A descida de Carlos Magno para a península italiana no sec.VIII - colaboração da dinastia franco-borgonhesa dos Condes de Hesbaye (Wido). O surgimento dos Cavalcanti

 Ensaio sobre as dinastias francas em descida 



    Este ensaio apresenta as conclusões finais de nossos vários trabalhos sobre a descida de dinastias francas para a península italiana no sec. VIII, acompanhando a marcha de Carlos Magno.  Entre estes inúmeros trabalhos com todas as fontes citamos: “As tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”, publicado na revista InComunidade do Porto Ed, 57 de julho de 2017, “As famílias Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti e suas origens no reino franco, Colônia, sec.VIII”, “Propriedades da antiga família Cavalcanti na Toscana”, “Os Bernardenga”, publicados no nosso blog em 2018; ainda o resumo “A Dinastia Wido e os Cavalcanti” publicado na revista Athena, do Porto, maio de 2019. Referimos ainda os trabalhos inéditos: “Dinastias francas em descida”, “A Genealogia Wido a partir de S. Warim”, e “Personalidades em descida do centro franco” - já abertos para pesquisadores.

   
            A Preparação da Descida
         A linhagem dinástica franco–borgonhesa denominada wido surge localizada em região próxima da cidade de Colônia, no condado de Hesbaye. Tendo seus membros cristianizados e muito religiosos servido à dinastia dominante merovíngia, ela passara a atuar, entretanto, desde o tempo de Pepino I para os carolíngios e acabara por favorecer a descida de Carlos Magno em direção à península italiana. De inicio os wido colaboraram abrindo espaço e caminho, diplomáticamente visando controlar os ímpetos lombardos sobre o papado em Roma (1).
   Essa lenta preparação diplomática iniciada junto ao papado em meados do século VIII  contou com o concurso da dinastia dos Condes de Hesbaye – pelo  bispo de Metz, Chrodogangus; o “missus” Robert I; o religioso Wilchario; ainda o cônego Forald (Fulrad) - todos enviados à península para contornar ou controlar a situação conflituosa entre o papado e os lombardos – o processo sofrendo avanços e naturais recuos (2).  

    Em pesquisas anteriores haviamos observado  que  os condes de Herbaye, tidos como  muito bons cristãos,  haviam sido ligados por laços estreitos às antigas dinastias merovíngias então  dominantes entre os francos.  Entretanto, nos primeiros  momentos da  ascendência carolíngia, o capostipide da familia  S. Warin havia sido mesmo martirizado por motivos políticos (c. 676). Outros membros da familia sofrido também penosos castigos. Após a queda definitiva dos merovíngios, os de Hesbaye  haviam perdido grande  parte de seu prestigio e  foram praticamente afastados do centro de poder  -  “exilados” pelos reis  carolíngios em direção ao sul do Imperio, de inicio em missões apenas diplomáticas,  mas por fim em missões  militares de alto risco.  A descida franca à peninsula realizada desde logo atravez o ramo de Lampert II de Hesbaye  por seu filho, o  missus  Roberto I de Herbaye (c. 697 - f. 764), que havia sido até mesmo dux em Hesbaye,  e depois por seu  filho o conte  Warin II de Hesbaye e Altdorf  (c. 723 - f.772) -  este  enviado diretamente  para dar combate aos sarracenos ao sul da França, em Narbone. Os francos sempre muito ciosos da sua  liberdade mais uma vez defendiam-se, enquanto  ampliavam os domínios do seu Imperio. O conde  Warin II acreditamos tenha sido criado na região dos alamanni de Aldorf,  nas proximidades do lago Constance, e foi  casado, cerca de 744, com moça da casa do chefe  lombardo Ildebrando de Spoleto –   este  chefe lombardo,  Ildebrando, oportunamente tornado aliado franco. Já a descendência de Warin II levada a  mobilizar-se militarmente  pelas bordas do Império,  ocupando postos de defesa  nas regiões de Narbonne, Toulouse, Corsega, Barcelona, ainda próximo aos Alpes, na Raecia,  Friul,  Itria e  Lucca -  estas tres ultimas regiões  na peninsula italiana. 
      Os “Annales Laurissenses” registram que tudo acertado para a descida e enfrentamento aos lombardos na península,  o rei Carlos Magno  chegou à " Corbonaeum villam "em 771 acompanhado especialmente, notamos, por cavaleiros religiosos da familia de  Hesbaye, agora já  tornados seus parentes colaterais por seu avô Carlos Martel (3) – Carlos Magno documentadamente na ocasião acompanhado por        “Wilcharius archiepiscopus,  Folradus capellanus, Warinus et Adalhardus comites” -   este  ultimo seu primo, filho de seu tio Bernardo, também  neto de Carlos Martel.       

      Por várias fontes genealógicas e documentos  comprovamos que estes cavaleiros acompanhantes de Carlos Magno e membros da dinastia de Hesbaye foram muito religiosos – o arcebispo  Wilcharius, os condes Warinus e Forald (capelão) e mesmo Adalhardus.  Pelas datas o  conde Warinus  indicado neste documento e ocasião só poderia ser o filho do citado acima conde  Warin II de Herbaye e Altdorf, Warin III, neto do missus  Robert I (4).  Warin II de Hesbaye e Altdorf já nesta ocasião idoso, sem condições derealizar esta dura  jornada, falecido no ano seguinte em 772, ainda em Narbonne.  Seu filho  Warinus III pelas essas datas deve ter, portanto, apoiado Carlos Magno em sua marcha e foi depois, junto com sua esposa, beneficiado com terras em Fulda (5).

   Finalmente, no verão de 773 Carlos Magno descerá com suas tropas através as montanhas gelados dos Alpes pelo vale do Susa. Passava  por Mont Cenis na companhia de seu tio Bernardo, de seu primo Adhalardus e ainda de sua nova e jovem esposa politicamente muito conveniente, Hildegarde de Wizingau - ela parente colateral dos de Hesbaye pelos Wizungau –  o irmão de Hildegarde, o muito poderoso e capaz Gerold II de Wizingau, encarregado de controlar e dominar os vizinhos ávaros na marca na Panônia, povos árabes nômades (6).

      Pelo fim do ano Carlos Magno preparou-se para atravessar o passo do Gran San Bernardo e enfrentar o chefe  lombardo, Desidério, na cidade de Pávia. 


No começo de 774 a forças de Carlos Magno cercaram Pavia. Depois de dez meses cai a cidade (7). 


Após a vitória 

   Estabelecida a vitória, seus homens foram distribuídos em pontos chaves. E Carlos Magno entregou ao seu primo Adalardus, como vimos seu companheiro na descida, o posto de regente da Itália até a maioridade de seu filho Pepino.  Mas com a morte de Pepino I, Carlos Magno nomeia agora seu neto, o jovem Bernardo, rei da Itália (810 a 818). 

      Nesta ocasião o descendente dos condes de Hesbaye, Hunfrid I, casado com Hitta uma uldaricher, estabelece um novo ramo da família de Hesbaye - a linhagem dos hunfridings ao norte da península italiana, e continua também a atuar contra ávaros e magiares em Friul e na marca da Recia, onde morre um dos seus quatro filhos, Adalberto, em maio de 841. Também haviam falecido na mesma região combatendo os ávaros na virada do século os colaterais de Hesbaye, os geroldings, por Gerold II margrafe da Panônia e seu sobrinho Eric (799) (8).    
     Sabemos que após a morte de Carlos Magno o jovem rei Bernardo da Itália,já nascido em Milão (n. 797) foi logo questionado por sua ascendência materna, tida como ilegítima. Temendo perder o poder, Bernardo ainda tentou se precaver de um possível ataque do novo imperador Luis, o Pio, sucessor de Carlos Magno, sob influência de sua esposa Emengada - ela da própria dinastia de Hesbaye, desejosa de manter o poder na Itália para sua família. Família que já vinha há muito em luta de conquistas, até mesmo na península. E, por uma ação militar apenas preventiva, o jovem Bernardo foi por fim acusado de traição.
   Mesmo que Emengarda de Hesbaye ainda tenha tentado intervir em favor  e pela vida de Bernardo, este foi punido pelo rei - cegado, logo falecendo em 818 dos ferimentos, com grandes sentimentos de culpa por parte de Luis o Pio (9).  Enfim, a peninsula italiana  fora  submetida e  mantida sobre o controle franco da nova geração carolíngia
     Além dos condes de Hesbaye, naturalmente outras dinastias francas também exerceram cargos e benefícios junto á dinastia carolíngia  na peninsula,  entre as quais  desde o inicio a linhagem austrasiana dos manfredings -  descidos desde o seculo VI e  favorecidos com diversas regiões de importância (10).
   Sabemos que outras linhagens como  de origem franco-bávara haviam participado da descida e logo obtiveram  postos de importãncia e controle em Lucca (11).   Carlos Magno tentou após a sua viuvez, a que  tudo indica, estabelecer uma união com concubina bávara com quem tivra  filhos -  ela provavelmente  filha do cavaleiro bávaro Richbald que  teria acompanhado a descida e que fora  privilegiado em Lucca,  onde tem   desenvolvimento a dinastia dos ricos  bonifácios na Toscana (12).
     Cavaleiros de Hesbaye que já se haviam localizado  na região angevina  e que também haviam  descido com Carlos Magno foram desde logo localizadas em Orveito e Siena, como constatamos ao  pesquisar a origem da familia Monaldeschi  e Orlandi/Malavolti (13).   Mais adiante a linha dos de  Hesbaye -  agora  pelo ramo de Lampert de Hornbach, ramo de Nantes, defensores da marca da Bretanha -  mesmo a contragosto também descem à Italia para  colaborar na dominação de Spoleto (14). 

    Por volta de 850 os dominadores francos ainda convocam para defesa na península  italiana, agora   frente a uma  invasão  moura,  o conde de palácio Hucbaldt de Hainacq, por nós calculado nascido c. 830 em Ostrevant, corte ao norte da França, falecido antes de 1 de março de 893. Hucbaldt tornado  líder da  marca  da Toscana  foi  casado com Andaberta de Bolonha (de origem franco-bávara), formando na Toscana  a nova linhagem dos  ucpoldings. Constatamos que Hucbaldt por linha materna era também desta mesma origem em Hesbaye, que já nesta ocasião desenvolvia em descida  as dinastias hunfrings e guelfa (15).
    A antiga dinastia dos admari (“os de alto mar”)  por um Hadhemarus conde em Narbona entre 790 e 817 também participou  nesta descida para o sul lutando inicialmente contra sarracenos em Córdoba.  Adiante  os admari  ja na península  casam-se  com os vencidos lombardos, adotando  até mesmo nomes e sobrenomes de dinastias lombardas, com dominio em vária regiões italianas  - a familia mais tarde com seu nome já em  aberto, Admari,  nominados em  Capua, Spoleto e mesmo na Toscana (16). 

   Se o   prestígio da dinastia franco-borgonhesa de Herbaye no centro do reino franco  havia sido abalado no seculo VII pela queda dos merovíngios, seus descendentes a dinastia de Hesbaye havia conseguido reaver relativo poder periférico  na Itália. Assim os membros descendentes da familia wido oriunda do condado de  Hesbaye foram os maiores  “beneficiados” pelo carolíngios do poder  na península italiana, durante  quase  dois seculos e meio.
   Os descendentes das dinastia de Herbaye haviam realmente conseguido obter preeminência e privilegios em relação ao governo da península italiana, exercendo grande poder na Italia, fato em parte explicado por haverem eles cedido em colocações politicas e por fim, de forma maleável, se ajustado  à dinastia dominante carolíngia, componto e mesmo mesclando- se por linhas femininas. Figuras femininas originárias da contagem  Herbaye,  ainda  parentes agilofings colaterais da vizinha região de Wizingou, tornadas  rainhas francas:  Rotrud, filha de São Leuwinus de Hesbaye, casada  em 705 por seu irmão com Carlos  Martel, tornada duquesa de Austrasia; sua  colateral Hildegarda de Vintzgau (757 ou 758-783/784),  neta de um agilofings e de mãe alamanni,  casada em 771 com o prórpio  Carlos Magno (ver nota 7); ainda Ermengarde de Hesbaye (n. 778, em Hesbaye — 3 Outubro 818, em Angers) casada antes de 795 com Luis o Pio, o proprio  filho de Carlos Magno – Ermengarde tornada  Imperatriz do Santo Império Romano a partir de 813.
    Acrescentamos que os descendentes  dos Condes  Herbaye, não só  pelo ramo de  Lampert II de Hesbaye,  ramo que participou desde o início   em luta na descida  por seus filhos e netos -  também o   ramo de Lampert de Hornbach, chamada linhagem de Nantes,  mais adiante participaram como  membros muito ativos  na  defesa, dominação e governo da Italia.
     Recordemos que  a linha inicial de Warin II, neto de Lampert II de Hesbaye e  filho de Robert I,  em meados do sec. VIII  havia aberto espaço para a descida franca inicialmente a partir de Narbonne, onde ocorre seu  casamento com senhora da casa do lombardo de Spoleto, Hildebrando.  E sua descendência havia lutado em várias regiões ao sul do reino franco, não só em Narbonne, mas também em  Barcelona, Corsega  e mesmo nas próximidade  dos Alpes,  na Raecia e em Friul  através dos descendentes  hunfriding -  mais tarde ainda  pela  dinastia dos ucpoldings.  
    No sec. IX esta  família franco–borgonhesa oriunda do condado de Hesbaye próximo de Colonia  já  se havia espalhado e era numerosa na Europa, ao sul do Reino  e ainda na marca da  Bretanha. O novo  ramo dos Hornbach, linha de Nantes, mesmo à contragosto fora também levado a entrar em ação na peninsula italiana  por Lampert I de Nantes, a partir de 831 (17).

    Mesmo que afastados do centro de influência franca, o ramo wido descendente  de Lambert I de Nantes, chamada linha da Lombardia,  ramo da mesma cepa  proveniente de Herbaye, ao participar em enfretamentos na península, acabaram especialmente  por adquirir relevância e influência -   tecendo casamentos  não só com os carolíngios, também com os da  antiga  elite  lombarda agora dominada  de Spoleto e Benevente.   Ita,  senhora lombada da elite de Benevento foi casada com o filho de Lampert I, Guido I de Spoleto, este   defensor de   Roma dos árabes  em 846.  Atravez deste Guido I de Spoleto e  de Guido II , o terceiro do título  Guido III chega mesmo a alcançar postos de muito relevo na região. Guido III da linha da Lombardia chega a rei da Italia e  Imperador, como seu filho -  outro Lampert, cedo falecido por uma queda de cavalo (18).

      Mas voltamos a reafirmar - não só a linhagem dos condes  de Hesbaye havia participado  desta descida a partir do fim do sec. VIII.  Haviam também atuado em luta na ocupação da peninsula, como vimos, as dinastias dos manfredings, suponidas, admari,  os bonifacius (franco-bávaros), além dos do ramo wido bretão -  os angevinos Monaldeschi, Orlandi/Malavolti -  linhas familiares com presença na Toscana comentadas em nossos vários trabalhos. A linha dinastica dos suponidas tivera breve presença em Spoleto. Porém, com a descida do  conde de palacio Hucbald, saído  do reino franco em cerca de 850  para reforço militar, forma-se agora na  marca da  Toscana a linhagem dos  ucpoldings,  em congraçamento com os de origem bávara, bonifácios ou  adalberti.  Passando então esses hucpolding  a exercer nos meados do  seculo  IX grande influência na elite local, assim  miscegenada.

 Crise dinástica no centro franco  e o surgimento dos Cavalcanti      
   
    Pelos seculos IX  e  especialmente no sec.  X ,  com a crise dinástica geracional ocorrida no centro franco pela mudança de poder  da dinastia franca carolíngia para a otoniana de origem  germãnica,   esta  alteração dinástica passa a repercutir de maneiradisfuncional   na marca Hispanica e mesmo  na Toscana,  ainda  adjacências. Ocorrem no período grandes mudanças políticas e mesmo conflitos locais. Neste sentido  no século X as lutas pelo poder entre dinastias  na Toscana tornam-se também acessas (19).   
     E, é  nesta ocasião de grande mudança dinastica no centro franco que sugem os Cavalcanti como familia na toscana -   documentados no ano 1045 em Florença. Surgem os Cavalcanti  subitamente  já muito poderosos,  em um contexto de grande insatisfação da nobreza na Itália - insatisfação que chegará a mobilizar até mesmo a população local contra as novas elites germânicas -  fato hoje tido pela historiografia  como os primeiros sinais do nacionalismo italiano.

       Observamos então que  um Bernardo, descendnete de Hucbaldt de Hainacq, sugerimos neto de Bonifácio I  e bisneto do margrafe Ucbald (c.845 – f 909), filho de um Ademar, segundo indicação da fonte Repetti,  teria sido destituído pelo imperador germanico  Otto III do cargo de conde de Pávia em 999, acusado de cumplicidade com o rebelde rei Arduíno. Bernardo então casado com Rotlinde, filha ilegítima do ex-rei Ugo. Conhecido documento registra o castigo de Bernardo de Pávia:  em 999 Otto III “...rimasse dela carica Bernardo conte di Pávia desde 985 com Arduíno, conte del Sacro Palazzo, accusati di complicità con il ribelle re Arduino”. É possível que este Bernardo, por ser filho de um Admari, mantivesse ligação dinástica com os Arduíno, que aparecem em listagens francesas dos  guilhermidas (20).
      Este Bernardo que havia sido conde de Pávia  faleceu pouco depois, em 1001, deixando a esposa Rotlinde e quatro filhos pequenos - filhos ainda  não “nominadas” por documento – filhos certamente crianças, e na ocasião ainda não identificados.       
     Bernardo e Rotlinde por pesquisa constatamos tiveram um dos filhos, Umberto, citado por seu prenome em  documento posterior. Porém os nomes dos outros três filhos pequenos, não nominados, tivemos alguma dificuldades ainda em identificar. Por indicações genealógicas e documentos de doações citados pelas fontes NI e Med/Italy, mesmo local e datas, estas crianças pouco a pouco foram sendo por nós identificadas em vários outros documentos -  um Ildebrando,  um Alberto, e sugerimos também  Domenico Cavalcanti – que aparece nesta mesma ocasião documentado na mesma região, com esta denominação ou títulação,  no ano 1045 -  a familia Cavalcanti logo surgindo já muito poderosa (21). 

    Resumindo - conforme a fonte Repetti (em G.E.O.), Bernardo seria filho de um Adimari, neto de Bonifácio I de Spoleto e  bisneto do margrave Ucbald. 
   Observamos também  que os prenomes Bernardo, Hildebrando, Adimari e Guido (Wido) aparecem repetidamente   nas primeiras listagens genealógicas da família Cavalcanti - nomes por certo provenientes do antigo  Bernhardt, “O Urso Forte”, antiga origem dos berandeschi; Hyldebrando proveniente  do lombardo “Fogo Célebre”, capostipide dos hildebrandeschi ou aldobrandeschi -  ainda o nome e prenome Adimari (do alto mar ) nome repetido por várias gerações associado aos Cavalcanti. O prenome Guido (Warin, Wido) mantido até hoje nesta família, tanto na Itália quando no Brasil.  
   Especialmente o prenome Bernardo aparece citado no topo  de um documento do seculo XVI -  uma listagem da família que registra a origem dos Cavalcanti – documento arquivado na Biblioteca Nacional de Florença  (BNCF),  manuscrito de Scipione Ammirato (sec.VII) anotado por Andrea di Lorenzo Cavalcanti -  documento fotografado recentemente em alta definição pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti.
    Conclusivamente -  neste amplo contexto histórico e genealógico surgem subitamente os Cavalcanti assim nominados na Toscana próximo ao ano de 1000 – estabelecidos na região, denominados e titulados, oficialmente documentados pela primeira vez por Domenico Cavalcanti. Apresentam-se logo em seguida,  como nos indicam vários documentos citados pela  fonte Repetti -  documentos fundiários, doações  e mesmo testamentos – reconhecidos  donos de bens, terras e castelos na região de Val de Grève (Strinche), Val de Pesa (MonteCalvi), Capraia, Val de Sieve (Ascianello), ainda com  Palazzo e casas em Florença  - aparentados colaterais das familias Admari, Guidechi, Aldobrandeschi, Ubaldinis, Gherardini, Guido (Wido) de Modiana e Guido de Davedola, entre outas famílias –  e mesmo  estabelecidos como consules em Florença (22).  
   Sugerimos  a possibilidade de uma artimanha política  neste período conturbado e pré-nacionalista pela adoção oportuna de novo nome para esta linhagem  Cavalcanti -  artimanha que  será empregada mais tarde, novamente, quando a família já nos seculos  XIII e XIV  foi proibida pela severa Republica de participação política em Florença, por serem ainda nesta época muito poderosos “magnati” (23).      
   A partir desta apresentação da descida franca por suas grandes linhas genealogógicas, pensamos que nossos leitores possam acompanhar, agora com mais facilidade, as notas biográficas detalhadas que disponibilizamos – valorizando pesquisas e fontes documentais obtidas de um tempo tão distante, levantadas por muitas gerações de estudiosos.
                        
Notas
(1) Sobre a origem da dinastia franco-borgonhesa wido - dinastia muito religiosa cristã estabelecida no condado de Hesbaye, próximo da cidade de Colônia, centro franco no sec.VII - já realizamos inúmeros trabalhos, com todas as fontes citadas. Recomendamos para o melhor conhecimento da origem desta família a leitura de nossos artigos: “As tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”, “A família Orlandi-Malavolti”, publicados em nosso blog http://rosasampaiotorres. blogspot.com/ “As famílias Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti e suas origens no reino franco, Colônia, sec.VIII”, publicado na revista InComunidade do Porto Ed, 57 de julho de 2017, “Propriedades da antiga família Cavalcanti na Toscana”, “Os Bernardenga”, estes dois publicados também no nosso blog em 2018; o resumo “A Dinastia wido e os Cavalcanti” publicado na revista Athena, do Porto, numero de maio de 2019. Ainda os trabalhos inéditos: “Dinastias francas em descida”, “A Genealogia Wido a partir de S. Warin”, “Personalidades em descida do centro franco” – estes já abertos para pesquisadores.
(2) Vários membros da família de Hesbaye colaboraram na fase inicial e diplomática da descida franca, por nós identificados. Citamos: Chrodogangus, filho do franco Sigramus e de Lalandra de Hesbaye, depois santificado - secretário particular, chanceler e em 737 primeiro-ministro de Carlos Martel. Em 742 foi nomeado bispo de Metz, mas logo após a queda do último rei merovíngio, Childerico III em 751, Chrodogangus em 753 foi enviado em missão à península italiana, ao Papa Estevão II, para assegurar-lhe a simpatia franca contra as incursões violentas do lombardo Aistulf.
   Em 757, após a queda defintiva do rei merovíngio Childerico III, também Robert I, dux de Hesbaye e filho de Lampert ll sofre queda de prestígio junto aos carolíngios e é enviado pelo rei Pepino como “Missi Dominici” (“régio patroa”) à Itália - sabendo-se que este rei já em 754 e 756 concordara em prestar ajuda ao papa na Itália para derrotar os lombardos.    A intervenção de Robert I como “missus” é muito documentada, sendo comentado que na sua companhia levava o seu próprio primo - o abade Fulrad (Folradus, Frodoald) de Saint-Denis - intervenção atestada no início do ano 757 nas negociações da época entre o Papa Estêvão II e o dux Desidério. Em missão posterior no ano de 758 o Papa Paulo I envia mesmo para rei franco, Pepino, uma simbólica espada através este seu embaixador Roberto.
    Também o religioso Wilcharius desta mesma família de Hesbaye teria atuado em missões à península italiana junto ao papado, pois missões de toda confiança observamos já eram atribuídas aos da família de Hesbaye, varões sempre muito religiosos. Estes preparativos são comentados por nós especialmente em artigos ainda não publicados, mas aberto a pesquisas: “Personalidades em descida” (com a biografia de Wilcharius e Forald), “A Linhagem de S Warin”. “Dinastias Francas em Descida” (estes com notas biográficas de Robert I, Foral e Wilkarius).
 (3) O parentesco de Carlos Magno com os de Hesbaye é establecido pelo casamente de sua avó, Routrude de Hesbaye - filha de São Lewinus, casada com o seu avô, Carlos Martel visando à pacificação das familias de Hesbaye e a dinastia caroligia em 705. Lembrando que Leudwinus (St Liutwin), Bispo ou Arcebispo de Trier e Bispo de Laon, era  filho ou neto do capostipide da familia de Hesbaye, S. Warin, e por sua grande religiosidade foi também santificado.Ele havia sido  casado com Willigard (Guilgarda) da Baviera, uma agilolfing filha do dux Teodoro II da Bavaria, que tem sua vida já bem estudada e balizada. A filha Rotrud do casal  possivelmente para composição política da familia aproximada por seu irmão Milo, bipo de Trier,e  casada com o então Prefeito da Austrásia,  Carlos Martel - o grande vencedor muçulmanos em Poitiers no ano de  732.  Os filhos de S.Leutwinus e de Willigard (Guilgarda) tiveram, portanto, alem de descendência franco-borgonhesa também descendêcia agilofing,  e os netos estiveram  entremeados à dinastia carolíngia. Por composição de várias listas genealógicas, temos como filhos de Lewinus e Willigard em listagem provisória: -   Willigardis de Trier ;  [  ?  ]   de Thurgovie ; Chrodbert  antes de 670, Austrasia, França; - Milo, Conde de Triers (f. 761/62)  foi bispo de Trier e Reims, sucessor do pai procurou defender os bens familiares;   Guy (Wido) Conde de Trier e Hornbach - ainda Rotrude (Chrotrude)  de Triers e de Poitier  (c. 695 † 724)  que em 705 teria se casado com o prefeito da Austrasia, depois grande guerreiro estrategista contra os muçulmanos, líder franco da dinastia carolingea, Carlos  Martel 717 a 741 - ela tornada duquesa de Austrasia.  Pepino o Breve foi filho de Rotrude e Carlos Martel, pai de Carlos Magno.
Ver nossos trabalhos “As tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”, publicado na revista InComunidade Ed, 57 de julho de 2017; “As Famílias Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti e suas origens no reino franco, Colônia, sec.VIII, pubicado no blog;  ainda o artigo  “As dinastias francas em descida”, inédito  ou “Os maiis antigos Cavalcanti - Lista de Hesbaye”,
(4) Sobre Robert I, acima ver nota 2.  Sobre seu neto  Warin III ver abaixo nota  5.                     
(5) Documento de época confirma a doação em Fulda a Warin, certamente o III. Refere a fonte Franks:  “M Frederuna, filha de --- (-after 2 Sep 786)”... "Carolus ... imperator augustus" confirmou a doação de "Warinus vem e uxor eius Friderun" da propriedade "em pago Moyngowz ... Biberbah"  para Fulda por carta de 2 de setembro de 786”.
  Ainda referido pela fonte Franks documento anterior do ano 762: 91. “WARIN (- a partir de 2 de Setembro de 786). “Pippinus rex Francorum" doou apropriedade para fundar Kloster Prüm por carta datada de 13 de Agosto de 762 que nomeia " coniux mea Bertrada ... genitor suus Heribertus " e foi subscrita por (primeira coluna) " Droconi comitis, Waritis comitis, Comitis, Rachulfi comitis " e (segunda coluna)" Chrodardi comitis, Welitis comitis, comitis de Gerhardi, comitis de Waltarii, comitis de Gunberti, comitis de Warini " [849]   Supõe-se que isso indica que havia dois diferentes  Waritis comitis" .  fonte FRANKS, CAROLINGIAN NOBILITY (Franks)    http://fmg.ac/Projects/MedLands/FRANKISH%20NOBILITY.htm#Ermentrudisdied869  (coleções de fontes documentais de época, mantidas as numerações refentes à bibliografia pertinente)
  Nosso comentários: Acreditamos que o primeiro documento citado  refere Warin III, filho de Warinus II de Aldorf -  nominado no segundo documento  “contis Warinus” da contagem de Herbaye -  condes Warin, como o capostipide São Warin, martirizado pelo prefeito carolingio  Eboim em meados do seculo anterior, por ocasião da subida dos carolingios ao poder.  Sabemos que pelo menos dois Warins eram já adultos adultos por ocasião da descida de Carlos Magno  -   Warinus II, já idoso, e   Warinus III  já então adulto;   muito jovemainda o Warin  da linha Hornbach, Warin (Guy, Guerin) de Nantes (n. c.(750 – f. 818), responsável depois de 785 pela marca da Bretanha com a morte do herói Rolando. É natural que os genealogista e os estudiosos de genealogia tenham dificuldade em identificar estes vários condes Warin. Sobre Warin III e sua biografia consultar “Os 4  cavaleiros apoiadores de Carlos Magno em sua marcha à Itália século VIII: Warin III de Thurgau, o capelão Foraldus, Adalard e o arcebispo Wilkarius” publicado no blog e “Dinstias francas em descida” com todas as fontes, ainda inédito, mas aberto a consultas.

(6) Gerold II, Jüngere" (Júnior) - filho  do muito rico  Gerold I e de Emma dos Alemaniens - jovem de família colateral ao condado de Hesbaye (ver também nota abaixo 7, Gerold II tido como figura historicamente muito  importante, tendo em vista o processo que possibilitou de  assimilação entre as várias  culturas em confronto em sua  época.
   Constatamos que Gerold II por sua origem materna tido como um alamaniano (teria sido muito alto, forte e  louro) prefeito da Baviera -  e no der Baar por onde passou documentado nos anos 786 e 790. Demonstrando  grande bravura e capacidade administrativa durante a descida de Carlos Magno foi marca da Panônia (Margrafe) -  morto em batalha contra os ávaros cerca de 799 -  ocasião tambem em que que seu sobrinho Heric (Heirichus, Ehericus, Érico, Margave em Albgau) foi morto quando tentava tomar Friul e  a partir desta região o norte da Itália.
     Gerold II na verdade teve múltiplas influências genéticas e culturais.  Sua avó paterna Heresvinda era  uma agilofing da nobreza bávara, proveniente do condado de Herbaye, irmã de Willigard (Guilgarda) da Baviera casada com S.Lewinus de Hesbaye , ambas filhas do dux Teodoro II da Bavaria; seu avô Agiulf da dinastia agilofing de Winzgouw.   Pela parte materna  sua mãe Emma  era descendnete da elite alemanni. Assim, beneficiava-se  pelo menos de três ou quatro proveniências familiares próximas de nível cultural muito  elevado na época, que lhe permitiram exercer um papel de liderança no  mundo tão conturbado da época  (ver mais detalhes desse parentesco na nota 8)
     Gerold II era em especial irmão de Hildegard de Winzgouw, (757 ou 758 -783/784) a jovem esposa de Carlos Magno,  mãe adiante de seus vários fihos entre outros Luis, o Piedoso (814-840). Gerold II, filho do rico  Gerold I da diranstia gerolding era ainda  irmão de Adriano von Suábia d´ Orleans e de Emertrude da Suábia, ainda  mais outros nove irmãos.
     Gerold, o Junior, portanto,  muito bem relacionado -  tanto pela dinastia agilofing,  classe dominante da Baviera, quanto pela parte da  família missigenada aos alamanni , ainda casada entre os carolíngios.  Por este fato, Gerold, depois do afastamento dos merovíngios e a tentativa de neutralização  da aristocrata  agilofing, por  sua aparência  etnica de origem alamana teria trabalhado, e mesmo  favorecido,  a própria continuidade das leis agilofing bávaras, bem como condições favoráveis para integrar os bávaros no âmbito mais vasto do reino franco unido. Segundo fontes históricas - como um enérgico campeão militar, um lutador cavaleiro da mais piedosa cristandade   Gerold II deixou legados para à Igreja, e atrás de si a tradição de cristãos francos ricos realizarem generosas doações para a Igreja.  


(7)  Carlos Magno com um exército de cerca 20-40 mil homens atravessou os Alpes durante o verão de 773. Este exército fora dividido, ficando a outra metade dirigida por seu tio Bernardo. E, enquanto ele descia pelo vale do Susa, seu tio dirigia-se para atravessá-lo pelo passo do Gran S. Bernardo. No começo de 774 cercaram a cidade de Pavia. Depois de dez meses a cidade caiu pela fome e doenças.  Assim sendo,  Carlos Magno facilmente ocupou o resto do Reino Lombardo. Fonte citada Bachrach, B. Charlemagne’s Early Campaigns (768–777): A Diplomatic and Military Analysis. Leiden: Brill Publishers (2013). 




“Carolingian cavalry. Illustration of psalm 60 in the Golden Psalter of St. Gallen, c. 890” -“Cavalaria carolíngia. Ilustração do salmo 60 no Saltério Dourado de São Galo, c. 890 ”

 (8) Um dos filhos de Warin II, Isembart l, foi comandante da marca de Friul no Veneto, e seu neto Hunfrid I (c.780 - f. d. 804) denominou-se hunfridings, “os Livres”. Hanfrid I como Gerold II tinha também parte alemanni pela avó materna, Emma dos Alemaniens - a filha do herzog Nabi, casada com o muito rico Gerold I. Hunfrid I foi margrave da Istria durante a descida franca, dux em Friul entre 799 e 804.  A marca de Friul correspondia à região do Veneto e à incipiente localidade de Floruit, do início do século IX – a marca do Friul maior do que o Friul moderno, pois cobria parte do Veneto e a Província de Brescia na Lombardia. Os quatro filhos de Hunfrid I netos, portanto, de Warin II de Hesbaye, foram denominados hunfridings - filhos tidos com Hitta (neta de Gerold I e filha de Uldarich I de Winzingou, capostipide dos udalricher). Esses filhos de Hunfrid I são mencionados pelo genealogista Jackman, e por documentação: Adalphret morto em batalha na Raecia em 13 maio 841, dando sequência por seu filho do mesmo nome à dinastia dos adalbertos ou bonifácios; já Hunfrid II dará seqüência à dinastia dos hunfridings; Uldarich II dará seqüência não só à dinastia dos udalrichings, atuante ainda na marca da Gotia, mas seqüência ainda a dinastia dos bernardenga na Itália; e Liutsind, que temos como provável conde da Istria leva nome típico às antigas dinastias francas de Sundgau. (A fonte Medieval/Suabia indica: “HUNFRID [II] (- f. 824 ou após). Jackman cita o livro Memorial de Reichenau que lista (em ordem): “Hunfridus, Hitta, Adelpreht, Odalrih, Hunfrid, Liutsind, Hitta, Imma, Aba”, que ele identifica como Hunfried, sua esposa, seus quatro filhos e possíveis três filhas [609]). Também fonte Medieval/Suabia refere “ADALBERT [I] morto em batalha Retiense 13 maio 841”). 
Esta nota está baseada no texto de nosso artigo “Os Bernardenga” editado no blog e em “As Dinastias Francas em descida”, ainda não editado.
(9) A  genealogia do jovem rei  Bernardo e sua história  problemática já foi  bem estudada com todas as fontes  em nosso artigo “Os Berardenga”, publicado em nosso blog, que recomendamos para consultas. 
(10) Sabemos que também os manfredings desde o século VI esteveram em descida para a Itália. Os manfredings de origem franca antiga descidos para à Italia bem antes da descida de Carlos Magno. Referido o primeiro Manfredo descido à Italia no séquito do rei austrasiano Teodeberto, falecido em 539 em Gagliano. Segundo outros autores o capotipide da familia na Italia teria sido Manfredo III, dito o Cego, conde da Lombardia no século VIII. Descenderia ele de Pepino I de Vermandois, filho do jovem rei Bernado e de Cunegunda, fato que entretanto não pudemos confirmar. Assunto ja discutido no nosso artigo “Os Bernardenga”, editado no blog.
(11) O aparente desprestigio da nobreza de origem bávara na ocasião devia-se às suas origens ligadas aos agilofings e aos antigos poderosos  merovíngios – esta estirpe  definitivamente decaída e vencida  em 751. No conselho de Frankfurt  no ano de 794 Carlos Magno fizera Tassilo III, dux bávaro, renunciar de forma humilhante a todo o poder na Baviera, mesmo sendo seu próprio parente pelo avô Carlos Martel - a região violentamente, e com muitas mortes, então anexada ao reino franco. 
(12) Sobre Richbald e seus descendentes da linha dos bonifácios ou adalberti, consultar nosso trabalho “Personalidades em descida” , trabalho inedito mas aberto a pesquisas . O segundo casamento do carolíngio Luís o Pio com Judite da Suábia, filha de Guelf I d´Aldorf (775-824), conde da Baviera, neto de Warin II, havia sido realizado, certamente,  para amenizar a situação desta  dominação violenta sobre os bávaros em 794 (ver nota acima) e mesmo permitir melhor governabilidade aos carolíngios. Guelf da Baviera, pai da imperatriz  Judith,  era filho de Isembart I, neto de Warin II de Hesbaye e Aldorf,  da  linha wido de Herbaye casado com Emertrude da Suábia, esta neta do herzog Nabi, da elite alamanni ou sueva, etnia barbara  também vencida e reprimida em anos anteriores.  (Emertrude da Suábia - filha de Gerold I de Wizingau e Ema da Alemania, esta filha do herzog alemanni, Nabi) -  Os alamannii ou suevos  derrotados  com  muita repressão em meados de 746 por Carlomano, irmão de Carlos Magno. Afirmam fontes enciclopédicas: “Em 746, Carlomano acabou com um levante alamano executando sumariamente toda a nobreza alamana em Cannstatt, e por todo o século seguinte a Alamânia foi governada por duques francos” . Ver sobre os bávaros,  nossos artigos Os Bernardengas” “Propriedades...”, “Personalidades em descida “ “Dinastias francas...” etc.  
(13) Sobre as familias  Monaldeschi e Orlandi/Malavolti ver nossos trabalhos “Os Bernardengas”,  “Propriedades dos antigos Cavalcanti na Toscana”, “A família Orlandi-Malavolti”, e ainda os mais antigos: “As tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”, publicado na revista InComunidade Ed, 57 de julho de 2017, ainda  “As famílias Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti e suas origens no reino franco, Colônia, sec.VIII”, pubicado nos blog. Também “Dinastias francas em descida” e  “Personalidades em Descida”  ainda inéditos.
(14) Saído do mesmo  tronco dos condes de Hesbaye, a  nossa própria  lista do ramo Hornbach  não está ainda  totalmente concluída, faltando comprovar e identificar em  definitivo  a filiação do  célebre cavaleiro Rolando, membro da guarda de Carlos Magno  falecido na batalha de Roncevallles,  que sabemos membro desta linha proveniente de Hesbaye .Ver ainda continuação nota abaixo 17 e 18.  Em todo caso sugerimos:
Lista  do ramo  Hornbach, igualmente  proveniente da cepa  de Hesbaye:
            O S. Leuwinus, Arcebispo de Treves (Trier) e Bispo de Laon de família franco-borgonhesa establecida em Hesbaye, casado com  Willigard da Baviera, uma agilolfing  filha do dux Teodoro II da Bavária. Pais de :
                                                             I
                          Guy (Wido), Conde de Treves e Hornbach (e de Fontanelles?) o também chamado  Wido dos Francos, conde de Treves Von Hornbach (c. 670 ? - ? ).  Irmão de Willigardis de Treves;  [ N ]  de Thurgovie; Chrodbert,  antes de 670, da Austrasia de onde sai a linhagem de Lampert II  e   Robert I ; de Milo, Conde de Treves  (f. 761/62)  bispo de Treves  e Reims, sucessor do pai que procurou defender os bens familiares;  ainda  de Rotrude (Chrotrude)  de Treves  e de Poitier  (c. 695- 724), casada com Carlos Martel. Guy teria sido a nosso ver pai de:
   I                                                          I
        Hruodland (o  celebre  Rolando ?,  c. 730  m.758 ?), e de Lampert (Lando) conde de Hornbach, da Bretanha (n. Bretagne 720-785, fonte  Geni n .735, França - f. c.783)-  Lantbert "Graf Vogt of Kloster Hornbach and Kloster Mettlach", Nantes. Na fonte Geni referido seu 1° casamento com Theuteberga da Austrásia, Nantes. Pela fonte My Heritage foi casado a segunda vez com Gerberga de Laon (c.732), seus filhos: Guido (Guido) von Hornbach (Guy de Nantes, abaixo), Guibour (ou Witburg, Guiboar, Cuningunda (born Von Hornbach) de Gellone c.760, casada com  Guilherme  "Saint Guillaume" Gellone de Toulouse; e ainda Waldrata (Hornbach) Jutland, 770 - 824, casada com Adrien D'Orleans (mãe de Oto e Waltrud de Worms- esta matriarca da linha robertina). Lampert foi  casado uma  3 ° vez com  Deotbric de Tréves, Prussia. Teve um filho referido  como Warnário na fonte Werinheri bei Genealogie Mittelalter (seria o arcebispo de Viena ?) A fonte Med/land parece confirmar este venerável Warnário entre os filhos de Lampert (Lando) “Carolus… rex Francorum et Langobardorum" issued judgment in favour of Kloster Mettlach by charter dated to [782] which records privileges granted to "Karolus quondam maiorem domus Miloni" and by King Pepin to "Miloni", names "Leudonius quondam episcopus genitor Miloni et Widoni", specifying that Milo succeeded Leudonius as bishop, and details the dispute between "Wicberto misso et filios Lantberti, Widoni et Hrodoldo vel Warnariom"); Lampert ainda pai de Hrodoald (Froaldo de Saint Denis, conde de Vannes) 
                                                          I
                 Guy I de Nantes   (Guy de Nantes von Hornbach), (n. Germany c.750 – 818 ou Germany 759 – 814, Aachen, fonte Geni).   Marca da Bretanha em 799 em substituição ao seu parente (tio ?) Hruodland /Rolando, missus imperial em 802. Na fonte  Geni este filho de Lampert aparece  como Werner de Hesbaye (732-814)  assassinado ?, casado com Hildsnot (doc.), pai de Gunterland de Hesbaye – dados o que nos parecem equívocados, parte das informações provavelmente correspondendo ao seu neto abaixo Werner II de Hornbach. [The Royal Frankish Annals record that Wido was installed as prefect of the march of Brittany "comes ac praefectus Britanni limites" in 799 by Charles I King of the Franks, subdued the Bretons in 799 and brought the Breton chief's weapons, engraved with his name, to the king at Worms [278]. The Annales Laurissenses Continuatio records that "Wido comes" was appointed to "marca Brittaniæ" in 799[279]. Imperial missus in 802[280]. "Wido comite" is referred to in an 814 document of Kloster Redon [281]. m ---. The name of Wido's wife is not known. Wido & his wife had two children:]
                                                   I                                                   I
                 Lampert I de Nantes e Spoleto    e Wido de Vannes (Widechowo? de Hornsbach) 809 - f. 834/35, morto em batalha, pai de Werner II, senhor de Hornbach e ainda de Waldrat von Hornbach (fonte Geni). [Fonte Medievalands refere este Wido de Vannes: WIDO (-killed in battle 834). The primary source which confirms the parentage of Wido has not yet been identified. Comte de Vannes. "Wido" supported Emperor Louis I during the rebellion of the latter's sons and in 834 was sent to Brittany to drive out "Mathfrid, Lambert [presumably Wido's brother, although this is not specified] and all the others of Lothar's party" but was killed [282]. The Annales Xantenses record that "Mahtfrdum atque Landbertum, principes Lotharii consules" were captured and killed in 834 [283], "Landbertum" presumably being an error for "Widonem" as Wido's brother Lambert was killed in Italy. The Chronica Rainaldi records that "Odo comes Aureli anensium, Willelmus frater eius comes Blesensium, Guido comes Cenomanensium" died in battle fighting "Lambertum" in 835 [284]. Também WARNER (-before 834). Emperor Louis I confirmed the donation to "Duserensi monasterio" made by "Warnarius quondam comes… villam Masteces… in pago Tricastinensi… cum uxore… Hildisnota… defuncta" by charter dated 834[297]. m HILDISNOT, daughter of --- (-before 834). Emperor Louis I confirmed the donation to "Duserensi monasterio" made by "Warnarius quondam comes… villam Masteces… in pago Tricastinensi… cum uxore… Hildisnota… defuncta" by charter dated 834[298]. http://fmg.ac/Projects/MedLands/FRANKISH%20NOBILITY.htm#LambertIdied836A.] Este Wido de Vannes teria tido uma esposa Hidisnot e um filho Gunterland de Hesbaye, como refere à fonte Geni equivocadamente - seus dados misturados entre os dados de seu avô?

(15) Hucbaldt de Hainacq por linha materna era descendente  dos condes de  Hesbaye mas seria um econide pela linha paterna  (Ver sua linhagem detalhada e com fontes  no nosso artigo “Propriedades dos antigos cavalcanti na Toscana ...”, com gráfico da  listagem).  Capostipide dos hucbalding na Tosacana casado com Andaberta dos degli Adalberti (ela de certa origem bávara).   Hucbaldus de Hainacq foi  conde de palacio e por lado paterno era dos importantes Fazensac na época. Por nós calculado nascido c. 830 - falecido antes de 1 de março de 893. Por documento teria descido do reino franco, do Reno, em meados do século com ordens para defender Wintiola e Casalias, tornando-se marca na Toscana (fonte Northenitaly) casado com Andaberta de Bolonha – Por esta mesma fonte do arquivo Northenitaly, o capostipide Hucbaldo teria  “falecido antes de 01 de março 893. De origem franca da região do Reno instalou- se na Toscana como marca . Palatino do imperador Louis II [393] Karolus ... imperator Augustus “ordenou Hubaldo vem” para proteger Wintiola e Casalias, doou aos cânones da igreja de St Antonin & Victor em Piacenza, por um donativo sem data, inserido na compilação entre cartas datadas de 881 [394] marido de ANDABERTA“]
  Pela fonte genalogica moderna, Geneanete, Hucbald é indicado como Hucbald d'Ostrevant, nascido cerca de 845 - falecido cerca de 890, casado em 873 [em segundas núpcias] com  Heilwide de Friul [839 - 895 ou 826-913, por outras fontes]. Entretanto a data de nascimento de Hucbald fornecida por esta fonte  em 845 (845 também em Geni) não nos parece conveniente e não se encaixa com as datas de seus filhos. Preferimos calcular seu nascimento em cerca de 830 (cálculo - nascido c. 830 e  casado próximo dos 25 anos,  já que  sua filha  Ingelrada com  cerca de 15 anos foi casada em 870). Sua filha Ingelrada casada antes de 14 de dezembro 870 com o dux Martinus de Ravenna, de origem lombarda.  
  Por várias fontes (geneanet, Geni, e https://www.genealogieonline.nl/) Hucbald seria filho de Girard II de Fézensac  (n.c. 815 -  f. em 877),  conde  de Fézensac, Conde  de Vienne (815-866), conde de Paris (861-874), conde de Roussillon, conde de Burbant e de Tournai (870-877), duc de Bourgogne, casado com Ava ou Eva (ou Abba) de Auxerre ou de Tours (sol. d´Alsace) c.819 – 871. Por seu pai Hucbaldus seria, portanto, dos condes de Paris e Fazensac.
    Seu tetravô materno por fonte genealógica (geneanet) teria sido o capostipide Ethicon, duque  da Alsacia (673-692). Por sua mãe Eva de Auxerre, Hucbald seria ainda ligado  à linha wido de Herbaye e bávara, neto do notório contestador bávaro em 858 Conrad I -  este já tido como guelfo (fonte geneanet confirmada por outras genealógicas), linha  que retroagindo chega  à S. Warin - Warin II, seu tetra-avô. Sua avó materna casada com Conrad I foi  Adélaïde, dos antigos Sundgau da Alsácia das mais antigas e tradicionais dinastias francas. 
    Seu pai Girard II de Fazensac, como vimos muito titulado, fora homem forte de Luis o Pio e seu filho Lotário, possuindo  já com vasta historiografia. Entretanto em 868 Girard opõe-se ao rei Carlos, o Calvo, a propósito da herança do condado de Bourges e de suas abadias. Em agosto de 869, após a morte de Lotário e com o tratado de Meerssen, Girard II de Fazensac em 870 recusa-se a compartilhar Lyon e Vienne e entra em rebelião contra este Imperador, posteriormente acomodando-se. 
  Hucbald foi, portanto, irmão de Bertha de Paris, casada com Herbert de Vermendois e também irmão de Adelaide de Paris – esta casada com o rei da França Luis II, o Gago – filho do rei e Imperador Carlos, O Calvo – de onde um dos motivos do prestígio de Hucbald como Conde Palatino.  
 A análise de sua ascendência pela esta fonte Geneanet, muito detalhada, demonstra ser Hucbaldus de Hainacq o elo entre a genealogia de Herbaye -   Warin II  e seu filho  Isembat I von Thurgau, lll da Saxônia (n.750 - falecido 806), seu  tri-avô materno -  e a linha propriamente hucpolding que a partir dele se desenvolve na Toscana.
  Confirmamos seu segundo casamento com  Heilwide de Friul (839 - 895 ou 826-913), filha do famoso cavaleiro, conde, e mais tarde santo  Ebehardt com quem atuou, e do qual teve ainda  importante e titulada descendência no centro franco. Trecho biográfico do nosso próprio trabalho, com fontes, em  “Personalidades em descida” e “Dinastias francas ”. inéditos.
 (16) Tentaremos resumir nossa própria pesquisa relativa à presença dos Admari na peninsula italiana  utilizando trechos retirados do nosso artigo “Dinastias francas em descida”, onde foram usadas variadas fontes e documentaçõe, pesquisa longa e ainda inédita.  
   A que tudo indica, a muito antiga dinastia  dos Admari (“do alto mar”) se faz presente   na periferia do reino franco.no sec. IX por um Hadhemarus falecido após 817 e que participou da luta em Narbonne. Hadhemarus foi conde em Narbone entre 790 e 817, substituindo o filho de Warin II de Herbaye, Milo, também citado na lista histórica de condes da cidade. Hadhemarus atuou na marca da Gotia (região ocupada pelos visigodos na atual França) em companhia de S. Guilherme de Toulouse, defensor desta marca (capostipide dos guilhermida)  e de Isembart ll, o  neto de Warin ll de Hesbaye – [Fonte franks, em Vita Hludowici, indica: “Hadhemarus lutou contra os sarracenos em Córdoba, cerca de  801”. O Vita Hludowici Imperatoris também nomeia "Isembardum, Hudemarum, Beram, Burellum" como aqueles que lideram a campanha contra Toulouse em 809. Na fonte MedievalLands: Comte de Toulouse, Marquis de Septimania.  The Vita Hludowici Imperatoris records that "Willelmus primus, signifier Hadhemarus" fought the Saracens in Córdoba [in 801]. ] 
   A fonte Franks já refere também um Ademari documentado em abril de 806 como  Conte de Verona. [fonte Frank “Ademari vem e Rataldus episcopus" confirmou possessões do abade de San Zeno” finibus Veronensis " por carta datada de abril de 806).] 
    A familia de S. Guilherme de Toulouse, capostipide da linhagem guilhermida dos condes de Angoulème aparecerá  em meados do século na Itália, desenvolvendo  a linhagem bernardesca. Um  Ademar aparece  na listagem desses guilhermidas como  filho do conde  Emenon de Poitiers que, em 866, morto seu pai, foi adotado junto com seu irmão Adelmo pelo conde  Wulgrino de Angouleme. Este Admar consegue retomar seu cargo em Poitiers e mesmo casar com uma filha deste  Wulgrino, mas aparentemente  não deixará descendentes,  bem como seu irmão Adelmo, falecido em 930.  Por pesquisa concluímos ser este o conde  Wulgrino ou Wuningi foi o mesmo  que esteve na Itália por volta de 866/ 68 certamente por seus filhos dando prosseguimento a dinastia berardenga. Ver nosso trabalho “Os Berardega”. Mas sugerimos também que algum ramo da familia Ademar, Ademari, Adémar  tenha permanecido ainda na França, pois os Ademar ou  Ademari  são  também citados como pertencnetes a uma Maison no Auvergne. (Consultar Histoire Genealogique de La Maison de Auvergne – Etienne Baluze, 1708, Auvergne, France. Trabalho ainda não utilizado).       
      Na peninsula por volta de 850 esta  linha Admari (Hademarius) estará associada à chamada  linha wido da Lombardia ou guidechi  por Lampert I de Nantes  e Spoleto (ver a respeito nota a seguir). Um Adhemar (ou Ademar, Ademarius) filho de um Petrus (autoridade da região não identificado)  governante de Salerno em 853 foi tido  pelos lombardos como um usurpador, acusado da morte do jovem herdeiro lombardo Sicon,  mesmo tendo sido reconhecido c0mo governante  pelo imperador Luíz o Pio. Em 858 este Admari  chamou em seu auxilio  o filho de Lampert,  Guido  I de Spoleto,  casado com Ita, a filha do príncipe lombardo Sicon I.  Mesmo reconhecido por Luiz o Pio, em 861 uma revolta popular derrubou Ademar e o aprisionou, pois os lombardos não teriam aceitado as suas regras (suas leis sálicas?). Ademar (Ademarius) foi extremamente torturado e posteriormente cegado. A apartir desta ocasião  tentamos prosseguir o histórico desta linhagem, mas não conseguimos muitos progressos em sua genealogia e atuação, em virtude mesmo de suas já íntimas  ligações de casamento  com os próprios  lombardos -  até  mesmo tomando nome e prenome  de dinastias lombardas. Algumas hipóteses de linhagens lombardas foram levantadas, mas os resultados inconclusivos. Consultar detalhes em “Dinatias francas em descida”, inédito mas aberto a pesquisas. A que tudo indica, além de Benevento e Salerno  outros condados como o de Venafio, Alife, e Amalfi conheceram a atuação da familia dos Admari nos anos 955, 965, e um Ademaro Borello é citado no ano 1035. Em Cápua um Admari  assim claramente nominado aparece no ano 1000. E indicamos que  alguma linha Admari  teria entrado na família dos hucpolding na Toscana pela linhagem guilhermida e já berardesca. Ver nosso trabalho no blog “Os Bernardenga”, ainda   sequência na nota 20.
(17) A descida franca será também realizada pelos condes de Hesbaye através o ramo  descendente de  Lampert de Hornbach (França 735 - f. depois de 783), por  Guy (Wido) de Nantes (c.750 – 818) responsável pela marca da Bretanha após a morte de Rolando do mesmo ramo, o grande herói morto em Rocevalles. O filho de  Guy (Wido) de Nantes foi  Lampert I de Nantes e Spoleto -  ramo  a partir daí   chamado  ramo de Nantes (ver nota acima 14).  
   A descida a Itália por este ramo de Hesbaye já denominado Hornbach possivelemnte  tem inicio por volta de 831, quando Lampert I de Nantes (795-836/37) juntou-se  em 831 à rebelião de Lotário I contra o pai, o imperador Louis, o Pio,  e por este motivo teria sido exilado. Como filho de Guy (Wido) de Nantes da marca da Bretanha, Lampert I de Nantes havia anteriormente  ocupado o prestígioso posto de seu pai na Bretanha.  Entretanto, por ocasião da rebelão tendo tomado partido de Lotário I, possivelmente seu sogro, sendo desonrado pelo Imperador , no começo de 831 desceu  para a Itália -  diz a fonte  “exilado através dos Alpes” -  mas ainda a ele concedido o ducado de Spoleto em 834.   
   Lampert I de Nantes possivelmente teria sido antecedido em Spoleto por seu tio Alard, dito de Spoleto (n. c. 690, fonte Geni) -  este do ramo original de Hesbaye, filho de Lampert Il de Hesbaye,  constatado  genealogicamente irmão de Robert I. Observado ainda  na lista dos dux de Spoleto, um outro  Adalard  que desceu posteriormente de Palácio em 824 e  que teria por muito poucos meses enfrentado a competição dinástica suponida pelo domínio da região de Spoleto..Pela fonte Franks indicado este ultimo Adalardo nomeado duque de Spoleto em março de 824.” (Os Annales de Einhard registram a nomeação de "Adalhardus vem palatii, qui iunior vocabatur " após a morte de " Suppo dux Spolitinus " e que ele morreu depois de 5 meses. O  assunto do parentesco entre os dois Adalart é discutido pela fonte Franks. Acreditamos que fosse um filho do outro, mais novo, Junior).
 Lambert I de Nantes  teria sido casado uma  primeira vez com a princesa lombarda Itta (filha do dux lombardo Siccon -   do mesmo nome depois de sua futura nora ? assunto não discutido), e que foi mãe de seu sucessor  em Nantes,  Lambert II. Em seguida, casou-se com Adelaide da Lombardia,  filha mais velha de Pepino I da Itália, o filho mais velho de Carlos Magno. Adelaide lhe deu outro filho, Guy, que o sucederia no ducado de Spoleto.

 (18) Estes ramo dos wido da  mesma  linhagem  de Hesbaye, não por Warin II -  o historiador Giovanni Cavalcanti menciona de passagem ao comentar “....& in questi medesimi tempi vennono quegli da Grigniano com più altri della Magnia Ythalia”,  assim certamente os diferenciando da linhagem mais direta wido por Warin II.                                                                                                                  
Descendentes de Lampert I de Nantes - linha wido de Nantes ou  da Lombardia, também  chamados guidechi.
     Guido I -  chamado  Guidone de Spoleto (fal. 860) - filho de Lampert I de Nantes, capostipide da linha dos wido da Lombardia, já de metade  lombarda e ainda casado com a princesa lombarda Ita (?) de Benevento.   Em 846 Guidone toma Roma aos sarracenos, sendo ele  pai de Lamperto I de Spoleto .
       Guido II – filho de Guido I.  Margrave de Spoleto, uniu Spoleto a Camerino.  Seu filho Alerán em sucessão foi   duque de Spoleto. 
       Guy III de Spoleto era descendente de Charlos  Magno   pela esposa de  Lambert I de Nantes, Adelaide da Lombardia, a filha mais velha de Pepino I da Itália -   assim em 899 foi coroado com todo direito Imperador Romano. Informação genealógica pela  fonte Med/Italy:
    Guido III – (n. c. 855) filho de Guido I, nascido em Spoleto (Perugia, Umbria, Itália) casado com Agetrude de Benevento, princesa filha do lombardo Adelchi - ela mãe de Lamberto. Guido sucede seu sobrinho Aderán como Guido III em Spoleto. Foi conde de Camerino (876) e dux de Spoleto de 883 -891, com o título de Guido III. Em 885 derrotou os sarracenos em Garigliano e depois em 889 a Berengario, da marca de Friuli. Segundo fonte abaixo foi eleito GUIDO I, em Pavia em  12 Fev. 889 Rei da Itália, em oposição ao mesmo  Berengario di Friul – governou  até 894 -  sétimo Imperador do Santo Império Romano  entre 891-892. É possível que tenha influído na queda do rei da França, o carolíngeo Carlos, o Gordo em 888. Seu filho Lamperto também foi feito Imperador - entretanto sem herdeiros logo falecido em 898 de uma queda de cavalo. [Fonte med/Italy: - GUIDO di Spoleto, filho de GUIDO II Duque e Conde de Spoleto e sua esposa Ita de Benevento (855 – Rio Taro 12 de dezembro de 894, bur Catedral de Parma). Ele se tornou Duque de Camerino em 876, e sucedeu seu sobrinho em [882/83] como GUIDO III Duque de Spoleto [674]. Foi chamado para a França por nobres opostos ao imperador Carlos III "o Gordo ", consagrado rei de França em Langres pelo Bispo Gilon em [Jan / Fev] 888. Ele retornou à Itália após a eleição de Eudes como rei da França, 29 Fev 888. Foi eleito GUIDO I, Rei da Itália em Pavia 12 Feb 889, em oposição ao Berengario, Marchese di Friulia. Durante este tempo transferiu o ducado de Spoleto para seu sobrinho, o duque Guido IV. Coroado Imperador em Roma, 21 de fevereiro 891 pelo Papa Estevão V [675]. Morreu depois de uma hemorragia (ver também para mais detalhes Jörg Jarnut, Storia dei Longobardi, Torino, Einaudi, 2002.) Seu filho Lampert também foi sagrado Imperador, mas cedo faleceu de uma queda de cavalo]
(19) Por volta de 858 os descendentes de Warin II de Hesbaye, que na descida pela Raecia e por Friul haviam passado a se denominar hunfridings (“os Livres”), em especial o Hunfrid II e Isambart II eram  tidos na Itália ainda como família franco-bávara, mas  haviam perdido possessões familiares no condado de Chalon. Este momento corresponde à insubordinação súbita do  lendário e provável filho de Alerán,  Hunfrid III -  na ocasião muito atuante na frente de luta em Barcelona, momento que teria sido  registrado um uma famosa lenda catalã, a Gesta Comitum Barcinonensium. Estes fatos coincidem no ano de 858 com o questionamento por parte do guelfo  Conrado I da Baviera por suas honras bávaras frente ao rei Luis, o Germânico -  Em consequência das insatisfações por benfícios do rei  em territórios também ou Hunfrid III (Wilfrid) em 858,  e  Isambart II em 888, sobem para  terras de leis (regras) apenas  germânicas. Conclusão de nosso trabalho  “ Propriedades dos antigos Cavalcanti na Toscana” e a “A Genealogia de S. Warin”, este inédito.   Já como imperador germanico, Oto I pouco depois descerá também à Itália para resolver os problemas da nobreza local. Esta sua interferência pessoal, entretanto, não irá mais acalmar a nobreza na Itália neste fim do século, já que ele  ainda irá tentar interferir e colocar no ostracismo as antigas e tradicionais dinastias e substituí-las por outras dinastias mais confiáveis - amigos e parentes apoiadores da sua nova  dinastia germânica otoniana  de que ele era o capostipide. 
      Com a participação e a  morte do filho do margrave Ubaldo, Teobaldo I,   na portentosa batalha dos franco contra os magiares de Lechfeld no ano de 955 -  Teobaldo também um descendente de dinastia wido, guelfa e hucpolding -  notamos que adiante Oto I doa o feudo de Modiana na Toscana  para Gísia, também ela filha do margrave Ubaldo, mas no mesmo ano o rei  pune por desobediência Ranieri, o filho dela, neto do próprio margrave, em abril de 967. Fonte Trecani informa que Ranieri, filho de Gísia, neto portanto de Ubaldo, foi punido mesmo à sua revelia pelo Imperador Oto I por questões de abuso religioso – acreditamos por uma possível desavença com seu tio-avô Pedro, o arcebispo de Ravenna, por questões de herança - desavença ocorrida neste mesmo ano em que seus pais recebem Modiana como feudo (ver mais a respeito em nossos comentários em chamada biográfica de “Dinastias francas em descida”, inédito mas aberto a pesquisas). 
      E quando Hugo, o Grande (c. 950 Pistoia - 1001), herdeiro da marca da Toscana, já bisneto do margrave Ubaldo, filho de Hugo da Toscana e de Willa (a grande proprietária de terrenos em Florença, benemérita fundadora da abadia de Florença)   acrescentou aos seus domínios a região de Spoleto - região que já havia sido de seu pai - o imperador Otto III temeu o poder do marques e o despossuiu do seu ducado, concedendo o mesmo a Conrado de Urslingen -  este tornado capostipide na região da dinastia dos conradinos.
(20) Ver nosso trabalho “Os Bernardenga” editado no blog  para melhor entender  as vicissitudes da linhagem bernardengui na Italia -  linhagem proveniente do jovem rei Bernado que havia sido punido e  cegado por Luiz o Pio.  Acreditamos  pelas datas e local, que  este Adhemar referido na genealogia dos Cavalcanti seria  possivelemente duque de Spoleto em 998,  príncipe de Capua no ano 1000,  tido como filho (genro ou adotado) de Bonifácio I da Toscana.  Protegido de Otto II, este Admari teria sido educado na corte, ao lado do futuro imperador Otto III. Por algumas diferenças políticas ou familiares (possivelmente estas proximidades com os otonianos alemãs)  este Admari tenha sido por algum tempo omitido em informações genealógicas tradicionais, apenas citado na fonte Repetti que o teria recentemente redescoberto por informações fundiárias (Emanuele Repetti cita esta genealogia em  “Dizionario geografico físico storico della Toscana”, Volume 3, Firenze 1833 — 1845, pg. 307 e 309, autor que usa documentação fundiária e original, também reproduzida na mesma obra “Dizionario geografico físico storico della Toscana”, Volume 3, página 106, registro geográfico e documental de Val de Greve.) – a notar que  este nome dinástico Adimari aparece depois frequentemente nas listagens familiares  dos Cavalcanti.  Adimari -  filho, genro ou filho adotivo -   de Bonifácio e Waltrude teria tido ainda um filho Bernardo,  igualmente percebido pela mesma fonte Repetti.  Temos que este seu filho Bernardo fosse o conde de Pavia (n. 976 - f.1001) comentado no texto abaixo, com filhos ainda não nominados na época de seu falecimento.
(21) A documentação relativa aos filhos de Bernardo e Rotlinde identificadas nas fontes NI e Franks estão já apresentadas com detalhes no nosso trabalho “Propriedades da Antiga família Cavalcanti na Toscana”, editado em nosso blog com o gráfico da listagem familiar. Seus endereços: 
NORTHERNITALY (NI), endereço: northernitaly - Archive.is  ou http://archive.is/VpMLj    (coleções de fontes documentais de época, mantidas as numerações refentes à bibliografia) 
 FRANKS, CAROLINGIAN NOBILITY (Franks)    
http://fmg.ac/Projects/MedLands/FRANKISH%20NOBILITY.htm#Ermentrudisdied869  (coleções de fontes documentais de época, mantidas as numerações refentes à bibliografia pertinente)
(22) Sobre as propriedades dos Cavalcanti e as linhas colaterais de parentesco,  ver especialmente  nossos trabalhos recentes publicados em nosso blog  “Propriedades..., ainda “Guias das Capelas Cavalcanti na Toscana” “Guia das Casas Cavalcanti na Toscana “. As fontes Repetti utilizadas são referidas na nota acima 20.
(23) A este  respeito ver especialmente  nossos inumeros trabalhos sobre os Cavalcanti italianos dos  séculos XII ao XVI publicados em nosso blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ 
                   

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