“O Mazombo” - Ensaio

 (palavra de origem africana significando tristonho, taciturno, sorumbático, carrancudo, macambúzio, mal humorado).


       No século XVII o adjetivo “mazombo” foi usado para qualificar os filhos de portugueses já nascidos na Colônia.  E o “mazombo”,  como substantivo, a partir daí foi percebido como aquele que taciturno e macambúzio necessariamente carregaria ressentimentos e até indignação, motivado pela convicção de que não vivia onde merecia viver.
     
       Há quem tenha suposto a existência de um chamado “complexo de mazombo” no brasileiro (1).    
      Vianna Moog, extremamente crítico com relação à elite brasileira, em sua obra “Bandeirantes e Pioneiros” de 1954 conduz a expressão “mazombo” pelo menos até o século XIX e afirma que  “o mazombo, sem o saber, era ainda um europeu extraviado em terras brasileiras... nem bom, nem mau. Apenas sorumbático, macambúzio, taciturno. Nada mais do que um ressentido com insofrido e histórico desejo de afirmação, a espera de uma cultura em que pudesse normalmente realizar-se.” (2).
     Só faltou dizer que talvez sofresse nosso mazombo de um tipo de “banzo” da cultura européia.
   
    A compreensão do termo “mazombo” em toda sua profunda brasilidade evoluiu sem dúvidas e hoje, ao lermos a obra “A Fronda dos Mazombos” do nosso respeitado historiador Evaldo Cabral de Mello, avaliamos o quanto (3).
   Já no começo desta obra, nos antecedentes mesmo da Guerra dos Mascates (4), a figura insubordinada de Jorge Cavalcanti de Albuquerque chama a nossa atenção, atuando no fim do século XVII como promotor de motins populares contra as autoridades portuguesas (5). Ao consultarmos sua linha genealógica, seu nome é sugerido como um dos últimos filhos de Antonio, neto do patriarca florentino Filippo Cavalcanti (6).
    Jorge teria sido contemporâneo de um dos mais característicos “mazombos” - Antonio “o da Guerra”- seu sobrinho e filho da sua irmã Isabel, aquele primeiro nativista que tivera a idéia da guerra da “Restauração” contra os holandeses, mas que morrera logo no início dos enfrentamentos (1646) e cujos louros ficaram com seu rival, o reinol João Fernandes Vieira (7).
   
     Assim, aos nossos olhos, Jorge Cavalcanti nos parece um “mazombo” ainda mais indignado do que seu sobrinho porque extremamente voluntarioso, portador certamente da característica “sdegnosa” e insubmissa dos Cavalcanti, já seguro e plenamente consciente frente às próprias autoridades portuguesas dos seus direitos à terra tão defendida por sua família aos invasores franceses e holandeses (8). Um outro seu sobrinho, Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, chegara mesmo então a manifestar suas dúvidas de que o tio Jorge fosse ainda um vassalo de El Rei (9).    
     Jorge, sempre desafiador,  bem idoso participou de um levante em 1692 e foi preso pelas autoridades portuguesas sob pretexto de ações prepotentes e atrabiliárias (10), terminando seus dias na cadeia.  Seu filho Antonio também detido na época.
    Ainda seu outro filho do mesmo nome Jorge, comprometido mais tarde pelas autoridades portuguesas na Guerra contra os Mascates de 1710 foi preso nas masmorras da fortaleza das Cinco Pontas e chegou a ser embarcado para a prisão do Limoeiro, em Lisboa, sob ferros com outros rebeldes (1714), tendo depois se negado a receber o tardio perdão real (11).
   
     Estes episódios da “Guerra contra os Mascates” são apresentados de forma romanceada, mas sempre ressaltando o espírito insubmisso e nativista da época, por Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque em sua obra de 1990, “O Magnificat - Memórias Diacrônicas de Dona Isabel Cavalcanti”. Os sentimentos e conflitos internos da família Cavalcanti de Albuquerque por ocasião desta guerra muito bem expostos pela romancista, com rara sensibilidade. O traço “sdegnoso” característico dos Cavalcanti”, irreverente e crítico, estará mesmo assim presente no romance, predominando como pano de fundo (12).    
   

    Sem dúvidas a família Cavalcanti de Albuquerque manifestava, já no período colonial, uma psicologia muito especial - exótica síntese de pelo menos quatro etnias e culturas pois os Cavalcanti de Albuquerque haviam recebido influência de origens muito diversas: o combativo sangue português dos “brancarrões”’ Albuquerque, pelo patriarca Jerônimo; a índole igualmente combativa de índios da tribo Tabajara, pela gentil, mas muito decidida Muira-Ubi; especialmente as óbvias influências “sdegnosas”, muito antigas dos Cavalcanti, pelo patriarca florentino. E, logo na segunda geração no Brasil, recebem ainda a contribuição fidalga e possivelmente cristã-nova da família de Arnao de Holanda, aqui cedo chegado com Duarte Coelho, por sua filha Isabel de Góes, moça muito alva e loura casada com Antonio, filho mais velho do florentino (13).
      Após a leitura das obras tão criteriosas de Evaldo Cabral de Mello e Maria Cristina, nos indagamos se estas variadas origens étnicas e culturais dos Cavalcanti de Albuquerque, não somente portuguesas, teriam sido a origem daqueles primeiros episódios de rebeldia no século XVII e começo do XVIII, origem tão variadas e capazes de influenciar profundamente o sentido nitidamente propositivo e nativista que leva, agora para nós, o termo “mazombo”, termo que se cunha naquele distante Pernambuco colonial.
         
    Comprovamos, também, que durante a revolta da “nobreza da terra” na “Guerra contra os Mascates” a família Cavalcanti de Albuquerque atuou como liderança no sentido muito nítido de sedição contra a coroa portuguesa.
     Ramo muito aguerrido dos Cavalcanti de Albuquerque, o dos Bezerra Cavalcanti, descendeu, pelo lado materno, daquele “mazombo” Antonio “da Guerra”, bisneto do florentino, figura clássica de “mazombo”. E do lado paterno, descendia dos Bezerra Monteiro, igualmente viris combatentes dos holandeses. O clã Bezerra Cavalcanti veio a constituir verdadeiro celeiro de “mazombos”.
   
     Lembramos que, já na Guerra contra os Mascates, os Bezerra Cavalcanti foram tidos como os mais insubmissos frente às autoridades portuguesas, que assim os privilegiaram como rebeldes em suas duríssimas punições (14).
     Sabidamente o coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti tinha desprezo pelos reinóis e foi enviado para a prisão do Limoeiro, em Lisboa, posteriormente degredado para as Índias com Leão Falcão d´Eça. Este ultimo também membro de família unida aos Cavalcanti de Albuquerque por casamento desde a guerra holandesa, família igualmente insubmissa.
    Dois dos filhos de Leonardo tiveram o mesmo destino trágico do pai. Também seus dois irmãos, o capitão Cosme Bezerra Monteiro e Manuel Cavalcanti Bezerra - com outros rebeldes “carregados de ferros”- enviados para a prisão do Limoeiro em Portugal, com iguais destinos trágicos (15).
   
    No capítulo VI da “A Fronda dos Mazombos”, Evaldo Cabral de Mello chega a defender a presença ideológica discreta e latente de um republicanismo à moda de Veneza, ou da Holanda na ação da “nobreza da terra” em 1710 e sugere mesmo já um entendimento destes Bezerra Cavalcanti com elementos como André Dias de Figueiredo e José Tavares de Holanda - este formado em Direito, falando idioma estrangeiro e tendo provavelmente estudado na Europa - portadores talvez de idéias modernas européias - republicanas e iluministas – já se manifestando durante este episódio da Guerra dos Mascates.
     Com João de Barros Rego, também referido como respeitado “mazombo”, o grupo teria votado pelo menos em apoio à proposta de uma Republica “à veneziana” de Bernardo Vieira de Mello, mas fora vencido pela maioria da nobreza, com a escolha de um bispo para substituir o governador (16).            
     E, se estas influências republicanas muito precoces, registradas por cronistas da época hoje nos surpreendem, a destruição do pelourinho pelos rebeldes, ornados ou disfarçados em plumagens e trajes indígenas, permanece como um primeiro  registro simbólico nativista, de  ação anti-colonial e libertária (17).
   
     A que tudo indica, portanto, os muito variados componentes étnicos, culturais e psicológicos dos Cavalcanti de Albuquerque influenciaram o sentido propositivo e transformador que afinal leva o termo “mazombo” no período colonial.  

   As características de rebeldia e insubordinação dos Cavalcanti frente à prepotência colonial portuguesa,  observada nos fatos narrados acima, é ainda confirmada por nossa própria pesquisa, focada no principal ramo varonil dos Cavalcanti de Albuquerque descendente de Antonio e seu filho Felipe, por fim estabelecido em Alagoas no fim século XVIII, no engenho Castanha Grande. Nos nossos trabalhos, a indignação característica dos  Cavalcanti de Albuquerque, indignação  bem dosada por suas habilidades produtivas e literárias, aparece neste ramo varonil e primogênito passo a passo, geração a geração, sempre dentro de um sentido político liberalizante que persiste na busca da independência da Colonia e mesmo depois no desejo de Republica (18).  
   
  As contestações continuadas dos Cavalcanti de Albuquerque, contestações que persistem no Brasil por dois séculos , neste ramo pelo menos até a proclamação da Republica dão prova de que o termo “mazombo” a eles foi sempre muito bem aplicado   e portou um sentido propositivo, ao contrário do afirmado por Viana Moog e outros - um sentido transformador,  eminentemente libertador, capaz, sim, de favorecer o processo de evolução de uma sociedade em formação na busca de sua identidade.





Notas

 (1) "Complexo de mazombo" - teria sido uma expressão introduzida pela crítica literária para o entendimento, na Bahia colonial, da obra poética de Gregório de Mattos - expressão que descreve a forma eminentemente crítica deste autor ver o mundo, segundo texto assinado recentemente pelo crítico literário Pedro da Luz Moreira na mídia eletrônica.
     Entretanto, contrapomos que a obra satírica de Gregório de Matos (1636-1695) constitue uma base positiva e mesmo alicerce para a construção da nossa consciência de brasilidade ao pretender estimular a percepção anti-colonialista das próprias elites econômicas nascidas por aqui.
       (2) Vianna Moog foi político, acadêmico e ensaísta brasileiro. Autor, entre muitas obras de Bandeirantes e Pioneiros, editada pela primeira vez em 1954, usada por nós a edição de 1956, Livraria Globo, Porto Alegre, citação pág. 155.
(3) Trabalho definitivo sobre a Guerra dos Mascates de Cabral de Mello, Evaldo – A Fronda dos Mazombos, Cia. das Letras, 1995.
(4) “Guerra dos Mascates” ou “Guerra contra os Mascates”- conflitos políticos e militares ocorridos em Pernambuco, entre 1709-1711, dos quais participam senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses, mascates do Recife. Os comerciantes de Recife saem desses conflitos vencedores com o auxilio da repressão exercida pela Metrópole, e vêem assim como predominantes seus capitais mercantis nos moldes necessários ao sistema colonial. Consultar especialmente Torres, Rosa Sampaio – artigo “O ramo dos Bezerra Cavalcanti na Guerra contra os Mascates”, em finalização, mas já aberto a consultas.
 (5) Cabral de Mello, Evaldo – A Fronda dos Mazombos, Cia. das Letras, 1995, capítulo     2, “Atribulações do marquês de Montebelo”.
     A figura histórica de Jorge Cavalcanti de Albuquerque, no final do século XVII, é especificamente abordada em Torres, Rosa Sampaio – artigo “Jorge Cavalcanti de Albuquerque”, em término de elaboração, em que tentamos novo enfoque, mais compreensiva para a ação deste membro da Cavalcanti de Albuquerque.
(6) Bittencourt, Adalzira - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Rio de Janeiro, Livros de Portugal S/A, 1965, pg. 292.
(7) Sobre Antonio, o da “Guerra”, Cabral de Mello, Evaldo - Rubro Veio, Topbooks, 1997, pg. 200-213, 412, 441. Fronda dos Mazombos, pg. 210-211.  Em Olinda Restaurada, Topbooks, pg. 218, 219, Evaldo, ¬ citando fontes holandesas, afirma que Antonio Cavalcanti e João Fernandes Vieira chegaram a ameaçar o governo de Recife [os holandeses] com a mobilização de 20.000 homens brancos e 30.000 negros e mestiços, para uma guerra total.
    Ainda trabalho específico e original Torres, Rosa Sampaio – “Antonio Cavalcanti de Albuquerque, o da Guerra”, ainda inédito, já aberto a pesquisas.
(8) O cronista Dino Campagni (c.1255-1324) usara o adjetivo “sdegnoso” para descrever o poeta Guido Cavalcanti, seu contemporâneo, ainda no séc. XIII.
      O escritor Giovanni Boccacio no seu Decameron, 6º dia, nona novela, “A cena do cemitério”, trabalho escrito no século seguinte usa o mesmo adjetivo “sdegnoso”, descrevendo o poeta Guido Cavalcanti, conto que não pode deixar de ser lido para melhor compreensão da personalidade e da obra do poeta Guido (descrição também referida por Haroldo de Campos, Pedra e Luz na Poesia de Dante, Imago, 1998, pg. 14).
      O adjetivo “sdegnoso” por nós traduzido como altivo, sombranceiro, indignado, desdenhoso, não respeitoso, será a partir de Boccacio usado pela literatura para descrever em geral a conduta política da família Cavalcanti.
    A partir da tragédia ocorrida com o poeta Guido Cavalcanti, amigo de Dante, que no século XIII enfrentou o clã aristocrático e prepotente dos Donati, os Cavalcanti a partir daí foram descritos por fontes literárias como “sdegnosos”, especialmente nos seus enfrentamentos contra a família dos Médici, no século XVI, pela manutenção dos ordenamentos da Republica florentina.
    Cesare Trevisane, em seu romance La conjura di Pandolfo Pucci, Florenze, Tip. de Monnie, 1852, utiliza muitas vezes a expressão “sdegnoso” para os Cavalcanti, como família.
      A este respeito, consultar nossos vários trabalhos com fontes citadas, especialmente a “Conspiração Pucci & Cavalcanti” e “Médici X Cavalcanti” no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ e, especialmente “Os Sdegnosos Cavalcanti”, já no blog citado.  
(9) Cabral de Mello, Evaldo - A Fronda dos Mazombos, citada, pg. 87. A genealogia de Jorge Cavalcanti é cruzada por nós com a de Jerônimo C.de A., segundo Bittencourt, Adalzira - Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis, Rio de Janeiro, Livros de Portugal S/A, 1965, pág. 292, 293.
     Jerônimo tinha a responsabilidade de Capitão-Mor de Itamaracá e teria sido mesmo detido no levante popular promovido por este seu próprio tio Jorge, assim se queixado deste tio a el Rei (Cabral de Mello, opus cit., pg. 87).
(10) Cabral de Mello, Evaldo - A Fronda dos Mazombos, citada, pg.87, citando fontes, refere-se ao corte da barbicha de um homem modesto (talvez um esmolante) como símbolo do comportamento atrabiliário ou sadismo de Jorge, na época certamente também já idoso. Entretanto, nesta mesma obra Cabral de Mello, Evaldo, opus cit., pg. 363, refere-se também ao episódio do corte da barba e das cãs de um desafeto idoso dos Cavalcanti, durante o saque de Goiana.
   Seriam estes castigos contra desafetos políticos idosos característicos da época, e da ação dos Cavalcanti vindos do seu longo passado de governança feudal? Não sabemos responder, mas acrescentamos que tanto os Albuquerque como os Cavalcanti, de muito longa trajetória, traziam práticas antigas de governança e malícias no trato político de inimigos, práticas comentadas pelo próprio Evaldo nesta mesma obra, outras ainda por nós também indicadas no livreto “Família Cavalcanti de Albuquerque”.
    Lembramos que Maria Cristina em seu romance “O Magnificat”, sem citar suas fontes, relata o tipo clássico de castigo humilhante, infringido pelos mascates portugueses ao idoso líder “mazombo” João Rego Barros, nobre obrigado a teria ter de desfilar em ferros, em condições aviltantes ao entrar em Recife. Em Florença, Cosme I de Médici aplicara igualmente aos nobres idosos rebelados em 1535, em Montemurlo, castigos muito humilhantes, obrigados a desfilar humilhados e descompostos e em cavalos velhos, entrando em Florença.  
(11) Sobre o filho de Jorge Cavalcanti, Jorge Cavalcanti II, Cabral de Mello, Evaldo, A Fronda dos Mazombos, citada, pg. 310.
       Também Cavalcanti de Albuquerque, Maria Cristina “O Magnificat, Memórias Diacrônicas de Dona Isabel Cavalcanti”, Tempo Brasileiro, RJ, Fundação Roberto Freire, 1990, pg. 128, obra em que a autora afirma utilizar fontes documentais, ainda que não citadas por se tratar de um romance.
(12) Cavalcanti de Albuquerque, Maria Cristina - “O Magnificat, Memórias Diacrônicas de Dona Isabel Cavalcanti”, Tempo Brasileiro, RJ, Fundação Roberto Freire, 1990, pg. 106 e seguintes. Este trabalho de Maria Cristina apresenta alguns equívocos em registros históricos, tendo em vista especialmente a dificuldade, até hoje, do levantamento factual da Guerra dos Mascates.  Entretanto ele nos parece muito conseqüente na análise psicológica dos personagens Cavalcanti de Albuquerque no seu amalgama étnico. A características “sdegnosas” da personagem Isabel Cavalcanti, ainda que não perfeitamente identificadas em sua origem pela autora, estão muito bem descritas psicologicamente e sempre presentes como pano de fundo da asua ação. Sobre o adjetivo “sdegnoso”, ver nota acima nota 9.
(13) As origens dos Cavalcanti de Albuquerque são estudadas em muito ampla bibliografia por Torres, Rosa Sampaio nos seus vários artigos, a maioria deles já disponibilizados em seu blog http//:rosasampaiotorres.blogspot.com/      
     As origens sociais de Arnao de Holanda (que teria sido filho do germânico barão de Rhenoburg e de Margarida Florença ou Florentz, irmã do papa Adriano VI) casado com Brites de Vasconcellos, (sugerida como filha do camareiro–mor da corte portuguesa, Bartolomeu Rodrigues, e sua mulher Joana de Góis) a nosso ver, não estão ainda completamente esclarecidas.  Não podemos deixar de mencionar, entretanto, suas possíveis ou prováveis origens cristãs-novas, pois a historiografia brasileira já realiza esforços no sentido de comprovações a este respeito, discussão que o próprio Evaldo Cabral de Mello tenta realizar em O nome e o sangue, Cia. das Letras, 1989, pg. 100-102.
 (14) Os Bezerra Cavalcanti, em linha genealógica materna, eram descendentes do florentino por seu filho Antonio, seguido pela neta Isabel (casada com Manuel Gonçalves Cerqueira) ainda do bisneto Antonio Cavalcanti de Albuquerque “o da Guerra”, e finalmente da trineta Leonarda Cavalcanti de Albuquerque casada com Cosme Bezerra Monteiro (Bittencourt, Adalzira - opus cit., pg. 296,297). Pelo lado paterno descendiam de Cosme Bezerra Monteiro, de família nobre e antiga oriunda da Galicia, combatentes e heróis na luta contra os holandeses (citados na Revista do IAGP, ano 1871, 5 ano, ed. 20-27, Tipografia do Jornal do Recife, Recife).  Detalhes em Torres, Rosa Sampaio – “Antonio Cavalcanti, o da Guerra” e “O ramo dos Bezerra Cavalcanti na Guerra contra os Mascates”, ambos em finalização.
       Sobre a psicologia dos Bezerra Cavalcanti especialmente Cavalcanti de Albuquerque, Maria Cristina - opus cit., pg. 108-137, com mais informações sobre o clã dos Bezerra Cavalcanti.
(15) Cabral de Mello, Evaldo – A Fronda dos Mazombos, citada, Cia. das Letras, 1995.  
       Também Torres, Rosa Sampaio – artigo “O ramo dos Bezerra Cavalcanti na Guerra dos Mascates”, trabalho ainda inédito, mas já aberto a consultas e onde a autora tenta uma cronologia do episódio, apresentando talvez nova abordagm e algumas novas informações, especialmente de esclarecimento genealógico.
(16) O fato, por relatos orais, registrado por cronistas de época. Sobre este episódio precursor, de caráter republicano e possivelmente já de caráter pré-iluminista em que se envolvem os Bezerra Cavalcanti, consultar o trabalho citado e exaustivo de Cabral de Mello, Evaldo – A Fronda dos Mazombos, Cia. das Letras, 1995, capítulo VI.
      Os Bezerra Cavalcanti foram, já no século XIX, ressaltados pelo republicano por excelência frei Caneca, em carta já publicada por Cabral de Mello, Evaldo – Frei Joaquim do amor Divino Caneca, editora 34, 2001, pg. 283.
      Assunto, no ângulo “ottimati”, discutido em Torres, Rosa Sampaio artigo “Ideais Republicanos no Brasil Colônia”, o próximo no blog citado.
      Ainda Torres, Sampaio Torres - artigo “Os Bezerra Cavalcanti na luta contra os Mascates”, já citado - com resumo, ligeiras correções e complementações.
      Também resumo, correções e complementações da participação dos Cavalcanti de Albuquerque no episódio da Guerra contra os Mascates, Torres, Rosa Sampaio Torres – “Família Cavalcanti de Albuquerque”, livreto, 1ª edição gráfica Visual 2001.  2ª edição revista em 2013, para uso familiar, mas aberto a consultas.
(17) Episódio com detalhes relatado em Cabral de Mello, Evaldo – A Fronda dos Mazombos, Cia. das Letras, 1995, pg. 265, com fontes, no capitulo 6, “A sedição da nobreza”.  Citamos: “... os sediciosos despacharam um grupo de doze mamelucos, “emplumados de várias penas” diz a Relação, a fim de derrubarem o pelourinho”.
(18) Torres, Rosa Sampaio - artigo “O Ramo dos Cavalcanti de Albuquerque do engenho Castanha Grande”, 2012, já aberto para consulta familiar.



3 comentários:

  1. Muito bom, temos mesmo este sentimento, que vem de uma profunda indignação, um "di fuori" na sua própria terra. Isso só melhora quando assumimos uma participação autêntica nos destinos da nossa comunidade. Esse termo italiano "di fuori" ou "sdegnoso" representa uma pessoa marginal, incomprendida no seu próprio meio.

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  2. Parabéns, Amiga! Coisas que agregam nas nossas vidas, sempre são bem vindas!

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