Carta para o Bezerra


  Bezerra

  

        Acho que você esta em boa pista, querendo entender os Malavolti.

    

       Pois, os Cavalcanti da Toscana não seriam a única família a se estabelecer na península italiana a partir da descida de Carlos Magno (747-814), do reino franco no fim do sec. VIII.
 

    Também os descendentes do conde Guidi de Nantes - dinastia dos Guidoni ou Guideschi – foi família franca se espalhou pela Itália especialmente disputando o ducado de Spoleto, e chegaram mesmo a pretender ocupar o poder dos carolíngios (1).   

     Um ramo desses Guidi na Itália, sabemos, esteve unido por casamento com os Cavalcanti nos anos 1.100, dando o prenome nome Guido ao nosso maior poeta, prenome até mesmo presente no ramo que veio para o Brasil (2).  Não podemos esquecer as longas trajetórias destas famílias, sua atuação no tempo, séculos de tradição e preeminência.


    Mas pressinto (pressinto viu!) que o nome dos nossos Cavalcanti foi "criado" mesmo em Florença, por serem eles soldados-cavaleiros e barões (ou apenas “varões”, homens livre, valorosos, guerreiros?) (3), que tendo cavalgado de tão longe chegaram à Toscana no fim dos setecentos.

    Quanto à família Giglio, você mesmo notou, pode ter estado ligada aos Malavolti desde o início do estabelecimento na Toscana.  Os Malavolti, segundo a tradição oral quase lendária da família, seriam descendentes de um dos quatro barões vindos com Carlos Magno, estabelecido em Siena.

     É sabido que em 805, Carlo Magno doou a própria ilha de Giglio à Abadia de Tre Fontane de Roma, ilha que posteriormente esteve na mão dos Aldobrandeschi (4).

   “Giglio” significa "lírio" na língua italiana.

    Mas o nome da ilha deriva, segundo as fontes tradicionais locais, do nome latino “Aegilium Insula” - uma transliteração para o latim da palavra grega “aigýllion” que significa o pequeno animal da região, "pequena cabra". O nome da ilha significaria neste caso simplesmente "ilha da Cabra", não levadas em consideradas as opiniões que ligam o nome da ilha ao “lírio”, símbolo utilizado na heráldica da República de Florença, usado também pela própria família Malavolti em seu brasão.

    Acredito necessário checar melhor a origem do nome desta ilha, talvez na verdade originária do próprio nome da família. E a “cabra” do local levado também o nome grego muito próximo ao Aegidi, na verdade já muito nosso conhecido. De onde estes membros da família Giglio, Aegidi ou Gligliense seriam realmente originários?etruscos? (5).

   Observamos especialmente que os Malavolti teriam desenvolvido um ramo propriamente Aegidi ou Gigliense (da ilha de Giglio) “Di questi Malavolti ben presto si formò una doviziosa e potente Famiglia che si divise in tre rami Malavolti Orlandi Malavolti Egidi o Gigliensi” (6).

      Quanto aos Aldobrandeschi ou Aldobrandini, donos depois desta ilha de Giglio, estiveram também ligados por casamento à família Guidi e aos Cavalcanti, no sec. XII.

   Os Aldobrandeschi podem ter tido origem no norte europeu, germânicos ou austríaco-latinos, ramo que teria se estabelecido na destruída Roselle, perto de Grosseto (Toscana), de grande influência no pontificado de Roma a partir do sec. XI.

    No pontificado de Roma esta família dará o papa Gregório VII (ca. 1020/1025-1085), autor da grande reforma gregoriana, ainda o nosso Aldobrandino Cavalcanti (1217-1279), religioso plenipotenciário e substituto do papa Gregório X, intelectual de muito relevo por sua participação na obra de S. Tomas de Aquino (7).   

         Voltando aos Malavolti, devemos observar que possivelmente seriam eles, pelos Orlandi, também de origem franco-bretã.

    O texto fonte citado por você, já muito mais recente, não pode esclarecer este fato e refere-se simplesmente a uma origem francesa.  O nome de família que tomam na Toscana, Malavolti, parece mesmo italiano antigo, mas os Malavolti em sua origem seriam, segundo aquele texto quase lendário, mas observando melhor também Orlandi.

    Notamos: as informações tradicionais e orais deste longínquo século VIII foram registradas pela família no século XV ou XVI, mas ainda que fontes orais muito importantes e quase únicas, se tornaram pelo tempo transcorrido quase lendárias, relatando que o terceiro “irmão barão” vindo com Carlos Magno teria se estabelecido em Siena.  Como a cidade ainda não era murada, teriam construído uma fortaleza em região chamada Malavolta, dando o nome a família Malavolti. Entretanto, é registrado neste texto que teriam também de origem o sobrenome Orlandi. E a fortaleza por eles construída teria mesmo feito parte do sistema de defesa da cidade de Siena (8).

      Pretendendo aprofundar a origem dos nossos Cavalcanti, e tendo a nossa disposição hoje naturalmente muitas informações já bem estudadas,bem como todas as técnicas históricas auxiliares a nossa disposição (genealogia, heráldica, numismática, etimológica, arqueologia, literatura, historia da arte, etc., etc.) constatamos que estes Orlandi teriam origem muito interessante, e que bem pode se encaixar.
  

    Descobrimos que o nome Orlandi seria forma apocopada, ou abreviada, de Roland ou Rolando, do germânico Hruodland, (significando “gloria de sua terra”) - veja você - nome de um dos mais famosos chefes do exército de Carlos Magno, herói da batalha de Roncesvalles em 778, possivelmente nome próprio transformado em sobrenome.

    O famoso Hruodlandus, prefeito e líder da marca, insígnia, da Bretanha, dito “Hruodlandus Brittannici limitis praefectus”, foi o comandante da retaguarda de Carlos Magno e estava entre os francos mortos desta batalha. Nesta ocasião já existiriam os “primi palatii” (ou primi in curia), que eram os principais vassalos ao serviço do rei. A tropa de elite de Carlos Magno, soubemos, é citada na chamada “Nota Emilianense, um comentário datado do século XI (c. 1054-1070), escrito no “Códice emilianense 39”.

   E o episódio da batalha Roncesvalles é conhecido através da “Vita Caroli Magni”, a biografia de Carlos Magno escrita por Einhard (770-840) por volta de 830. A biografia e os “Anais Reais” carolíngios as fontes documentais desta batalha.

      Em nota, contamos detalhes desta famosa “Historia” (9).

  
    Marcelo, por hoje, aí está o que soubemos e pesquisamos. 
                               

                                 Um abraço.


P.S.

    Lembrei que o quarto irmão barão (ou varão?) teria ido para Orvieto e seus descendentes se chamariam Monaldeschi, em homenagem ao ancestral Monaldo Cavalcanti.

    Mas por que este sufixo “eschi” tão empregado pelas famílias ligadas aos francos e aos Cavalcanti? A que tudo indica polonês, pois não o encontramos no alemão (10).                    

    Em tempo lembrei: tem também os Tedeschi e Pedeschi, mas que se destacam na Sicília, só lá no ano 1300 (11).   

    E até mesmo a forma Cavalleschi que tomou depois o nosso ramo da família, ainda o Cavallereschi e mesmo a forma o Cavallesch presente na lista de cadastro de Florença já em 1427.

    Não deixe de ler também as notas informativas. Podem ter pistas para você.


Notas


(1) “... os primeiros soberanos do Sacro Império, por um curto período, foram os Carolíngios, depois os Guideshi, novamente a Dinastia Carolíngia, depois os Saxões, posteriormente a Dinastia Sália, os von Süpplingerburg, os von Hohenstaufen, os Guelfos, os von Wittelsbach, e por maior tempo, desde 1273 até a dissolução do Império em 1806, em decorrência das Guerras Napoleônicas, foram os von Habsburg.

   Texto também da mídia eletrônica em espanhol comenta:

    “La Dinastía Guidoni, también conocida por Widonides en francés, Guideschi/Guidoni o Vitone en italiano, y Guidonen o Widonen en alemán, comprende a los miembros de una familia nobiliaria franco-italiana de origen franco, prominentes en el siglo IX. El epónimo de la dinastía fue Guido de Nantes († entre 802/814), conde y marqués de Nantes (en la Marca Bretona) [insígnia bretã], cuyos orígenes francos pueden trazarse hasta el reino de Austrasia a finales del siglo VIII y principios del IX: la abundancia de este nombre (Guy, Wido, Guido) entre sus descendientes explica la designación de Guidoni para sus descendientes.

  Fue una dinastía agresiva que expandió su base de poder en Italia, el Ducado de Spoleto, confrontado con los Estados Pontificios, algunas veces leales al Sacro Imperio carolingio y casi siempre contra el Papado. Durante todo el siglo IX compitieron con otra familia dinástica italiana de origen franco, los Supónidas, a la que disputaban el Ducado de Spoleto y la preeminencia sobre Italia. Emparentaron con los emperadores carolingios por vía matrimonial, lo que les aupó hasta el trono de Italia y el Sacro Imperio, así como a aspirar a la sucesión del trono de Francia, donde fueron derrotados por los Robertinos”.  

     Pesquisar também por “Widones”.            

       O ramo dos Guidi, condes i de Modigliana que estiveram ligados aos Cavalcanti no século XII (Giannulieto Cavalcanti) podem também ter tido ainda no seculo X alguma ligação matrimonial com os lombardos, o conde Tegrimo tido como de origen lombarda casado com Engelrada (c.950), segundo genealogía de Davide Shama. No sec. X estiveram também ligados com os Ildebrandeschi ou Aldobrandeschi.  

      Notamos também os Supónidas foram família da nobreza franco–lombarda que teria alcançado muita importância no “Reino da Italia”, (Regnun Italicum) durante o seculo IX, auxiliando o governo carolíngeo de forma difusa e com o auxilio dos bispos controlando os condados de Brescia, Parma, Cremona, Placencia, entre outros. Mas a influencia dos Supónidas declinou rapidamente depois da disputa como o “Rei da Itália” e “Imperador do Sacro Império”, Berengário de Friuli, em 913.

(2) Sobre o notável poeta Guido Cavalcanti do século XIII ver Torres, Rosa Sampaio - artigo inicial “Também revisitando Guido Cavalcanti” no blog http://rosasampaioorres.blogspot.com./ Também sobre Guido di Giovanni Cavalcanti, chamado “o segundo Guido Cavalcanti”, porque também ele poeta em sua geração, Torres Rosa Sampaio – artigo “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, editado no mesmo blog.

(3) Teria havido algum equívoco no uso do termo barão para os Cavalcanti vindos de Colônia? Porque tivemos notícia de que entre os francos e os alemães “Barone” significaria "homem livre, valoroso, guerreiro”.

    Encontramos indicações de que também a origem do sobrenome Baroni, italiano, estaria ligada ao uso de sobrenome/nome de origem germânica Baro e Barone (difundida depois nas formas latinas Baronius, Baroncius, Baroncellus). O nome germânico (comprovado na Itália já a partir do século VI) pertenceria à tradição dos godos, dos longobardos, mas também dos francos e dos alemães e significa "homem livre, valoroso, guerreiro". O sobrenome Baroni seria, portanto, uma variante de Barone, a forma principal: outras variantes são Baròn, Baroncelli, Barelli, Barèl, Barei, Barettini, Barettòn, Barocci, Barozzi, Baronti, etc. E, na região da Campania estaria mesmo presente a variante Varoni, prova da troca da letra b e v.

 (4) Carlos Magno se deslocara para dominar os bárbaros lombardos estabelecidos na península italiana, que venceu em Pádua no ano 774 - fato referido por Einhard. E, no ano de 805, a ilha de Giglio foi doada por Carlos Magno à Abadia de Tre Fontane, de Roma. Sabemos que Carlos Magno teria se lamentado mais tarde de ter doado terras por ele conquistadas ao papado.  Posteriormente, a ilha de Giglio teria estado sucessivamente na posse das famílias Aldobrandeschi, Pannocchieschi, Caetani e Orsini e da municipalidade de Perugia. Ainda mais tarde a Pisa e Florença (Medici).

(5) Resumo e adaptação obtidos em fontes locais sobre a da história da ilha:

   - VIII sec. a.C., com a chegada dos etruscos teve início a exploração intensiva dos recursos minerais em Elba e Giglio (já teria este nome desde aquela época?), que forneciam ferro, necessário a produção de artefatos valiosos.   

    - I-II a.C., a presença romana é testemunhada pelos restos da vila, com uma lagoa onde moreias eram cultivadas, pertencente à Domizi Enobarbi (consul romano em 16 a.C.).

   - 410, chegam a esta região as casas de patrícios romanos para acolhimento de refugiados da invasão dos godos e para escapar da perseguição dos vândalos, também Mamiliano, Bispo de Palermo e padroeiro futuro da ilha.  

  - 805, a ilha é dada por Carlos Magno para os monges de Cister Aquas Salvias, a abadia romana de Tre Fontane.

  - X-XII séculos, a ilha de Giglio passa de uma família para outra, os Aldobrandeschi, o Caetani, Orsini, que exercem o governo em nome de Florença e Pisa, lutando pela ilha; do período de domínio de Pisa é a construção da aldeia, as paredes com torres e fortaleza, toda a parte ainda do assentamento.

(6) Segundo Sommario storico delle famiglie celebri Toscane, compilato da Demostene Tiribilli-Giuliani, riveduto dal Cav. Luigi Passerini, Volume 2, editada Lorenzo Melchiorri, Firenze, 1855, disponível em (Google eBook) para baixar em PDF, verbete MALAVOLTI de Siena.  

     Em um Dicionário heráldico encontramos também que a família Giglio é considerada... “Antica e nobile famiglia, detta Giglio, Di Giglio e, più anticamente, Lilio, originária di Roma la cui blasonatura è riportata dal commendator G.B. di Crollalanza, nei volumi del suo "Dizionario storico blasonico delle famiglie nobili e notabili italiane".

  E a família Ginoli, citada como originária da Umbria.

    Nas costas da Toscana próximo à própria ilha de Giglio, esta família Giglio seria de origem etrusca?

  E o nome da ilha seria proveniente da cabra, do nome do santo, ou da família?         

  O santo conviveu entre os francos, mas diz-se que ele era de origem grega, e a palavra AEgidius citada ainda como de origem hebraica.

    Achei ainda sobre Saint Giles c. 650 – c. 710).: em grego - Αἰγίδιος; em latin: Ægidius; francês- Gilles;em hungaro: Egyed; polones– Idzi; em italiano - Egidio, espanhol - Egidio, catalão – Gil. A cabra local “aigýllion”.

    Sabemos que o lírio, flor, tem uma simbologia na herádica ligada à família, poder e soberania, pureza de corpo e alma, candura e felicidade – aparecendo,notamos, especialmente, não só nos brasões da cidade de Florença, mas também na dos Malavolti, e nos brasões Robertinos.

     “Roberto, o Forte, também chamado o Calvo “(Neustria, 815/20 - Brissarthe, Maine-et-Loire, 15 de septiembre de 866), fue un noble franco, Conde de Anjou y de Tours y marqués de Neustria a partir de 862. Su padre era Roberto III de Hesbaye († 834), conde del Oberrheingau y de Wormsgau y de Waldrada, hermana de Odón [Oto] de Orleans. Fundador de la Casa Robertina, pasaría a la posteridad como padre de dinastías, ya que las casas reales de Francia, España y Portugal, así como diversas familias nobiliarias, descienden directamente de él por línea paterna”.

      Sabemos também que, posteriormente, os Cavalcanti tiveram ainda uma ligação política especial com estes d´Anjou, no sec. XIII,XIV, tendo em vista a proteção do papa, segundo Cavalcanti, Sylvio Umberto – Se Chiavamono Cavalcanti, ed. pdf.

(7) Encontramos em fonte nobiliárquica:

   Família Aldobrandeschi - Originaria di Roselle, città distrutta presso Grosseto, è conosciuta questa famiglia fino dal secolo IX per un Ildeprando Conte. Di moltissima potenza e ricchezza, ebbe molta parte nelle civili discordie che al tempo dei Guelfi e Ghibellini (guelfi e ghibellini, fazioni politiche medievali, nate in Germania nel XII sec. e poi diffuse in Italia”).

     São conhecidos pelo menos dois membros desta família renomados:

     Ildebrando Aldobrandini - Papa São Gregório VII (Sovoia, Itália, ca. 1020/1025Salerno, 25 de Maio de 1085) considerado um dos Papa dos mais influentes na história.     Pertenceu à Ordem Beneditina (OSB). O seu pontificado entre 1073 e 1085. Seria de origem germânica ou austríaco-latina, pois segundo Barata, Carlos Alberto - Dicionário da famílias Brasileiras verbete Aldobrandini, haveria ainda na Austria família com este nome, enobrecida no ano 1622. Segundo fontes religiosas Ildebrandino foi monge na Abadia de Cluny, considerada o centro mais fervoroso da Idade Média e teria estado em Colonia.   Ildebrando como papa trabalhou em favor dos direitos da Igreja e enfrentou o imperador Henrique IV do Sacro Império Romano, em defesa da superioridade do Poder Espiritual sobre o Poder Temporal; realizou o maior programa de reforma da cristandade católica: a reforma gregoriana.

   Aldobrandino Cavalcanti (1217-1279) é citado por Cavalcanti, Sylvio Umberto – Se Chiavamono Cavalcanti, ed. pdf, anos 1217, 1261, 1262, 1273, 1275,1279. Este genealogista chega a afirmar, na pg. 14: ”Estudos recentes revelaram que alguns sermões atribuídos originalmente a S. Tomas foram escritos pelo próprio Aldobrandino. O sepulcro de Aldobrandino, ainda hoje na Igreja Santa Maria Novella, é adornado com insígnias dos Cavalcanti, em vermelho e branco, em destaque. Ver novas e mais completas considerações sobre Aldobrandino Cavalcanti, seu trabalho e sua possível influência no trabalho do poeta Guido Cavalcanti, Torres, Rosa Sampaio – artigo “Guido Cavalcanti”, próximo no blog da autora.  

(8) Sommario storico delle famiglie celebri Toscane, compilato da Demostene Tiribilli-Giuliani, riveduto dal Cav. Luigi Passerini, Volume 2, editada Lorenzo Melchiorri, Firenze, 1855, disponível em (Google eBook) para baixar em PDF, afirma sobre os MALAVOLTI de Siena:

   “Questa Famiglia che al dire del Gigli fu tra le più potenti ed illustri di Siena e tra quelle dette Consolari vuoisi traesse la sua origine di Francia e rimanesse con altre di quella valorosa Nazione in Siena dopo la partenza di Carlo Magno circa nel 796”...

..."Quivi pure eressero dalle fondamenta vari editici diversi signori Francesi che ebbero pur nome di Malavolti dal luogo ove essi avevano presa stanza e che venne chiamato in seguito il poggio dei Malavolti”.

..... Di questi Malavolti ben presto si formò una doviziosa e potente Famiglia che si divise in tre rami Malavolti Orlandi Malavolti Egidi o Gigliensi.

(9) Aqui vai o resumo melhor que pude encontrar desta Batalha de Roncesvales, batalha travada por Carlo Magno em 778, na qual sua retaguarda foi dizimada por um ataque dos vascones (bascos), quando este comandante depois de pilhar a cidade de Pamplona,desistia de tomar Saragoza. O enfrentamento ocorreu próximo à localidade de Roncesvales (Roncesvalles em castelhano, Roncevaux em francês, Orreaga em basco), localizada em Navarra, próximo à atual fronteira entre Espanha e França.

    Cito literalmente o melhor texto que encontrei na mídia eletrônica, assinada por Voltaire Schelling: 

    “Bem pesada as coisas, deixando a capital saxã de Paderbon, em 778, Carlos pôs-se em marcha acelerada para os Pirineus. Quarenta e seis anos antes, em 732, o avô dele, Carlos Martel, fundador da dinastia dos carolíngios, havia vencido os árabes na batalha de Poitiers, em território francês. Soara agora, entendeu ele, a hora do contra-ataque, de levar a guerra ao campo muçulmano.

   O seu objetivo primeiro, ultrapassando a cordilheira que fazia a fronteira do seu reino com o dos árabes, era tomar Saragoça, antiga capital romana-aragonesa que estava nas mãos dos sarracenos desde 714, e que era estrategicamente entendida como uma espécie de portal de entrada para quem, vindo do Ocidente, quisesse conquistar o al-Andaluz, isto é, a Espanha dos mouros. Cavalgavam com ele, além das tropas, encontravam-se os Doze Pares da França e mais o seu sobrinho, o bravo Rolando, conde da Bretanha, que compunha a guarda real. Enquanto tentava demover Marsilio, o caudilho árabe da Saragoça sitiada, de fazer-lhe resistência, tentando-o com a proposta de compartilhar o restante da Espanha com ele, Carlos Magno foi surpreendido com uma notícia vinda de casa.

    Os saxões, que habitavam o norte do reino dos Francos a quem estavam submetidos, aproveitando-se da ausência dele, ousaram revoltar-se, entrando em pé de guerra. Não restou ao monarca carolíngeo senão que desfazer o sítio e dar a ordem de retirada de volta para a França. De bem pouco lhe serviria ter a Espanha na mão e perder o torrão natal.

Abderraban I, o emir de Córdoba, entrementes, não ficara de braços cruzados.   

   Quando soube da aproximação dos francos, arrebanhou tropas bérberes na África e as enviou em marcha forçada à Saragoça para enfrentar os invasores cristãos. Ao lá chegarem viram que Carlos Magno já havia se posto a recuar pela estrada serpenteada dos Pirineus. Seguiram-no. As tropas de socorro de Abderraban I ligaram-se com as de Marsilio para darem um exemplo em regra ao rei dos Francos.

   Carlos Magno destacara o valente Rolando, seu sobrinho, como o encarregado de proteger a retaguarda do exército em retirada. Com ele deixou também a sua guarda pessoal. Não demorou muito para que lá no alto da cordilheira terminassem por serem emboscados pela gente da região. Milhares de bascos de toda a Navarra atenderam ao chamado dos chefes de aldeia e apresentaram-se armados para expulsar os francos invasores. O local escolhido para a liça foi Roncesvalles, um vale situado há 1.066 metros de altitude.

 No seu estranho idioma, chamaram-na de Orreaga´ko Gatazka, a batalha de Roncesvalles. Pegos de surpresa no dia 5 de agosto de 778, os homens de Rolando lutaram bravamente até que, um a um, sucumbiram com a aparição dos mouros. Foram literalmente soterrados pela avalanche de pedras, de espadas e lanças que desabou sobre eles de todos os lados. Um canto basco, celebrando o feito dizia:

   “Baixarão as águias da noite/ para mergulhar nas carnes/ famintas, sugarão para sempre seus ossos/ E o vale branqueará”.

   O episódio de Roncesvalles foi um exemplo singular na história da Espanha: bascos cristãos juntaram-se à gente do Islã para expulsar os francos, no que pode-se considerar como um exemplo precoce da identidade hispânica. O rei Carlos, que estava acampado a meio caminho da França, num lugarejo por isso mesmo dito Valcarlos, o Vale de Carlos, teve que retornar para tentar salvar os seus homens. Esforço perdido, pois quando chegou a Roncesvalles, o rei dos francos deparou-se com um canteiro de mortos, pilhas deles. Nada mais lhe restou senão fazer uma prece frente ao corpo dilacerado de Rolando.

A invasão dos francos, a retirada de Carlos, a batalha de Roncesvalles, tiveram duradouros efeitos, imorredouros na literatura européia e na história do culto aos santos da Espanha. A morte heróica de Rolando inspirou o grande poema épico medieval: a Chanson de Roland, a Canção de Rolando; enquanto a derrota dele, por sua vez, com o fracasso dos cristãos em retomarem a Espanha para a sua fé, estimulou como compensação o surgimento da devoção a Santiago de Compostela: o Santiago Matamoros”.

   Uma outra fonte anônima completa as informações acima:

   “O exército franco, liderado por Carlos Magno, composto por austrásios, burgúndios, bávaros, lombardos e provençais, regressava da Espanha; a maior parte dos seus homens atravessou sem grandes problemas as montanhas pirenaicas estacionando no vale de Nive, contudo a retaguarda foi atacada pelos montanheses bascos na garganta ou desfiladeiro de Roncesvalles, onde foram esmagados pelos pedregulhos, paus e dardos arremessados pelos agressores. Nesse lugar, pereceram Eginhard, mordomo-mor do rei, Anselmo, chefe da casa real, e Rolando, prefeito das marcas [insígias] da Bretanha

  Falta apenas referir que, se por um lado, Rolando se tornou um símbolo romântico, os bascos emergiram como povos insubmissos que não deixaram que um príncipe estranho interferisse nos assuntos que lhes competiam”.

  Poderíamos, pergunto, por este fato concluir que já os bascos, neste século VIII, demontrassem algum sentido de identificação própria, indicativa de já de uma nacionalidade, ou pretendiam por desconhecimento das intenções de Carlos Magno apenas evitar uma possível pilhagem?

(10) [Na Polonia] “É dito comumente que o sufixo "ski" prova a "origem nobre" de uma família; isto era verdade até aproximadamente 200 anos atrás.... As terminações em "CKI" e "SKI", também se formaram a partir dos nomes das propriedades rurais possuídas, mas a diferença é de caráter gramatical e não necessariamente, na natureza da origem regional. (Colaboração Adir Luiz Wastowski).
(11) “Antichissimo e nobile casato, detto Tedeschi, Tedesco, il quale vanta come glorioso capostipite un Ruggero Scandolf, cavaliere Teutonico. Si vuole, infatti, che quest'ultimo, nel 1354, abbia ottenuto concessione della terra di Gagliano e che, sotto re Federico III, abbia posseduto la terra ed il castello di Sutera”... “Dalla patria di lui i suoi discendenti presero il cognome e godettero nobiltà in Catania, in Messina”. Tipo de escudo chamado suíço, semelhante ao escudo clássico, mas com parte superior recortada.




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