Propriedades
da antiga familia Cavalcanti na Toscana
Propriedades transferidas de dinastias ascendentes
e aparentadas dos Cavalcanti nos sec. XI ao XIII
Ao
estudarmos as linhas dinásticas francas que teriam dado origem à família
Cavalcanti na Toscana acabamos por encontrar vários documentos de
transferências patrimoniais que coincidem com o seu surgimento.
Observamos
que a família Cavalcanti surge documentada
pela primeira vez com o título de “os Cavalgantes” ou “Cavaleiros” em 1045 e, aos
nossos olhos surpresos logo muito poderosa - herdeira já nesta ocasião de
dinastias francas por várias vertentes e até mesmo de antigas estirpes lombardas.
Neste
atual trabalho para melhor compreensão desses documentos nos valemos de nosso conhecimento
anterior adquirido sobre as dinastias francas - conhecimento já exposto em artigos
publicados e mesmo a publicar.
Na medida
em que correlacionamos as dinastias francas antes identificadas com estes documentos
de transferências patrimoniais, somos capazes de mapear ainda com mais detalhes
essas várias dinastias que formaram a familia Cavalcanti e das quais ela emerge rica e poderosa, subitamente,
no século XI.
Seis conjuntos
de documentações são relacionados – atos de doações, plácitos, transmissões fundiárias
e mesmo um testamento – documentos relacionados a dinastias de origem franca já
estabelecidas na Toscana e miscigenadas até mesmo às de origem lombada.
Notado que a família Cavalcanti surge por Domenico Cavalcanti -
calculado por nós como nascido cerca de 990 - o primeiro a ser documentado em
Florença em 1045 – capostipide de família que é identificado em momento de
muita tensão e insatisfação política. Insatisfação que chega às classes mais populares
na virada do século contra novas elites e imperadores ottonianos germânicos, insatisfação
vista na moderna historiografia italiana como os primeiros sinais de
nacionalismo na península.
Momento em que Bernardo, conde de Pávia, que sugerimos como neto
de Bonifácio I de Spoleto e bisneto do margrave da Toscana, Ubaldo,
foi destituído pelo Imperados do Sacro Império Germânico, Otto III, do cargo de
conde de Pávia em 999 - Bernardo acusado
de cumplicidade com o rebelde rei Arduíno.
E é
neste momento que aprece nominada a família Cavalcanti, sugerindo mudança política
oportuna de nominação – família logo pujante e poderosa por heranças culturais
e patrimoniais provenientes das antigas linhagens francas que vinham sendo
transmitidas na Toscana – como exemplo especialmente a linhagem wido (franco-borgonhesa do condado de
Hesbaye), os hildebrandeschi (de origem
lombarda), hunfriding (esta ultima continução
wido já durante a descida pelos
Alpes), hucpolding (pelo conde de
palácio Hucpold de Hainacq, casado na Toscana com Andaberta dos bonifácios, origem bávara, pai do
margave Ubaldo). Também pela linhagem wido os udaricher e antigos luitfriding da Alsácia por casamento aí
estabelecidos - dinastias francas que haviam participado da descida de Carlos
Magno e que se haviam amalgamado e estabelecido na Toscana por pelo menos dois
séculos e por nós muito bem identificadas, uma a uma, em alguns de nossos
trabalhos anteriores com todas as fontes citadas.
Assim
sendo, no desenvolvimento do trabalho abaixo relacionamos e analisamos os
principais conjuntos de documentos identificadores dessas heranças patrimoniais
e culturais recebidas pelos Cavalcanti a partir do século XI. Vejamos:
1 - A herança Cavalcanti pelos Hildebrandeschi - dinastia antiga de origem lombarda.
No
começo do século XI, momento mesmo do aparecimento dos Cavalcanti na Toscana, identificamos um lldebrando (Hyldeprandus) como um dos quatro filhos
ainda criança e não nominados de Bernardo, conde de Pávia e sua esposa Rosalind.
A identificação deste Hildebrando fica esclarecida
por documentos de doações à igreja de Pávia em 1014, citados pela fonte NorthenItaly
(northernitaly - Archive.is ou http://archive.is/VpMLj)
Por esta doação feita em
1014 à igreja de Pávia infere-se que um outro dos filhos do casal, Umberto,
já bem documentado, recompensava os descendentes de Hildebrando, marquês
Otbertus e seus filhos e seu neto, Albert, como proprietários anteriores. Sobre Ildebrando
refere à fonte documental Nobility I: "Heinricus... Romanorum imperator
augustus" bens doados "Que Gebehardus vem em habuit beneficium, em
comitatu Piligrimi et in pago Matihgowe” à igreja de Pavia por patente datada
de 1014, nomeando "Ubertum comitem Filium Hildeprandi, Otbertum marchionem et filios eius et Albertum nepotem
illius" como proprietários anteriores [289]”.
O casamento de uma filha do Hildebrando desta geração, Adalaïde ou Adeletta dos Hildebrandeschi (falecida depois de 1043) com Guido III, conde de Modiano (v.
1034) - conforme indica a fonte Shamà – acaba por identificar uma das vertentes
originárias das heranças familiares dos Cavalcanti.
Pois a família Cavalcanti surge documentada por
Domenico Cavalcanti neste período
(1045) e neste mesmo local (Toscana, Florença). Domenico muito possivelmente
irmão do Hildebrando desta geração. Domenico Cavalcanti (cavalgante, cavalgador -italiano
ant.) documentado com este sobrenome no ano 1045 (documento
já referido pelo historiador Gamurrini - Instrumento Rogato da Fiorenzo nel
1045, conservado no Archivio di Monte Oliveto di Fiorenza, na Sacchetta
Turchina, assinalada E. - documento notário “Fiorenzo de 1045”, registrado na
abadia de Monte Oliveto em Florença) – referido no mesmo documento seu filho
Gio-berto (ou Gianmberto) Cavalcanti <1030>. Temos Domenico como
o capostipide dos Cavalcanti.
Esta é a conclusão do nosso
longo e muito detalhado trabalho, com todas as fontes, “As linhas francas
descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas.
Como
afirmamos na “Introdução”, heranças culturais e bens eram já transmitidas neste
século por antigas linhagens, como a linhagem wido (franco-borgonhesa do condado de Hesbaye), hildebrandeschi (origem lombarda), udaricher (antigos agilofings casados com
alamanni) hunfriding (descendentes dos widos
durante a descida pelos Alpes), hucpolding
(pelo conde de palácio Hucpold de Hainacq, casado já na Toscana) e ainda
antigos francos da dinastia luitfriding
da Alsácia - dinastias que haviam participado da descida e que se haviam
estabelecido e amalgamado na Toscana por, pelo menos, dois séculos.
Acreditamos que a herança que
chega aos Cavalcanti por estes da dinastia hildebrandeschi
seria bem antiga, pois os notórios Hildebrando (“Fogo celebre”) foram dinastia
de guerreiros lombardos atuantes na
história antiga italiana, que por fim apoiaram Carlos Magno e até mesmo acompanharam
a descida franca no sec. VIII.
Sugerimos que o castelo do Strinche
em val de Greve, hoje apenas ruínas, pode ter chegado por esta vertente da dinastia
lombarda aos Cavalcanti - lembrando ainda que a esposa do conde wido, Warin II, conde de Hesbaye e
Aldorf, Adelinde de Spoleto era membro desta família
dos Hildebrando - guerreiro submetido ao papa em 774 - provavelmente mesmo sua filha.
O casal Warin
e Adelinde, já bem estudado genealogicamente, unido por volta de 744 em
Narbonne, atual França.
Lembrando também que o célebre prenome
Hildebrando (adiante denominados também Hildebrandeschi, Aldebrando, Aldebrandino,
Aldobrandeschi) aparece com freqüência nas tabelas genealógicas dos Cavalcanti
depois do ano 1000 (tabela de Silvio Umberto Cavalcanti), confirmando esta
ascendência familiar.
Na quinta geração de Cavalcanti -
Hildobrandino (Aldobrandino) di Cavalcante Cavalcanti, <1130> ou
<1140>, filho de Ianni letti, pelas datas é citado em documento
garantidor da pacificação entre as cidades de Montalcino e Senofonte no ano
1201 com seu provável irmão Adimari di Ianni Letti (fonte Faini). Seu prenome Hildobrandino (Aldobrandino),
certamente originário da linha do filho Hildebrando do Bernardo, conde de Pávia
referido acima.
Assim sendo, é provável que Hildebrandino
di Cavalcante Cavalcanti nesta geração tenha sido o herdeiro do Castelo
do Stinche que chega aos Cavalcanti, castelo muito antigo, estrategicamente
localizado no ponto mais nesta época alto da rota dos antigos lombardos em Val
de Greve. A acima citada Adeletta,
falecida depois de 1043, tida como filha
de Ildebrando dos Ildebrandeschi (lista Shamà), foi casada com o conde wido
Guido III, conde do Castelo de Modiana - não é
indicado que tenham tido filhos herdeiros.
O Castelo do Strinche é tido em fontes locais como um castelo
lombardo (século IX), construído sobre um assentamento romano anterior.
O castelo do Strinche em val
de Greve estratègicamente colocado no ponto mais alto da antiga rota dos
lombardos, no caminho da muito antiga via romana Flamínia. A origem do nome do
tradicional castelo dos Cavalcanti,
Stinche, seria a palavra inglesa “shin’ ou “shinbone”, borda superior da tíbia,
por extensão toponímica “cume, ponto mais alto da colina”. (Wolfang, Marvin –
Crime and Justice at the milenium, Kluwer Academic Publishers, 2002 pg 358). Cedo
como observamos herança dos Cavalcanti documentados no sec. XI.
No
século XIII as lutas políticas entre famílias “guelfas”, favoráveis ao poder do papa, e “guibelinas”, favoráveis ao poder do Santo Império, se tornam
intensas. Após numerosos e violentíssimos conflitos, em 1304 os ”guelfos” Cavalcanti já com sua zona de moradia urbana e
comércio, a Calimala, em fogo, terão de
se refugiar nas redondezas da cidade de Florença. Mas aí vão se verificar ainda
mais assaltos e mesmo a destruição de seus castelos - castelos que haviam pertencido
às muito antigas famílias feudais originarias em Val de Greve e em Val de Pesa
- e mesmo suas proriedades rurais de Ostina e Luco, no val d´Arno superior.
Estes episódios de destruição foram facilitados pela incitação popular,
estimulada pelo partido “dos guelfos negros”. Em 5 de agosto de 1304 a Comuna de Florença envia um contingente
militar para tomar em assédio o castelo
de Strinche dos Cavalcanti, quartel general dos resistentes guelfos brancos. O castelo-fortaleza, apesar da extrema defesa,
é tomado e parcialmente destruído.
Maquiavel justifica esta tomada pela força do já histórico castelo do
Stinche aos Cavalcanti, situado na antiga rota dos lombardos e ponto mais
alto da colina, “pela necessidade do povo de Florença diminuir mesmo o poder
dos Cavalcanti”. A partir da detenção dos resistentes deste castelo na nova
prisão de Florença, esta irá tomar também a denominação de Stinche - “onde estavam os de Stinche”. (Ver Maquiavel,
Nicolau – opus cit., pg. 10). O Castelo do
Strinche será reedificado e, mais tarde, habitado novamente pelos
Cavalcanti. Mas, segundo Domenico Buoninsegni, na sua Historia Florentina,
editada em 1580, em agosto de 1452 o
exército do rei de Nápolis, Afonso de Aragão, acampou em Castelina no Ghianti e
fez uma serie de saques e destruições no condado, inclusive no
castelo-fortaleza do Stinche e, em poucos dias, o arrasaram novamente. As
ruínas do Strinche foram recentemente localizadas para a família por Marcelo
Bezerra Cavalcanti na atual localidade de Radda, província hoje de Siena. (Este
trecho retirado de nosso próximo trabalho “O poeta Guido Cavalcanti na Idade media”.
Consultar também o artigo “Os Cavalcanti
em busca de sua origem” publicado em nosso blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
O castelo do Stinche havia sofrido uma primeira destruição quando em 1304 foi quartel general do partido dos “brancos’ contra um ataque sob ordens da Republica. Ainda reconstruído e habitado, no ano de 1452 entretanto o exército do rei de Nápoles, Afonso de Aragão, causou grandes prejuízos na região e por fim o destruiu.
2 - Doação à Abadia de Possignano junto ao Castelo de MonteCalvi - ligação com os colaterais cadolingi pela dinastia dos wido.
Provavelmente pelas múltiplas heranças
recebidas, na terceira geração de Cavalcanti documentada, depois de Gio-berto
que temos como nascido cerca de 1010, aparece um de seus membros com o prenome Leto
(O Feliz) Cavalcante de
Cavalcante, calculado por nós seu nascimento em cerca de 1030.
Leto, o Feliz, Cavalcante de Cavalcante provavelmente documentado
cerca de 1050 é logo citado como herdeiro do castelo de MonteCalvi em Val de Pesa, sua posse referida em
“Delizie degli eruditi toscano” por Fr. Ildefonso de S. Luigi - informação
repetida pelo contemporâneo genealogista italiano Sylvio Umberto Cavalcanti.
O castelo de MonteCalvi teve suas
muralhas destruídas na luta da família Cavalcanti por Florença contra os “guibelinos”
de Siena em 1260. Como o castelo do Strinche, o MonteCalvi
sofreu ataques dos “guelfos negros” em 1304 e era ainda pertencente à família nos últimos enfrentamentos sofridos em 1451 e 1537 (já no fim da Segunda Republica). Consultar
a respeito Repetti,
Emanuele
-Dizionario geografico fisico storico della Toscana -
1839 - Tuscany (Italy) pg.329. https://books.google.com.br/books?id=ph5LAAAAYAAJ O Castello completamente
arrasado hoje é uma fazenda produtora, a
FATTORIA CORZANO E PATERNO, fazenda de cento e quarenta hectares, dedicada à produção de bons vinhos , azeite e queijos de ovelha,
segundo informaçôes do pesquisador da família na Toscana, Marcelo Bezerra Cavalcanti.
Na região do antigo castelo de MonteCalvi
dos Cavalcanti em Val de Pesa está ainda localizada
a remanescente sede paroquial da Pieve de São Pancrácio – pequena igreja
documentada desde o sec. X, ainda adornada com valiosas obras de arte medievais
e no século XVI- brasões da família Cavalcanti no pequeno estúdio do pievano Nicolo
Cavalcanti cerca 1580, ainda brasão em seu tumulo ao lado do altar. http://xoomer.virgilio.it/cavalcanti/pagina_3.htm Ver também https://en. wikipedia.org/wiki/San_Casciano_in_Val_di_Pesa
https://it.wikipedia.org/wiki/Pieve_di_San_Pancrazio_(San_Casciano_in_Val_di _Pesa A Pieve de San Pancrácio
Possivelmente, Leto Cavalcanti (<1060>)
tenha sido o primeiro abade de uma Abadia fundada na vizinhança do castelo de
MonteCalvi, também em Val de Pesa – a Abbazia di San Michele a Passignano
– pois documentos de 1050 desta abadia citam este mesmo prenome Leto.
Documento
fundiário relativo a esta região em Val de Greve onde se localizou o castelo de
Montecalvi noticia que em maio de 1096 Uggocione di Cadolingi di Fusececchio
(da
região de) e seus filhos Ugo e Ranieri teriam vendido e doado terras
e bens a esta abadia de Possignano, terra e bens que logo depois passariam à família
Cavalcanti como foi referido acima - fato também mencionado pela a enciclopédia
Trecani - verbete Cadolingi - Leto Cavalcanti, cerca 1060, como temos
notícia dono de MonteCalvi.
- "in VALLE nella Val-di-Greve - Cas: con ch. parr., cui é stato
annesso S. Bartolomeo in Valle, nel piviere di S. Pietro a Sillano, Com. Giur.
e 3 in 4 miglia a maest. di Greve, Dioc. di Fiesole, Com. di Firenze. Risiede in poggio fra Monte-Macerata e
Vicchio-Maggio, a pou. della strada provinciale del Chianti tradução "No
VALLE no Val-di-Greve – Cas: com ch. parr. (casa/castelo e parreiral?), anexo a
São Bartolomeu no Vale, na freguesia de São Pedro em Sillano, com Jur. 3 e 4
quilômetros a noroeste de Greve, Dioc. de Fiesole, Comuna de Florença.
Consta de colina em Monte-Macerata e Vicchio-Maggio, a pouco da estrada
provincial de Chianti. - Di questo luogo trovammo notizie fino dal
secolo X tra le carte della badia di Passignano. La prima è un inserimento da giugno
993, col quale Ubaldo e Guido fratelli e figli di Walfredo per il prezzo di
soldi 80 vendono a Teuzio del fu Benedetto delle terre e case pervenutegli dai
fratelli Eriberto e Winildo, e che costoro achistarono da Litifredo loro zio; i
quali beni consistevano nella metà di due sorti e case masserizie poste ...in
luogo VALLE nel piviere di Sillano. tradução - Deste lugar encontramos notícias ao
fim do décimo século entre os papéis da abadia de Passignano. A primeira
é uma entrada de Junho 993, pelos qual Ubaldo e Guido, irmãos e
filhos de Walfredo, pelo preço 80 soldos vendem para Teuzio, do falecido
Benedito, terras e casa que lhe foram comunicadas pelos irmãos Eriberto
e Winildo, e que foram auferidos de seu tio Litifredo, bens que consistiam
na metade de dois lotes e casa com utensílios domésticos no dito Vale na
paróquia de Sillano -
......................................................................................
Anche in un terzo instrumento del 20 maggio 1096
si fa menzione di questo luogo, sul quale sembra che due fratelli Ugo e Ranieri
figli del conte Uguccione de' Cadolingi di Fucecchio avessero delle ragioni, mentre gelino con
quell' atto rinunziarono alla badia di Passignano i diritti che potevano avere
sopra una sorte posta in luogo detto VALLE, compressi un che i fedeli e
lavoratori di quel predio. In
seguito troviamo padroni della stessa possessione di VALLE la nobil famiglia Cavalcanti di Firenze. La chiesa di S. Martino a Valle attualmente é
de libera collazione del vescovo di Fiesole. Essa nel 1833 contava 142 abit. tradução: Em um terceiro Instrumento de
20 de maio de 1096, há menção a este
mesmo lugar, em que aparece dois irmãos, Ugo e Ranieri, filhos do conde Uguccione
de 'Cadolingi di Fucecchio das razões que tinham, enquanto com esse ato
renunciam aos direitos que poderiam ter
sobre abadia de Passignano e uma propriedade (um terreno) ao longo do dito
Valle, compreendido também fiéis e trabalhadores daquele prédio. Em seguida
encontramos patrões da mesma pocessão do VALLE a família Cavalcanti nobre de
Florença. A igreja de S. Martin está atualmente em Valle de agrupamento livre
do bispo de Fiesole. Em 1833, tinha 142
habitantes.
Neste item nos referimos apenas aos documentos mencionados
por Repetti sobre os cadoling,
documentos que serão também adiante analisados em relação à dinastia dos luitfridings.
Sabemos que
os condes cadolingi de Borgonovo e
Fusececchio tiveram presença na Toscana entre os séculos XI ao XII. Em fonte
enciclopédica moderna é afirmado que seu feudo teria se estendido por Val di
Pesa, Colline Pisane, o Valdarno a sudoeste de Florença, chegando ao Murgello. Cadolo
é tido geralmente como capostipide dos cadolingi
e teria recebido dotações imperiais de Oto I em 964, dotações que transformou em vasto feudo, mas de curta duração.
Apoiando religiosos reformadores e enfrentando conflitos religiosos, a família extingue-se
por falta de herdeiros com Ugolino III em 1113. Cadolo fora investido pelo Imperador do
Sacro Imperio, o saxão Oto I, em 964
e era oriundo de Pistóia - seria filho de Conrado,
sobrinho de Teudice (Teozzone ou Teudgrimus
II), este neto de Tetgrim I (ou Teudelgrim,
Teudgrimus - casado com senhora de origem lombarda pelo pai e pela mãe ainda de
ligações familiares wido/hucpolding - ver
detalhes texto adiante.
Por fonte enciclopédica na mídia eletrônica sobre os cadolings é informado que: “Ebbero il titolo di Conti di Pistoia e di Fucecchio ma i loro feudi si trovavano presso la Val di Pesa, le Colline Pisane, il Valdarno a sud-ovest di Firenze e in Mugello. Parteciparono attivamente alle lotte religiose in Toscana. Inizialmente il loro appoggio andò al partito riformista sostenitore del papato, tanto che Lotario dei Cadolingi pose la Badia a Settimo quale centro della diffusione dei princìpi riformisti in Toscana. In seguito si schierarono dalla parte di Ugo di Toscana, capo del partito filoimperiale. La famiglia si estinse nel 1113 con Ugolino III, la cui eredità confluì in vari altri casati, tra i quali quello degli Upezzinghi, gli Alberti e i Guidi. La famiglia fondò numerosi castelli, affiancandoli a monasteri nei territori posseduti: rimane oggi una torre del castello di Salamarzana a Fucecchio (l'attuale Torre Grossa del Parco Corsini), il monastero di San Salvatore (Fucecchio) sul Poggio Salamartano a Fucecchio e l'abbazia di San Salvatore a Settimo, presso Scandicci. La famiglia Gangalandi subentrò ai Cadolingi nel dominio di Lastra a Signa”.
A enciclopédia Trecani fundamentada em bibliografia segura e em verbete referente á dinastia wido afirma, entretanto, que o verdadeiro capostipide dos cadoling seria Tetgrim I (Teudgrin, Teudgrimus I), sobrinho dos otones, a quem o rei Ugo teria feitos doações já em 927 – “Il suo capostipite è un Tetgrim (Teudegrim) al quale il re Ugo nel 927 aveva donato, come possesso ereditario, il monastero reale di Alina, in Val d'Agna; nel diploma di donazione il re chiamava Tetgrim "dilectus compater". In breve tempo anche Tetgrim divenne conte: nel 941, infatti, i figli Raniero e Guido ou Wido), in una donazione di beni al duomo di Pistoia, si qualificavano come "filii bone memorie Teudgrimi comitis". Per ciò che riguarda la storia delle origini dei Cadolingi e dei Guidi, è sorprendente il modo in cui esse procedono parallele. E ciò vale sia per le loro comuni donazioni alla chiesa di S. Zeno a Pistoia, sia per la stretta vicinanza dei loro possedimenti che si trovavano a nord e a nord-ovest della città, e in particolare a Vicofaro e Vincio. Bisogna aggiungere che il conte Cadolo aveva fatto una donazione "pro anima quondam Guidi", e che nel 997 nella zona di Pisa era presente un "Teudici filius bone memorie Teudelgrim", il cui nome testimonia un legame tra le due famiglie” (os grifos são nossos).
Por fonte enciclopédica na mídia eletrônica sobre os cadolings é informado que: “Ebbero il titolo di Conti di Pistoia e di Fucecchio ma i loro feudi si trovavano presso la Val di Pesa, le Colline Pisane, il Valdarno a sud-ovest di Firenze e in Mugello. Parteciparono attivamente alle lotte religiose in Toscana. Inizialmente il loro appoggio andò al partito riformista sostenitore del papato, tanto che Lotario dei Cadolingi pose la Badia a Settimo quale centro della diffusione dei princìpi riformisti in Toscana. In seguito si schierarono dalla parte di Ugo di Toscana, capo del partito filoimperiale. La famiglia si estinse nel 1113 con Ugolino III, la cui eredità confluì in vari altri casati, tra i quali quello degli Upezzinghi, gli Alberti e i Guidi. La famiglia fondò numerosi castelli, affiancandoli a monasteri nei territori posseduti: rimane oggi una torre del castello di Salamarzana a Fucecchio (l'attuale Torre Grossa del Parco Corsini), il monastero di San Salvatore (Fucecchio) sul Poggio Salamartano a Fucecchio e l'abbazia di San Salvatore a Settimo, presso Scandicci. La famiglia Gangalandi subentrò ai Cadolingi nel dominio di Lastra a Signa”.
A enciclopédia Trecani fundamentada em bibliografia segura e em verbete referente á dinastia wido afirma, entretanto, que o verdadeiro capostipide dos cadoling seria Tetgrim I (Teudgrin, Teudgrimus I), sobrinho dos otones, a quem o rei Ugo teria feitos doações já em 927 – “Il suo capostipite è un Tetgrim (Teudegrim) al quale il re Ugo nel 927 aveva donato, come possesso ereditario, il monastero reale di Alina, in Val d'Agna; nel diploma di donazione il re chiamava Tetgrim "dilectus compater". In breve tempo anche Tetgrim divenne conte: nel 941, infatti, i figli Raniero e Guido ou Wido), in una donazione di beni al duomo di Pistoia, si qualificavano come "filii bone memorie Teudgrimi comitis". Per ciò che riguarda la storia delle origini dei Cadolingi e dei Guidi, è sorprendente il modo in cui esse procedono parallele. E ciò vale sia per le loro comuni donazioni alla chiesa di S. Zeno a Pistoia, sia per la stretta vicinanza dei loro possedimenti che si trovavano a nord e a nord-ovest della città, e in particolare a Vicofaro e Vincio. Bisogna aggiungere che il conte Cadolo aveva fatto una donazione "pro anima quondam Guidi", e che nel 997 nella zona di Pisa era presente un "Teudici filius bone memorie Teudelgrim", il cui nome testimonia un legame tra le due famiglie” (os grifos são nossos).
Theutigrimus I (f. antes de
941), sobrinho dos otones, havia
sido casado com Ingeldrada II (viva
em 909) já então senhora do castelo de Modiano.
Esta Ingeralda II tinha ascendência lombarda
por seu pai Pedro, filho do dux lombardo Martinus (f. a. set.
896) casado com Ingeralda I – esta a filha do conde de palácio descido à península,
Hucbaldus de Hainacq.
Ora, Hucbaldus de Hainacq foi capostipide dos hucpoldings e descera à Toscana em meados
do século IX para exercer a defesa franca como marca, margrave. Tinha ele origem
materna wido, dinastia originária dos
condes de Hesbaye, casado na Toscana com Andaberta, dos Adalberti de Bolonha. Conclusão do nosso trabalho com todas as fontes “As linhas francas
descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas]
O neto de Tegrimus I, Tegrimus II (ou Theugrimus II ou Teuzonne f.a. 990) filho de Guido
I (f. c. 963), sabemos por várias
fontes receberá na Toscana um feudo de Oto
I em 967 e se tornará conde de
Modiano.
E através este seu neto Tegrimus II casado com Gísia (ou
Guila, Willa, nome wido <950>),
neta do margrave Hucpold de Hainacq dos hucpoldings, a dinastia wido
ou guidi, já bem mesclada genealogicamente, chega finalmente
aos Cavalcanti – que a nosso ver eram descendentes
diretos de Bonifacio I de Spoleto, herdeiro da Marca da Toscana, doc. 922, 946, 951 (neto de Hucpoldo de
Hainacq, Conde Paladino de Luiz, o Pio. Bisneto de Conrado de Baviera , o irmão
da imperatriz Judith, esposa de Luiz, o
Pío). Bonifácio, filho de Ubaldo da marca, casado com Qualdrada
ou
Waldrada no ano 953 (linha wido), filha do rei da Borgonha, Rodolfo
I. Conclusão de nossos vários trabalhos bem
fundamentados ainda com todas as fontes o artigo “As linhas francas descidas
para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas.
Por estas informações nota-se não só a
descendência do dux lombardo Martinus
cruzando-se na Toscana nos meados do século IX com os cadolings, widos e adalberti (ou bonifácios), ainda estabelecendo
especialmente ligações dinásticas com os hucpoldings.
Observado que esta dinastia hucpolding seria
a linha genealogicamente mais direta e fácil para chegarmos aos Cavalcanti.
Sabemos
finalmente que o neto de Teugrimo II e Gísia, Guido III (v.1034)
casado com Adaletta dos Ildebrandeschi (
f. d. de 1043) formaria o casal dinástico que amarra e centraliza a relação entre estas várias dinastias e logo estará
ligado aos Cavalcanti, como foi indicado no item anterior. Consultar o
Quadro Anexo.
3 – Herança dos Cavalcanti pelos antigos luitfridings e hunfridings.
Uma das transferências de
patrimônio na região da Toscana que vai parar também nas mãos dos Cavalcanti
nas proximidades do ano mil - momento em que a família surge documentada - foi a
herança documentadamente transmitida pelos luitfridings
- herança referida pela fonte E. Repetti já citada no item anterior.
Estes documentos foram já analisados por
nós com muitos detalhes em vários trabalhos e mesmo no item anterior-
entretanto, agora ressaltamos a sua parte
relativa à dinastia dos luitfridings.
A fonte destes documentos mais uma vez Emanuele Repetti, Dizionario Geografico,
Storico della Toscana - 1839 - Tuscany (Italy), pag.106 - autor que usa documentação
original (abreviado como GEO), citado já em nossos atigos “Carta ao Bezerra I”
e “Carta ao Bezerra II”, e “Os Berardenga”, todos editados no nosso blog).
Repetimos o relatório fundiário fornecido
por Repetti, relatório agora na íntegra, com a sua tradução:
- "in VALLE nella Val-di-Greve - Cas: con ch. parr., cui é stato annesso S.
Bartolomeo in Valle, nel piviere di S. Pietro a Sillano, Com. Giur. e 3 in 4
miglia a maest. di Greve, Dioc. di Fiesole, Com. di Firenze. Risiede in poggio fra Monte-Macerata e
Vicchio-Maggio, a pou. della strada provinciale del Chianti tradução "No VALLE no Val-di-Greve – Cas: com ch.
parr. (casa/castelo e parreiral?), anexo a São Bartolomeu no Vale, na freguesia
de São Pedro em Sillano, com Jur. 3 e 4 quilômetros a noroeste de Greve, Dioc.
de Fiesole, Comuna de Florença. Consta
de colina em Monte-Macerata e Vicchio-Maggio, a pouco da estrada provincial de
Chianti. / Di questo luogo trovammo notizie fino dal secolo X tra le carte della
badia di Passignano. La prima è un inserimento da giugno 993, col quale Ubaldo e Guido fratelli e figli di Walfredo per il prezzo di soldi 80 vendono a Teuzio del
fu Benedetto delle terre e case pervenutegli dai fratelli Eriberto e Winildo, e
che costoro achistarono da Litifredo loro zio; i quali beni consistevano
nella metà di due sorti e case masserizie poste ...in luogo VALLE nel
piviere di Sillano. tradução : Deste lugar encontramos notícias ao
fim do décimo século entre os papéis da abadia de Passignano. A primeira é uma
entrada de Junho 993, pelos qual Ubaldo e Guido, irmãos e
filhos de Walfredo, pelo preço 80
soldos vendem para Teuzio [?], do
falecido Benedito, terras e casa que lhe foram comunicadas pelos irmãos Eriberto e Winildo, e que foram
auferidos de seu tio Litifredo, bens que consistiam na metade de dois
lotes e casa com utensílios domésticos no dito Vale na paróquia de Sillano ./ Con altro contratto del novembre 999 Litifredo del fu Litifredo e
Imelda sua moglie alienarono per soldi 30 ai quattro figli di Walfredo
tutto ciò che essi possedevano in luogo VALLE, dove si dice poggio, presso la
chiesa di S. Martino nel pievere di S. Pietro a Sillano. Tradução: Por outro contrato em
novembro de 999 Litifredo do falecido
Litifredo e sua esposa Imelda alienaram por 30 soldos para os quatro filhos
do Walfredo tudo que possuíam no VALLE, onde diz colina, perto da igreja de St.
Martin no paróquia de S. Pedro em
Sillano”
Explicamos que os liutfridings, muito citados neste documento, constituíram dinastia
que trazia o prenome Luitfried ou Liutfred (“Leão Livre”, ainda Liutsind,
Liutsint, “Leão Zangado”? em noroeguês) e que aparecem ao norte da Itália através
um Luitfried filho de Hunfrid I
(c.780 - f. depois de
808) -
guerreiro margrave da Istria e capostipide dos hunfridings, conforme indicado pela fonte Medival/Suabia. A fonte Medieval/
Suabia refere: HUNFRID [II] erro Hunfrid
I (-824 ou após). O historiar
Jackman cita o livro Memorial de
Reichenau que lista (em ordem) " Hunfridus, Hitta, Adelpreht, Odalrih, Hunfrid, Liutsind, Hitta, Imma, Aba ", que ele identifica como Hunfried, sua
esposa, seus quatro filhos e possíveis tres filhas [609] ainda fonte Medieval/Suabia “ADALBERT [I] (morto em batalha
Retiense [da Raecia] 13 maio 841. Este filho de Hunfrid
I com prenome Liutsind possivelmente
citado em mídia eletrônica como Graft (conde, comandante) na Istria (Norte da Itália).
Em 905 aparece também documentado um Conde de Asti, 902-910, de nome também Liudfredi [NI infoma falecido após março de 905. Conte [d'Asti?]. Liudfredi comitis... Oberti vicecomitis..." assina a carta datada de Mar 905, sob a qual o bispo de Asti doa propriedade e confirma doações anteriores para a igreja de Asti [502]. Também citado em Full text of "Le famiglie celebri medioevali dell' Italia superiore" UNIVERSITY OF CALIFORNIA SAN DIEGO, CARLO DIONISOTTI- LE FAMIGLIE CELEBRI MEDIOEVALI DELL' ITALIA SUPERIORE, 1826,]
Estes liudfrings já com posses na Toscana seriam de linhagem muito antiga, dinastia que administrou durante muito tempo o ducado da Suábia entre os séculos IX e X - região de onde são originários os mais antigos francos de Sundgau (“Terra do Sol”).
O prenome Luitfredo teria provavelmente chegado à Toscana pela ascendência materna do capostipide dos hucpoldings na Toscana, Hucpold de Hainacq - da mesma ascendência de Hunfrid I (c.780 - f. depois de 808) margrave da Istria, filho de Isambart I, neto de Warin II de Hesbye que na descida tomara a denominação hunfridings - a ascendente dos hunfridings havia sido Adelaíde da Alsácia Von Sundgau casada em segundas núpcias com Conrad I, e tinha como irmão Luitfredo III Von Sundgau. Adelaida tida também como matriarca da dinastia dos capetos no seu primeiro casamento com Robert Le Fort – ela filha de Hugo II de Tours [Conclusão nossos artigo “As linhas francas descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito. De fonte enciclopédia temos: “Sundgau país original dos francos. Aproximadamente em 750, o ducado de Alsácia foi dividido em dois condados, Nordgau (Unterelsass) e Sundgau, este último mencionado no Tratado de Mersen em 870. Durante o século IX e o século 10 Sundgau foi administrado pela família Lieutfried. Após a dissolução do império de Carlos Magno, a região entrou em um período de instabilidade, culminando no surgimento do feudalismo. A partir de 925, Sundgau pertencia ao Ducado da Suábia; permaneceu uma parte da Suábia até que o Ducado se desintegrou no 13o século”.]
Assim sendo, o Luitfredo referido em documento de transferência de bens em Val de Grève por herança nesta geração (905) deveria ser pai já falecido de um outro Luitfredo casado com Imelda – este casal tios de Eriberto, Ubaldo, Winildo (Wilfreid, Wilfredo, Hunfrid) e Guido, filhos de um Walfredo.
Observamos
todos estes prenomes referidos nos documentos de transferência de
terras e propriedades no ano de 993 e 999, próximos a Val de Grève
na Toscana reproduzidos por esta fonte E.Repetti, documentos já várias vezes mencionados nos nossos
trabalhos.
O citado Liudfredo, na época do mesmo nome do seu já falecido pai, passava terras aos sobrinhos citados, filhos de um Walfredo - terras que pouco depois também aparecem no nome da família dos Cavalcanti, segundo mesma fonte Emanuele Repetti no seu “Dizionario geografico físico storico della Toscana”, Volume 3, página 106. Texto enciclopédico cita um Luitfredo ou Luitfred, possivelmente bispo de Asti ou Aosta em 969, que no caso poderia ser o filho do primeiro Liudfredi já falecido referido no documento fundiário [fonte enciclopédica francesa indica: “Luitfredo est un ecclésiastique d'origine inconnue qui était évêque d'Aoste en 969. Luitfred n'est connu que pour sa participation au concile régional réuni à Milan en septembre et octobre 969 par l'archevêque Valpert (953-970)1 dont il est le suffragant, pour traiter de la fusion entre des deux évêchés piémontais d'Alba et d'Asti 2. Peu après, le diocèse d'Aoste est de nouveau intégré dans la province ecclésiastique de Tarentaise où il demeure jusqu'à la Révolution française. Fonte Aimé-Pierre Frutaz- Fonti per la storia de la Valle d'Aosta « Cronotassi dei vescovi », Ed. di Storia e Letteratura, Rome, 1966. Réédition 1997 ]
Por fim, sugerimos que o mais provável Walfredo (Walfrido ou Hunfrid) para ser o pai desses quatro herdeiros na região toscana seria Walfredo de Bolonha (1041-1043) – citado pela fonte Northenitaly como bisneto de Andaberta dos Adalberti (ou bonifacios), a esposa do margrafe Hucbaldo (capostipide dos hucpolding) – Este Walfredo filho de Adalberto de Bolonha (- falecido após 1011), neto de Bonifácio I da marca da Toscana, irmão de Bonifácio II, por seu nome Walfredo (Walfrid ou Hunfrid) teria dado continuidade na Toscana à linhagem de Hunfrid I (ou Walfrid). Esta linhagem hunfring a nossos ver também dera origem, no século anterior, aos walfredo catalãos (conclusão de trabalho ainda inédito acima citado).
O Walfredo
(ou Walfrid) referido conde em Bolonha seria, portanto, o provável pai
desses quatro herdeiros dos luitfredings
citados por documentos fundiários na
região toscana (consultar nossos trabalhos “Carta ao Bezerra I e
II” com todas as fontes, e ainda “As linhas francas descidas para a Itália com
Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas, ainda consultar a linhagem dos
hucpolding na Toscana, indicada pela fonte NI).
Por fim, sugerimos que o mais provável Walfredo (Walfrido ou Hunfrid) para ser o pai desses quatro herdeiros na região toscana seria Walfredo de Bolonha (1041-1043) – citado pela fonte Northenitaly como bisneto de Andaberta dos Adalberti (ou bonifacios), a esposa do margrafe Hucbaldo (capostipide dos hucpolding) – Este Walfredo filho de Adalberto de Bolonha (- falecido após 1011), neto de Bonifácio I da marca da Toscana, irmão de Bonifácio II, por seu nome Walfredo (Walfrid ou Hunfrid) teria dado continuidade na Toscana à linhagem de Hunfrid I (ou Walfrid). Esta linhagem hunfring a nossos ver também dera origem, no século anterior, aos walfredo catalãos (conclusão de trabalho ainda inédito acima citado).
Colaborando com nossas afirmações acima, notado que
pelo menos dois prenomes dos filhos desse Walfredo, Ubaldo e Guido, indicam especialmente
proximidade familiar com os ucpoldings, e
demonstram também a origem e o caminho dessa herança recebida - herança hunfriding e luidfredo que logo em seguida chegará à mão dos Cavalcanti, segundo ainda a mesma fonte Repetti.
Esta herança dos luitifredo chegará aos Cavalcanti provavelmente por este citado sobrinho
Guido, que pensamos Guidi lll
(wido) de Modiana, vivo em 1034, descendente
do margrafe Ubaldo (fal. 16 julho de 909), filho do capostipide Hucbald. Guido
III, pela fonte Shamà, casado com Adalleta
dos Ildebrandeschi, filha de Ildebrando
dos Ildebrandeschi, ela curiosamente
falecida depois de 1043 (não triam tido
filhos herdeiros ?) - fato já comentado acima no item 1 e referido
no idem 2. O Ildebrando seu pai a que tudo indica irmão de Domenico
Cavalcanti documentado dois anos depois em 1045
- o primeiro Cavalcanti documentado.
E por este parentesco muito próximo, provavelmente a herança recebida pelas gerações
seguintes de Cavalcanti. Acompanhar no esquema anexo.
4 – Documentos dos Barbolani
identificando parentes hildebrandeschi e guilhermidas, ascendentes dos
Cavalcanti muito provavelmente pelos ucpoldings.
Sobre a penetração genealógica da dinastia guilhermida na Toscana com os seus prenomes
característicos - Winingo, Bernardo e Ranieri - apresentamos já trabalho específico, “Os Berardenga”. Neste trabalho identificamos as
origens da família Barbolani, fato que nos auxiliará nesta ocasião a esclarecer
as ligações destes guilhermidas no
sec. X com os Ildebrandeschi, que
temos como ascendentes próximos dos Cavalcanti. A respeito consultar nosso trabalho anterior “Os
Bernardengas”. A balavra Barbolani a que tudo indica proveniente de “barbone” –
significando em italiano antigo “errante”, “vagabundo”.
Sobre o ramo da família Barbolani di Montauto é informado por
fonte histórica (com nossos acrescentamentos entre chaves): “O primeiro
reconhecimento imperial da linhagem remonta a 967, quando o Imperador Otto I confirmou Goffredo [ou Walfredo] Barbolani, filho de Ildebrando [s/doc., dos Ildebrandeschi]
os feudos no vale superior da Tiberina
[ Região superior do rio Tibre]. Fonte V. Spreti, enciclopédia
italiana histórica, vol. I-VI, 1-2 (apêndices), Milan 1928-1956, 508-510, vol.
I. [O Tibre (em italiano: Tevere; em
latim: Tiberis) rio italiano, com nascente na Emília-Romanha, travessa a Toscana (Sansepolcro), a Úmbria (Città di
Castello), depois o Lácio (Orte e Roma) e deságua no mar Tirreno. ]
Ainda um documento, um plácito relativo aos Barbolani na mídia eletrônica
acrescenta: “Entre os documentos mais antigos que nos dão notícias da família,
existe um plácito realizado em 1059
na Pieve di S. Stefano na Chiassa [provicia de Arezzo] auxiliado
pelo marquês Gottifredo [Godofredo, Walfredo, Goffredo], atuantes entre
outros os condes Ranieri e Bernardo,
filhos do conde Ardingo, em uma
sentença a favor da Abadia Berardenga [Ghianti, província de Siena]
pronunciada pela Marchesa Beatrice em 25 de maio de 1070 em Florença,
mencionado, entre os barões da época, Ranieri di Ardingo, senhor de
Galbino. Não se conhece, entretanto, a vida e a origem do conde Ardingo, uma
vez que as opiniões dos historiadores não são acordes sobre a segunda metade do
século XI”.
Entretanto,
informações da própria família Barbolani
obtidas nos ajudam a esclarecer as dúvidas sobre a identidade desse Ardingo (ou Uldarich, Odarico?) Barbolani
que teria seqüência à esta nascente familia Barbolani (texto traduzido da mída
eletrônica): "Em 1040, Ardingo
Barbolani, filho de Teuzzone [ou Tegrimo
II ou Theugrimus II] descendente de Teuzzo [Theugrimus I] degli Attalberti,
progenitor dos vários ramos da progênie, recebeu a investidura de primeiro conde de Montauto pelo imperador Henrique IV, em
Roma para a coroação. E acrescenta: “Em
1187, Ranieri Barbolani, filho de Ardengo di Montauto - foi apresentado junto
com seu irmão Bernardo com o título de conde entre os grandes senhores feudais
da corte da Toscana - e recebeu do imperador Federico Barbarossa privilégio
feudal que Henrique VI de Suábia confirmou em 1196. Os privilégios também foram
aprovados por Otto IV de Brunswick em 1210 e por Frederick II em 1220. Em 1170
ele havia reunido as linhas e posses de Galbino e Montauto”.
Em 1187 os descendentes deste Ardingo de Montauto (filhos), Ranieri e Bernardo já apresentariam, portanto, prenomes típicos de sua origem nas dinastias guilhermida e berardesca, dinastias que identificamos em trabalho anterior entre os grandes senhores feudais da Toscana. Ver nosso artigo “Os Berardenga” no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/. Citamos trecho deste artigo “ Notório que o clã dos berardenga da cidade de Castel Nuovo Berardenga fosse oriundo de um ramo franco sálio, de linha francesa - um Wuinigi, legado do Imperador Luís, o Pio em 865, historicamente ainda não bem identificado”
“Abazia della Berardenga in Val d'Ombrone, presso un antico castello denominato il Monastero sul torrente Coggia, nella Comunità, giurisdizione e tre miglia toscane a levante di Castelnuovo Berardenga, nel popolo dei SS. Jacopo e Cristoforo a Monastero, Diocesi di Arezzo, Compartimento di Siena. - Dedicata a S. Salvatore e a S. Alessandro in luogo detto a Fontebuona, fu edificata e ampiamente dotata sotto gli anni 867 e 882 da Wuinigi conte di Siena di origine francese, autore delle illustri prosapie dei Scialenghi, degli Ardenghi, dei Manenti, dei Berardenghi ec. Destinata in origine per le donne, cui doveva presedere una delle famiglie del fondatore, passò ai monaci Camaldolensi, ai quali fu rassegnata nel 1003 dai pronipoti del conte Wuinigi che ne aumentarono le entrate, confermate dalla contessa Beatrice duchessa di Toscana, nel 1070, e da vari sovrani e pontefici, segnatamente rapporto alla giurisdizione di molte. (Page 1/2 Dizionario Geografico, Fisico e Storico della Toscana (E. Repetti) http://193.205.4.99/repetti/ chiese di quel Contado).
“Il nome [Castel Nuovo Berardenga] deriva dalla Contea dei Berardenghi, che prese il nome da uno dei figli del conte Wuinigi di Ranieri [este filho de Ardingo di Ranieri? mais provavelmente neto] appartenente alla popolazione dei Franchi Salii, sceso in Italia in qualità di Legato dell'Imperatore Ludovico il Pio (865), poi divenuto Governatore político di Siena (867-881) e di Roselle (868). Egli si chiamava Berardo e questo nome, ripetuto costantemente dai discendenti, diede poi il nome anche al território”.
Assim sendo, sugerimos que uma senhora de
linha dinástica guilhermida tenha antes
do século XII casado com um membro de linha wido, hildebrandeschi ou
mesmo ucpolding. Pois notamos que os netos de Guido I, filhos
de Teuzzone e Gísia apresentavam já ao fim do século X prenomes característicos
e típicos desta dinastia guilhermida, prenomes que se repetem nesta linha bernardenga na Toscana de própria origem
udalricher/guilhermida: - Ardingo (ou Uldarich), Ranieri (Ragnieri, Ruggiero), este encarregado
ainda da marca da Toscana; e Guido II
de Modiana, este de prenome claramente wido.
Teuzonne
(Tegrimo ou Theugrimus II, f.a. 990) referido no item anterior e citado como
pai deste Ardingo, sabemos por
várias fontes, foi na Toscana conde de Modiano, filho de Guido I (f. c. 963). Teuzzone II casado com Gísia <950>
(Guila, Willa, nome wido) neta de Hucpold de Hainacq, capostipide dos hucpoldings. E, pelo neto de Hucpold, Bonifácio I de Spoleto, filho de Ubaldo
da marca da Toscana chegaremos logo duas gerações mais adiante aos Cavalcanti (conclusão
do nosso trabalho com todas as fontes “As linhas francas descidas para a Itália
com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas)
Guido I
era filho de Theutigrimus I
(f. a 941) sobrinho dos otones
casado com Ingeldrada II - ela já
então senhora do castelo de Modiano, viva em 909, com ascendência lombarda pelo pai Pedro,
filho do dux Martinus, este
falecido antes de setembro 896
e que fora casado com sua mãe Ingeralda
I, esta filha do capostipide do hucpoldings
da marca Toscana, Hucbaldus de Hinacq). Hucbaldus de Hainacq com origem inclusive wido, dinastia dos condes de
Hesbaye que haviam participado da descida franca, casado na Toscana com
Andaberta, dos Adalberti de Bolonha, de origem bávara. Conclusão do nosso trabalho com todas as fontes “As linhas francas
descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas.
Resumindo - a origem da família Borbolani na Toscana remonta as
proximidades do ano 967 pelo
capostipide Walfredo Barbolani,
filho de um Ildebrando <950>, este pai de Adaletta dos Hildebrandeschi linhagem muito próxima ao primeiro
Cavalcanti documentado, Domenico
Cavalcanti em 1045. “As
linhas francas descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto
a pesquisas]
A família
Barbolani tem sequência por Ardingo
Barbolani tornado em 1040 conde
de Montauto por Henrique IV – sabendo-se que este Ardingo seria filho de Teuzzoni II e bisneto de Teugrimo
I - seu bisavô (f.a. 941) ligado aos Attalberti (ou Adalberti, pela familia
de sua sogra Andaberta) na Toscana. A bisavó de Ardingo, Ingeralda I,
filha do capostipide dos hucpoldings,
Hucpold de Hainacq, também de origem materna wido de Hesbaye que também estabelecera familia na Toscana.
Assim
repetimos: é praticamente certo que senhora de linha uldaricher/ guilhermida tenha se entrecruzado às linhas
wido-hildebrandeschi-ucpolding antes
mesmo do ano 1000 na Toscana - quando destas genealogias entrecruzadas surgem
os Cavalcanti documentados e a eles chegam os bens materiais e culturais destas
anteriores dinastias. Lembrando que a Abadia Berardenga, berço onde na Toscana
tudo indica no sec. XI se desenvolve esta dinastia berardesca Winingui,
Guininzi ou Guinigi - atual região de CastelNuovo Berardenga que faria fronteira
com regiões onde se desenvolve no passado
a familia Cavalcanti - Asciano,
Castellina in Chianti, Radda in Chianti.
Não identificamos perfeitamente qual o casal
que teria realizado esta ligação e introduzido entre as dinastias wido/hildebrandeschi/ ucpoldings os prenomes uldaricher/guilhermidas – mas pensamos que esta ligação possa ter
ocorrido ainda no sec. IX pelo primeiro casamento de Ubaldo, filho do
capostipide Hucbald, também da marca da
Toscana (documentado em 871), cuja primeira esposa não foi identificada
genealogicamente – hipótese mais provável. Ou mesmo pelo casamento de Guido I de Modiano (falecido c. 963)
com Sibila ou Richilda, sua primeira
esposa referida pela fonte Shamá sem outras indicações – entretanto mais
provável fosse esta uma ascarídea ou
binivide. A respeito da filiação
de uma Richilde Informa Full text of "Sulle famiglie nobili della
monarchia di Savoia;"
https://archive.org/stream/sullefamiglienob41angi/sullefamiglienob41angi_djvu.txt “I. VERSO IL 1785 BERENGARIO li RE D'ITALIA
Guido 2 gen. Corrone o Corrado I. 5 gen. Adalberto f gen. conte di Ventimiglia
com Richilde figlia di Guglielmo Ottone I” [Ottone I Guglielmo di Borgogna ou Ottone Guglielmo di Ivrea,
nascido 958/9 ou 960/2 – 21 settembre
1027, foi conde de Borgonha e de Mâcon de
982 até a sua morte, e duca di Borgonha entre
1002 e i 1004. “Come ci conferma Rodolfo il Glabro, nel suo Rodulfus Glaber
Cluniacensis, Historiarum Sui Temporis Libri Quinque, Ottone Guglielmo discendeva dalla stirpe degli
Anscarici: era il figlio di Adalberto
II, sesto marchese d'Ivrea e re d'Italia e di Gerberga di Châlon”. Guido I di Modiano é indicado (Shamà), porém , como nascido
antes de 943 e falecido antes de 963. Neste caso naturalmente sua
esposa deveria estar situada em datas próximas. Pelo que as datas fornecidas de
Guglielmo Ottone I não se encaixam. Mas esta Richilde indicada
pode ser ainda de geração anterior e da mesma
famiíia formadora do Marchesato
d'Ivrea, da dinastia dos anscarici
de origem borgonhesa (linha anscarici ou anscarídeos). Notado que o nome
Richilde pode estar também ligado à
dinastia binivides. Ver nota referente
aos Winingos no item abaixo 5.
5 – Heranças de berardengas e Ubaldini diretamente para
os Cavalcanti no século XIII.
Pelo que foi afirmado no item anterior, heranças materiais e culturais chegam aos Cavalcanti no século XIII pode ser observado pela documentação de transferências patrimoniais em Ascianello (ou Scianello) em Val di Sieve, transferências patrimoniais já diretamente realizadas aos próprios Cavalcanti no ano 1223.
Segundo a fonte Repetti, a região de Ascianello foi mencionada entre os vários castelos que o imperador do santo Império Federico II concedeu em feudo a Ugolino di Albizzo degli Ubaldini por diploma no campo de Monte Mario, acima de Roma, em 25 de novembro de 1220. “Ascianello trovasi compreso nel numero dei castelli che Federigo II accordò in feudo a Ugolino di Albizzo degli Ubaldini con diploma dato nel campo di Monte Mario sopra Roma, il dì 25 novembre 1220”. - Dizionario Geografico, Fisico e Storico della Toscana (E. Repetti) http://193.205.4.99/repetti/ Ascianello, Scianello ID: 270 N. scheda: 3470 Volume: 1 Pagina: 150 Riferimenti: 900, 44690
Ora, os Cavalcanti eram antigos aliados e parentes colaterias dos ubaldini. Pela fonte Repetti comentado: “ASCIANELLO, o SCIANELLO in Val di Sieve. Casale fra Monte Poli e la pieve di S. Agata al Cornocchio, il cui popolo (S. Jacopo a Ascianello) da lunga mano fu aggregato a quello della pieve prenominata, nella Comunità, Giurisdizione e 3 miglia circa a settentrione di Scarperia, Diocesi e Compartimento di Firenze. Vi ebbero Signoria i nobili Cavalcanti della consorteria degli Ubaldini, discendenti da un Guinigingo, o Winigi, signore di altra diruta bicocca di quel piviere, devastate entrambe dai Ghibellini dopo la vittoria di Montaperto.
Sobre os Ubaldini, fonte Renzo Zagnoni - ‘Gli Ubaldini del Mugello nella montagna oggi bolognese nel Medioevo”. http://www.alpesappenninae.it/sites/default/files/ALZagnoni027.pdf onde cita suas próprias fontes.
Os ubaldini descendentes do colateral Teobaldo II, detentor da marca da Toscana (doc. 946/957/996) neto de Hucpold de Hainacq, que temos como ascendente colateral dos Cavalcanti. A potente dinastia ubaldini teve como capostipide um Ubaldino documentado de 1098 a 1105. Esta frase é conclusão do nosso trabalho com todas as fontes “As linhas francas descidas para a Itália com Carlos Magno”, inédito, mas já aberto a pesquisas. Os Ubaldini seriam descendentes dos originais Monaldeschi referidos pelo genealogista da famila Giovanni Cavalcanti. A fonte Norten Italy I, refere a listagem genealógica de Hucpoldo de Hainacq, e o ramo dos Ubaldini Della Carda registra essa origem naturalmente ainda mais antiga no centro franco: “famiglia di Urbino sono il ramo secondogenito della omonima famiglia che signoreggiò il Mugello e l’Appennino tosco-romagnolo e che per la sua grande potenza fu in continua guerra con la repubblica fiorentina. Le sue memorie risalgono al VII secolo e riconosce quale suo capostipite un Adonaldo, vivente nel 680 [?] e venuto in Italia al seguito di Carlo Magno da cui la famiglia ebbe il titolo comitale e grandi privilegi, confermati poi da Ottone II, che nel 975 li creò conti dell’impero, nonchè da Enrico VI…” Ainda outras informações sobre os Ubaldini, uma das famílias antigas e importantes da região ver nosso trabalho “Os Berardengas” no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
Três anos depois da doação por Frederico II do feudo na região de Ascianello aos Ubaldini, no próprio castelo de Guinizingo em 1223 nesta região foi lavrado um documento em que uma casa e um terreno ao lado do castelo passavam da propriedade de um nominado Ascianello do falecido Otavio Guicciardini para Guinigingo degli Cavalcanti - portanto, para a senhoria de um Cavalcanti de prenome também Guinizingo. Reproduzimos também a fonte Repeti já traduzida especificamente sobre o Castelo (bococca) de Guinzingo: “GUINIZINGO, ou GUINIGINCO (CASTEL) em Val di Sieve. - Casale, que tomou o título de seu senhor referente a uma igreja paroquial (St. Martin) na paróquia de St. Agatha, em Mugello, Jurisdição Comunidade e cerca de duas milhas a oeste da Toscana, Scarperia, dioceses e Compartimento de Florença. Era este lugar de um Cavalcanti chamado Guinizingo, que floresceu (viveu) no início do século 13. - No distrito e no castelo Guinizingo em 21 de setembro de 1223 foi elaborado um instrumento, mercê que um tal Ascianello do falecido Ottaviano Guicciardino vende uma casa e uma área gramada no castelo de Guinizingo para o citado Guinizingo e seus filhos; [ainda pela fonte Repetti: “ASCIANELLO, o SCIANELLO in Val di Sieve. Casale fra Monte Poli e la pieve di S. Agata al Cornocchio, il cui popolo (S. Jacopo a Ascianello) da lunga mano fu aggregato a quello della pieve prenominata, nella Comunità, Giurisdizione e 3 miglia circa a settentrione di Scarperia, Diocesi e Compartimento di Firenze. Vi ebbero Signoria i nobili Cavalcanti della consorteria degli Ubaldini, discendenti da un Guinigingo, o Winigi, signore di altra diruta bicocca di quel piviere, devastate entrambe dai Ghibellini dopo la vittoria di Montaperto
Lembramos que os Guicciardini, como os Ubaldini, eram família vizinha dos Cavalcanti e que tudo indica também aparentada neste século XIII, como comprovamos na nota abaixo. Um Iacopo, filho de Filipo Cavalcanti (< 1250> Podesta de Volterra) teria esposado Cella Gherardini (tabela Suc). O Castello di Poppiano na região do Chianti construído depois do ano mil na via di Poppiano a Montespertoli, e pelo menos desde 1199 era propriedade dos Guicciardini. Castelo ainda de posse dos Guicciardini quando destruído bem mais tarde no ano 1529, durante o assédio de Florença na Segunda Republica. Os Guicciardini e os Cavalcanti no começo sec. XVI haviam sido ainda juntos proprietários de uma fazenda em Pitiana, em Donini, Reggello. Uma Cavalcanti herdeira casada com um Guicciardini, juntos proprietarios da fazenda e outras terras na Toscana – a fazenda muito trabalhada no Regello produzia olivas, vinhas, etc. No recente livro Il Plebato di Pitiana de Giancarlo Stanzani, o autor confirma que “no século XVI foi construído o pórtico onde ainda hoje se situa o brasão da família Cavalcanti, na porta da igreja. “Stemma della famiglia Cavalcanti nel portone d'ingresso alla chiesa. La sua fondazione [da Peive de Pitiana] è forse anteriore all'anno mille e la torre campanaria risulta già esistente nel 1028” . Informações gentilmente prestadas por Marcello Bezerra Cavalcanti, que aí tirou fotografias do brasão. Ver fotos tiradas por Marcelo Bezerra Cavalcanti ao fim do item na Nota 2.
Voltando à documentação referente e à região de Ascianello, segundo a fonte Trecanni é indicado que o “casale” da região de Ascianello teria uma origem ainda mais antiga, ligada a um Winigi que foi governador de Siena do sec. IX e constatamos da dinastia wido/udaricher, casado com senhora de dinastia guilhermida (Rosalinda de Septimânia, filha de Bernardo de Septimânia, neta de Guilherme de Toulouse). Assim este casal na península italiana dera sequência a linhagem guilhermida do capostipide, cavaleiro e santo Guilherme de Toulouse. A respeito consultar o artigo “Os Berardenga”. Este Winigi de meados do século IX teria sido senhor do elevado castelo na região de Ascianello, o Castelo de Guiningo - uma “bococca”, um castelo elevado numa rocha - que, segundo a fonte Repetti, após a derrota dos florentinos pelos “guibelinos” de Siena na batalha de Montaperti (1260) foi muito atingido e destruído, ainda devastada a comunidade. Dizionario Geografico, Fisico e Storico della Toscana (E. Repetti) http://193.205.4.99/repetti/ Ascianello, Scianello ID: 270 N. scheda: 3470 Volume: 1 Pagina: 150 Riferimenti: 900, 44690 Repetimos mais uma vez a fonte Repeti: “ASCIANELLO, o SCIANELLO in Val di Sieve. Casale fra Monte Poli e la pieve di S. Agata al Cornocchio, il cui popolo (S. Jacopo a Ascianello) da lunga mano fu aggregato a quello della pieve prenominata, nella Comunità, Giurisdizione e 3 miglia circa a settentrione di Scarperia, Diocesi e Compartimento di Firenze. Vi ebbero Signoria i nobili Cavalcanti della consorteria degli Ubaldini, discendenti da un Guinigingo, o Winigi, signore di altra diruta bicocca di quel piviere, devastate entrambe dai Ghibellini dopo la vittoria di Montaperto. Ascianello trovasi compreso nel numero dei castelli che Federigo II accordò in feudo a Ugolino di Albizzo degli Ubaldini con diploma dato nel campo di Monte Mario sopra Roma, il dì 25 novembre 1220”. - Dizionario Geografico, Fisico e Storico della Toscana (E. Repetti) http://193.205.4.99/repetti/ Ascianello, Scianello ID: 270 N. scheda: 3470 Volume: 1 Pagina: 150 Riferimenti: 900, 44690
Pelo observado acima, este ramo Guinizo dos Cavalcanti no ano 1223, por documentos, teria recebido bens e terras no Castelo Winingo (Guinizo) e mesmo herdado o prenome daquele Winingo casado com uma guilhermida, governador de Siena do século IX.
Em nosso trabalho “Os Berardenga” identificamos a origem guilhermida deste Winingo antigo, mas não conseguimos identificar a ligação desta dinastia com os Cavalcanti – que, como sabemos, só foram documentados depois do ano 1045.
Pensamos que as prováveis ligações familiares entre ambas as linhagens tenham ocorrido antes mesmo do aparecimento e documentação da família Cavalcanti no ano de 1045. Como afirmamos no item acima, a linhagem guilhermida/berardesca italiana teria se estabelecido na Toscana apartir do século IX através de ligações com os hucpoldings – as duas famílias em algum momento neste séculos IX já mesmo ligadas por matrimônio. A respeito consultar o artigo “Os Berardenga”.
E neste caso esses prenomes dinásticos chegam aos Cavalcanti antes mesmo deles serem documentados em 1045, pois o casal Teugrimo II (filho de Guido I) e Gísia (Willa) já no sec. X apresenta prole com os prenomes típicos dos guilhermidas, Ardingo, seus filhos Ranieri, e ainda Guido de origem wido.
Os Cavalcanti, a que tudo indica, com um ancestral direto ainda de nome Adimari, dinastia muito antiga e também já unida por laço familiares com aos guilhermidas. (Ver a ligação dos Barbolani com o Ardingo, filho de Gisia referidos no item anterior. Os Admari longamente estudados ver nosso artigo “Linhas francas descidas para Toscana” ainda inédito)
O nome dinástico Winingui, Guininzi ou Guinigi, que acompanhamos em trabalho anterior ”Os Berardenga”, foi nome absorvido na Itália pela linhagem guilhermida/berardesca. Estes documentos por nos referidos e citados indicam que os Cavalcanti também teriam até mesmo adotado como prenome próximo dos anos 1223.
Devemos lembrar que este prenome não aparece com esta grafia nas listas dos Cavalcanti antigos de nosso conhecimento. Teria havido algum processo de ocultamento deste prenome Winingui, e mesmo do próprio ascendente na família Cavalcanti por algum motivo político ou familiar? - fato comum pelos conflitos dinásticos da época - ou apenas a palavra Winingui em transmutação para o nosso conhecido Guidi ? A respeito consultar mais pistas no artigo “Os Berardenga”.
Observamos que os prenomes Bernardo e Ranieri, de linha característicamente guilhermida aparecem na Toscana, como já indicamos anteriormente, nas listagens dos cadolings/hucpoldings (filhos de Teugrimo e Gísia) e se prolongam, como sabemos, posteriormente na família Cavalcanti depois do ano 1045.
[Repetimos a fonte E. Repetti na íntegra e traduzida
por nós, ainda comentada entre colchetes,
fonte que analizou os documentos: “GUINIZINGO,
ou GUINIGINCO (CASTEL) em Val di Sieve. - Casale, que tomou o título de seu
senhor [ou teria sido ao contrario?], referente a uma igreja paroquial
(St. Martin) na paróquia de St. Agatha, em Mugello, Jurisdição
Comunidade e cerca de duas milhas a oeste da Toscana, Scarperia, dioceses e Compartimento
de Florença. Era este lugar de um Cavalcanti chamado Guinizingo, que
floresceu (viveu) no início do século 13. - No distrito e no castelo Guinizingo, em 21 de setembro
de 1223, foi elaborado um
instrumento, mercê que um tal Ascianello do falecido Ottaviano Guicciardino vende uma casa e
uma área gramada no castelo de
Guinizingo para o citado Guinizingo
e seus filhos; para o qual a República Florentina concedeu uma
recompensa, pelos danos recebidos em sua torre, palácio e casas
deslocadas pelos guibelinos após a jornada de Montaperto [ a batalha de 1260],
Assim, é ordenada pela cidade de Florença sobre as destruições causadas no
campo aos proprietários florentinos guelfos, no subúrbio do Sesto de Porta Del
Duomo, entre as coisas danificadas aos fiéis da República, a seguir: a terceira
parte do castelo d'Ascianello com seis casas e curia existentes naquele castelo
de propriedade dos filhos de Guinizingo
dei Cavalcanti. Uma casa com moinho e pombal no córrego de Tobiano, perto
do castelo. Metade do castelo de Guinizingo, do palácio e torre de Guinizingo
dos citados irmãos Cavalcanti e c. (Página 1/2 P. Geographical Dictionary,
Corpo, e História da Toscana (E. Repetti) http://193.205.4.99/repetti/ ILDEFONSO,
Delícias de Scholars T VII) - Veja também na mesma fonte ASCIANELLO em Val di Sieve. Eventualmente os
homens da cidade de Guinizingo são encontrados entre estes cidadãos que a
Signoria, em Florença, com a disponibilização de 18 de julho de 1306 os convidou para ir a habitar a
nova terra que o governo construia na parte inferior dos Alpes Mugello
(Scarperia), para se opor a segurar em arrogância o orgulho do Ubaldini - Veja ainda
SCARPERIA na mesma fonte Reppetti”.
O castelo
de Aschianello no Muggelo teria
sido pelo menos uma terça parte dos Cavalcanti - ainda seis casas e a cúria
conforme obsermos nos documentos acima citados. Mas já em 1306 era tido como propriedade do ramo descendente dos Ubaldino,
os Ubaldino do Castello e foi propositada
e completamente arrasado nesta ocasião - a população local deslocada para outro local. O
castelo foi arrasado à mando e altas
custas da própria Republica de Florença num ato de autoridade, sob pretexto de controle
dessas famílias poderosas de “magnati”. Repeticão do trecho de Trecanni traduzido:”ASCIANELLO
em Val di Sieve. Eventualmente os homens
da cidade de Guinizingo são encontrados entre estes cidadãos que a
Signoria, em Florença, com a disponibilização de 18 de julho de 1306 os convidou para ir a habitar a
nova terra que o governo construia na parte inferior dos Alpes Mugello
(Scarperia), para se opor a segurar em arrogância o orgulho do Ubaldini -
Veja SCARPERIA”.
Para mais detalhes sobre este episódio de
destruição consultar a notável descrição realizada pelo cronista e historiador da
época Giovani Villani (1276-1348) em sua obra “Nuova Crônica” – por
nós observado especialmente que o arrazamento do castelo de Ascianello ocorre já no contexto político do fim do século,
começo do seguinte, caracterizado pelos enfrentamentos entre grandes senhores,
os “magnati”, e a própria Republica de Florença (1302-1306) - conflitos na
época comandados por facções de “guelfos negros” (remanescentes enrustidos “guibelinos”) contra os “guelfos brancos”. Nesta ocasião castelos foram
ainda mantidos pela familia Cavalcanti que viram arder, entretanto, sua zona de
comécio – A Calimala – em Florença - embora o seu castelo MonteCalvi próximo, e o Stinchi em val de Greve, tenham sido também atacados em 1304.
Reprodução da em item anterior: “Em 5 de agosto de 1304 a Comuna de
Florença envia um contingente militar para tomar em assédio o castelo de Strinche aos Cavalcanti e
rebeldes ainda aí resistentes. O
castelo-fortaleza, apesar da extrema defesa, é tomado e parcialmente
destruído. Maquiavel justifica esta tomada
pela força do já histórico castelo do Stinche aos Cavalcanti, situado na
antiga rota dos lombardos e ponto mais alto da colina, “pela necessidade do
povo de Florença diminuir mesmo o poder dos Cavalcanti”. A partir da detenção
dos resistentes deste castelo na nova prisão de Florença, esta irá tomar também
a denominação de Stinche - “onde estavam
os de Stinche”. (Ver Maquiavel, Nicolau – opus cit., pg. 10). O Castelo do Strinche será reedificado e,
mais tarde, habitado novamente pelos Cavalcanti. Mas, segundo Domenico
Buoninsegni, na sua Historia Florentina,
editada em 1580, em agosto de 1452 o
exército do rei de Nápolis, Afonso de Aragão, acampou em Castelina no Ghianti e
fez uma serie de saques e destruições no condado, inclusive no
castelo-fortaleza do Stinche e, em poucos dias, o arrasaram novamente.
As ruínas do Strinche foram recentemente localizadas para a família por Marcelo
Bezerra Cavalcanti na atual localidade de Radda, província hoje de Siena.
Trecho também de nosso próximo trabalho “O
poeta Guido Cavalcanti na Idade media”. Consultar ainda o nosso artigo “Os Cavalcanti em busca de sua origem”
publicado em nosso blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
Já o castelo
de MonteCalvi teve suas muralhas destruídas na luta da família Cavalcanti e
de Florença contra os “guibelinos” de Siena em 1260. Como o castelo do Strinche, o Montecalvi sofre ataques dos ‘guelfos negros” em 1304 e, ainda pertencente à família,
os últimos enfrentamentos em 1451 e 1537 (já no fim da Segunda
Republica).Nota 1
Reproduzimos as fotos recolhidas por Marcello Bezerra Cavalcanti da antiga ruína do Castelo di Ascianello próximo à Pieve di Sant'Agata al Cornocchio no Mugello, pieve documentada já em 984 – fotografias do livro de Riccardo Bellandi- “I Signori dell’Appennino. Amori e battaglie nella Toscana del Duecento”, Polistampa, 2010 (prima ristampa 2015).
Informações de Ascianello vindas por Marcelo Bezerra Cavalcanti:
“Ascianello ou Scianello é uma localidade no Vale do Rio SIEVE, um vilarejo entre Monte Poli e a Pieve de Santa Agata al Cornocchio, que no passado incluiu como matriz 9 parrocchie que abarcavam 14 milhas de periferia:1. S. Pietro a Monte Accianico ; 2. S. Jacopo a Scianello o Ascianello,; 3. S. Gavino al Cornocchio; 4. S. Lorenzo a Monte Poli; 5. S. Maria a Marcojano; 6. S. Benedetto a Mezzalla; 7. S. Maria a ponte a Olrno ; 8. S. Michele a Lumena; 9. e S. Martino de'Giunizzinghi, há muito destruída . - O termo “pieve’ nesta época medieval indicava além de uma Igreja matriz, uma sede de fazenda, com escola primaria, registros publicos de contratos e até pequeno hospital-ambulatorio. Repetti comenta no seu Dizionario Storico que essa pieve era uma das maiores e mais belas do Mugello” (http://stats-1.archeogr.unisi.it/repet…/includes/…/main. php)
Reproduzimos E.Repetti, em nossa tradução, sobre a igreja da Pieve de S. Agatha com nossos acrescentamentos entre chaves: “É uma das mais antigas e majestosas igrejas de Mugello construída com três naves, todas de pedras quadradas tiradas da colina próxima de MonteCalvi de arquitetura dos tempos baixos e, portanto, atribuída pelo vulgo, junto com muitos outros, à piedade da Condesa Matilde [de Canossa 1046-1115]. Tem um telhado de vigas apenas apoiado nos cavaletes”. Texto original: “E una delle più vetuste e grandiose chiese del Mugello costruita a tre navate, tutta di pietre quadrate tolte dal vicino poggio serpertinoso di monte Calvi, di architettura dei bassi tempi, e perciò attribuita dal volgo, insieme con tant'altre, alla pietà della contessa Matilde. Ha una tettoja di travi solamente addentellata nei cavalletti... Trovandosi memoria di questa pieve all'anno 984 di dicembre, lo storiografo del Mugello, Giuseppe Brocchi, ne dedusse che quest'edifizio doveva risalire a un'epoca molto anteriore a quella della prenominata contessa, con tutto che lo stile architettonico, e un'iscrizione, del MCLXXV ivi esistente, la faccia credere del secolo XII avanzato. " [Montecalvi foi antigo castelo também propriedade dos Cavalcanti que teve suas muralhas destruidas pelos guibelinos de Siena inimigos dos guelfos de Florença em 1260 após a batalha de Montaperti.]
Ainda outras informações sobre os Ubaldini, uma das famílias antigas e importantes da região, ver nosso trabalho “Os Berardengas” no blog da autora.
Nota 2
Em Pitiana Donini, Reggello foi propriedade agrícola dos Cavalcanti e Guichiardini no começo do sec. XVI.
Duas fotos tiradas por Marcelo Bezerra Cavalcanti
A Pieve di Pietro à Pitiana tem sua fundação atibuída á duqueza Matilde de Canossa e poderia ser anterior ao ano mil, mas a torre campanária seria de 1028. No século XVI foi construído o pórtico da pequena igreja que leva o brasão dos Cavalcanti no alto do portal. Em 1631 a data da estrutura com presbítero elevado e cripta em cruz latina (acreditamos obra de recuperação pela familia Ghuicciardini, que em nossos estudos ainda teria acompanhado os Cavalcanti nas conspirações anti-medici do fim do sec.XVI )
A importância da Pive à Pitiana é ainda hoje ressaltada por uma linda obra do celebre Rodolfo Ghirlandaio com tema a Anunciação. O tema deòrigem franca e preferência, tudo indica, dos Cavalcanti florentinos. (Noticias da Pieve di Pitiana, e em Giancarlo Stanzani. Il Plebato di Pitiana.
A obra
de Ridolfo Girlandaio c.1515, ainda hoje na Pieve di Pitiana, seria uma possível
encomenda de senhora Cavalcanti casada na época com um Guichiardino, pois a
Anunciação tema de origem franca parece devoção freuquente na familia - sugerido
uma das filhas de Giovanni Cavalcanti (1448+1509), muito rico, amico de
literato Marsilio Ficino. Sobre esta tradição dos florentinos e dos Cavalcanti referente ao tema da anunciação consultar
ainda nosso trabalho “Guia das Capelas Cavalcanti na Toscana em nosso blog
http://rosasampaiotorres.blogspot.com.
Os
“magnati’ da família Cavalcanti haviam sofrido no fim do século XIII tentativas
de desprestígio e diminuição de seus poderes pela própria República Florentina
que eles mesmo haviam avalisado como cônsules. Entretanto, mesmo nos meados do século XIII, 1260 haviam eles ainda atuado como
descendentes de dinastia guelfa, exímios
cavaleiros armados pela própria Florença contra os guibelinos de Siena - motivados
certamente por sua responsabilidade maior frente à sua cidade e ao papado.
O
chamado Guelfo Cavalcanti - filho de
Tegghiaio, neto de Giamberto Cavalcanti Cônsul dos
Mercadores da Calimala - em 1278 foi membro
do Conselho da Comuna de Florença (fonte tabela Sylvio Umberto Cavalcanti), ainda
Comissário de Guerra de Florença em 1288.
Neste mesmo ano, na companhia do capitão “di ventura” Berardo di Rieti e
trezentos cavaleiros Guelfo chegou a
enfrentar as forças da cidade de Piza em Marema com cerca de 200
cavaleiros, saindo vitorioso.
Guelfo Cavalanti era, portanto, já experiente
guerreiro quando assumiu como comandante
ao importante enfrentamento em Campaldino no ano seguinte, 1289, contra os “guibelinos” da cidade
de Arezzo. Entre as duas batalhas teria sido
nomeado (1286?) “podestà” de Colle Val d´Elsa, na companhia de Aldobrandino
Cavalcanti, o Capitão do “popolo” nesta cidade (Silvio Humberto
Cavalcanti (SUC), ano 1286 com fontes).
Neste ano de
1289, contra a cidade guibelina de
Arezzo, a família Cavalcanti participará em peso da nova batalha - a Batalha de Campaldino - com dezenas
de homens pesadamente armados, reconhecidos por suas insígnias recruzetadas,
semelhantes às da Ordem dos Templários. Nesta batalha que envolveu numerosas
forças florentinas os Cavalcanti combateram comandados por este já
experimentado cavaleiro Guelfo di
Tegghiaio Cavalcanti na primeira fileira, ao lado do velho Vieri de Cerchi. O combate, contra uma
pequena minoria “guibelina” aristocrática de Arezzo foi significativo e havia
atraído numerosos guerreiros “guelfos” experientes da península. Como cronista
da época, Dino Campagni reconhece a participação dos Cavalcanti nesta
batalha e afirma “che circa LX uomini erano da portare arme” (nosso trabalho “O poeta e cavaleiro Guido Cavalcanti do
século XIII”- nota 114). Com a vitória, aos olhos dos aristocratas de
Arezzo, os “mercadores florentinos” tinham conquistado a hegemonia da Toscana (mesmo
trabalho nota 115). Sabemos que Dante
com uns vinte e quatro anos nesta ocasião participou da batalha de Campaldino
na linha de frente ao lado dos Cerchi para deter os guibelinos, e guardará
lembrança indelével do episódio, e para sempre fidelidade à sua consorteria (mesmo
nota 116). Não sabemos se o celebre poeta Guido Cavalcanti teria
participado desta batalha, já que não
foi referido - talvez ele já ocupado na
administração da cidade. Nesta
batalha de Capaldino contra Arezzo vidas de inúmeros cavaleiros Cavalcanti
estiveram em jogo – ( nota 117 . Informações de Dino Campagni sobre a Batalha
de Arezzo.Dino Compagni – “Cronica”,
edizione critica a cura di Davide Cappi, Roma, Istituto Storico Italiano per il
Medioevo, 2000 - obra não consultada, mas confirmada por Marcello Bezerra
Cavalcanti, estudioso da família em Florença por e-mail em 31/7/2011.),
Poucos
anos depois , em 1291, Guelfo di Tegghiaio Cavalcanti, demonstrando
o grande prestígio que a família Cavalcanti havia alcançado junto ao papado é
chamado a testemunhar, junto com Sinibaldo Pulci e Lapo Salterelli o livramento
do nobre romano “guibelino” Stefano Colonna (1265 - c. 1348) por desejo
do próprio papa Nicolau IV , então aprisionado pelos revoltosos da
cidade de Ravenna (118). Episódio marcante na história italiana. (Informações básicas reunidas em SUC e sua
tabela, informações confirmadas em outras fontes tradicionais). Uma filha de Guelfo
Cavalcanti, Onorabile, a que tudo
indica foi casada com Spinello da
Mangone e é citada erroneamente como irmã do poeta Guido Cavalcanti (notícia
na Revista critica della litteratura Italiana, 1885, vol. 1-5, tendo como fonte
oiginal ao que tudo indica um testamento de 1325, após a morte de
Spinello. Informação repetida Muzzi,
Salvatore - Anais della città di Bologna. AL 1796, [ ] 1840). Ver sobre este Guelfo Cavalcanti nosso longo trabalho, ainda inédito, mas aberto a
pesquisas “O poeta Guido Cavalcanti na Idade Media” notas 114 e 118. Lembramos
que Stefano Colonna (1265 - c. 1348)
era uma das mais importantes figuras políticas em Roma na primeira metade do
século XIV, irmão de Sciarra Colonna. Decidido guibelino enfrentou
grande parte de sua vida a família guelfa dos Orsini. Em 1290 fora nomeado
conde da Romanha, várias vezes senador de Roma, vigário Imperial na Itália. Sciarra
Colonna acompanhado do conde de Nogaret, emissário do rei francês Felipe
IV, teria sido o provável ocasionador
da morte violenta sofrida pelo papa Bonifácio VIII que sucede Nicolau
IV . Um neto de Teghaio do mesmo
nome, filho de Cantino, teria obtido de Bonifácio III [ na verdade Bonifácio VIII]
benefício eclesiáticos de resguardo para seu tio Guelfo (informações da tabela SUC)
Guelfo (Guelf) Cavalcanti levou, portanto,
prenome significativo que na ocasião ressaltava, naturalmente, sua origem guelfa e mesmo reforçava a opção
política da familia pelo partido guelfo.
Lembramos que o triavô do já distante capostipide dos
hucpolding, Hucpold de Hainacq, foi
Isembart - citado Isembart III d´Altdorf,
n.735 – f. 805 (acreditamos melhor 750-806, data que temos, pois ele era descendente
de Warin II de Herbaye e Aldorf, seu
quarto avô); e seu bisavô, filho de
Isembart, foi o primeiro Guelf de Altdorf casado com Edith Saxã; ainda seu
notório avô Conrado I, o Velho, já
portanto da dinastia dita guelfa, casado com Alaide ou Adélaïde von Sundgau da Alsácia ou de
Tours (c. 805-88) - avô que em 858 por não respeito às honras bávaras a ele devidas havia rompido com o rei Luís, o Germânico (Informações em
várias fontes genealógicas recolhidas e comparadas para serem apresentadas em
nosso trabalho “Os mais antigos Cavalcanti” -
próximo artigo a ser publicao no blog
http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ )
Sobretudo, temos notícias, que este cavaleiro Guelfo Cavalcanti esteve ligado por
parentesco e herança à casa e ao Castello
"Rocca de Cabraia” (Capraia Florentina) - castelo onde os Cavalcanti
(seu pai Theggaio?) e os Admari seus parentes e aliados já se haviam refugiado
anteriormente em 1248 durante os enfrentamentos contra os “guibellinos” florentinos,
estes apoiados por Frederico de
Antiochia - filho do Imperador Frederico II (ver SUC anos 1247
e1248). E agora sabemos que desde 1229 a familia dos Alberti apoiava a opção
Guelfa.
Documento relativo ao testamento de Beatrice da Capraia, esposa de Marcovaldo (Markwald) dos Conde Guidi, filha de Rodolfo di Guido Borgognone dos conde Alberti, datado de 18/2/1278, vem auxiliar a aclarar as ligações de parentesco e de apoio político que a identificam os Alberti e Wido de Davadola a este ramo da família Cavalcanti - ramo Cavalcanti mesmo citado no documento do testamento que inclui não só o próprio Guelfo Cavalcanti (doc. entre 1278-1291), mas seu pai Teghiaio (falecido antes de 1278), o avô Gianberta (doc. 1203 e 1220) e seus irmãos Gianbertino, Geri, Cantino e messer Bindo (todos referidos na Tabela SUC e em “Relazioni d'alcuni viaggi fatti in diverse parti della Toscana, per. ” Giovanni Targioni Tozzetti – Stamperia Granducale 1768).
Pela fonte Trecani obtivemos detalhes deste
testamento que envolve os bens da família dos Guido (wido) di
Davadola, dinastia que também possuiu um famoso castelo-rocca na comunidade de Davadola
próximo de Forli, castelo hoje ainda
existente. Em tradução:
“Marcovaldo dos
Guidi – era filho do conde Guido VII,
dito Guido Guerra III e da famosa Gualdrada
di Bellincione di Uberto dei Ravignani, nascida possivelmente entre 1182 e
1187. Marcovaldo capostipite do ramo dos Guidi di Dovadola. Marcovaldo
era filho do segundo casamento de Guido VII de Modiano, que do primeiro casamento
com Agnese di Guglielmo (V) di Monferrato não teve filhos. Mas foi por
volta de 1216 que Marcovaldo tomou
como esposa Beatriz, filha de Rodolfo di Guido Borgognone dos condes Alberti
(notar que em 1219 também uma irmã de Quadralda teria esposado um outro membro
do grupo familiar dos Alberti)”
Alguns nomes de antigos proprietários da região são ainda referidos em documentação recolhida da região de Capraia em época anterior ao casamento de Marcovaldo com Beatriz – citados os nomes de um conde Guilherme (certamente Guilhermo V, pai de Agnesi di Guilhelmo V de Monferrato, 1ª esposa de Guido VII de Modiano citada acima), de um Ubaldo Guidi, ainda Rodolfo di Guidi Borgogne (pai de Beatriz), do conde Tegrimo (I ou II?), e o conde Ranieri da Bolgheri (da Bulgária) dela Guerardesca, entre outros - nomes de antigos proprietários na região que por suas ligações familiares trançavam e transferiam suas partes em heranças (bibliografia com fontes “Relazioni d'alcuni viaggi fatti in diverse parti della Toscana, per. ” Giovanni Targioni Tozzetti – Stamperia Granducale, 1768.
https://books. google.com.br/books?id=b6kaAAAAYAAJ)
Por este conjunto de informações por nós recolhidas, concluímos que Giamberta Cavalcante Cavalcanti, documentado cônsul dos Mercadores em Florença no ano de 1203, avô de Guelfo di Teghiaio Cavalcanti, 1220 teria sido o membro da família Cavalcanti que nesta geração teria se casado com uma das filhas de Guido Guerra III, filha que teve com a lembrada Guadralda Ravignani – Guido Guerra III e Gualdrada além dessa filha de nome talvez também Quadralda (fonte Giovani Cavalcanti) eram também pais de Marcovaldo di Guidi, o marido de Beatriz. Marcovaldo (Markvald) dos Guidi de Dovadola falecido em 1229 foi, portanto, cunhado de Giamberta Cavalcanti e teria sido o responsável pela reforma na ocasião do famoso castelo na Rocca próxima de Forli.
Lembramos que segundo a tradição
familiar dos Cavalcanti italianos pelo historiador Giovanni cavalcnti um dos
membros da família havia se casado com uma moça Quadralda destes Guidi
(wido) e a partir daí possivelmente a
introdução e uso a na família Cavalcanti do prenome Guido.
Giamberta
era filho de Ianni Letti (SUC, citando Santini,
também SUC anos 1192 e 1214), irmão de [Giani]
Cavalcante Cavalcanti e teve um filho Teghaio falecido antes de 1278
que foi casado com Iacopa Amidei (Fonte tabela SUC). Ianni Leti seria pai também
de um Adimari, pois Gamurrine refere
um Cavalcante, [Giani] Cavalcante Cavalcanti, como irmão de Adimari, Consul de Florença em 1176).
Markwald significando Mark (marcar - em inglês) e Wald, floresta – em alemão
– “Marcador de florestas”?
Confirmado por nós , portanto, que Gianberta
pelas nossos informações genealógicas e cálculos de datas apareceria com os
seus parentres Cavalcanti naturalmente como cunhado de Marcovaldo (Markwald) no testamento de sua cunhada Beatriz - as
informações genealógicas e datas todas muito bem se encaixando.
Nesta geração, portanto, verificada união
entre os Guidi e os Cavalcanti já então nominados e documentados
- união pela qual chega aos Cavalcanti não
só o prenome Guidi, mas também uma
das heranças culturais desta já muito antiga
dinastia dos Guidi (wido- familia de origem franco-borgonhesa ) que remontava o centro franco e aos condes de Hesbaye no século VII. Fato para nós de muita importância e que
entre vários outros confirma definitivamente as informações do historiador
Giovanni Cavalcanti quanto à antiga proveniência franca dos Cavalcanti. Consultar nosso trabalho “As
linhas francas descidas para a Itália no sec. VIII”, ainda inédito, mas já
aperto a pesquisas.
Comentários no livro “Relazioni d'alcuni viaggi fatti in diverse parti della Toscana, per. ” Giovanni Targioni Tozzetti – Stamperia Granducale, 1768.
https://books. google.com.br/books?id=b6kaAAAAYAAJ O autor, baseado em varias fontes de época comenta e confirma este testamento e afirma Beatriz di Capraia, filha do conde Ridolfo di Capraia e mulher do conde Marcovaldo di condi Guidi. Ainda em seus comentários finais afirma que Guelfo di Ponturmo (ou Pontorme – seria o próprio cavaleiro Guelfo ou um seu parente ou filho?) teria posteriormente vendido na região os seus “beni (bens), risoni (arrozais), fideli (?) e fitti (grossos, expessos)” para Messer Dante e Canti delle Scalla - terras que mais tarde serão repassadas à própria Republica florentina. Em breve pesquisa encontramos a comunidade de Pontormo ou Pontorme já localizada próxima da comunidade de Empoli e Montrappoli na Idade Media. Comunidade muito antiga, marcada por uma ponte sobre o rio Orme, ponte de antigas arcadas romanas, há muito não mais existentes. Comentado que em Gamurrini e na Storie di Scipione Ammirato há referências a um contrato fundiário em que é citado um Guelf conde de Pontormo no ano de 1256, documento referente “à Parochia S. Donati, rog. S Francesco di Giovanni da Calcinaia” [Esta igreja atualmente em Empoli. Fonte Scritt. dell’ Arch. de’ Roncion, di Pisa num 810, Lib. 9. Ainda a fonte maior o trabalho “Observações sobre a antiga ponte de Pontorme” - Walter Maiuri https://www.dellastoriadempoli.it/osservazioni-sullantico-ponte-di-pontorme-walter-maiuri/] Observamos ainda que a Igreja de santa Andrea na vizinha comunidade de Empoli ainda hoje traz em sua fachada, sob quatro arcos, placas de mármore certamente oriundas dessa antiga e famosa ponte. No verbete Empoli em E. Repetti - Dicionario Geo... pg. 57. encontramos referências à um Ildebrando e sua corte em Empoli próximo do ano 1000. Ainda referido na historia da condessa Matilde que no ano de 1120 o marquês Conrado sobrinho do Imperador Henrico realizou um assédio a esta localidade de Pontormo. Sugerimos ao pesquisador nesta região a busca de elementos históricos referentes aos Cavalcanti, pois notada a presença deste Hildebrando nesta geração em Empoli, momento que marca o surgimento dos Cavalcanti documentados - possivelmente um irmão ou tio de Domenico Cavalcanti.
A Fonte Trecani lembra que o conde Rodolfo di Guido Borgognone dei conti Alberti, pai de Beatriz, depois da morte do genro Marcovaldo em 1229 realizou para os seus netos, deste ramo dos Guidi, também uma opção política de apoio ao partido guelfo - fato que explica a ocupação de Capraia pelos aliados Admari e Cavalcanti (fonte Trecani verbete Guidi, Marcovaldo) durante seus enfrentamentos já em 1248 contra os “guibellinos” florentinos - estes apoiados por Frederico de Antiochia, filho do Imperador Frederico II (ver comentários em SUC, anos 1247 e 1248).
“...sul finire del 1229, il G. era morto, lasciando due figli minori, Guido Guerra e Ruggero, nati probabilmente fra 1217 e 1221, e la moglie Beatrice incinta di un bambino che poi non sopravvisse.... Il nonno Rodolfo, quindi, con
Beatrice, fu probabilmente colui che nel crescere i
due ragazzi li instradò a un orientamento di fedeltà a Firenze e al guelfismo,
che poi distinguerà tale ramo della casata”.
Nota 1
Lembramos que ao fim do trabalho são ainda apresentadas duas tabelas genealógicas explicativas da relações familiares aqui apresentadas. As fontes genealógicas já referidas em trabalhos anteriores ou apresentadas em nosso trabalho mais completo a ser proximamente editado “As dinatias francas em descida para a peninsula italiana”
Conclusão.
Ao
analisarmos os vários documentos de transmissão de patrimônio relativos às
heranças recebidas pela família Cavalcanti nos séculos XI ao XIII – atos de
doações, pleitos, transmissões fundiárias, testamento, etc. - conseguimos identificar
e localizar em algumas regiões na Toscana antigas moradias dos Cavalcanti.
Sem contar naturalmente as propriedades no
centro de Florença, já notoriamente conhecidas e referidas por historiadores - a
Calimala - habitações antigas em
Florença registrados no “Mappa di
Firenze, Catasto Generale Toscano Del 1884, Sezione F”. Os Cavalcanti proprietários do Mercato Nuovo
numero 1629, Relais Cavalcanti numero 1600, 1606, 1607, 1609, 1610, 1611,
bens vizinhos da Igreja di Orsanmichele numero 2025, ainda outros endereços públicos indicados nesta “Tavole Indicative nel Archivio di Stato di
Firenze”. Também conhecido nos subúrbios de Florença a Casa “Torre de
Bellosguardo” tida como construída pelo poeta Guido Cavalcanti, onde existem
ainda brasões Cavalcanti demontrativos da propriedade.
Além destas casas e moradia localizadas na
cidade de Florença podemos afirmar que os antigos Cavalcanti comprovadamente por
documentação tiveram outros bens em varias regiões da Toscana que agora
relacionamos:
a) Região
do castelo do Strinche em val de
Greve, hoje Radda del Ghianti - bens
comunicados certamente por antigas heranças lombardas e depois luitfridings nesta região.
b) Região do castelo de MonteCalvi em Val de Pesa, próximo da paróquia de São
Pancrácio em SanCasciano e da Abadia di San Michele em Passignano - pelo menos a paróquia de São Pancrácio tendo
recebido doação da dinastia cadoling.
Presença de brasões indicando propriedade em São Pacrácio.
c) Casario próximo a Monte Poli e à Piève di
S. Agata al Cornocchio, ainda parte do castelo de Ascianello (ou
Scianello) em Val di Sieve. A antiga
“bococca” nesta mesma região, o castelo de Guinizingo - propriedade do
ramo Guinizingo degli Cavalcanti.
d) proprietários por algum tempo na região da Capraia Floretina, parte de herança chegada
por Marcovaldo (Marcvald) dos Guido di Davadola e pelos Alberti.
Ainda
que sem documento de propriedade, constatada pela presença de brasões das
famílias tanto de Cavalcanti quanto de Guichiardini que indicam posse em Pitiana,
Donini, Reggello - propriedade agrícola de ramo Cavalcanti e Guichiardini no
sec.XVI.
Tudo indica os primeiros Cavalcanti também presentes em Empoli pela corte de um Hildebrando cerca do ano
1000, e na comunidade próxima de Pontorme
por Guelf de Pontorno ou Pontorme, depois de 1278. Presença que deverá ser confirmada por
pesquisa mais aprofundada.
Outras regiões poderão ser ainda alvo de
nossas pesquisas em busca de comprovação.
Somos capazes, portanto, de concluir ainda mais
amplamente sobre estas heranças e bens:
1- Certamente uma herança de antiga origem
lombarda chega aos primeiros Cavalcanti documentados e estabelecidos em Val de Greve, hoje Radda del Ghianti, pelos
hildebrandeschi - dinastia lombarda,
antigos colaboradores na descida franca por Hildebrando desde o sec.VIII unido
à dinastia dos wido de Hesbaye (Adelinde de
Spoleto, da familia (filha?) desse
líder lombardo Hyldebrando casada
com Warin II, conde de Hesbaye e Altdorf,
em cerca de 744).
2- Chegam aos Cavalcanti também doações
da dinastia dos cadoling de rápida
presença na Toscana, Val de Pesa, San
Casciano, onde esteve localizado o castelo de MonteCalvi, herança certamente chegada
pela linhagem dos wido e lombarda - o conde Guido III, do castelo de Modignano casado com Adaletta
dos Ildebrandeschi (falecida depois de 1043). Os Cavalcanti recebem, portanto,
heranças materiais e culturais
provenientes da antiga linhagem dos wido
do condado de Hesbaye em descida
para a peninsula italiana no sec.VIII
e nesta descida mesclada a outras dinastias francas igualmente em descida. Durante
as lutas pelos Alpes nos sec. VIII e IX a dinastia
wido de Hesbaye se torna hunfring e
uldariching e acaba por se estabeler na Toscana, unindo-se a outras dinastias
francas também aí recém-estabelecidas como os hucpoldings no sec. IX ,
ainda cadolings
no século X, etc.
Muito importantes heranças culturais franco–borgonhesas de Hesbaye, provenientes
de S. Warin (linhagem wido, guido) que
chegam, portanto, aos Cavalcanti já no sec. XI por várias vertentes - até
mesmo de antigas dinastias formadoras francas como os luitfrings da Alsácia.
Os quatro filhos do *Walfredo, provavelmente Wilfredo de
Bolonha 1041, 1043, filho de Bonifácio II (citado na fonte NI), Eriberto, Winildo, Ubaldo e *Guido (III?)
identificados e citados nos documentos fundiários de Repetti seriam os
sobrinhos de um Litifredo (bispo de Aosta em 969?) casado com Imelda, do
falecido Litifredo (Conde de Asti 902-910?). Estes nomes Luitifredo são referidos em documento de transferência de
terras no ano de 993 e 999, próximos a Val de Grève na Toscana - terras que
pouco depois estarão no gozo e uso de membros da família Cavalcanti. O
prenome Luitfred aparece na ascendência de Hucbald de Harnacq, na dinastia
de Luitfredo III Von Sundgau ( Sundgau região franca), irmão da matriarca
Alaíde da Alsácia Von Sundgau casada com seu avô Conrad I - ela também
matriarca dos capetos em seu primeiro casamento com Robert Le Fort.
Como todas as indicações se encaixam muito
bem acreditamos ter feito o “enjambent” satisfatório.
3 – Obervada comprovadamente a transmissão
de propriedades aos Cavalcanti por linhas guilhermidas/berardescas já no sec. IX estabelecidas
na Toscana - propriedades fundiárias onde esteve localizado o castelo de
Ascianello (ou Scianello) em Val di
Sieve recebidas dos Guinizi ou Guinigi pelos Cavalcanti no sec. XIII - por um membro da família que toma até mesmo o prenome Guinizingo, Guinizingo degli Cavalcanti, herança
que lhe chega através as famílias
colaterais Ubaldini e Guicciardini. Sobre
a dinastia guilhermida/berardesca na
Toscana, origem deste ramo berardesco
Guinizi, consultar nosso trabalho
“Os Bernardenga”.
4 - Por fim comprovamos a transmissão
de bens dos wido (guidi) di Dovadola
em Capraia Florentina já no século XIII para os descendentes Cavalcanti pelo ramo
de Gianberta Cavalcanti, cunhado de Marcovaldo do Guidi de Dovadola, através
a esposa deste Beatriz de Capraia, dos Alberti
- bens pouco depois alienados por seu filho, Guelfo Cavalcanti, provavelmente também chamado Guelfo di Pontorme (da comunidade di Pont-Orme).
Acompanhamos,
portanto, através do tempo o caminho percorrido por bens não só materiais, mas sobretudo
culturais herdados por várias gerações de Cavalcanti na Toscana, especialmente provindas
das mais tradicionais dinastias francas e mesmo lombardas - bens indicados em
insuspeitos documentos provenientes de variadas fontes, documentos que foram por
nós associados a fontes genealógicas exaustivamente levantadas e cotejadas.
Documentos hoje fiéis testemunhas de fatos tão antigos.
Assim esperamos ter tirado dúvidas dos
nossos atuais Cavalcanti na Itália e no Brasil quanto às suas muito antigas
origens e heranças culturais francas. Descendentes de dinastias francas antigas,
dinastias descidas em luta e estabelecidas na península italiana - em especial os
widos, família originariamente franco-borgonhesa do condado de Hesbaye, centro franco, que
se miscigena com lombardos e outras dinastias francas durante a descida - família
Cavalcanti que surge por fim documentada a primeira vez no ano 1045 na Toscana com
este nome, e que ainda hoje se faz presente na Itália, também numerosa no
Brasil.
Quadro Genealógico Explicativo
(esboço sugeito a correções)
Linhas francas amalgamadas na Toscana
A entrada mais fácil para atingirmos os primeiros membros da família Cavalcanti nos parece ser por Hucbald de Hainacq casado com Andaberta de Bolonha já na Toscana.
Hucbaldus de Hainacq foi o capostipide da linha hucbalding na Toscana. Conde Palatino por nós calculado nascido c. 830 - falecido antes de 1 de março de 893. Por documento teria descido do Reino franco, do Reno, em meados do século com ordens para defender Wintiola e Casalias e se instalado na Toscana (fonte Northenitaly) casado com Andaberta dos Adalberti de Bolonha de origem bávara.
Por
várias fontes (geneanet, Geni, e https://www.genealogieonline.nl/ e outras ) Hucbald seria
filho de Girard II de Fézensac
(n.c. 815 - f. em 877) que foi importante conde
de Fézensac, Conte de Viena (815-866), conde de Paris (861-874), conde de
Roussillon, conde de Burbant e de Tournai (870-877), duc de Bourgogne, e de Ava
ou Eva de Auxerre ou de Tours (sol. d´Alsace) c.819 – 871. Por seu pai
Hucbaldus seria, portanto, dos condes de Paris e Fazensac, e tido também como da
linhagem antiga dos eticonides -
linha dinástica antiga dos merovíngios,
século VIII entrecruzada com a linha dos wido.
Seu tetravô por fonte genealógica moderna
fornecida pela familia (geneanet) teria sido o capostipide Ethicon, dux da
Alsacia (673-692).
Por sua mãe Eva de Auxerre Hucbald
liga-se também a linha wido de Herbaye
e bávara - neto do notório
contestador em 858 Conrad I, já guelfo
(fonte geneanet confirmada por outras genealógicas), linhagem que chega a Warin II, seu tetra–avô, e mesmo a
Warin I, São Warin. Sua avó casada com Conrad I, foi Adélaïde de Sundgau da
Alsácia, das mais antigas dinastias francas governadas por dinastias de luitfridings.
Quanto à linha próxima e diretamente
Cavalcanti referimos um da dinastia Adimar filho (ou filho adotivo ?) de Bonifácio
I de Spoleto e Waltrude, com filho Bernardo - genealogia que é referida
pela fonte Repete (Emanuele Repete - “Dizionario geografico físico storico
della Toscana”, Volume 3, Firenze 1833 — 1845, pg. 307 e 309, autor seguro que usa documentação fundiária e original)
Acreditamos que este Bernardo seja o conde
de Pavia (n. 976 f.1001), na época de seu falecimento com quatro filhos ainda
pequenos e não nominados, mas que identificamos posteriormente por documentos
paralelos, exeto Domenico, documentado em 1045.
Nas listas genealógicas da própria
familia Cavalcanti, documentada depois no ano 1045, o prenome Admari é frequentemente
usado e também o Bernardo aparece como prenome nas gerações seguintes.
Citado em listas genealógicas e documentado ainda um Bernardo di Adimaro
já em 1173.
Eriberto, Winildo, Ubaldo e *Guido (III?) filhos de um Walfredo (provavelmente Wilfredo de Bolonha 1041, filho de Adalberto de Bolonha, netos de Bonifácio I. Sobrinhos de um Litifredo (bispo de Aosta em 969?) casado com Imelda, do falecido Litifredo (Conde de Asti 902-910?).Estes nomes são referidos em documento de transferência de terras no ano de 993 e 999, próximos a Val de Grève na Toscana - terras que pouco depois estarão no gozo e uso de membros da família Cavalcanti. O prenome Luitfred aparece na ascendência de Hucbald de Harnacq, na dinastia de Luitfredo III Von Sundgau, região franca, irmão da matriarca Alaíde da Alsácia Von Sundgau casada com seu avô Conrad I - ela matriarca dos capetos em seu primeiro casamento com Robert Le Fort.
Obs.:
Esta é a lista final dos Cavalcanti e resumo de nosso trabalho ainda não publicado “Os mais antigos Cavalcanti” onde todas as fontes serão fornecidas com detalhes e comentários.
O marques (marca) Ubaldo por seu provável segundo casamento depois de 893 teria vivido em Dillingen na Suábia, e seu filho *Uldarich é referido por fonte francesa como bispo de Augsbourg já entre 929 à 977 (ou 923 - 973?) - religioso que constatamos chegou a participar do combate contra os húngaros magiares não só em Augsbourg, mas também da portentosa batalha de Lechfieds sendo, por sua coragem, orações e determinação, mais tarde canonizado.
*Teobaldo I (Theotbald, Diepold, Dietpaldo), também filho de Ubaldo teria mesmo morrido nesta portentosa batalha contra os magiares em Lechfeld no ano de 955.
*Teobaldo II. Doc. 946/957/996 (Repetti). Foi filho de Bonifácio l acima e Waldrada. NI o indica Marques e duque de Spoleto em 945, pai do Conde Alberto. Antepassado dos Contes Contalberti, pai também de Guilla (Willa) (agosto - 30 antes de 1007, cremada em Florença [403] casada com Tedalto, Conte di Canossa, este filho de Adalberto Atto, Signor di Canossa, Conte di Mântua e sua esposa Ildegarda (- 8 maio [1012], cremada em Canossa)
*Alberti – é citado por Repetti também como filho de Bernardo, neto portanto de Bonifácio I e possível origem dos conde Alberti (os Alberti di Vernio e Mangona). NI refere um Alberto, filho de Teobaldo II - Alberto Conte, antepassado do Conti Contalberti.
Citamos ainda com detalhes a ascendência mais antiga de Hucpold de Hainac ou de Paris
Acrescentamos um pequeno resumo da história do mais importante ascendente de Hucbald de Hainacq, capostipide dos wido, retirada de varias fontes genealógicas, historiográficas e hagiográficas, ainda documentos que serão brevemente apresentado em trabalho nosso referente a esta genealogia wido proveniente de S. Warin.
O Conde Warin I (Varinus) de Poitiers (Varinus, Warin, Gerinus, Guérin, Garnier) era de familia de origem franco-borgonhesa, Conde de Palácio, de Poitiers e de Paris. Filho de Bodilon e Sigard. Tido como primeiro senhor de Vergy na região hoje da Borgonha. Era irmão de São Leodegarius de Poitiers. Nascido provávelmente c. 612 na Austrasia – falecido em Arras, Borgonha, 674 (data tradicional) – em outras fontes genealógicas referidas as datas de 676, 677 e 681 para sua morte. Seu pai Bodier de Trier, nobre franco segundo a tradição histórica teria sido punido fisicamente por desejo de manter a liberdade da Neustria. Sua mãe Sigrada, da familia Garnier da Borgonha.
Warin I foi Conde de Palácio (Contagem de Poitiers e Trier). Mas em 674 na região de Vergy, Warinus foi apedrejado até a morte perto da cidade de Arras por causa de uma briga entre seu irmão Leodegarius e Ebroin, o prefeito franco do palácio da Nêustria, inimigo da família por questões de mudança dinástica dos merovíngios para os carolíngios. O conde Warinus tornado mais tarde São Warinus, mártir franco. Seu irmão Leodegarius anteriormente martirizado foi também santificado.
Notícia em uma placa na região de Vergy na França, ainda hoje rememora o local do falecimento de Warin I: “O primeiro senhor de Vergy. Guérin de Vergy, ou Warin de Vergy ou Guerin de Poitiers, irmão de São Leger. O prefeito do palácio da Neustria Ebroin o fez lapidar cerca de 674 ao pé do afloramento rochoso de Vergy, pouco tempo depois do martírio de seu irmão.”
O conde Warin I foi casado com Gunza de Metz, neta do cerebre Arnulf de Metz – nobre franco também de período merovíngio, administrador capaz, mas de grande religiosidade que se fez eremita. Santificado, Arnulf tornar-se-á também ancestral dos carolíngeos.
A mãe de Warin I, St. Sigrada tem sua biografia religiosa documentada por carta de seu filho Leodegard. St. Sigrada foi também mãe de St Leodegarius de Poitiers, Bispo de Autun e deste conde Warinus. Referida como casada com o nobre Bodilon de Trier – da Neustria. Foi enclausurada no monatério de Notre Dame de Soissons pelo prefeito de palácio Ebroin que, como observamos, perseguia sua família por motivos políticos e de fé. Sigrada alem do mais teve seus bens confiscados. Seu filho St. Leodegart depois de barbarizado, tirada sua língua foi ainda mantido preso, submetido a torturas e cruéis condições até seu assassinato. O seu filho conde Warin I pelos mesmo problemas políticos e religiosos de seu irmão e da família apedrejado até a morte. Sigrada tornou-se monja neste convento na França no sétimo século, onde brevemente faleceu depois do martírio dos filhos. Seu neto será também o mártir, St. Lambertus, Bispo de Maastrich-Liége, citado abaixo.
São Warin por todos esses motivos teria sido uma personalidade marcante, símbolo dos sofrimentos da família e que deu origem à dinastia dos wido – dinastia já na Itália chamada guido ou guidechi. São referidos por fontes genealógicas como filhos de Warin I: Grimbert de Paris, São Lievin (Liutwin, Leutwinus contagem de Tiers) e São Lambertus de Hesbaye ou de Maastrich também citado abaixo.
Warin foi Conde de Palácio, de Poitiers e de Paris até sua morte em martírio, lapidado, cerca de 674 em Arras, Borgonha.
____
Rosa Sampaio Torres, historiadora (RJ, Brasil), é autora de inúmeros artigos sobre a família Cavalcanti italiana e brasileira, artigos históricos que foram publicados no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/, no 4Shared, e também nas revistas InComunidade e Athena, ambas do Porto na mídia eletrônica. Em seus artigos científicos a autora utiliza fontes documentais, bibliografias primárias e secundárias, fontes genealógicas, heráldicas, enciclopédicas, narrativas lendárias, hagiologias etc. – fontes sempre cuidadosamente cotejadas e concatenadas.
Entre os artigos mais recentes constam: “As tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”, publicado na revista InComunidade Ed, 57 de julho de 2017; “As famílias Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti e suas origens no reino franco, Colônia, sec.VIII” e “Os Berardegas”, no blog.e “As linhas francas descidas para a Itália com Carlos Magno”, este ainda inédito.
Vários outros artigos sobre as atividades republicanas da família Cavalcanti no Brasil e na Itália foram realizados pela autora a partir do ano 2000, sendo dois deles específicos sobre o poeta Guido Cavalcanti do século XIII - o artigo “Guido Cavalcanti e suas influências culturais”, publicado pela revista InComunidade na ed. 36 de julho de 2015 e o artigo “O capitulo X da Divina Comédia”, também editado pela mesma revista, ed. 41 de dez de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário