolto Gondi - membro de notória família de banqueiros florentinos anti-medici,
que agiam a partir da corte francesa – jovem na ocasião possivelmente também em
fuga, pois segundo a própria carta teria nesta ocasião mesmo conseguido
livrar-se de uma tentativa de assassinato - este Gondi ainda percebido como um proposto
noivo para a Rainha inglesa.
Giovanni
narra de modo encantador suas conversas amenas, aparentemente íntimas e
simpáticas com a muito culta rainha inglesa Elizabeth I, e se refere claramente
a Pier Vettori - também grande teórico
republicano. Referidos nesta ocasião agradável, ainda outros nomes de
conspiradores que afirma de pleno conhecimento dessa rainha e a ela muito simpáticos
- indicados como de seu pleno conhecimento - seus nomes referidos em código: “Gaio”, já decodificado como Iacopo Salviati, [ou seria
Lorenzo di Iacobo Medici (Salviati?), decapitado em 1559?]; ainda
messer Bartolommeo [certamente
o conspirador da família Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti] e um “Iusquinino”, possivelmente um jovem da
família Venturi a que tudo indica preso nesta ocasião. “Iulquini” codinome da família
Venturi, como nos indica a própria lista do código. Acrescenta o próprio Giovanni di Giovanni que
a rainha “fatto esaltare il nostro Gaio
[Iacobo Salviati ou Lorenzo di Jacobo Medici?] sino al cielo, ma tutto non si
può riferire”.
Scipione Amirato em Istorie Florentine, vol II, Agiuntamento di Spione
Ammirato, il Giovane, ed. Florence, per Machini e G. Bechini, 1827, pg. 237
comenta esta decapitação de Lorenzo de Medici. O nome mais completo de Lorenzo,
não citado em outras fontes, seria Lorenzo di Jacob Medici, incluindo portanto
o prenome Jacob, por nós localizado
na Publicazioni degli Archivi di Stato, (ASF), vol.77, Ministerio dell Interno,
Italy, Ministério per beni cultural e ambientali, 1983, pg. 260, 261, na midia
eletrônica. Entretanto não
conseguimos localizá-lo em nenhuma lista genealógica dos Medici - como seria até
mesmo natural pelo seu crime. Suspeitamos que tenha havido ainda ocultamento de
outro sobrenome, para não prejudicar ramo familiar envolvido. Seria ele, na
verdade, Lorenzo di Iacobo Medici Salviati ? (o Jacobo é frequentemente prenome
na família Salviati). Localizamos uma carta de Lorenzo de Medici no ASF - opus
cit, pg. 378, com a data 1 de agosto de 1559, enviada de Augusta, não
consultada por nós. Outra indicação seria sua estada em Pisa, onde teria
corrido seu processo. O dramático histórico da família Salviati, já abordado em
passante nos nossos trabalhos anteriores, será ainda abordado em novo trabalho
de pesquisa sobre estes documentos )
Tentando contextualizar um pouco mais esta
carta para melhor entendimento do leitor, detalhamos a desesperada
Conspiração descoberta no ano de 1559, em Florença. Esta conspiração fora liderada pelo experiente
parente Bartolommeo di Mainardo Cavalcanti, do ramo “Cavallereschi” da
família, especialmente urdida a partir da corte francesa e da corte dos Farnese,
do Ducado de Parma. Neste episódio dramático, os conspiradores haviam
tramado explodir o trono de Cosme I - mas delatada a conspiração, Cosimo I, como
punição havia feito degolar seu íntimo cortesão, Pandolfo Pucci, e decapitar seu
parente Puccio Pucci, também Stolto Cavalcanti do ramo “Ciampoli” da
família, ainda Lorenzo di Iacobo Medici [Salviati?].
Desta conspiração
de 1559, segundo a longa e insistente tradição oral da família no Brasil, teria
participado ainda o filho mais velho de Giovanni di Lorenzo Cavalcanti - Filippo.
Sabemos
que o importante banqueiro Tomasso Cavalcanti do ramo Ciampoli esteve atuando na
Inglaterra em 1544 na corte de Henrique VIII e provavelmente aí privado com os
filhos de seu parente Giovanni di Lorenzo.
A que tudo indica, o sofrido banqueiro Tomasso Cavalcanti, pai de
Stolto, não tivera o cuidado de afastar seus filhos dos perigosos conflitos
florentinos. Pois participando desta dramática conspiração de 59 seu filho
Stolto pretendera vingar o assassinato de seu irmão, quase um adolescente -
crime perpetrado por amigos dos Medici e que ficara impune (Detalhes do episódio,
com fontes, já comentados em nossos vários artigos).
Possivelmente comprometido por solidariedade
familiar ou mesmo compromisso republicano, nosso Filipino estaria, portanto,
já de passagem nesta época pela Espanha como comenta seu próprio irmão Giovanni
na citada carta em código de1560. Segundo fontes orais brasileiras da família, Filippo
não se sentindo ainda seguro em Portugal, logo embarca para o Brasil em 1560 -
praticamente em fuga. Como a conspiração se estender desde 1555, Filippo teria
sido instruído, certamente, para evadir-se a tempo por seu experiente parente Bartolomeo.
Passando da Espanha para Portugal, já com uns trinta e três anos, Filippo solicitara
a Cosme I de Medici para reafirmasse seus títulos de nobreza tendo em vista
poder receber uma comenda do rei de Portugal (Cruz de Malta?). A resposta
afirmativa vem por conhecida documentação assinada por Cosme I em agosto de
1559, pouco antes da descoberta da Conspiração Pucci e Cavalcanti em outubro deste
mesmo ano. Fontes na nota 41 de nosso artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti” http://rosasampaiotorres.blogspot.com/.
Poucos
meses antes da descoberta da Conspiração de 1559 os dois outros irmãos, Guido
e Schiatta, por suas funções de diplomatas informais acabavam de auxiliar a
corte inglesa na assinatura do tratado de Cateau–Cambresis (abril de 1559) - tratado
de paz assinado entre a França, o Sacro Império Romano e a
Inglaterra - e nesta empreitada foram depois favorecidos financeiramente pela
rainha inglesa. (Sobre estas atividades informais diplomáticas de
Schiatta e seu irmão Guido na corte inglesa notícias com detalhes em Mann, Julia de Lacy e outros - Textile
history and economic history, Manchester University Press, 1973, pg. 40).
Não
sabemos se a viagem deste jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti à Inglaterra,
nesta mesma ocasião ou proximidades, tivesse a ver com a assinatura deste tratado
de Cateau–Cambresis – tratado para a qual seus irmãos na Inglaterra haviam
atuado - ou se Giovanni também necessitasse, nem que fosse por prudência, como
seu irmão mais velho, afastar-se de Florença pela descoberta da Conspiração
liderada por seus familiares.
Sabemos,
sim, que o tratado de paz de Cateau - Cambrèsis teve reflexos na Toscana, e pôs
fim a trágica e denodada resistência da Republica de Siena - episódio marcante
na luta Republicana, várias vezes referido em nossos trabalhos – luta da qual, entre
54/55, também o parente Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti havia participado
em posição de destaque, como representante francês.
Poucos
anos depois da capitulação definitiva da “Republica Popular Retirada de Siena
para Montalcino” e da descoberta da conspiração contra os Medici em
Florença no ano de 1559 - conspiração que gerara tantas punições e perseguições
- em1563 encontraremos novamente em Flandres, o segundo irmão da
“quintata”, Schiatta sob a proteção da duquesa de Parma em inocentes
atividades comerciais para esta corte. A duquesa fora uma aliada de
Bartolomeo Cavalcanti na luta anti-medici- o ano de 1563 também o da morte deste líder
conspirador republicano da família ampla, Bartolomeo Cavalcanti, ainda exilado
em Pádua. (A
localização de Schiatta neste ano em Flandres in Sergio Buarque de Holanda,
artigo “Os projetos de colonização e comércio toscano no Brasil ao tempo do
grão duque Fernando I (1587-1609), Revista de História n.71, pg.104),
Ainda no ano
de 1563, talvez não coincidentemente, fontes históricas registram que o terceiro
irmão, Guido, chegará em definitivo à corte de Versailles com cartas enviadas
pela rainha inglesa Elizabeth I, mas já a serviço da corte francesa. Vinha ele
certamente a chamado da prima Lucrécia, a filha do parente Bartolomeo
Cavalcanti que se mantinha ainda muito prestigiada pela rainha francesa. Guido
chegava no mesmo ano do falecimento de Bartolomeo, tudo indica para substitui-lo
e atuar em nova rodada de tratativas
impulsionadas ainda por Catarina de
Medici de Versailles contra seus parentes Medici - tratativas que irão
desembocar, poucos anos mais tarde nas conspirações republicanas e anti-medici
finais de 1575 - a Conspiração Pucci e Ridolfi, em Florença.
A prima Lucrecia
Cavalcanti e seu esposo - o importante banqueiro florentino Del Bene, igualmente
de família anti-medici indicada nesta documentação em código como Menachini – haviam se mantido sempre muito
influentes na corte da rainha francesa, e Guido aí irá ocupar o posto de inicial
de “Maestro d´Ostello” - cargo no passado ocupado pelo próprio Bartolomeo,
fazendo depois trajetória de sucesso naquela corte onde chega a ocupar o cargo
de Ministro de Estado. (Todas nossas afirmações acima são conclusões de nossos
vários trabalhos, com fontes todas indicadas, especialmente “Conspiração Pucci
e Cavalcanti”, parte final “Conspiração Pucci e Ridolfi de 1575” publicado em
1010, “Medici X Cavalcanti”, de 2011, “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus
filhos”, de 2012, o recente “Rebeca ao Poço” de 2014 e ainda “Bartolomeo
Cavalcanti”, com versão na revista incomunidade do Porto, 2015.
Ressaltamos: Paris
- especialmente a corte de
Versailles - e a cidade de Lyon
- de onde as cartas de Giovanni foram
enviadas, foram neste século núcleos importantes de “fuoriusciti” - núcleos de refugiados que tinham o apoio da rainha francesa Catarina de Medici
e que se mantinham atentos, preparando novos
planos conspiratórios - onde também ocorreram vários assassinatos de
republicanos florentinos em busca de abrigo, após atuar de forma temerária na
Toscana.
Sabemos
que nesta mesma ocasião em que fora escrita esta carta por Giovanni ao seu
amigo Bernardo Cambi, a nível superficial e paralelamente ocorriam também na
Europa já conflitos e lutas políticas e religiosas contra os huguenotes
na França, e mesmo na Inglaterra onde a Rainha Elizabeth I já se colocava,
então, como chefe da igreja anglicana.
Nesta
carta de outubro de 1560, observamos que Giovanni cita um Turnen ou Turner, provavelmente William
Turner, 1508 –1568, inglês reformador calvinista, grande físico e
naturalista, que ele afirma ter sido recebido mesmo com honras na corte francesa. Giovanni acrescenta suas próprias considerações a respeito, citando conflitos na corte que já envolvem o rei de Navarra: “non
pochi de signori principali di questo Regno erano per esser contro a questa
nuova religione cosa che riesce vana al tutto veggendosi il re di Navarra e gli
altri già comparsi alla corte, tal che questo capo principale viene
finito.”
Giovanni
demonstra ainda ter participado de tratativa
para casamento de Elizabeth I, referindo nesta carta ter acompanhado o
possível noivo de origem florentina Iacunm Bacciolto Gondi, indicado na
carta pelo código desta Academia como Lucintoldo
Giambarda - certamente um
membro da família dos banqueiros florentinos Gondi, também estabelecidos desde o ínico do século na
França e que se mantinham ativamente
conspirando e enviando recursos financeiros para os conspiradores em Florença –
O código da família referido como Giambardi.
Atuando no mesmo “métier”
de diplomata informal , há indicações de que seu irmão Guido, bem mais tarde -
em 1571- tenha também agido a partir da França no sentido ainda de estabelecer
negociações para um casamento de Elisabeth I, que sempre relutou a este
respeito. Sobre
Guido e casamento de Elizabeth I ver bibliografia citada por George Daniel Ramsay, G.D
(The City of London in Internations Politics, Manchester Univ.Press, 1975,
pg.110, nota 130) indicando o trabalho de F.J.Levy a semi-profissinal diplomat:
Guido Cavalcanti and marriage negociations of 1571. Boletim of. tem Histórica Reserch,
XXX (1962), pg.211-20. Artigo não consultado. Sobre os Gondi consultar nosso
artigo Medici x Cavalcanti, com todas as fontes)
Nosso
jovem Giovanni di Giovanni narra nesta carta sua experiência
em visita à Inglaterra e à corte de Elizabeth I, como observamos com muitos detalhes
e graça - visita certamente ocorrida próximo ao ano de 1560. E por ela comprovamos
que a rainha inglesa mulher ilustrada e poliglota, manifestava já nesta
época simpatias pela causa republicana, fazendo mesmo a leitura de intelectuais
precursores republicanos modernos, como Pier
Vettori, que aparece nas listas em código como da “casati” Rododaphni. Também Catarina de
Medici na corte francesa especialmente prestigiou e abrigou intelectuais, como o
famoso cantor do exílio - o republicano Luigi Alammani, e seus parentes, aos quais já acima nos referimos, um
deles citados mesmo por Giovanni em sua correspondência.
Nota-se
que nestas cortes européias, foram abrigados neste século numerosos republicanos
“foriusciti”, notando-se entre eles Bartolomeu Cavalcanti citado na correspondência
de Giovanni como messer Bartolomeo desde os anos 30 abrigado e
auto-exilado em Versailles, mais tarde na corte de Pádua onde vem a falecer. Até
mesmo o conspirador Piero Capponi, representante nesta geração da tenaz família Capponi
cujo nome aparece nesta lista em código da Academia como Luinto Coicodrillo, e que será
depois de muitas perseguições morto na França em 1582 por enviados pelos Medici, sepultado mesmo na corte
inglesa – ainda numerosos outros fugitivos exilados na Polonia, depois dos
episódios conspirativos de 1575.
Não
sabemos por quanto tempo o jovem Giovanni di Giovanni terá ainda permanecido
em auto-exílio, possivelmente na França, em Paris ou Lyon, de onde estas
cartas em código foram enviadas. Apenas sabemos que entre 1587/88, exímio epistolar
e de família erudita, teria ainda escrito cartas ao celebre filósofo Giordano
Bruno.
Quanto
ao seu irmão Guido Cavalcanti, sabemos que permanecerá a partir de 1563 definitivamente
abrigado na corte francesa - de início, como já observamos, ocupando o
posto de “Maestro d´Ostello” - cargo no passado ocupado pelo parente
Bartolomeo. Mas a partir de 1572 Guido di Giovanni Cavalcanti, com suas exelentes
habilidades de diplomata informal, função que desde muito jovem, a exemplo do pai,
exercera em companhia do irmão Shiatta na Inglaterra, será elevado a
Conselheiro Real, colaborando com a diplomacia francesa relativa à Florença - não
sabemos em que medida ainda envolvido nos negócios de Estado e assuntos
conspiratórios florentinos da rainha francesa contra seus parentes Medici na
Toscana (A
este respeito recomendamos a leitura de nossos vários trabalhos e as muito
interessantes conclusões específicas em nosso trabalho “Medici x Cavalcanti” em
HTTP://4Shred/, nota 124).
Sempre muito bem recebido nesta corte, com
prestígio ressaltado, Guido Cavalcanti foi também aí reconhecido como poeta - o
segundo poeta Guido da família. O historiador literário sutilmente ainda comenta
que ele viajava, coletando livros para Biblioteca Ambrosiana:
“The Cavalcanti reappear now and then
in later european history: and especially we hear of a second Guido Cavalcanti
, who also cultived poetry and travelled to collect books for the Anbrosian
Library” (Alighieri,
Dante - The early Italian Poets (1100-1200), Dante Gabrielli Rosseti, 1861, pg.
204 nota).
A Biblioteca Ambrosiana ainda hoje se
localiza em Milão. Sugerimos que as viagens de Guido a esta cidade, por sua
proximidade com Florença em busca de livros, pudessem ser mais um pretexto para
encontros e contatos com conspiradores ainda em atividades anti-medici no fim
do século, em Florença. Não podemos, entretanto, confirmar por hora esta
hipótese, nem afirmar se Guido teria tido ligações com seu parente Nicolo di Bastiano Cavalcanti comprometido nos tumultos
e saques provocados em Florença no ano de 1575 - jovem parente enforcado como
ladrão nesta cidade e mesmo ano. Ou se Guido, de algum modo, esteve ligado à
Conspiração Orácio Pucci e Ridolfi, logo em seguida descoberta. Sabido, entretanto, que Catarina de Medici
acompanhava estes episódios conspirativos com extrema e suspeita atenção. Episódios
marcantes e dramáticos que envolveram até as moças Medici e que ainda desembocavam
em Florença contra seus parentes Medici, (Sobre esta conspiração
de 1575, mais detalhes e fontes em nossos trabalhos, 2ª Parte da Conspiração
Pucci e Cavalcanti - Conspiração Pucci e Ridolfi”, e trecho final do artigo
“Medici X Cavalcanti”, citado).
IV- Giovanni di Giovanni Cavalcanti, em código - Gneo Scaracchio Dittatore
Conclusão
Ainda que esta documentação que agora nos
chega às mãos seja referente a uma Academia aparentemente ligada a inocentes
atividades literárias, esta documentação foi protegida por quase dois
séculos pela família Capponi – família dramaticamente perseguida após conspiração
de 1575, com interesse em guardar a memória e os seus esforços pela luta
republicana. Assim sendo uma análise cuidadosa nos indica ser esta documentação
relativa às concretas atividades republicanas e anti-medici.
Sobretudo, os nomes elencados nas listas em código e presentes nas cartas
de Giovanni di Giovanni nos aparecem, surpreendentemente, quase todos
relacionados a personalidades, famílias e grupo de banqueiros atuantes em
nítidas e comprovadas atividades republicanas e anti-medici, desde o começo do
século até mesmo o fim do século XVI, como já havíamos observado em nossos
vários trabalhos anteriores - atividades de alto risco, muito perigosas e
que custaram a vida de numerosos membros dessas famílias, como os Pucci,
em código Radiponii; os Martelli,
Balenci; mesmo os Capponi, Iuliani; os Ridolfi, Imperieri; os banqueiros Gondi, Strozzi,
Altoviti , entre muitos outros com seus nomes em código.
O que
indica, necessariamente, também o envolvimento da família Cavalcanti - citada
no próprio código como a “casata” Scaracchio
-
mencionado
especialmente o nosso jovem Giovanni di Giovanni que se assina em documento
desta Academia Gneo Scaracchio Dittatore
(líder temporário no sentido romano?),
e em carta os códigos Gnco ou Gio - filho do atuante Giovanni di Lorenzo Cavalcanti na
Segunda Republica, que teve bens arrestados; irmão do muito experiente Guido e
também de Felippo, que vem para o Brasil. Parente colateral do famoso lutador
pela Republica, Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti e do jovem Stolto Cavalcanti,
decapitado por participação na Conspiração de 1559.
Pela
análise destes documentos da “Accademia del Piano” enviados por Marcello
Bezerra ao Brasil - documentos que nos indicam na verdade uma Academia
literária de fachada visando proteção para atividades anti Médici – temos uma
primeira indicação concreta da participação de pelo menos um dos filhos de Giovanni
di Giovanni Cavalcanti, do ramo brasileiro, em conspirações na Toscana entre
1559 e 1575.
A documentação enviada por Marcello Bezerra ao
Brasil e que tem Giovani di Giovanni Cavalcanti como centro, detalhadamente comentada
é, a nosso ver, referente às conspirações florentinas do final do século XVI
(conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559 e a Pucci e Ridolfi de 1575) - muitas
famílias, entretanto, já há várias gerações envolvidas na luta republicana e
anti-medici.
Detalhado
trabalho de análise desta documentação será ainda publicado em nosso blog, e chegará
também às mãos do pesquisador italiano da família Sylvio Cavalcanti para que
seja apresentada aos especialistas europeus do período - contribuição que
achamos importante para a historia das lutas pela Republica na península Italiana.
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